RESUMO
Objetivo:
identificar a eficácia em curto prazo, a tolerância e as complicações em obesos mórbidos de alto risco, tratados com balão intragástrico como ponte para cirurgia.
Métodos:
estudo de análise post-hoc em um hospital acadêmico brasileiro durante o período de 2010 a 2014, de 23 pacientes adultos com IMC de 48kg/m2 que receberam um único balão intragástrico de ar ou líquido. Eficácia foi definida como perda de excesso de peso de 10%, e complicações como eventos adversos consequentes ao balão intragástrico diagnosticados após o período acomodativo inicial. Expressaram-se os resultados antropométricos com média ± desvio padrão, comparando os grupos com testes T Pareado / T de Student, quando apropriado, com p<0,05 considerado estatisticamente significante.
Resultados:
os balões foram efetivos em 91,3% dos pacientes, permaneceram in situ por em média 5,5 meses e a maioria deles (65,2%) era de ar, com perda média de excesso peso de 23,7kg±9,7 (perda de excesso de peso de 21,7%±8,9) e redução média de IMC de 8,3kg/m2±3,3. As complicações (17,3%) compreenderam desconforto abdominal, deflação do balão e intolerância tardia, sem casos graves. A maioria dos participantes (82,7%) não experimentou efeitos adversos, seus balões intragástricos foram extraídos em tempo, sem intercorrências e 52,2% desses pacientes submeteram-se à cirurgia bariátrica no intervalo de um mês.
Conclusão:
no nosso centro, balões intragástricos podem ser usados com sucesso como procedimento inicial de perda ponderal, com boa tolerância e taxas aceitáveis de complicações.
Descritores:
Balão Gástrico; Risco; Obesidade Mórbida; Cirurgia Bariátrica