ABSTRACT
Introdução:
modelos tradicionais de treinamento de anastomose microcirúrgica costumam ter custos elevados e implicações éticas de aquisição e manutenção, buscando-se alternativas que reúnam baixo custo e facilidade de armazenamento. Existem diferentes propostas, porém há poucas evidências de que conhecimentos adquiridos com o treinamento nessas plataformas se traduza em melhora na performance, quando estes são comparados a modelos consagrados. Este projeto objetiva avaliar a viabilidade do macarrão de konjac como modelo confiável de treinamento microcirúrgico.
Métodos:
10 residentes de neurocirurgia realizaram uma anastomose término-terminal em artéria placentária humana de 2-3mm. As anastomoses foram avaliadas quantitativamente, registrando-se o tempo de confecção e qualitativamente, aplicando-se um escore validado (Anastomosis Lapse Index – ALI) por neurocirurgiões experientes e verificando-se a presença de vazamento grosseiro através da visualização no modo fluorescente injetando-se fluoresceína. Subsequentemente, realizaram 10 sessões de treinamento não consecutivos de anastomose términoterminal no modelo de konjac. Por fim, uma anastomose final foi realizada no modelo placentário e os mesmo parâmetros reavaliados.
Resultados:
observamos uma redução de 17 min no tempo médio de confecção da anastomose no modelo de placenta após os treinos no modelo do macarrão (p<0.05). Houve uma redução não significativa de 20% no vazamento grosseiro. As sessões de treino no macarrão não foram capazes de melhorar consistentemente o score ALI.
Conclusão:
o treinamento em modelo de macarrão konjac é capaz de reduzir o tempo para realização das anastomoses no modelo em placenta humana, mostrando-se alternativa viável de baixo custo e manutenção, útil em serviços que disponham de microscópio apenas no ambiente cirúrgico.
Palavras-chave:
Curva de Aprendizado; Microcirurgia; Treinamento por Simulação; Anastomose Cirúrgica