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Cultura informacional voltada para instituições de ensino superior: valores e crenças como elementos centrais

RESUMO

Introdução

A cultura informacional envolve critérios fundamentais, valores e crenças, que refletem no comportamento informacional consistindo no modo como a informação é interpretada e manejada por indivíduos e grupos.

Objetivo

, da pesquisa foi analisar a cultura informacional voltada a Instituição de Ensino Superior (IES), privilegiando que o pano de fundo se constitua em Moçambique, e que se consolida a partir de valores da filosofia da organização por parte dos seus membros, cujos principais integrantes são docentes, funcionários e estudantes.

Metodologia

, utilizou-se a pesquisa bibliográfica de nível exploratório e abordagem qualitativa, buscando-se várias fontes, desde artigos científicos e teses que discutem a temática, priorizando-se a consulta à base de dados BRAPCI.

Resultados

, faz-se necessária a compreensão da cultura informacional, na medida que ela interfere na construção e o uso de normas e políticas de IES, estimulando formas aceitáveis e esperadas de comportamentos e compartilhamento da informação, por fim,

Conclusão

os valores voltados a CI tem base em novos conhecimentos, aprendizagem contínua entre docentes, discentes e funcionários das IES na como na distribuição hierárquica, no acesso, busca e produção de conhecimento científico e administrativo.

PALAVRAS-CHAVE:
Valores; Cultura informacional; Cultura organizacional; Ensino superior

ABSTRACT

Introduction

Informational culture involves fundamental criteria, values and beliefs, which reflect on informational behavior consisting of the way information is interpreted and handled by individuals and groups, information favors productivity and the ability to perform routine work. The objective of the research was to analyze the informational culture aimed at the Institution of Higher Education (HEI), favoring that the background is constituted in Mozambique, and that it is consolidated from the values of the organization's philosophy on the part of its members, whose main members are professors, students and employees.

Methodology

, exploratory bibliographical research and a qualitative approach were used, seeking various sources, from scientific articles and theses that discuss the theme, prioritizing consultation with the BRAPCI database.

Results

, it is necessary to understand the informational culture, as it interferes in the construction and use of HEI norms and policies, stimulating acceptable and expected forms of behavior and information sharing, finally,

Conclusion

the values oriented to IC is based on new knowledge, continuous learning among professors, students and employees of HEIs in as in the hierarchical distribution, in the access, search and production of scientific and administrative knowledge.

KEYWORDS:
Values; Information culture; Organizational culture; Higher education

1 INTRODUÇÃO

A cultura informacional (CI) envolve comportamentos sociais, atitudes e valores que influenciam na forma como as pessoas usam, interpretam e assimilam a informação e o conhecimento no ambiente organizacional.

Considera-se a existência de práticas distintas e ajustadas às necessidades das organizações, as quais se moldam à disponibilidade de acesso e tratamento, bem como uso da informação dado pelos indivíduos em seus contextos de trabalho em uma sociedade que valoriza a análise das informações, que por sua vez, permeiam e sustentam as organizações.

A informação constitui vantagem estratégica na sociedade da informação e conforme sua influência, assume-se constituir em elemento crucial que favorece a produtividade e a capacidade de execução do trabalho pelos indivíduos. Assim, nota-se que a valorização da informação e dos possíveis comportamentos decorrentes e atrelados a ela ainda precisam permanecer na agenda de interesses e preocupações das organizações.

Nesse caso, é necessário definir o que é valor cultural, considerando seu efeito central nos comportamentos dos indivíduos e das organizações. Johnson (1997JOHNSON, Allan G. Dicionário de sociologia: guia prático da linguagem sociológica. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997., p. 247), argumenta que trata-se de uma “ideia comum sobre como alguma coisa é classificada em termos de desigualdade, mérito ou perfeição sociais relativas”. O autor sinaliza ainda que são usados para classificar coisas abstratas, objetos, experiências, comportamentos e características de uma pessoa e, ‘estados de ser’ de alguém.

Cultura informacional na organização é aplicada ao coletivo, é o que permite a relação entre os membros através da sua filosofia, influenciando na capacitação, no desenvolvimento das competências e das práticas em todos os níveis organizacionais, bem como traz implicações na adoção de tecnologia, nas ferramentas, nos modelos de gestão e no uso eficaz da informação.

Desse modo, a pesquisa analisa a cultura informacional voltada a Instituição de Ensino Superior (IES) considerando-se que indivíduos, grupos e organizações devem usar a informação de forma mais crítica, com habilidades de seleção e escolha de fontes confiáveis para a tomada de decisões e execução de tarefas rotineiras.

Para realização da pesquisa optou-se pela pesquisa bibliográfica, através de várias fontes de informação, como artigos científicos, teses que se debruçam sobre a temática, com consultas à base de dados BRAPCI.

Desse modo, a pesquisa pretendeu responder a seguinte questão: "Quais são os valores voltados a cultura informacional para Instituição de Ensino Superior"?

Deste questionamento, emerge o objetivo geral desta investigação: identificar os valores da cultura informacional para uma IES.

Seguindo uma perspectiva de discussão cujo pano de fundo são normativas referentes às instituições de ensino superior de Moçambique, cita-se o plano estratégico do Ensino Superior - PEES (2012-2020, p. 31) desse país, no qual entende-se por IES como pessoas coletivas de direito público ou privado, com personalidade jurídica, que gozam de autonomia científica e pedagógica, administrativa, disciplina, financeira, patrimonial, e classificam-se consoante a sua missão ou tipo de propriedade ou financiamento.

A IES constitui instituição de ensino superior com finalidade de habilitar indivíduo em competências no exercício das atividades no mercado de trabalho. Esta organização consolida comportamentos através das atitudes dos indivíduos e favorece a cultura da aprendizagem, a qual, considera-se para a presente discussão, estar profundamente vinculada à cultura informacional. Além disso, são conhecidas como as primeiras organizações educativas e, tal como as bibliotecas, tem primazia em estimular habilidades de acesso, seleção, uso, e avaliação da informação para produzir conhecimento.

Por sua vez, autores como Fernandez e Ponjuán Dante (2014FERNÁNDEZ, A. P.; PONJUÁN DANTE, G. La cultura informacional y su delimitación: el caso de los contextos acadêmicos. Ciencias de la Información, Havana (Cuba), v. 45, 2014. Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/214208. Acesso em: 18 jul. 2022.
http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapc...
, p. 27) entendem que as IES manifestam-se mais fortemente do que outros espaços com: 1) fortes sentimentos de iniciação ou rutura do espaço de atribuição de novos conhecimento; 2) ciclo de vida curto ou longo de aprendizagem aos discentes e, contínuo a professores e acadêmicos; 3) distribuição hierárquica de níveis de autoridade e acesso a informação e; 4) busca de conhecimento científico. Deste modo, mostra-se pertinente a necessidade de desenvolver estudos sobre a IES em relação aos valores voltados a cultura informacional.

Na coletânea de legislação do ensino superior (2012, p. 32) lê-se que, as instituições de ensino superior caracterizam-se por:

  • a) universidades, instituições que possuem capacidade humana e material para oensino, investigação científica e extensão em vários domínios do conhecimento, proporcionando uma formação teórica e académica, estando autorizada a conferir graus e diplomas acadêmicos;

  • b) Institutos superiores, instituições especializadas filiadas ou não a uma universidade,que se dedicam a formação e investigação no domínio das ciências e da tecnologia ou das profissões, bem como a extensão e estão autorizadas a conferir graus e diplomas acadêmicos;

  • c) Escolas superiores, instituições de ensino superior filiadas ou não a umauniversidade, a um instituto superior ou a uma academia, que se dedicam ao ensino e à extensão em um determinado ramo de conhecimento e que estão autorizadas a conferir graus e diplomas acadêmicos;

  • d) institutos superiores politécnicos, instituições de ensino superior filiadas ou não auma universidade, que oferecem estudos gerais ou uma formação profissional e que estão autorizadas a conferir certificados, excluindo o de doutor, reservando-se a atribuição de graus de pós-graduação aos institutos politécnicos filiados;

  • e) academias, instituições de ensino superior que se dedicam ao ensino em áreasespecíficas, nomeadamente as artes, literatura, habilidades técnicas tais como as militares e policiais, formação especializada e o comércio, estando autorizadas a conferir graus e diplomas acadêmicos;

  • f) Faculdades, unidades acadêmicas primárias de uma universidades ou de uminstituto superior que se ocupa de ensino, investigação, extensão, e aprendizagem num determinado ramo do saber envolvendo a interação de vários departamentos acadêmicos e a provisão de ensino conducente à obtenção de um grau ou diploma.

Desse modo, a pesquisa tem sua relevância centrada em compreender a cultura informacional nas IES em Moçambique. Dessa forma, desperta-se a necessidade de uma verificação sobre o tema junto às bases de dados científicas, identificando quanto de produção sobre o tema vem ocorrendo no decorrer do tempo. Nesse sentido, escolheu-se a base scielo.org, considerando que esta é uma base de periódicos e livros iberoamericanos, possibilitando maior proximidade quanto ao tratamento dado ao tema. Assim, escolheu-se como descritor para ser usado no campo de busca ‘cultura informacional’, sem adotar buscas restritas em palavraschave e título. O resultado da busca realizada em fevereiro de 2023 mostra a recuperação de 67 documentos. Ao adicionar o descritor ‘instituição de ensino superior’, não se obtiveram documentos recuperados. Além disso, observa-se que a produção recuperada se inicia em 1992, apresentando irregularidade, mas com uma curva crescente, indicando interesse acadêmico em revisitar o tema em suas diferentes possibilidades no decorrer dos últimos 30 anos. Uma inferência para essa insistência em realizar pesquisas sobre o tema pode ser que se trata de um tema com diferentes aplicações e problemas, bem como que este pode ser necessário todas as vezes que ferramentas, tecnologias ou mesmo modelos de gestão passam a ser alvo de investigações por áreas como a ciência da informação.

Uma segunda busca foi realizada, porém na base Brapci, adotando-se as mesmas palavras-chave para a busca, cuja recuperação resultou em 218 documentos, indicando algumas das possibilidades de tratamento dado ao tema. Entre eles, destaca-se a aplicação no ambiente empresarial, no ambiente acadêmico, ou vinculando-o à sociedade da informação, ao desenvolvimento de competências, entre outros. Quando a busca realizada inclui a expressão

‘ensino superior’, o resultado é a recuperação de 3 documentos, indicando que os problemas vinculando o tema ao ensino superior ainda precisam de maior produção.

2 REVISÃO DE LITERATURA

2. 1 Definição e marco temporal da cultura informacional e a informação como artefato cultural

A cultura informacional configura-se em um contexto de construção, compartilhamento e práticas alicerçado em elementos simbólicos, necessário para a sociedade na medida em que sua existência fomenta a realização de condições para o desenvolvimento de competências e habilidades informacionais sobre a qualidade e avaliação da informação. Mostra-se relevante a identificação de valores voltados a cultura informacional para a instituição de ensino superior, por ser considerada espaço inerente a apreensão e compartilhamento do conhecimento.

Emerge de forma difusa e secundária como consequência de estudos que tiveram início na segunda metade da década de 1990 com pesquisas que relacionaram cultura, informação, desempenho, impactos da informação e do conhecimento em um ambiente organizacional inundado pelas tecnologias de informação e comunicação (TIC) (Moraes; Barbosa, 2015MORAES, B. L.; BARBOSA, R. R. Cultura informacional: uma proposta modelo com foco organizacional. Inf. & Soc., João Pessoa, v.25, n.3, p. 131-146, set/dez. 2015. Acesso em: 10 out. 2022. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/ies/article/download/21904/14533/58119
https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.ph...
). Por outro lado, para Santos e Valentim (2018, p. 69) existem divergências sobre a origem da cultura informacional, considerando que surgiu em 1970, através de pesquisas sobre sociedade da informação.

Uma segunda explicação para seu surgimento é que ocorreu na década de 1980, quando a cultura organizacional passou a ser relevante frente aos problemas trazidos pela adoção de sistemas computacionais inseridos nas organizações. Considera-se Ginman1 (1988GINMAN, M. Cultura da informação e desempenho empresarial, IATUL Quartely, [S.l.], v. 2, n. 2, p.93-106, 1988.) precursora do uso de termo ‘cultura informacional’, sendo que destacou a interação entre a cultura da informação no que diz respeito aos interesses e uso da informação. Além disso, compreende-se essa cultura como a dinâmica ˮem que a transformação dos recursos intelectuais é mantida ao lado da transformação dos recursos materiaisʼʼ (Choo, 2008CHOO, C.W. Information culture and information use: an exploratory study of three organizations. Journal of the American society for information science and technology, [S.l.], v.59, n.5, p. 792-804, 2008. DOI: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/ abs/10.1002/asi.20797
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, p. 793).

A cultura informacional é percebida como a capacidade de compreender e utilizar também a informação impressa nas atividades quotidianas, em casa, no trabalho e eventos sociais, a fim de cumprir seus objetivos, desenvolver seus conhecimentos e seu potencial (Visbal; Gonzales, 2000VISBAL, S. A.; GONZÁLEZ, F. G. Cultura informacional, estratégias para el desarroll de la sociedad de la informacion y el conocimiento. Ciencias de la Información, Havana (Cuba), v. 31, n. 2, mar-jun, 2000. Disponível em: https://x.gd/mKPb7. Acesso em: 11 jun. 2022.
https://x.gd/mKPb7...
).

Autores como Curry e Moore (2003 apudChoo, 2008CHOO, C.W. Information culture and information use: an exploratory study of three organizations. Journal of the American society for information science and technology, [S.l.], v.59, n.5, p. 792-804, 2008. DOI: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/ abs/10.1002/asi.20797
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/ abs...
, p.793) entendem a CI como uma cultura na qual

o valor e a utilidade da informação em alcançar o sucesso operacional e estratégico é reconhecido, em que a informação forma a base da decisão organizacional e a tecnologia da informação é explorada como um facilitador para sistemas de informação eficazes.

A cultura informacional se alicerça em fatores sociais, tecnológicos e mudanças econômicas, de produtos, valores, estilos de vida, em relação à informação ou à sociedade em rede, de novas habilidades e no desenvolvimento de novas competências (Kisilowska, 2015KISILOWSKA, M. S. Information culture as a new perspective for information science. Agos., 2015. https://x.gd/Yg7G7. Acesso em: 19 jun. 2022.
https://x.gd/Yg7G7...
).

Segundo Woida (2017WOIDA, L. M. A cultura informacional na documentação na espanha. Ibersid: revista de sistemas de información y documentación. Zaragoza, v. 11, n. 1, p. 67-74, 2017. Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/167855. Acesso em: 17 fev. 2023.
http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapc...
), há maior facilidade em discutir a cultura informacional na esfera social e educacional por constituírem espaços frutíferos que fortalecem comportamentos específicos de busca, registro e produção de informação pelos indivíduos.

Assim, compreende-se por informação os artefatos culturais concebidos, construídos, percebidos e sustentados nas percepções sociais que se originam da relação entre integrantes de um grupo e com fontes externas e internas à organização e que recebem atenção no processo de busca, produção e registro por se constituírem valiosos na solução de problemas do grupo.

De igual modo, os indivíduos produzem artefatos fundamentados em aspetos sociohistóricos, que estabelecem significados no cenário social a partir de características internas da organização no que concerne à sua produção (Martelo, 1995MARTELO, R.M. Cultura informacional: construído o objecto informação pelo emprego dos conceitos de imaginário, instituição e campo social. Ciência da Informação, Brasília, v. 24, n.1, 1995. Acesso em: 20 jun. 2022. Disponível em: https://revista.ibict.br/ciinf/article/view/613
https://revista.ibict.br/ciinf/article/v...
).

De acordo com Woida (2008WOIDA, L. M. Cultura Informacional voltada a inteligência competitiva organizacional no sector de calçado de São Paulo. Dissertação de mestrado (Ciência da Informação) Universidade Estadual Paulista, Faculdade de filosofia e Ciências, 2008. Disponível em: https://x.gd/8F9QO. Acesso em: 20 jul. 2022.
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), a cultura informacional tem sido favorecida pela interação de três elementos: pessoas, tecnologias de informação e informação que se constituem em elementos inseparáveis da sociedade da informação (SI). Além disso, no que tange aos fatores econômicos, a informação exerce papel fundamental auxiliando em decisões sobre criação de renda, uso criativo de conteúdos, ferramentas, e pode resultar em inovação direcionado a produtos e serviços.

Nessa ordem de ideias, a SI é compreendida “como um modo de desenvolvimento social e econômico em que a aquisição, armazenamento, processamento, valorização, transmissão, distribuição e disseminação da informação”, conduzindo à criação de conhecimento e satisfação de cidadãos e empresas, em que a sociedade desempenha um “papel central na atividade econômica, na criação de riqueza, na definição da qualidade de vida dos cidadãos e das suas práticas culturais” (Livro Verde, 1997).

Destaca-se que a cultura informacional nasce em um contexto de competição entre empresas e países, em um momento em que a sociedade se constrói e se reafirma como “da informação”, exerce uma função sobre a produção e uso da informação e sobre como seus elementos simbólicos alcançam influência na por meio de valores e crenças centrais sobre a gestão e seus resultados.

2.2 Dimensões, funções e tipos de cultura informacional

Considera-se que os tipos de cultura informacional objetivam a promoção de gestão eficaz, de normas e comportamentos concernentes a necessidade de informação, para estimular e cooperar em atitudes sobre a informação (Choo, 2013CHOO, C.W. Information culture and organizational effectiveness. International Journal of Information Management, [S.l.], v.33, n.5, p.775-779, out. 2013. Acesso em: 6 mai. 2022. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0268401213000819 Coletânea de legislação do ensino superior. Edição, Revista, Maputo, setembro. 2012. Disponível em: https://isetoneworld.ac.mz/imagens/phocadownload/Biblioteca/ ES/1.LEI_272009.pdf. Acesso em: 15 mar. 2023.
https://www.sciencedirect.com/science/ar...
). Nessa perspectiva, mostram-se importantes o compartilhamento dos valores da IES, fundadas na investigação, formação, extensão, inovação e intercionalização institucional.

A CI possui duas principais dimensões (Choo, 2013CHOO, C.W. Information culture and organizational effectiveness. International Journal of Information Management, [S.l.], v.33, n.5, p.775-779, out. 2013. Acesso em: 6 mai. 2022. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0268401213000819 Coletânea de legislação do ensino superior. Edição, Revista, Maputo, setembro. 2012. Disponível em: https://isetoneworld.ac.mz/imagens/phocadownload/Biblioteca/ ES/1.LEI_272009.pdf. Acesso em: 15 mar. 2023.
https://www.sciencedirect.com/science/ar...
p.776): a) valores e normas da informação com base no controle e integridade da informação em que o foco principal encontrase no compartilhamento e no fluxo de informação, isto é, a organização atribui valor ao uso e à coleta da informação para o controle das atividades internas, no desempenho, compartilhamento, colaboração e inovação; b) comportamentos informacionais tem essência na busca e uso de informações presentes no ambiente da organização, destacando-se o âmbito externo, pois é com base em informações dele que se torna possível antecipar mudança.

De acordo com Marteleto (1995) a materialização do objeto informacional se torna pertinente nos processos de produção, distribuição e consumo. Nesse caso, a produção referese a símbolos que determinam pressupostos, processos, sistemas de produção, circulação e consumo de bens culturais e que se revelam em: produção artística, científica, filosófica, educacional, seguindo-se espaços sociais de consumo e disseminação através de editoras, bibliotecas, arquivos, museus, incluindo-se a indústria de bens culturais.

Por sua vez, Woida (2017WOIDA, L. M. A cultura informacional na documentação na espanha. Ibersid: revista de sistemas de información y documentación. Zaragoza, v. 11, n. 1, p. 67-74, 2017. Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/167855. Acesso em: 17 fev. 2023.
http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapc...
, p.17) destaca que:

a cultura informacional interfere no nível de consumo de serviços de informação; prevê movimentos de resistência aos valores, crenças e rituais; determina os hábitos de uso da informação e, interfere nas políticas de recursos humanos e de gestão do conhecimento e que contribuem à gestão documental.

Por outro lado, autores como Marchand2; Kettinger; Rollins (2001MARCHAND, D.A.; KETTINGER, W. J; ROLLINS, J. D. Information orientation: the link to busness performace. New York: Oxford University Press, 2001., p. 70 apudMoraes; Barbosa, 2015MORAES, B. L.; BARBOSA, R. R. Cultura informacional: uma proposta modelo com foco organizacional. Inf. & Soc., João Pessoa, v.25, n.3, p. 131-146, set/dez. 2015. Acesso em: 10 out. 2022. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/ies/article/download/21904/14533/58119
https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.ph...
, p.135) sugerem que a cultura informacional pode ser "[…] um modelo para gerir e utilizar de modo eficaz a informação", concebendo-a como um modelo de orientação informacional (OI), caracterizado por três capacidades vitais: a) relacionada com tecnologia de informação, b) gestão da informação, valor e comportamento relacionado a informação, c) capacidade da organização estimular e capacitar o uso eficaz da informação. Assim, verificamse diferentes culturas na organização que influenciam na facilidade da informação estabelecerse como eficaz ou não.

Para Choo (2013CHOO, C.W. Information culture and organizational effectiveness. International Journal of Information Management, [S.l.], v.33, n.5, p.775-779, out. 2013. Acesso em: 6 mai. 2022. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0268401213000819 Coletânea de legislação do ensino superior. Edição, Revista, Maputo, setembro. 2012. Disponível em: https://isetoneworld.ac.mz/imagens/phocadownload/Biblioteca/ ES/1.LEI_272009.pdf. Acesso em: 15 mar. 2023.
https://www.sciencedirect.com/science/ar...
), os tipos de cultura baseiam-se em valores, normas da informação e comportamentos de informação constituindo quadrantes, compostos por quatro tipos de cultura da informação: orientada a resultados, seguidores de regras, baseado em relacionamento e assunção de risco, que por sua vez, são descritos a partir de cinco atributos: com fundamento na gestão da informação; valores e normas da informação, comportamento da informação em termos de necessidade de informação; busca de informação e uso de informação. Segundo Choo (2013, p.776) os tipos de cultura são:

  • 1) cultura orientada a resultados, possui objetivos na organização da informação, estimulando a competição para o alcance do sucesso no mercado, havendo maior foco em informações externas em relação a fontes, clientes, parceiros, governantes, concorrentes mercados de modo a conhecer seu perfil e dados de avaliação do seu desempenho.

  • 2) cultura seguidora de regras, as informações são geridas para o controle de tarefas internas sobre regras e políticas com informações fiáveis padronizando processos, apresentando melhorias e eficácia com uso de fontes como documentos de políticas.

  • 3) cultura baseada no relacionamento, a gestão da informação proporciona comunicação, participação e identidade a volta da partilha e uso ativo da informação que fornece estímulo a colaboração e intercâmbio, em que as fontes tem bom relacionamento entre colegas.

  • 4) cultura de assunção de risco, consiste na gestão da informação que promova inovação, criatividade e ideias, em que os valores e normas da informação realçam o compartilhamento e uso da informação na concepção de produtos novos, com ousadia e ênfase na informação externa. Assim, considera-se que a organização tende a buscar ideias para novos produtos e mudanças no ambiente.

Para Choo (2013CHOO, C.W. Information culture and organizational effectiveness. International Journal of Information Management, [S.l.], v.33, n.5, p.775-779, out. 2013. Acesso em: 6 mai. 2022. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0268401213000819 Coletânea de legislação do ensino superior. Edição, Revista, Maputo, setembro. 2012. Disponível em: https://isetoneworld.ac.mz/imagens/phocadownload/Biblioteca/ ES/1.LEI_272009.pdf. Acesso em: 15 mar. 2023.
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), estes tipos de cultura se constituem em fontes para impulsionar indivíduos criativos, visionários, especializados em mercado e tecnologias, cuja pertinência está na identificação de oportunidades. Dessa maneira, entende-se que grande parte das organizações possui diferentes níveis, normas e comportamento de todos os tipos de cultura informacional.

2. 3 Valores da cultura informacional

Compreende-se que ʺvalores e normas da informação enfatizam o compartilhamento e o uso proativo da informação, cujos valores promovem a colaboração, a cooperação e a vontade de tomar a iniciativa de contribuir e agir com base na informaçãoʺ. Há um foco na informação interna (Choo, 2013CHOO, C.W. Information culture and organizational effectiveness. International Journal of Information Management, [S.l.], v.33, n.5, p.775-779, out. 2013. Acesso em: 6 mai. 2022. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0268401213000819 Coletânea de legislação do ensino superior. Edição, Revista, Maputo, setembro. 2012. Disponível em: https://isetoneworld.ac.mz/imagens/phocadownload/Biblioteca/ ES/1.LEI_272009.pdf. Acesso em: 15 mar. 2023.
https://www.sciencedirect.com/science/ar...
, p.777).

Considerando que a IES é alicerçada nos princípios de investigação, formação, extensão, inovação e intercionalização institucional, abre-se precedente para que os valores da cultura informacional se tornem centrais. Nessa ordem de ideias, a CI se caracteriza por vínculos com temas e práticas sobre trabalho em equipe, inovação, qualidade, produtividade, comunicação e tomada de decisões, com transformação da informação em recurso estratégico, evoluindo para uma análise de fluxos de informações.

Percebe-se que o interesse em desenvolver a CI deve se originar na própria organização, incorporando-a como uma norma natural, caracterizada por ser coletiva e adotada como forma de agir, bem como estimulando a cultura do aprendizado através de mudanças. Consequentemente, a organização se desenvolve para uma fase em que a existência e o uso da informação são cruciais para as atividades rotineiras (Rasera, 2002RASERA, L. A. A cultura e a pré-disposição para um ambiente de aprendizagem organizacional: um estudo da Isabela S/A. Dissertação (Mestrado em Gestão Empresarial). FGV - Fundação Getúlio Vargas. Rio de Janeiro, 2002. Disponível em: https://bibliotecadigital.fgv.br/dspace;/handle/10438/4075. Acesso em: 20 jul 2022.
https://bibliotecadigital.fgv.br/dspace;...
). Nesse sentido, os valores emergem em diferentes situações, e são percebidas em rituais aos quais os indivíduos estão submetidos na execução do trabalho. Assim, “Valores são partes importantes de todas as culturas porque influenciam a maneira como pessoas escolhem e como sistemas sociais se desenvolvem e mudam” (Johnson, 1997JOHNSON, Allan G. Dicionário de sociologia: guia prático da linguagem sociológica. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997., p. 247).

Com esse cenário, a valorização da informação na produção de conhecimento tornase fundamental, inclusive como estímulo para práticas e formas de pensar que promovam o coletivo a manejar a informação de maneira mais produtiva. Tais práticas revelam os elementos da cultura, sendo os mencionados pela literatura: normas, políticas de liderança, aliança, estratégia de motivação com base no compartilhamento de informação relacionado aos valores promovidos pela organização e direcionados aos membros. As vantagens na adoção de um padrão de valores compartilhados destinados ao manejo e valorização da informação podem repercutir na descentralização na tomada de decisão, com maior envolvimento de funcionários, habilidade e comportamentos mais eficientes, melhor comunicação e atenção as necessidades dos membros da organização, aumento do trabalho em equipe, apoio a pessoas e resolução de problemas em equipe, visando ainda avaliar a importância da participação dos profissionais na transformação da atividade informativa, com base nas metas e objetivos da organização (Fernándes; Ponjuan, 2014). Assim, compreende-se que valores se conectam ao compartilhamento da informação, apresentando critérios de como conceber a informação.

Por sua vez, normas são padrões e regras aceitos e valorizados pelo grupo e que ditam regras sobre os comportamentos informacionais considerados normais para o referido contexto, colocam em prática as atividades cotidianas, bem como as sazonais e de baixa frequência. Nessa ordem de ideias, as normas também podem ser informais, com informações não documentadas sobre o cotidiano do grupo, a partir da definição de comportamentos esperados e pertinentes para a socialização na organização (Choo, 2008CHOO, C.W. Information culture and information use: an exploratory study of three organizations. Journal of the American society for information science and technology, [S.l.], v.59, n.5, p. 792-804, 2008. DOI: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/ abs/10.1002/asi.20797
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/ abs...
).

Choo (2008CHOO, C.W. Information culture and information use: an exploratory study of three organizations. Journal of the American society for information science and technology, [S.l.], v.59, n.5, p. 792-804, 2008. DOI: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/ abs/10.1002/asi.20797
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/ abs...
) inclui entre as normas presentes na cultura informacional, as descritivas, pois apresentam a descrição do que várias pessoas fazem na mesma situação e detalham quais comportamentos são esperados na execução do trabalho, cujos valores e normas resultam nas práticas de informação com padrões contínuos que interligam pessoas, informação e tecnologia no decurso do desempenho do trabalho.

Fernandez e Ponjuán Dante (2014FERNÁNDEZ, A. P.; PONJUÁN DANTE, G. La cultura informacional y su delimitación: el caso de los contextos acadêmicos. Ciencias de la Información, Havana (Cuba), v. 45, 2014. Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/214208. Acesso em: 18 jul. 2022.
http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapc...
) discutem sobre a materialização da CI necessitando da educação e da autoaprendizagem dos indivíduos no desenvolvimento da gestão da informação na organização. De acordo com Smith (2013SMITH, M.S. J. A cultura informacional como alicerce de gestão contábil nas pequenas e medias empresas. São Paulo. Tese (doutorado em Ciência da Informação) - Faculdade de Filosofia e Ciências- Universidade Estadual Paulista, 2013.), o sucesso da CI consiste no valor da gestão da informação através de normas e ações de promoção dos objetivos compartilhados nos valores e uso da informação mediante a consonância entre a cultura organizacional e a informacional. Woida (2008WOIDA, L. M. Cultura Informacional voltada a inteligência competitiva organizacional no sector de calçado de São Paulo. Dissertação de mestrado (Ciência da Informação) Universidade Estadual Paulista, Faculdade de filosofia e Ciências, 2008. Disponível em: https://x.gd/8F9QO. Acesso em: 20 jul. 2022.
https://x.gd/8F9QO...
) considera que ambas possuem funções distintas, em que a primeira preocupa-se em discutir questões mais amplas, sendo descrita como complexa, com valores mais abrangentes, e a segunda, prende-se nas especificidades da organização com foco no papel da informação e das TIC. Por conseguinte, os valores que competem à cultura informacional serão sempre específicos e centrados sobre a informação.

3 METODOLOGIA

A presente seção refere-se à metodologia adotada, elemento crucial para a realização do objetivo da pesquisa, cujo estudo caracteriza-se por ser uma pesquisa bibliográfica de nível exploratório, com abordagem de natureza qualitativa.

Realizou-se a pesquisa bibliográfica e documental, em que a bibliográfica foi realizada com objetivo de levantar conceitos, bem como identificar o marco temporal da cultura informacional e da informação como artefato, tipos de cultura informacional, valores da cultura informacional, cultura informacional voltada a IES.

Neste estudo são valorizados suportes distintos, entre os quais físicos, em bibliotecas digitais e em repositórios visando facilitar o registro, o acesso e o uso eficiente da informação no ambiente, em muitos casos, configurado como híbrido.

A pesquisa bibliográfica utilizou como referências teses e artigos científicos. Entendese por pesquisa bibliográfica a execução de um procedimento metodológico capaz de gerar, especificamente em temas pouco explorados, a postulação de hipóteses ou interpretações que servirão de partida para outras pesquisas (Lima; Mioto, 2007LIMA, C. S.; MIOTO, R. C. T. Procedimentos metodológicos na construção do conhecimento científico: a pesquisa bibliográfica. Rev. Katálysis, Florianópolis, v.10, n. especial, 2007. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1414-49802007000300004. Acesso em: 5 mai. 2022.
https://doi.org/10.1590/S1414-4980200700...
, p. 43).

Desta forma, a pesquisa bibliográfica ou de fontes secundárias, abrange toda

bibliografia disponibilizada publicamente sobre “o tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material cartográfico, até meios de comunicação orais: rádio, gravações em fita magnética e audiovisuais: filmes e televisão” (Gil, 2008GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: 2008.).

Para este estudo foram usadas diversas fontes de informação e tipos de documentos ou materiais, como artigos científicos, teses que abordam a temática. Foi realizada uma consulta à base de dados em ciência da informação (Brapci), tendo sido adotada a estratégia de levantamento combinando dois termos: "Cultura Informacional no Ensino Superior". Foram recuperados 59 artigos, os quais permitiram a identificação de ações desenvolvidas na IES para que promovam a prática da cultura informacional entre os membros, com destaque para docentes e estudantes.

Foi igualmente aplicada a pesquisa documental neste estudo a partir dos seguintes documentos: coletânea de legislação do ensino superior e plano estratégico do ensino superior de Moçambique, buscando conceitos, características e classificação das IES. Desse modo, a pesquisa documental foi aplicada mediante uso de documentos oficiais, administrativos, legislativos e decretos.

Compreende-se que, a pesquisa documental inclui como fonte de coleta de dados documentos escritos ou não e fontes primárias. Aproxima-se da pesquisa bibliográfica, mas a diferença reside “na natureza das fontes pois, a pesquisa documental se vale de materiais que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados”, podendo se referir ainda, as compilações do pesquisador, documentos de arquivos públicos ou privados, as publicações parlamentares, administrativas, jurídicas, oficiais, estatísticas como também, ilustrações como fotografias, gravações em fita magnética, gráficos mapas, filmes (Marconi; Lakatos, 2003, p.174).

Destacam-se os seguintes autores Visbal e González (2000VISBAL, S. A.; GONZÁLEZ, F. G. Cultura informacional, estratégias para el desarroll de la sociedad de la informacion y el conocimiento. Ciencias de la Información, Havana (Cuba), v. 31, n. 2, mar-jun, 2000. Disponível em: https://x.gd/mKPb7. Acesso em: 11 jun. 2022.
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), Woida (2017WOIDA, L. M. A cultura informacional na documentação na espanha. Ibersid: revista de sistemas de información y documentación. Zaragoza, v. 11, n. 1, p. 67-74, 2017. Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/167855. Acesso em: 17 fev. 2023.
http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapc...
), Dudziak (2010DUDZIAK, E. A. Competência informacional e midiática no ensino superior: desafios e propostas para o brasil. Prisma.com, Portugal, n. 13, p. 220-237, 2010. Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/74442. Acesso em: 16 fev. 2023.
http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapc...
), Fernández e Ponjuán Dante (2014FERNÁNDEZ, A. P.; PONJUÁN DANTE, G. La cultura informacional y su delimitación: el caso de los contextos acadêmicos. Ciencias de la Información, Havana (Cuba), v. 45, 2014. Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/214208. Acesso em: 18 jul. 2022.
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) na discussão da temática de forma direta e indireta, sendo por isso, usados como alicerce para a discussão proposta.

Para Gil (2008GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: 2008.), pesquisa exploratória é desenvolvida com o objetivo de proporcionar uma visão geral de determinado fenômeno e normalmente envolve levantamento bibliográfico e documental, entrevistas não padronizadas e estudos de caso. Deste modo, foi usado o levantamento bibliográfico que constituiu primeira fase de conhecimento do tema. Dessa maneira, a abordagem qualitativa permitiu analisar de modo específico a cultura informacional no ensino superior, destacando seus fatos e processos, sem a preocupação de medir os dados coletados, o que ocorre essencialmente na quantitativa em que existe análise dos dados nas pesquisas experimentais e nos levantamentos (Gil, 2008).

4 RESULTADOS

4.1 Cultura informacional voltada a instituição de ensino superior

Para Visbal e Gonzáles (2000VISBAL, S. A.; GONZÁLEZ, F. G. Cultura informacional, estratégias para el desarroll de la sociedad de la informacion y el conocimiento. Ciencias de la Información, Havana (Cuba), v. 31, n. 2, mar-jun, 2000. Disponível em: https://x.gd/mKPb7. Acesso em: 11 jun. 2022.
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), a IES tem função de grande importância em promover o desenvolvimento de competências a partir da transmissão de conhecimento. As TICs constituem-se em um marco para diferentes organizações, incluindo-se as atuantes na área acadêmica, na medida em que facilitam o acesso e o compartilhamento à informação, bem como promovem maior interação entre diferentes universidades.

as principais universidades dos países industrializados tem orientado sua abordagem para o desenvolvimento da cultura informacional […] o que facilitou o desenvolvimento no conjunto de habilidades e atitudes aos beneficiários desses programas (diretores universitários, professores, pesquisadores e alunos) com base em uma nova gestão da informação através do uso cada vez mais intensivo das TIC (Visbal; Gonzáles, 2000VISBAL, S. A.; GONZÁLEZ, F. G. Cultura informacional, estratégias para el desarroll de la sociedad de la informacion y el conocimiento. Ciencias de la Información, Havana (Cuba), v. 31, n. 2, mar-jun, 2000. Disponível em: https://x.gd/mKPb7. Acesso em: 11 jun. 2022.
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, p.49).

Mesmo assim, observa-se um déficit nos recursos de informação na denominada sociedade de informação, o que está em permanente correção nas últimas décadas. Embora, a cultura informacional e computacional não tenham a mesma designação, Woida (2017WOIDA, L. M. A cultura informacional na documentação na espanha. Ibersid: revista de sistemas de información y documentación. Zaragoza, v. 11, n. 1, p. 67-74, 2017. Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/167855. Acesso em: 17 fev. 2023.
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) alerta que:

Cultura informacional não é sinónimo de cultura computacional é preciso ter habilidades específicas para produzir e avaliar a qualidade da informação, expressa-se em competências como ser capaz de motivar outros membros da organização e estimular fluxos de informação e, por fim, a cultura informacional enfatiza o uso da informação por meio de padrões comportamentais que expressam competências informacionais (Woida, 2017WOIDA, L. M. A cultura informacional na documentação na espanha. Ibersid: revista de sistemas de información y documentación. Zaragoza, v. 11, n. 1, p. 67-74, 2017. Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/167855. Acesso em: 17 fev. 2023.
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, p.71).

Os efeitos dessa dinâmica que transformam a cultura informacional em padrões comportamentais também é notado quando grupos de natureza acadêmica, constituídos por membros que contém o mesmo objetivo, promovem junto à comunidade o compartilhamento e coesão de sentimentos e atitudes, notando-se tais efeitos na comunidade mais ao final da década 80. Ademais, é necessário considerar a existência de característica, formas e ferramentas para a descrição da CI (Fernández; Ponjuán Dante, 2014FERNÁNDEZ, A. P.; PONJUÁN DANTE, G. La cultura informacional y su delimitación: el caso de los contextos acadêmicos. Ciencias de la Información, Havana (Cuba), v. 45, 2014. Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/214208. Acesso em: 18 jul. 2022.
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).

Nesse contexto, o processo de disseminação da cultura de áudio visual em que há várias formas de comunicação e uso de texto, imagem e som, como no caso da cultura impressa, destacam-se os seguintes aspectos: capacidade visual da palavra, retificação e comercialização, que consistem no registro e disseminação rigorosa o que não se verificava outrora na oralidade. Esse fato teve início através do uso da escrita especificamente do conhecimento do alfabeto, por meio do qual foi possível a massificação dos conteúdos, que mais tarde seria intensificado pela tipografia e pela tecnologia na produção das publicações científicas e da cultura do livro. Percebe-se que na IES, tal como em outras organizações, os indivíduos se caracterizam por pertencerem a diversas etnias, grupos sociais, econômicos, faixas etárias, preferências e necessidades, isso por sua vez, influencia na execução de processos nas atividades diárias entre docentes, estudantes e outros membros (Dudziak, 2010DUDZIAK, E. A. Competência informacional e midiática no ensino superior: desafios e propostas para o brasil. Prisma.com, Portugal, n. 13, p. 220-237, 2010. Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/74442. Acesso em: 16 fev. 2023.
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).

Desse modo, Smith (2013SMITH, M.S. J. A cultura informacional como alicerce de gestão contábil nas pequenas e medias empresas. São Paulo. Tese (doutorado em Ciência da Informação) - Faculdade de Filosofia e Ciências- Universidade Estadual Paulista, 2013.), ao discutir sobre diferentes tipos de cultura na organização, destaca os fatores: demanda da política cultural, social, educacional, conjuntural e econômica, avanço tecnológico, pesquisas sobre cultura organizacional, valores voltados a informação, em que os membros da organização possuem atitudes variadas. Desse modo, as TIC’s passam a ser usadas para acessar mais fontes de informação, orientando atividades e processos de informação.

Nesta ordem de ideias, as IES devem possuir sistemas de colaboração capazes de criar hábitos básicos e avançados de literacia. Segundo a American Library Association (ALA) (1989), compreende a CI como condição necessária para que indivíduos possuam competência em informação, partindo do reconhecimento da necessidade informacional para localizar, avaliar, usar e produzir conhecimento através da sua apreensão de forma contínua na realização de atividades e na tomada de decisão.

A dinâmica para promover a CI inclui: a) aprendizagem online, que consiste na troca, manipulação, acesso, processamento, comunicação e conhecimentos com padrões de comportamento de uso eficaz da informação; b) uso de infotecnologias que incidem na perceção sobre os recursos, informação com qualidade, organização, distribuição de formas de comunicação que possibilitam a troca de conhecimento em bases de dados que gerem e realizem monitoria de buscas críticas, eficientes, com inclusão digital, capacitação contínua dos docentes e estudantes e da administração em ambientes acadêmicos mediante o uso do conhecimento e de estratégias de gestão (Fernández; Ponjuán Dante, 2014FERNÁNDEZ, A. P.; PONJUÁN DANTE, G. La cultura informacional y su delimitación: el caso de los contextos acadêmicos. Ciencias de la Información, Havana (Cuba), v. 45, 2014. Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/214208. Acesso em: 18 jul. 2022.
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). As TICs se destacam nesse ambiente acadêmico e na promoção de uma cultura informacional, o que pode ser percebido na literatura, como em Dudziak (2010DUDZIAK, E. A. Competência informacional e midiática no ensino superior: desafios e propostas para o brasil. Prisma.com, Portugal, n. 13, p. 220-237, 2010. Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/74442. Acesso em: 16 fev. 2023.
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, p. 222) que as considera facilitadoras da "promoção de atividades educacionais multimidiáticas com base na capacitação de estudantes e professores no uso de TIC para estimular a produtividade de informações". Segundo Visbal e Gonzales (2000VISBAL, S. A.; GONZÁLEZ, F. G. Cultura informacional, estratégias para el desarroll de la sociedad de la informacion y el conocimiento. Ciencias de la Información, Havana (Cuba), v. 31, n. 2, mar-jun, 2000. Disponível em: https://x.gd/mKPb7. Acesso em: 11 jun. 2022.
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), as IES devem auxiliar no ensino, na pesquisa e na extensão. No entanto, há limitações relacionadas a ausência de interesses comuns: ambiente cultural interno (sobre ambiente virtual e físico); interação com ambiente cultural externo em relação aos setores econômicos, políticos e sociais, incluindo outras comunidades; apresentam determinados níveis de literacia informacional compartilhando a sua própria cultura informacional e organizacional, bem como na informação, competências, crenças, e costumes associados à sua gestão flexível que influenciam no processo de liderança, participação, motivações, criatividade informacional e tomada de decisão. Compreende-se que, materiais eletrônicos e analógicos tais como, bibliotecas digitais e repositórios convivem no mesmo ambiente e oferecem serviços de informação com eficiência.

De acordo Fernandez e Ponjuán Dante (2014FERNÁNDEZ, A. P.; PONJUÁN DANTE, G. La cultura informacional y su delimitación: el caso de los contextos acadêmicos. Ciencias de la Información, Havana (Cuba), v. 45, 2014. Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/214208. Acesso em: 18 jul. 2022.
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), existem características e espaços para a CI voltada as IES, tratando-se em muitos casos da formação de ambiente híbrido que estimula o desenvolvimento dessa cultura: i) apresentar à instituição a missão, a visão, os objetivos, as ações estratégicas, tomando em consideração a sua função na sociedade, na atualidade e para o futuro, através de planos estratégicos de ação, refletidos no organograma e nos fluxos informacionais; ii) indicação da presença de costumes, crenças, experiências, competências informacionais praticadas na organização.

Para Visbal e Gonzales (2000VISBAL, S. A.; GONZÁLEZ, F. G. Cultura informacional, estratégias para el desarroll de la sociedad de la informacion y el conocimiento. Ciencias de la Información, Havana (Cuba), v. 31, n. 2, mar-jun, 2000. Disponível em: https://x.gd/mKPb7. Acesso em: 11 jun. 2022.
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, p. 52), ‘’há relação direta entre anos de escolaridade e desempenho informacional, quanto maior a educação, melhor será a CI, verificando-se diferentes níveis em relação ao desempenho informacional do cidadão com menor escolaridade’’. Percebe-se que quanto menos a cultura informacional, menor será a probabilidade de desempenho, adaptação, aprendizado e resposta aos desafios do contexto da organização em estratégias que favorecem a competitividade e a produtividade.

Desse modo, Visbal e Gonzales (2000VISBAL, S. A.; GONZÁLEZ, F. G. Cultura informacional, estratégias para el desarroll de la sociedad de la informacion y el conocimiento. Ciencias de la Información, Havana (Cuba), v. 31, n. 2, mar-jun, 2000. Disponível em: https://x.gd/mKPb7. Acesso em: 11 jun. 2022.
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) entendem que espaços acadêmicos são locais que estimulam e fomentam condições para a realização da cultura informacional com relação a: a) forte sentimento para adquirir novos conhecimentos; b) aprendizagem informacional aos estudantes, e contínua a docentes; c) distribuição hierárquica, níveis de autoridade e acesso a informação; e d) busca de conhecimento científico.

De acordo com a ALA3 3 AMERICAN LABRARY ASSOCIATION (ALA), 1989. (1989 apud Cervero; Marques; Paixão, 2014CERVERO, A.C; MARQUES, M; PAIXAO, P.B. Alfabetização que necessitamos: informação e comunicação para a cidadania. Inf. & Soc.: Est., João Pessoa, v.24, n. 2, p. 3548, maio/ago. 2014. Acesso em: 16 mar. 2023. Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/91881. Acesso em: 17 mar. 2023.
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) as IES devem integrar a alfabetização aos seus programas, de forma a habilitar indivíduos a possuir competência em literacia informacional. Assim, a alfabetização refere-se essencialmente a escrita e leitura, abarcando distintas formas de linguagem compostas por competências em áudio visuais, digitais ou computacionais, multimídias, redes, culturais, bibliotecárias e informativo-informacionais ampliando novas habilidades de escrita e leitura, permitindo maior inclusão social do indivíduo.

Departamentos de universidades naturalmente seguem regras de relacionamento, com foco no ambiente interno e cumprimento de normas, regulamentos e políticas (Fernandez; Ponjuán Dante, 2014FERNÁNDEZ, A. P.; PONJUÁN DANTE, G. La cultura informacional y su delimitación: el caso de los contextos acadêmicos. Ciencias de la Información, Havana (Cuba), v. 45, 2014. Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/214208. Acesso em: 18 jul. 2022.
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). Desse modo, valores e comportamentos voltados as informações estão diretamente relacionados à perceção, criação, e uso da informação sustentando a ideia de que estabelecem mecanismos de interação entre as pessoas e o ambiente físico e virtual (Choo, 2008CHOO, C.W. Information culture and information use: an exploratory study of three organizations. Journal of the American society for information science and technology, [S.l.], v.59, n.5, p. 792-804, 2008. DOI: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/ abs/10.1002/asi.20797
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).

Ademais, as mudanças na cultura de leitura configuradas pelo contexto tecnológico e social e que são resultantes da evolução das TICs, interferem no comportamento e na alfabetização informacional individual, e nas competências indispensáveis para a vida (Kisilowska, 2015KISILOWSKA, M. S. Information culture as a new perspective for information science. Agos., 2015. https://x.gd/Yg7G7. Acesso em: 19 jun. 2022.
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).

Desse forma, a CI voltada a IES é indissociável da flexibilidade cuja mudança ocorre das necessidades que se impõem à organização. Segundo Dudziak (2010DUDZIAK, E. A. Competência informacional e midiática no ensino superior: desafios e propostas para o brasil. Prisma.com, Portugal, n. 13, p. 220-237, 2010. Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/74442. Acesso em: 16 fev. 2023.
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, p. 228), a aplicação de políticas da organização e nacionais para o alcance da CI, deve ser disseminada na IES como estímulo ao desenvolvimento das competências informacionais, alicerçada em valores e práticas centradas no desenvolvimento de habilidades nos estudantes quanto ao uso de TICs e também com foco na aprendizagem.

Portanto, a aplicação da cultura informacional na IES ocorre com o desenvolvimento de ações praticadas pelos membros da organização, no caso, docentes, estudantes investigadores e outros grupos sociais que fazem uso da gestão da informação com base na TIC. Indivíduos são pertencentes a diversos grupos e se vinculam a diferentes subculturas, os quais recorrem a atitudes e comportamentos que interferem nos processos diários nas IES. Além disso, a TIC é importante na orientação de atividades e em procedimentos.

Entende-se que com várias manifestações da valorização da informação, materializados em suporte físico, em bibliotecas digitais e em repositórios destinados a facilitar o registro, o acesso e o uso eficiente da informação, proliferam-se demonstrações dos valores voltados a cultura informacional na IES, os quais são caracterizados por emergirem em ambientes híbridos auxiliados por planos de ação, costumes, competências e práticas da organização.

Ademais, os valores oferecem condições para consolidar a CI, bem como criam ou reiteram a necessidade de novos conhecimentos, a aprendizagem de estudantes e a aprendizagem contínua de docentes. Junto a isso, a CI integra os determinantes da distribuição hierárquica e de autoridade de acesso à informação e enfatiza a busca de conhecimento científico que contribui para a interação entre indivíduos em ambientes físicos e virtuais.

Assim, a literatura apresentada na seção 4 mostra como fundamental a inclusão de políticas, regulamentos e normas de uso da informação.

5 CONCLUSÃO

A cultura informacional tem enfoque na gestão, na comunicação e na organização, com ênfase no uso estratégico da informação. Faz-se necessário o compartilhamento da informação via normas e políticas da IES, estimulando formas aceitáveis e esperadas de comportamento, com foco para investigação, formação, extensão, inovação e intercionalização institucional da IES. Em resposta ao problema de pesquisa lançado na seção de introdução deste artigo, que foi: ‘Quais são os valores voltados à cultura informacional para Instituições de Ensino Superior?’. Considera-se o ambiente complexo, com interações entre o interno e o externo da IES, bem como para as atividades diárias dos indivíduos, além do que, se fundamenta em normas, valores e comportamento informacional compartilhados e aceitos na organização, bem como que sejam fundados em novos conhecimentos, aprendizagem contínua de docentes e discentes quando se trata de produzir conhecimento científico, e também dos funcionários, quando se trata de produzir conhecimento administrativo aplicado as IES. Os valores também incluem elementos sobre o que é importante em termos de distribuição hierárquica, de acesso, busca e produção de conhecimento científico ou administrativo.

Inclui-se como parte da rotina de uma IES o desenvolvimento de uma cultura informacional, a adoção e consulta a fontes de informação fidedignas, a construção e aplicação de políticas e regulamentos pelos docentes, estudantes e demais membros da IES.

Considera-se igualmente relevante a existência de um ambiente favorável e sólido para o estímulo contínuo da CI. Não obstante, deve-se valorizar cada vez mais a informação, pois, promover discussões, debates e construção de conhecimento que constituirá um processo cada vez mais vinculado as capacitações periódicas, inserção de rituais e práticas direcionadas a concretizar os valores da CI e, sem esquecer da formação em métodos de ensino e aprendizagem, no uso de ferramentas tecnológicas, como forma de responder as necessidades informacionais com mais habilidade e competência no exercício das atividades quotidianas, estimulando e motivando tanto docentes como estudantes a aderirem e propagarem essa cultura.

As limitações da pesquisa estão na quantidade de teóricos apresentados no quadro teórico. Além do que, os documentos de referência as IES foram inseridos no quadro teórico, mas não fizeram parte da seção de discussão, o que poderia ter enriquecido algumas das observações e inferências. Ademais, sugere-se que a pesquisa avance para avaliar por meio de um estudo de caso os valores e crenças que percebem seus atores em IES de Moçambique, além de destacar as diferenças cruciais em termos sociológicos desses elementos na prática comparados ao que sustenta a literatura. Por fim, estes são resultados parciais no desenvolvimento de uma tese.

Reconhecimentos

Não aplicável.

REFERÊNCIAS

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  • CERVERO, A.C; MARQUES, M; PAIXAO, P.B. Alfabetização que necessitamos: informação e comunicação para a cidadania. Inf. & Soc.: Est., João Pessoa, v.24, n. 2, p. 3548, maio/ago. 2014. Acesso em: 16 mar. 2023. Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/91881 Acesso em: 17 mar. 2023.
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  • CHOO, C.W. Information culture and information use: an exploratory study of three organizations. Journal of the American society for information science and technology, [S.l.], v.59, n.5, p. 792-804, 2008. DOI: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/ abs/10.1002/asi.20797
    » https://onlinelibrary.wiley.com/doi/ abs/10.1002/asi.20797
  • CHOO, C.W. Information culture and organizational effectiveness. International Journal of Information Management, [S.l.], v.33, n.5, p.775-779, out. 2013. Acesso em: 6 mai. 2022. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0268401213000819 Coletânea de legislação do ensino superior. Edição, Revista, Maputo, setembro. 2012. Disponível em: https://isetoneworld.ac.mz/imagens/phocadownload/Biblioteca/ ES/1.LEI_272009.pdf Acesso em: 15 mar. 2023.
    » https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0268401213000819 » https://isetoneworld.ac.mz/imagens/phocadownload/Biblioteca/ ES/1.LEI_272009.pdf
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  • Financiamento:

    Não aplicável.
  • Aprovação ética:

    Não aplicável.
  • 1
    Ginman. Cultura da informação e desempenho empresarial, 1988. p. 93-106.
  • 2
    MARCHAND, D.A., KETTINGER, W. J; ROLLINS, J. D. Information orientation: The link to busness performace. 2001.
  • 3
    AMERICAN LABRARY ASSOCIATION (ALA), 1989.
  • Disponibilidade de dados e material:

    Não aplicável.
  • JITA:

    FK. Information culture.
  • ODS:

    4. Educação de Qualidade

Editado por

Editor:

Gildenir Carolino Santos

Disponibilidade de dados

Não aplicável.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    17 Jun 2024
  • Data do Fascículo
    2024

Histórico

  • Recebido
    17 Jun 2023
  • Aceito
    29 Fev 2024
  • Publicado
    08 Mar 2024
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