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O bibliotecário sábio!

MELOT, Michel. A sabedoria do bibliotecário. Trad. Geraldo Gerson de Souza. Cotia, SP: Ateliê Editorial, São Paulo: Edições SESC SP, 2019. 147 p. 97885-7480-829-1. (Coleção Bibliofilia; v.3)

O autor nasceu em 1943, na cidade de Bloais, na França. Bibliotecário aposentado, dirigiu o Departamento de Estampas da Biblioteca Nacional da França e a Biblioteca Pública de Informação do Centro Georges Pompidou. Entre 1997 e 2003, presidiu o Conselho Superior das Bibliotecas Francesas. Atualmente, dedica-se à história da escrita.

Neste livro, o autor presta uma homenagem ao bibliotecário. A importância desse profissional se revela em diversas situações: ao auxiliar o leitor perdido em uma infosfera atordoante; no embate entre comunicação e preservação, considerando que a saciedade do leitor coloca em risco a própria integridade do objeto lido ou consumido; na condição de sujeito anônimo, destinado a servir sem ser visto e a acolher sem ser notado. Tudo isso porque o bibliotecário está imerso em um mundo muito particular, em um lugar indispensável, onde o saber decanta”. (DEAECTO; MARTINS FILHO, 2020DEAECTO, M. M.; MARTINS FILHO, P. Quarta capa - apresentação. In: MELOT, Michel. A sabedoria do bibliotecário. Trad. Geraldo Gerson de Souza. Cotia, SP: Ateliê Editorial; São Paulo: Edições SESC SP, 2020. 147 p. ISBN 978-85-7480-829-1. (Coleção Bibliofilia; v.3).).

A obra está dividida em sete (07) capítulos, distribuída a saber em:

  1. Como um Marinheiro no oceano;

  2. A feliz incompletude;

  3. A dobra prodigiosa;

  4. O lugar dos Liames;

  5. Latitudes;

  6. Planetoteca;

  7. VII. Encontrou o que procurava?

No capítulo I, intitulado "Como um Marinheiro no Oceano...", o autor fala que: "A figura do sábio doido opõe-se a do bibliotecário sábio. Por que seria sábio o bibliotecário? Por saber que jamais será sábio, pois, ao abrir um livro, todos os demais permanecerão fechados e ele, bibliotecário, sabe que jamais conseguirá abrir todos os livros. O bibliotecário ama os livros como o marinheiro ama o mar." (MERLOT, 2020)

Na sequência, no capítulo II sobre "A Feliz Incompletude”, é apontado a sobrevivência da figura do bibliotecário, e sua imagem para fortalecer o status das bibliotecas, onde imaginariamente algumas pessoas, segundo o autor, predestinaram a morte do bibliotecário, enfatizando que ele, será sufocado sob uma “avalanche de papéis impressos, produzidos por edições do mundo todo.” Mas, sabemos que isso não é verdade, pois a realidade da sobrevivência do bibliotecário é outra. Persistirão por muito tempo ainda. Neste capitulo é comentado a relação da biblioteca com o leitor, e sua função de ambiente de pertinência.

No capítulo III destacado sobre "A Dobra Prodigiosa", diz à respeito da sobrevivência do livro, e seu significado para as pessoas e principalmente para os bibliotecários e as bibliotecas, É trazido um trecho inicial falando sobre o desaparecimento do livro, mas isso o bibliotecário sabe que nunca irá acontecer.

"O Lugar dos Liames" configurado como o capítulo IV, comenta sobre as coleções de bibliotecas, praticamente sobre os acervos das bibliotecas no mundo, mostrando o vínculo destas coleções e acervos, com o bibliotecário.

No capítulo V - "Latitudes", o autor comenta que na realidade “têm as bibliotecas uma história e uma geografia”. Ele afirma que há uma “geopolítica” das bibliotecas, e que isso influencio tanto no mundo oriental quanto no ocidental, promovendo diferentes tipos de bibliotecas. Além disso enfoca os serviços desenvolvidos por estas bibliotecas.

Já no capítulo VI sobre a "Planetoteca", Melot faz uma analogia da biblioteca com outros objetos, e até outras formas bárbaras dessa analogia em pontos comerciais. Faz também uma breve analogia com outras áreas do conhecimento, e por fim, diz que a: “a biblioteca é um microcosmo: ela modela o mundo. Essa função é, digamo-lo, amplamente mágica, pois nada leva a crer que tudo quanto conservamos permanecerá útil. O mundo todo está encerrando nela, sob a forma mais compacta possível.” O autor finaliza comentando que “é assim que nosso mundo se tornou uma vasta ‘planetoteca’.” (MERLOT, 2020).

No capítulo VII - "Encontrou o que Procurava?", o último da obra, Merlot novamente para finalizar, interpreta com esse título na sua leitura, a relação intrínseca entre o bibliotecário, a biblioteca e o leitor. Merlot destaca ainda, nome de outros autores e bibliotecários que conheceu, e referenciando estes bibliotecários e autores conhecidos, que: “não se farão mais concentrações, em seus túmulos, mas milhares de leitores frequentarão suas bibliotecas. Não tivessem sido discretos, talvez não teriam sido tão bons bibliotecários. É por isso que se chama o bibliotecário de sábio.” (MERLOT, 2020).

O livro exalta o fazer do bibliotecário, aponta a missão do bibliotecário e o que ele é como profissional. É mostrado o quanto a censura é uma variante do bibliotecário quanto ao uso da biblioteca, e o que ele representa para a sociedade. O autor contemplou todo o percurso de uma biblioteca e o fazer do bibliotecário, ainda sem deixar de falar do leitor, peça importante para a existência da biblioteca.

Aqui deixo as minhas observações que fiz sobre a obra, e talvez outros leitores possam apresentar uma nova interpretação sobre a revisão dos capítulos que comentei, sob outro ponto de vista.

O livro é feito num material que lembra que está colado numa capa dura, em uma capa dura que permeia a proteger o seu conteúdo.

Geraldo Gerson de Souza contribui para que a tradução fosse uma leitura fiel e delicada à obra. Plínio Martins Filho e Marisa Midori Deaecto, editores que dirigiram a coleção, nos presenteia com esta tradução magnífica sobre o saber do bibliotecário.

A obra é dirigida para bibliotecários, estudantes de biblioteconomia e interessados nesta área que envolve outros profissionais.

REFERÊNCIA

  • DEAECTO, M. M.; MARTINS FILHO, P. Quarta capa - apresentação. In: MELOT, Michel. A sabedoria do bibliotecário. Trad. Geraldo Gerson de Souza. Cotia, SP: Ateliê Editorial; São Paulo: Edições SESC SP, 2020. 147 p. ISBN 978-85-7480-829-1. (Coleção Bibliofilia; v.3).
  • MELOT, Michel. A sabedoria do bibliotecário. Trad. Geraldo Gerson de Souza. Cotia, SP: Ateliê Editorial; São Paulo: Edições SESC SP, 2020. 147 p. ISBN 978-85-7480-829-1. (Coleção Bibliofilia; v.3).
  • Veja também ao vídeo sobre a obra com os editores da Coleção Bibliofilia https://www.youtube.com/watch?reload=9&v=5UwAsLwjrWE&feature=emb_logo
    » https://www.youtube.com/watch?reload=9&v=5UwAsLwjrWE&feature=emb_logo

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    18 Set 2023
  • Data do Fascículo
    2020

Histórico

  • Recebido
    01 Nov 2020
  • Aceito
    26 Nov 2020
  • Publicado
    26 Nov 2020
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