RESUMO
Objetivo:
identificar sinais na avaliação clínica da deglutição que indiquem aspiração silente em pacientes com acidente vascular cerebral isquêmico.
Métodos:
foram avaliados 46 pacientes. O tempo médio entre a ocorrência do acidente e a avaliação da deglutição foi de 17 dias. A avaliação clínica abarcou aspectos estruturais e funcionais, monitoração da oximetria e ausculta cervical. Durante o exame de videofluoroscopia os pacientes foram monitorados por meio da oximetria de pulso. Em ambas avaliações os pacientes ingeriram 100 ml de líquido. Na análise estatística foi utilizado o teste de regressão logística exata e o cálculo do Odds Ratio (OR), com nível de significância de 0,05.
Resultados:
dos 46 pacientes, sete apresentaram aspiração, sendo silente em seis. A alteração da ausculta cervical na avaliação clínica (OR: 18,8; IC 95%: 1,2 - 1000, p=0,03) associou-se à aspiração silente detectada na videofluoroscopia. O pigarro presente na análise da filmagem (OR: 12,2; IC 95%: 1,23 - ∞, p=0,03) foi associado a possíveis penetrações e aspiração laringotraqueais não silentes. Não foi identificada alteração no nível de saturação de oxigênio nos pacientes com aspiração silente.
Conclusão:
alteração da ausculta cervical observada na avaliação clínica pode indicar aspiração silente em pacientes acometidos por acidente vascular cerebral isquêmico.
Descritores:
Acidente Vascular Cerebral; Transtornos da Deglutição; Deglutição; Pneumonia Aspirativa