Acessibilidade / Reportar erro

Mediação da Informação Digital: análise no contexto da Biblioteca Nacional do Brasil

RESUMO

Introdução:

O avanço tecnológico e a revolução da informação digital contribuíram para a produção de documentos e informações digitais. Neste sentido, as bibliotecas atuam como instituições que auxiliam na interação e na mediação da informação, suprindo as necessidades informacionais do usuário e contribuindo para o acesso, uso e disseminação da informação. Neste cenário, indaga-se: como é estabelecida a mediação da informação digital na Biblioteca Nacional Digital do Brasil?

Objetivo:

Compreender como é estabelecida a mediação da informação digital na Biblioteca Nacional Digital do Brasil.

Metodologia:

Trata-se de uma abordagem qualitativa, onde o percurso metodológico será desenvolvido através de uma revisão bibliográfica em artigos, livros, bases de dados de comunicação científica, recuperando os conceitos de Bibliotecas Nacionais Digitais e Mediação da Informação Digital. Além disso, uma análise ao site da Biblioteca Nacional Digital a fim de identificar os elementos referente a mediação da informação.

Resultados:

Observou-se que a Biblioteca Nacional Digital utiliza para mediação da informação digital o catálogo online, metadados descritores em formato Dublin Core, catalogação em Marc21 e os canais nas redes sociais, tais como: Youtube, Instagram, Facebook, que informam os usuários e tiram dúvidas.

Conclusão:

As Bibliotecas Nacionais disponibilizam bibliotecas digitais que se tornam espaços de interação social, disseminando as informações nos ambientes virtuais. Essas informações podem ser acessadas através de suportes e ferramentas midiatizadas. Todas essas ações facilitam a disseminação e a recuperação da informação

PALAVRAS-CHAVE:
Biblioteca Nacional; Mediação da informação; Mediação digital; Biblioteca Nacional Digital

ABSTRACT

Introduction:

Technological advancement and the digital information revolution have contributed to the production of digital documents and information. In this sense, libraries act as institutions that assist in the interaction and mediation of information, meeting the user's informational needs and contributing to the access, use and dissemination of information. In this scenario, the question arises: how is the mediation of digital information established in the National Digital Library of Brazil?

Objective:

The general objective of this study is to understand how the mediation of digital information is established in the National Digital Library of Brazil.

Methodology:

This is a qualitative approach, where the methodological path will be developed through a bibliographical review of articles, books, scientific communication databases, recovering the concepts of Digital National Libraries and Mediation of Digital Information.

Results:

Furthermore, an analysis of the National Digital Library website in order to identify the elements relating to information mediation. The results showed that the National Digital Library uses the online catalog to mediate digital information, metadata descriptors in Dublin Core format, cataloging in Marc21 and channels on social networks, such as: Youtube, Instagram, Facebook, which inform users and take doubts.

Conclusion:

National Libraries provide digital libraries that become spaces for social interaction, disseminating information in virtual environments. This information can be accessed through mediatized supports and tools. All of these actions facilitate the dissemination and retrieval of information.

KEYWORDS:
National Library; Information mediation; Digital mediation; National Digital Library

1 INTRODUÇÃO

A revolução digital tem transformado profundamente a maneira como a informação é produzida, disseminada e acessada em todo o mundo. Bibliotecas, como instituições fundamentais na promoção do conhecimento, não estão imunes a essas mudanças. Na contemporaneidade, o contexto informacional digital vem ganhando relevância em Bibliotecas Nacionais através da implementação de novos segmentos tecnológicos, como a criação de bibliotecas e coleções digitais. Esses novos formatos trouxeram modificações e desenvolvimento em suportes informacionais, mas também destacam alterações nas formas de mediação e apropriação das informações pelos usuários.

As bibliotecas são consideradas instituições de salvaguarda do conhecimento humano, oferecendo acesso a uma vasta gama de recursos que auxiliam na pesquisa, aprendizado e enriquecimento cultural. No entanto, com a evolução da tecnologia, o acesso à informação expandiu-se para o ambiente virtual, o que trouxe consigo uma série de desafios e oportunidades. A mediação da informação digital tornou-se um aspecto crucial nas atividades das bibliotecas nacionais, garantindo que o público tenha acesso a recursos relevantes e confiáveis.

Deve-se destacar que a mediação da informação é uma prática comum em bibliotecas pois ampliam o acesso à informação pela sociedade. Em bibliotecas nacionais essa prática se intensifica, pois essas instituições são responsáveis pela guarda de todo o patrimônio bibliográfico produzido em território nacional. Desta maneira, contribuem para a representação identitária de uma comunidade ou civilização. Neste sentido, Farias e Cerveira (2019FARIAS, D. D. S.; CERVEIRA, E. Mediação da informação através de plataformas digitais: prática nas bibliotecas, arquivos e museus da área metropolitana do porto. Páginas A&B, Arquivos e Bibliotecas, Porto, n. esp., p. 15-26, 2019. Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/121694. Acesso em: 04 abr. 2023.
http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapc...
) afirmam que as bibliotecas “são responsáveis por assegurar uma interação com a comunidade, de forma a propiciar o acesso e o uso à informação que geram e disponibilizam” (Farias e Cerveira, 2019, p.16).

A mediação da informação digital envolve uma combinação de métodos e tecnologias para facilitar o acesso, a busca e a compreensão da informação. O uso de sistemas de gestão de bibliotecas, bases de dados digitais, catálogos online e ferramentas de busca avançada desempenham um papel fundamental nesse processo. Além disso, a criação de portais de acesso, aplicativos móveis e interfaces amigáveis contribui para uma experiência mais eficaz para os usuários.

Em Bibliotecas Nacionais Digitais, as informações disponibilizadas pelas coleções em ambiente virtual partiram, originalmente, de conteúdos analógicos e ganharam destaque e espaço em ambientes virtuais. Dessa forma, essas informações alcançam uma quantidade mais significativa de usuários que acessam esses acervos de forma online de qualquer local, basta ter um computador com acesso a internet. Portanto, esses espaços virtuais atuam como mediadores entre a informação e o usuário.

Neste sentido, a atividade de criação de coleções digitais reúne e organiza documentos que apresentam similaridade temática ou de conteúdo armazenando-as em um ambiente virtual que são desenvolvidas por CMSs1 1 Content Management System, é um software que facilita a criação, edição, colaboração, publicação e armazenamento do conteúdo do seu site ou portal web, Destaca-se, como exemplo, o WordPress. . Além disso, outras ações são necessárias para manter a integridade e o acesso dessas informações, são elas: a arquitetura da informação, metadados e a preservação digital.

Neste sentido, este artigo busca responder como é estabelecida a mediação da informação digital na Biblioteca Nacional do Brasil? Tendo-se em vista mediar a informação para o seu acesso e a sua compreensão para o usuário.

O presente trabalho apresenta uma abordagem qualitativa, onde o percurso metodológico se fez com a apresentação de reflexões teóricas, no contexto da Ciência da Informação sobre a mediação digital, estabelecendo uma análise da Biblioteca Nacional Digital do Brasil em interface com os elementos que podem ser considerados auxiliares dessa mediação. Neste percurso foram identificados os componentes característicos da preservação digital que auxiliam e consolidam o papel mediador cidadão dessas coleções.

2 BIBLIOTECA NACIONAL DIGITAL

O surgimento da internet, na década de 60 e de publicações digitais e digitalizadas, na década de 90, facilitaram o acesso e a recuperação da informação. Essa mudança trouxe um impacto significativo nas Bibliotecas. Desta forma, destaca-se o termo “Biblioteca Híbrida” que remete a estrutura e informações em ambientes físicos e digitais. Neste cenário, as bibliotecas digitais passam a tornar-se parte importante da infraestrutura das bibliotecas.

Pode-se sugerir que o objetivo das Bibliotecas Nacionais na era digital é reunir e preservar o patrimônio bibliográfico nacional, produzido de forma física ou digital. Existem diversos desafios que o patrimônio digital coloca sobre as bibliotecas nacionais, na perspectiva de Campos (2005CAMPOS, F. M. A biblioteca nacional e a memória digital do patrimônio bibliográfico portugues: a experiência da biblioteca nacional digital. Cadernos BAD, Lisboa, n. 2, 2005. Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/82364. Acesso em: 23 jan. 2023.
http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapc...
) as bibliotecas nacionais enfrentam as seguintes questões sobre a era digital.

Selecionar (ou não) os recursos digitais, com ou sem formato físico, de modo a garantir uma coleção nacional também de recursos digitais. Descrever e processar bibliograficamente os recursos digitais, criando os metadados necessários para a descrição e recuperação de informações. Preservar as coleções de recursos digitais e digitalizados. Garantir o acesso às colecções digitais e não digitais, gerindo e controlando as condições de acessibilidade, nomeadamente no que respeita aos direitos de autor. (Campos, 2005CAMPOS, F. M. A biblioteca nacional e a memória digital do patrimônio bibliográfico portugues: a experiência da biblioteca nacional digital. Cadernos BAD, Lisboa, n. 2, 2005. Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/82364. Acesso em: 23 jan. 2023.
http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapc...
, p. 21-22).

Desse modo, existe uma preocupação das Bibliotecas Nacionais a respeito da organização e preservação dos documentos digitais produzidos a partir da tendência de criação de coleções digitais. Para solucionar parte dessas questões foram implementadas Bibliotecas Nacionais Digitais, um exemplo é a BNDigital criada em 2002 pela Fundação Biblioteca Nacional.

A Biblioteca Nacional Digital (BND) foi lançada, oficialmente, em Fevereiro de 2002 como um projeto de dimensão aberta visando «estruturar um conjunto de instrumentos e de operações facultadas pelas chamadas tecnologias da informação e da comunicação» e contemplando, em primeira instância, «conteúdos previsível e usualmente procurados pela comunidade dos leitores de uma biblioteca nacional. Tais conteúdos responderão, assim, a expectativas de acesso, privilegiando-se, sobretudo, as chamadas fontes documentais (Biblioteca Nacional, 2002 p. 12-13)

Para a criação de coleções e acervos digitais faz-se necessário serviços de seleção, pesquisa e criação de metadados. Na seleção são escolhidos assuntos e informações através de sua relevância temática e de autoria (com o objetivo de contribuir para a construção da memória social e coletiva) com profissionais qualificados e especializados para execução da tarefa.

A preservação digital é uma temática imprescindível sobre as coleções em Bibliotecas Nacionais Digitais. Elas orientam e padronizam os documentos digitais, ou digitalizados em um sistema que garante a recuperação de informações para reuso. Dessa forma, a política nacional e internacional de preservação digital deve coordenar a gestão do patrimônio bibliográfico digital.

Além disso, a arquitetura da preservação digital é uma estratégia que distingue coleções digitais e interfaces de acesso. O acervo digital é o locus da administração da preservação digital e a biblioteca digital é a sua interface de acesso. Observando-se a organização e estruturação de uma Biblioteca Digital é importante considerar diversos fatores, são eles: coleções digitais, arquitetura da informação, software, entre outros. A flexibilidade é um dos pontos mais oportunos para o sucesso dessa implementação, como assinala Cunha (2009CUNHA, M. B. Bibliografia sobre o fluxo do documento na biblioteca digital. DataGramaZero, Rio de Janeiro, v. 10, n. 5, 2009. Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/6959. Acesso em: 30 jan. 2023.
http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapc...
).

A flexibilidade na organização da informação é um dos principais pontos no projeto de uma biblioteca digital. Nessa organização é que entra a arquitetura da informação para representar a riqueza e variedade dos conteúdos informacionais, geralmente feita sob a forma de blocos que comporão o sistema. Do ponto de vista computacional, essa biblioteca é construída com componentes simples, denominados objetos digitais - uma das maneiras para estruturar a informação sob a forma digital. Essa estruturação não é trivial, pois um simples documento pode ser composto de várias partes que possuem uma complexa estrutura interna e relacionamentos com outros documentos. (Cunha, 2009CUNHA, M. B. Bibliografia sobre o fluxo do documento na biblioteca digital. DataGramaZero, Rio de Janeiro, v. 10, n. 5, 2009. Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/6959. Acesso em: 30 jan. 2023.
http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapc...
, p. 2).

Em suportes físicos de uma biblioteca digital a informação pode ser organizada e estruturada em diversas categorias, por exemplo: texto com marcação em Standard Generalized Markup Language (SGML), objetos na web, programas de computador, figuras ou programas digitalizados de música. Sendo assim, esses formatos são normas que categorizam a informação como um conjunto de objetos digitais. Neste sentido, Cunha (2009CUNHA, M. B. Bibliografia sobre o fluxo do documento na biblioteca digital. DataGramaZero, Rio de Janeiro, v. 10, n. 5, 2009. Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/6959. Acesso em: 30 jan. 2023.
http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapc...
) assinala que “o projeto e a arquitetura da biblioteca digital são elementos essenciais para o futuro sucesso dessa empreitada, permitindo uma interação descomplicada e ágil entre o usuário e a informação” (Cunha, 2009, p.2).

As bibliotecas digitais demandam estabelecimento de normas, padrões, formatos e protocolos que possam facilitar o crescimento das redes no futuro. Destacando-se sua importância, pois “embasam as regras pelas quais os objetos digitais serão descritos e preservados, onde os seus conteúdos serão armazenados e recuperados mostrando como os seus sistemas se intercomunicam” (Cunha, 2009CUNHA, M. B. Bibliografia sobre o fluxo do documento na biblioteca digital. DataGramaZero, Rio de Janeiro, v. 10, n. 5, 2009. Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/6959. Acesso em: 30 jan. 2023.
http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapc...
, p.2). Sendo assim, essas ações facilitam a interoperabilidade entre bibliotecas.

No desenvolvimento de coleções digitais são necessários processos de seleção e aquisição, enriquecendo o acervo informacional. Este acervo fica disponibilizado para o acesso em computadores e, também, em rede que podem ser acessados livremente ou por meio de senhas ou outras autenticações. Neste sentido, salienta-se que as bibliotecas possuem licenças de uso e permissão de acesso. Destaca-se, também, a variedade de materiais e documentos que podem ser originalmente digitais, periódicos eletrônicos.

Dessa maneira, as tecnologias podem auxiliar na preservação e organização de informações facilitando o acesso ao patrimônio documental e a memória no conteúdo dos objetos digitais. Além disso, tem que considerar a mediatização do documento digital como uma importante ferramenta, pois é através dela que se garante o acesso, uso e reuso da informação em ambientes virtuais.

3 MEDIAÇÃO E MEDIAÇÃO DA INFORMAÇÃO

O termo mediação vem do latim mediatione que designa a ação humana de dividir em duas partes algum elemento ou separá-lo ao meio. Desse modo, afunilando em uma abordagem cronológica Raymond Williams (1985WILLIAMS, Raymond. Keywords: a vocabulary of culture and society. New York: Oxford University Press, 1985. p. 204-207.) indica que este conceito é dotado de relativa complexidade e que se tornará mais abrangente na medida em que fora utilizado como termo chave por vários sistemas do pensamento moderno.

Williams (1985WILLIAMS, Raymond. Keywords: a vocabulary of culture and society. New York: Oxford University Press, 1985. p. 204-207.) afirma que na língua inglesa o termo foi utilizado pela primeira vez por Chaucer2 2 Diplomata ao serviço da corte inglesa, estudioso de literatura, latim medieval e alguns clássicos. , na obra The Man of Law’s Tale em 1386, referindo-se ao modo de interceptação entre dois adversários, com vistas à reconciliação entre ambos.

O conceito apresenta diversas vertentes filosóficas e idealistas, utilizadas de forma implícita e explícita. Dessa forma, a mediação pode ser entendida como a atividade própria de um agente mediador que era, ao mesmo tempo, uma realidade intermediária (Pugliesi; Bini, 1977).

Em geral, a mediação em um processo discursivo é o que torna possível tal raciocínio: de fato, em um processo discursivo, tanto dedutivo como indutivo, são necessários termos ou juízos que ‘medeiam’ entre o ponto de partida e a conclusão (Pugliesi; Bini, 1977, p.252).

Desse modo, faz-se necessário meios e profissionais que realizam a atividade de mediar a informação. Profissionais capacitados e qualificados para a tarefa são um requisito fundamental para a recuperação da informação eficaz. Mas, também existem ferramentas tecnológicas que realizam esta tarefa ampliando o acesso e a busca pela informação.

O conceito de “mediação da informação” pode ser referenciado de acordo com o pesquisador Oswaldo de Almeida Júnior.

A mediação da informação abarca todo o fazer do profissional da informação - do armazenamento à disseminação - e por este motivo ela não deve ser julgada secundária no âmbito da Ciência da Informação, mas considerada como o próprio objeto de estudo deste campo. Isto porque, de acordo com sua perspectiva, a informação é intangível e não existe a priori sem antes passar por processos de mediação. (Almeida Júnior, 2008, p.3 apud Martins, 2010MARTINS, A, A, L. Mediação: reflexões no campo da Ciência da Informação. 2010. 255 f. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) - Escola de Ciência da Informação, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2010., p. 152).

Na perspectiva de Almeida Júnior (2008) para conceituar mediação da informação é necessário sintetizar os termos de interferência, apropriação e necessidade de informação. A interferência está relacionada às atividades de mediação que não são neutras ou imparciais, resultando em processos de interferência humana ou não. A apropriação é necessária para a efetividade do processo de informação e a construção de sentido pelo usuário. Por fim, a necessidade de informação está relacionada ao atendimento e a satisfação do usuário na busca pela informação. Esta última ação é a finalidade maior da mediação da informação, que necessita de profissionais da informação ou ferramentas e suportes midiatizados para satisfazer a necessidade informacional do usuário.

Além disso, Almeida Júnior (2008) evidencia a mediação em dois aspectos relevantes: a mediação explícita e a mediação implícita. No primeiro aspecto, a mediação explícita ocorre, geralmente, em espaços informatizados onde a presença do usuário é predominante, ainda que não seja física. No segundo aspecto, a mediação implícita destina-se aos afazeres dos profissionais da informação, cujo seu principal objetivo é satisfazer as necessidades informacionais do usuário.

Figura 1
Mediação da informação implícita e explícita

Na perspectiva de Oliveira et.al (2018OLIVEIRA, H. C. C. et al. A teoria dos jogos e a mediação da informação: uma proposta de contribuição estratégica para organizações. Biblios, Rio Grande, RS, n. 73, 2018. Disponível em: http://www.scielo.org.pe/pdf/biblios/n73/a04n73.pdf. Acesso em: 27 abr. 2023.
http://www.scielo.org.pe/pdf/biblios/n73...
) a Figura 1 representa o ciclo de vida da informação nos espaços informacionais sob a óptica da mediação, perpassando-se pelo armazenamento e organização no âmbito implícito, e pela disseminação e o contato direto ao leitor no âmbito explícito. O leitor não é um mero receptor, como normalmente é apresentado no modelo tradicional de comunicação, com base em uma concepção matemática da informação, ao contrário, é ele um agente ativo que interfere ou deve interferir na construção da informação que irá ou não se apropriar.

O ato de mediar se constitui em atividades realizadas por profissionais da informação capacitados para essa ação, cujo processo depende de competências, habilidades e ferramentas adequadas para agir em um sistema complexo (por ser dependente da posição do leitor e de seu contexto), e ininterrupto (pois o mediador medeia a informação, não visando ocasionar respostas, mas novas dúvidas, gerando novas necessidades informacionais e, assim, novas mediações). Um ambiente mediador caracteriza-se pelo trabalho realizado entre mediação implícita e explícita, ou seja, ambas se complementam a partir do momento em que são usadas conscientemente, desde o planejamento e estruturação, até os serviços e atividades executadas. O uso inconsciente da mediação é possível, porém torna ineficaz sua aplicação ampla e direcionada, pela própria deficiência de seu desconhecimento. (Oliveira et.al, 2018OLIVEIRA, H. C. C. et al. A teoria dos jogos e a mediação da informação: uma proposta de contribuição estratégica para organizações. Biblios, Rio Grande, RS, n. 73, 2018. Disponível em: http://www.scielo.org.pe/pdf/biblios/n73/a04n73.pdf. Acesso em: 27 abr. 2023.
http://www.scielo.org.pe/pdf/biblios/n73...
, p. 57)

Neste sentido, a mediação da informação aborda questões ligadas à apropriação da informação. Na contemporaneidade, a informação ocupa um lugar de centralidade. Na perspectiva de Oliveira et.al (2018OLIVEIRA, H. C. C. et al. A teoria dos jogos e a mediação da informação: uma proposta de contribuição estratégica para organizações. Biblios, Rio Grande, RS, n. 73, 2018. Disponível em: http://www.scielo.org.pe/pdf/biblios/n73/a04n73.pdf. Acesso em: 27 abr. 2023.
http://www.scielo.org.pe/pdf/biblios/n73...
) a informação necessita apresentar-se de modo compreensível, passível de comunicação e independente de materialidade.

Almeida Júnior (2007) ressalta que: “A apropriação da informação, que fique claro, pressupõe uma alteração, uma transformação, uma modificação do conhecimento, sendo assim uma ação de produção e não meramente de consumo” (Almeida Júnior, 2007, p. 36). Além disso, esta ação possibilita que o usuário transforme a informação em conhecimento atribuindo significado e aplicando-a em diversos contextos sociais. Neste sentido, observa- se a terminologia mediação da informação digital ou mediação digital, ações que podem ser desenvolvidas e aplicadas em Bibliotecas Nacionais Digitais e que discutiremos em sequência.

4 MEDIAÇÃO DIGITAL

As ferramentas tecnológicas podem ser consideradas como dispositivos auxiliares no processo de mediação informacional, desta forma:

Os usuários desenvolvem os seus próprios estilos de aprendizagem à medida que escolhe o caminho que deseja seguir. As tecnologias ao serem compartilhadas entre os indivíduos, também aumentariam o potencial de inteligência coletiva dos grupos humanos. Isso fica evidente com o crescimento da Internet, ambiente pelo qual podem ser compartilhados, de forma rápida, os mais diversos tipos de informações. Compartilhamento que se estabelece por meio de conexões entre as pessoas ao fazerem uso de correios eletrônicos, de salas de batepapo, de listas de discussões e de outros, a qualquer hora e a partir de qualquer lugar. (Garcia, 2006GARCIA, S. C. Objetos de aprendizagem: investindo na mediação digital do conhecimento. Universidade Católica de Pelotas, 2006. Disponível em: http://www.leffa.pro.br/tela4/Textos/Textos/Anais/CELSUL_VII/dir2/17.pdf Acesso em: 21 abr. 2023.
http://www.leffa.pro.br/tela4/Textos/Tex...
, p. 2)

Dessa maneira, ressalta-se que as ferramentas tecnológicas são meios que podem instigar novas metodologias e que podem despertar o interesse do sujeito desenvolvendo autonomia na busca e acesso às informações digitais. A partir dessas interpretações, Lalueza, Crespo e Campos (2010LALUEZA, J. L. et al. As tecnologias da informação e da comunicação e os processos de desenvolvimento e socialização. In: COLL, C; MONEREO, C. (org.) Psicologia da educação virtual: aprender e ensinar com as tecnologias da informação e da comunicação. Trad. N. Freitas. Porto Alegre: Artmed, 2010. p. 47-65., p. 51) afirmam que:

A tecnologia contribui para orientar o desenvolvimento humano, pois opera na zona de desenvolvimento proximal de cada indivíduo por meio da internalização das habilidades cognitivas requeridas pelos sistemas de ferramentas correspondentes a cada momento histórico. Assim, cada cultura se caracteriza por gerar contextos de atividades mediados por sistemas de ferramentas, os quais promovem práticas que supõem maneiras particulares de pensar e de organizar a mente.

Costa et .al (2015COSTA, S. R. S. et al. Tecnologias digitais como instrumentos mediadores da aprendizagem dos nativos digitais. Revista Quadrimestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional, São Paulo, v. 19, n. 3, p. 603-610, set./dez. 2015. Disponível em: https://encr.pw/DggzI. Acesso em: 25 abr. 2023.
https://encr.pw/DggzI...
) considera que “as tecnologias estão assumindo cada vez mais um caráter ubíquo na nossa sociedade” (Costa et .al, 2015, p. 606), ou seja, a tecnologia é onipresente e pode ser encontrada e utilizada em diversos lugares e contextos. Os usos dessas tecnologias pelos sujeitos da sociedade digital trazem diversos desafios aos profissionais da informação que atuam como mediadores.

O uso das tecnologias digitais para o desenvolvimento de aprender a conhecer e aprender a fazer tem mostrado uma nova construção simbólica da cultura perante o uso de instrumentos contemporâneos, de modo a impactar a constituição subjetiva de como os nativos digitais aprendem (Rossato, 2014ROSSATO, M. A aprendizagem dos nativos digitais. In: MITJÁNS MARTÍNEZ , A.; ÁLVAREZ, P. (org.). O sujeito que aprende: diálogo entre a psicanálise e o enfoque histórico-cultural. Brasília: Liber Livro, 2014. p.151-178.).

Desse modo, na perspectiva de Freitas (2008FREITAS, M. T. A. Computador/Internet como instrumentos de aprendizagem: uma reflexão a partir da abordagem psicológica histórico-cultural. In: SIMPÓSIO DE HIPERTEXTO E TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO: MULTIMODALIDADE E ENSINO, 2., 2008, Recife. Anais eletrônicos. Recife, PE: UFPE, 2008.) o sujeito na cultura digital possui conhecimentos teóricos e práticos acerca das tecnologias digitais e, também, dos instrumentos e ferramentas utilizados para a navegação em ambientes virtuais, tornando-se então materiais simbólicos.

Costa et.al (2015COSTA, S. R. S. et al. Tecnologias digitais como instrumentos mediadores da aprendizagem dos nativos digitais. Revista Quadrimestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional, São Paulo, v. 19, n. 3, p. 603-610, set./dez. 2015. Disponível em: https://encr.pw/DggzI. Acesso em: 25 abr. 2023.
https://encr.pw/DggzI...
) assinalam que as novas tecnologias:

Influenciam e impactam a constituição de sujeitos dos usuários em grande potencial das tecnologias digitais, de modo que os ensinamentos a conhecer e a fazer perpassam o acesso à internet. Além disso, o prazer em descobrir, investigar, despertar a curiosidade e reconstruir o conhecimento usando como instrumentos mediadores as Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC) implica em aprender e compreender o processo de busca pela informação digital. (Costa et.al, 2015COSTA, S. R. S. et al. Tecnologias digitais como instrumentos mediadores da aprendizagem dos nativos digitais. Revista Quadrimestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional, São Paulo, v. 19, n. 3, p. 603-610, set./dez. 2015. Disponível em: https://encr.pw/DggzI. Acesso em: 25 abr. 2023.
https://encr.pw/DggzI...
, p. 606)

O impacto dos novos formatos de documentos traz alteração estrutural nos cenários de informação. Na perspectiva de Barreto (2009BARRETO, A. A. Mediações digitais. DataGramaZero, Rio de Janeiro, v. 10, n. 4, 2009. Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/6933. Acesso em: 25 abr. 2023.
http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapc...
, p. 5):

A modificação que estes novos documentos digitais colocam nos atos de informação trazem uma alteração estrutural, pois modificam o arcabouço da coisa toda. Nos cenários de informação havia antes um fluxo de eventos sucessivos em um tempo linear, mensurável e direcionado a um único espaço de informação. Com a informação em rede, em tempo real, o acesso aos fluxos multidirecionais se aproxima do tempo zero, sua velocidade se aproxima do infinito e os espaços são de vivência sem necessitar uma presença. Consideramos, em nossa explanação, dois estados de consciência relativos ao processo que media a escrita da informação para conhecimento

Neste sentido, entende-se a necessidade de mediar informações produzidas em ambiente virtual ou migrada para este espaço. Todo o documento digital é assimilado por hiperlinks ou outros tipos de acesso que garantem a abrangência a essas informações. A construção desses documentos digitais permite uma liberdade em possuir o dado que não necessita de composições formais e lineares 3 3 Neste sentido, composições formais e lineares são entendidas como normas de produção de um documento físico. . Essas modificações são estabelecidas pelas estruturas digitalizadas em rede que são impostas a apropriação dessas informações.

5 MEDIAÇÃO DIGITAL NA BIBLIOTECA NACIONAL DIGITAL

Em Bibliotecas Nacionais Digitais as coleções disponibilizadas nestes ambientes podem ser acessadas através de suportes e ferramentas midiatizados que possibilitam e ampliam o acesso às informações. Além disso, existe uma equipe de profissionais da informação que realizam o trabalho de serviço de referência.

Neste sentido, a mediação da informação digital em bibliotecas nacionais é estabelecida através de uma série de políticas e práticas que visam facilitar o acesso e o uso de recursos digitais pelos usuários. Incluindo-se a disponibilização de conteúdo, como livros eletrônicos, periódicos online, coleções e exposições entre outros, bem como a orientação e o suporte na busca, seleção e uso desses dados digitais. As bibliotecas nacionais digitais oferecem algumas práticas informacionais que mediam a informação digital armazenada nos acervos, são elas:

Quadro 1
Práticas de mediação digital em Bibliotecas Nacionais Digitais

O Quadro 1 apresenta práticas desenvolvidas em bibliotecas e bibliotecas digitais. Salienta-se que o principal objetivo da mediação da informação digital em bibliotecas nacionais digitais é facilitar e ampliar o acesso aos dados e recursos pelos usuários, promovendo autonomia e disseminação da informação.

Além disso, na Biblioteca Nacional do Brasil (BNDigital) são aplicadas diversas ferramentas que auxiliam e facilitam a mediação da informação digital. O primeiro serviço de informação que facilita a mediação da informação digital na BNDigital é o catálogo online, que permite aos usuários buscar, localizar e acessar recursos digitais, incluindo livros, periódicos, manuscritos, fotografias e outros materiais digitais.

Figura 2
Catálogo Online da BNDigital

A Figura 2, retrata o catálogo online da BNDigital que é organizado por busca rápida e combinada, existem filtros que são distribuídos em idiomas e datas. Além disso, a busca pelos campos pode ser realizada por autor, título e assunto. Existe uma aba de ajuda que auxilia o usuário na navegação e acessibilidade para usuários com deficiência. Todos os itens das coleções e exposições digitais podem ser localizados no catálogo.

Os metadados são recursos utilizados para descrever os itens digitais que auxiliam os usuários a entenderem do que se trata o conteúdo fornecendo informações relevantes para a busca e recuperação da informação.

Figura 3
Metadados descritores dos documentos digitais

A Figura 3, representa os metadados que facilitam na descrição de dados e recuperação da informação, no caso da BNDigital, os dados digitais são descritos por material, que especifica a tipologia, como por exemplo: gravura, pintura, fotografia e livros. Título do documento, ano e assuntos relacionados ao documento. E, por fim, dois formatos diferentes que o documento é disponibilizado. No caso da Biblioteca Nacional Digital, os metadados utilizados são em formato Dublin Core com dezessete campos descritores preenchidos.

Figura 4
Metadados Dublin Core

A Figura 4, representa os metadados em padrão Dublin Core, utilizados para descrever os itens na BNDigital. A catalogação e a indexação são recursos digitais que organizam e categorizam a informação digital ou não para facilitar a recuperação da informação e a navegação no portal. Essas ações são internas à instituição realizadas pelo bibliotecário responsável pelo processamento técnico.

Figura 5
Catalogação na BNDigital

Na Figura 5, observa-se a catalogação em MARC da obra “Planta das barras do Parnahyba: Compilação dos mapas dos Srs. David Caldas, G. Dodt, J. Jansen e outros” disponibilizada na BNDigital. O MARC é, por natureza, voltado para a computadorizarão. É um formato de metadados estruturados desenvolvidos para facilitar a catalogação e a recuperação da informação em bibliotecas. Ele é legível por computadores, permitindo a criação, armazenamento e troca eficiente de registros bibliográficos.

Além disso, a mediação da informação digital pode envolver o fornecimento de acesso remoto aos recursos digitais, permitindo que os usuários acessem materiais de qualquer lugar. A BNDigital produz anualmente lives com propostas e discussões sobre as ferramentas online disponibilizadas para os usuários em acesso remoto. Destaca-se o catálogo online, os dossiês, artigos e exposições virtuais, tais como: as Brasilianas, a Biblioteca Digital Luso-Brasileira e a Rede de Memória Virtual Brasileira.

Para garantir que todas essas informações sejam acessadas e mediadas pelos profissionais da informação é necessário realizar a preservação digital dos dados digitais disponibilizados, assegurando sua integridade e autenticidade. A BNDigital utiliza como Política de Preservação Digital a da Biblioteca Nacional que estabelece um quadro conceitual para apoiar ações de preservação que possibilitem o acesso sustentável, a longo prazo, ao acervo digital.

Por fim, outra ação de mediação da informação digital implementada pela BNDigital é o suporte ao usuário. Neste cenário a equipe da biblioteca fornece suporte e assistência aos usuários, auxiliando-os na busca de informações, na resolução de problemas e na avaliação da autenticidade das fontes de informação.

A mediação da informação digital no suporte ao usuário, é uma abordagem essencial para proporcionar aos interessados uma experiência enriquecedora ao acessar informações e recursos digitais. A mediação da informação digital no contexto da Biblioteca Nacional Digital envolve diversos aspectos, incluindo a assistência aos usuários na busca, seleção, avaliação e uso de recursos digitais disponíveis.

Na BNDigital existem algumas ferramentas para auxiliar o usuário na busca por informação. Uma das principais é a orientação online de uso de arquivos digitais. Neste espaço os usuários acessam um passo a passo detalhado sobre a navegação no ambiente virtual. Existem também uma central de ajuda online onde o usuário pode encontrar perguntas e respostas mais frequentes.

Pelo Youtube, o canal do Biblioteca Nacional realiza lives online especificando seus serviços de informação e em certos momentos, uma espécie tira dúvidas que possam surgir naquele momento e Webinars para capacitação dos usuários com habilidade de literacia digital, pesquisa online e uso eficaz dos recursos digitais da biblioteca. Além disso, existe um e-mail da BNDigital disponibilizado na aba “contatos”, permitindo que os usuários enviem perguntas, problemas ou solicitações de suporte através do e-mail e recebam respostas personalizadas.

A Biblioteca ainda possui conta em diversas redes sociais, o Instagram, Facebook e o Twitter são alguns exemplos. Nessas plataformas de mídia social a instituição recebe e responde perguntas dos usuários, compartilham dicas e atualizações sobre os recursos digitais disponibilizados, interagindo com a comunidade. Por fim, nas próprias redes sociais ou no Youtube os usuários podem depositar os feedbacks sobre os recursos digitais e o suporte oferecido pela equipe.

Desse modo, através da mediação digital da informação, a Biblioteca Nacional Digital possibilita que os interessados possam tirar máximo proveito dos recursos digitais, promovendo uma experiência mais eficiente, produtiva e satisfatória ao acesso à informação digital.

Exemplo de paráfrase cuja autoria da fonte não é parte do texto: lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Ut vulputate tincidunt turpis at tincidunt. Suspendisse aliquam venenatis ipsum (Silva, 2005).

6 CONCLUSÃO

A mediação da informação digital em bibliotecas nacionais é um processo complexo, mas essencial para enfrentar os desafios da era digital. Compreender os métodos, desafios e impactos desse processo é crucial para aprimorar a eficácia das bibliotecas no ambiente digital contemporâneo. À medida que as tecnologias continuam a evoluir, as bibliotecas devem permanecer ágeis e inovadoras, garantindo que a mediação da informação digital continue a promover o acesso ao conhecimento de forma abrangente e confiável para todos os interessados.

Essa mediação envolve atividades, tais como: a de facilitar o acesso, seleção e compreensão da informação em formato digital por meio de estratégias e recursos oferecidos pelas bibliotecas e profissionais da informação, visando proporcionar uma experiência eficaz e valiosa para os usuários que buscam explorar o vasto mundo da informação digital.

Pode-se considerar que, a mediação eficaz da informação digital em bibliotecas nacionais traz benefícios significativos. Os usuários podem acessar uma ampla gama de recursos de forma rápida e conveniente, facilitando a pesquisa e o aprendizado. A democratização do conhecimento é ampliada, permitindo que pessoas de diversas regiões e contextos sociais tenham acesso a informações valiosas. Além disso, a colaboração entre bibliotecas e a disseminação de conhecimento ganham novas dimensões no ambiente digital.

Na Biblioteca Nacional Digital a mediação da informação digital apresenta-se em diversos serviços de informação distribuídos em desenvolvimento de coleções digitais, serviços de referência, catálogo online, suporte ao usuário e o acesso online.

A presença da mediação digital na Biblioteca Nacional Digital não apenas torna a pesquisa mais acessível e direcionada, mas também fortalece a importância das instituições culturais como agentes ativos no cenário digital. Ela atua como ponte entre o passado e o presente, entre o físico e o virtual, entre os recursos tradicionais e as novas fronteiras digitais. Através dessa mediação, a BNDigital desempenha um papel vital em enriquecer a experiência de aprendizado, pesquisa e exploração da informação em um mundo cada vez mais digitalizado.

Em última análise, este estudo ressalta que a mediação da informação digital na BNDigital é um investimento no fortalecimento do acesso ao conhecimento e no empoderamento dos usuários. Ao adaptar-se à era digital, a instituição não apenas honra sua tradição, mas também abraça a inovação, assegurando um futuro no qual a riqueza da informação permanece acessível a todos, independentemente do meio. Através da mediação da informação digital, a BNDigital continua a ser não apenas um repositório do passado, mas também um farol para o futuro.

Reconhecimentos

Não aplicável

REFERÊNCIAS

  • ALMEIDA JÚNIOR, O. F. de; BORTOLIN, S. Mediação da informação e da leitura. In: SEMINÁRIO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, 2, 2007, Londrina, PR. Anais... Londrina, PR: Universidade Estadual de Londrina (UEL), 2007
  • BARRETO, A. A. Mediações digitais. DataGramaZero, Rio de Janeiro, v. 10, n. 4, 2009. Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/6933 Acesso em: 25 abr. 2023.
    » http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/6933
  • BIBLIOTECA NACIONAL DIGITAL. Acervo. Rio de Janeiro. Disponível em: https://bndigital.bn.gov.br/acervodigital Acesso em: 15 ago. 2023.
    » https://bndigital.bn.gov.br/acervodigital
  • CAMPOS, F. M. A biblioteca nacional e a memória digital do patrimônio bibliográfico portugues: a experiência da biblioteca nacional digital. Cadernos BAD, Lisboa, n. 2, 2005. Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/82364 Acesso em: 23 jan. 2023.
    » http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/82364
  • COSTA, S. R. S. et al. Tecnologias digitais como instrumentos mediadores da aprendizagem dos nativos digitais. Revista Quadrimestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional, São Paulo, v. 19, n. 3, p. 603-610, set./dez. 2015. Disponível em: https://encr.pw/DggzI Acesso em: 25 abr. 2023.
    » https://encr.pw/DggzI
  • CUNHA, M. B. Bibliografia sobre o fluxo do documento na biblioteca digital. DataGramaZero, Rio de Janeiro, v. 10, n. 5, 2009. Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/6959 Acesso em: 30 jan. 2023.
    » http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/6959
  • FARIAS, D. D. S.; CERVEIRA, E. Mediação da informação através de plataformas digitais: prática nas bibliotecas, arquivos e museus da área metropolitana do porto. Páginas A&B, Arquivos e Bibliotecas, Porto, n. esp., p. 15-26, 2019. Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/121694 Acesso em: 04 abr. 2023.
    » http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/121694
  • FREITAS, M. T. A. Computador/Internet como instrumentos de aprendizagem: uma reflexão a partir da abordagem psicológica histórico-cultural. In: SIMPÓSIO DE HIPERTEXTO E TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO: MULTIMODALIDADE E ENSINO, 2., 2008, Recife. Anais eletrônicos. Recife, PE: UFPE, 2008.
  • FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL. Política de preservação digital. Fundação Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro: FBN, 2020. 36 p. Disponível em: https://l1nk.dev/i8UTh Acesso em: 15 dez. 2022.
    » https://l1nk.dev/i8UTh
  • GARCIA, S. C. Objetos de aprendizagem: investindo na mediação digital do conhecimento. Universidade Católica de Pelotas, 2006. Disponível em: http://www.leffa.pro.br/tela4/Textos/Textos/Anais/CELSUL_VII/dir2/17.pdf Acesso em: 21 abr. 2023.
    » http://www.leffa.pro.br/tela4/Textos/Textos/Anais/CELSUL_VII/dir2/17.pdf
  • LALUEZA, J. L. et al. As tecnologias da informação e da comunicação e os processos de desenvolvimento e socialização. In: COLL, C; MONEREO, C. (org.) Psicologia da educação virtual: aprender e ensinar com as tecnologias da informação e da comunicação. Trad. N. Freitas. Porto Alegre: Artmed, 2010. p. 47-65.
  • MARTINS, A, A, L. Mediação: reflexões no campo da Ciência da Informação. 2010. 255 f. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) - Escola de Ciência da Informação, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2010.
  • OLIVEIRA, H. C. C. et al. A teoria dos jogos e a mediação da informação: uma proposta de contribuição estratégica para organizações. Biblios, Rio Grande, RS, n. 73, 2018. Disponível em: http://www.scielo.org.pe/pdf/biblios/n73/a04n73.pdf Acesso em: 27 abr. 2023.
    » http://www.scielo.org.pe/pdf/biblios/n73/a04n73.pdf
  • PUGLIESI, Márcio; BINI, Edson. Pequeno dicionário de filosofia. São Paulo: Hemus, 1997, p.252-253.
  • ROSSATO, M. A aprendizagem dos nativos digitais. In: MITJÁNS MARTÍNEZ , A.; ÁLVAREZ, P. (org.). O sujeito que aprende: diálogo entre a psicanálise e o enfoque histórico-cultural. Brasília: Liber Livro, 2014. p.151-178.
  • WILLIAMS, Raymond. Keywords: a vocabulary of culture and society. New York: Oxford University Press, 1985. p. 204-207.
  • Financiamento:

    Não aplicável
  • Aprovação ética:

    Não aplicável
  • 1
    Content Management System, é um software que facilita a criação, edição, colaboração, publicação e armazenamento do conteúdo do seu site ou portal web, Destaca-se, como exemplo, o WordPress.
  • 2
    Diplomata ao serviço da corte inglesa, estudioso de literatura, latim medieval e alguns clássicos.
  • 3
    Neste sentido, composições formais e lineares são entendidas como normas de produção de um documento físico.
  • Disponibilidade de dados e material:

    Não aplicável
  • Imagem:

    Foto da autora extraída da plataforma Lattes
  • JITA:

    DB. National libraries
  • ODS:

    9. Inovação e infraestruturas

Editado por

Editor:

Gildenir Carolino Santos

Disponibilidade de dados

Não aplicável

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    17 Jun 2024
  • Data do Fascículo
    2024

Histórico

  • Recebido
    13 Dez 2023
  • Aceito
    12 Mar 2024
  • Publicado
    04 Abr 2024
Universidade Estadual de Campinas Rua Sérgio Buarque de Holanda, 421 - 1º andar Biblioteca Central César Lattes - Cidade Universitária Zeferino Vaz - CEP: 13083-859 , Tel: +55 19 3521-6729 - Campinas - SP - Brazil
E-mail: rdbci@unicamp.br