RESUMO
Objetivo:
determinar os riscos e benefícios da cirurgia bariátrica em pacientes com superobesidade em comparação com obesidade graus II e III.
Métodos:
coorte retrospectiva que incluiu um grupo Estudo com 178 pacientes portadores de superobesidade e um controle com 181 pacientes com IMC 35-49.9Kg/m2. Os grupos foram formados numa razão 1:1 com pareamento “vizinho próximo”. As principais variáveis foram comorbidades e IMC pré e pós-operatório, ocorrência de complicações pós-operatórias severas, obstrução intestinal, úlcera marginal, fístula e morte em 30 dias, além da necessidade de idas à emergência e realização de tomografia computadorizada (CT) para investigação de abdome agudo.
Resultados:
o grupo Estudo foi composto por 74.0% de mulheres, enquanto o Controle teve apenas 56.7%. O tempo médio de seguimento foi similar em ambos os grupos (5.48 x 6.09 anos, p=0.216). Não houve diferença estatisticamente significativa em relação à prevalência de diabetes entre os grupos nem entre a técnica cirúrgica empregada. Todos os óbitos ocorreram no grupo Estudo (IMC = 50kg/m2), com apenas pacientes submetidos ao BGYR. Não houve diferença significativa entre os grupos em relação à ocorrência de complicações pós-operatórias. Ao avaliar idas à emergência e necessidade de TC para investigar dor abdominal, também não foi observada difrença significativa entre os grupos.
Conclusão:
apesar do alto risco cirúrgico implicado em pacientes portadores de superobesidade, os benefícios relacionados à remissão de comorbidades ainda são significativos; contudo os resultados parecem ser inferiores aos pacientes com graus mais leves de obesidade.
Palavras-chave:
Cirurgia Bariátrica; Obesidade Mórbida; Complicações Pós-Operatórias