OBJETIVO: identificar a prevalência da disfonia, gerando afastamento de sala de aula, em docentes do Ensino Médio da Rede Estadual de Educação. MÉTODOS: foi realizado um levantamento exploratório de prontuários médicos de professores afastados de sala de aula, durante os anos de 2005 e 2006, registrados na Superintendência Central de Perícias Médicas e Saúde Ocupacional do Estado do Rio de Janeiro. De uma amostra total de 554 professores lecionando durante o período analisado, foram pesquisados 130 prontuários de docentes licenciados por diversos diagnósticos, procurando-se identificar os afastamentos com diagnóstico médico de disfonia. RESULTADOS: evidenciou-se que, apesar das elevadas taxas de prevalência de sinais e sintomas vocais negativos entre os professores relatados em outras pesquisas, apenas 6,9% afastaram-se de sala de aula por disfonia. Os resultados possibilitam, ainda, reflexões acerca da relação existente entre voz, corpo, respiração e emoção, no contexto da docência. CONCLUSÃO: conclui-se que mesmo a disfonia sendo um problema frequente no trabalho docente, pouco se conhece sobre os dados oficiais de professores afastados de sala de aula por esse comprometimento. Torna-se necessário maior número de pesquisas para que os responsáveis por decisões políticas, sejam alertados e sensibilizados quanto à importância do assunto, em termos sociais e econômicos para o País. Ressalta-se a necessidade de que o trabalho fonoaudiológico desenvolvido com os professores tenha cunho transdisciplinar, e que, de forma intersetorial e harmônica, programas e políticas de prevenção e promoção da saúde vocal possam ser oferecidos à classe docente.
Voz; Distúrbios da Voz; Educação