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A sustentabilidade na era da informação e do conhecimento: uma revisão sistemática da literatura

RESUMO

Introdução:

Debates sobre sustentabilidade, Gestão da Informação e do conhecimento têm sido realizados em diversos contextos - social, econômico, acadêmico e governamental. A sustentabilidade é vista como chave para manter o ambiente equilibrado e com recursos disponíveis. A partir disso, organizações são cobradas por clientes, investidores e sociedade para adotarem boas práticas, nesse contexto a informação e o conhecimento são vistos como recursos indispensáveis na gestão eficiente e eficaz.

Objetivo:

neste artigo é investigar como as pesquisas acadêmicas estão discutindo Sustentabilidade nos campos da Gestão da Informação e do Conhecimento.

Metodologia:

As bases de dados Scopus e Web of Science foram selecionadas para estabelecer o corpus da revisão sistemática de literatura. Para tanto, foi aplicado o método PRISMA, tendo como critérios de inclusão apenas artigos publicados em periódicos, escritos em língua portuguesa ou inglesa e que discutisse sobre Gestão da Informação e do Conhecimento e Sustentabilidade. Esse processo resultou em 18 artigos para serem examinados a partir da análise de conteúdo.

Resultados:

Identificou-se que as pesquisas se concentram em áreas de construção civil e indústrias de grande porte em países como China, Índia, Paquistão e Reino Unido e que a gestão da informação e do conhecimento são vistas como ferramentas na busca pela sustentabilidade.

Conclusão:

Foi possível inferir que a Gestão da Informação, Gestão do Conhecimento e Sustentabilidade estão sendo explorados, discutidos e apresentam vínculos entre as temáticas centrais e seus respectivos conceitos. Fato que colabora na aplicação de técnicas, ferramentas e sistemas de forma eficiente, e, portanto, constituem-se como temas a serem investigados.

PALAVRAS-CHAVE:
Sustentabilidade; Informação; Conhecimento; Revisão sistemática

ABSTRACT

Introduction:

Debates on sustainability, Information and knowledge Management have been held in different contexts - social, economic, academic and governmental. Sustainability is seen as key to keeping the environment balanced and with available resources. From this, organizations are required by customers, investors and society to adopt good practices, in this context information and knowledge are seen as indispensable resources in efficient and effective management.

Objective:

This article is to investigate how academic research is discussing Sustainability in the fields of Information and Knowledge Management.

Methodology:

The Scopus and Web of Science databases were selected to establish the corpus of the systematic literature review. To this end, the PRISMA method was applied, with inclusion criteria being only articles published in periodicals, written in Portuguese or English and that discussed Information and Knowledge Management and Sustainability. This process resulted in 18 articles to be examined based on content analysis.

Results:

It was identified that research focuses on areas of civil construction and large industries in countries such as China, India, Pakistan and the United Kingdom and that information and knowledge management are seen as tools in the search for sustainability.

Conclusion:

The different notions of intentionality identified contribute to visualizing the attribution of values by subjects in a social and institutional context, something that helps to observe the dimensions of materiality of objects.

KEYWORDS:
Sustainability; Information; Knowledge; Systematic review

1 INTRODUÇÃO

Sustentabilidade é um campo que está sendo cada vez mais discutida, tanto nos contextos empresarial e governamental, acadêmico e na sociedade. As organizações têm buscado modelos de gestão para aperfeiçoar suas práticas de sustentabilidade, sejam elas ambientais, sociais ou econômicas. Desta forma, por razões mercadológicas, normativas regulamentadoras, por demanda de mercado e até mesmo pela consciência dos investidores e empresários, as empresas acabam assumindo mecanismos que demonstram o nível de transparência e ética presente em seus negócios (Souto; Pizzol, 2019SOUTO, L. F; PIZZOL, R. A, Sustentabilidade e gestão do conhecimento: perfil de autoria e análise temática das publicações do KM Brasil no período de 2002 a 2016, RDBCI: Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Campinas, v. 17, p. e019020-e019020, 2019. DOI: https://doi.org/10.20396/rdbci.v17i0.8653433.
https://doi.org/10.20396/rdbci.v17i0.865...
).

A partir do século XX o interesse das organizações pela sustentabilidade cresceu, isso ocorreu por meio da conscientização dos impactos negativos que foram causados à natureza e a humanidade, pela indústria e comércio. Em consequência, a sustentabilidade passou a incorporar o planejamento estratégico organizacional, em especial, as perspectivas econômicas, sociais e ambientais que visam as continuidades dos negócios (Nascimento; Oliveira, 2022NASCIMENTO, H. C. M; OLIVEIRA, H. V, Gestão do conhecimento e sustentabilidade: das abordagens conceituais à implementação como estratégia nas organizações, BIBLOS, Rio Grande, v. 36, n. 2, 2022.).

A informação e o conhecimento são artifícios que podem auxiliar na implementação, na manutenção e na aprendizagem sobre a sustentabilidade nas organizações, uma vez que, esses recursos proporcionam ferramentas, modelos e práticas que corroboram com a tomada de decisão, fator essencial para a adoção da sustentabilidade organizacional. De acordo com Choo (2003CHOO, C. W, A organização do conhecimento: como as organizações usam a informação para criar significado, construir conhecimento e tomar decisões. Tradução de: ELIANA ROCHA. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2003. Título original: The working organization., p. 27), “a informação é um componente intrínseco de quase tudo o que uma organização faz”.

Conforme Santos e Cândido (2022SANTOS, P. S; CÂNDIDO, A. C, Modelo de gestão da informação para negócios sociais. Informação & Informação, Londrina, v. 27, n. 2, p. 423-445, 2022.), para gerenciar informações estruturadas, as organizações necessitam do envolvimento de pessoas, de lideranças e profissionais que estão envolvidos nos processos, da mesma forma, precisam da tecnologia da informação sendo direcionadas aos objetivos organizacionais. Para Nascimento e Oliveira (2022NASCIMENTO, H. C. M; OLIVEIRA, H. V, Gestão do conhecimento e sustentabilidade: das abordagens conceituais à implementação como estratégia nas organizações, BIBLOS, Rio Grande, v. 36, n. 2, 2022.) as organizações que buscam o sucesso, devem reconhecer o conhecimento e a informação como recursos fundamentais para o acompanhamento e compreensão sociais, ambientais e tecnológicas. Pois esses elementos, podem dar suporte na execução dos objetivos organizacionais, seja no processo de adaptação, na estratégia competitiva e/ou na atuação no mercado global (Nascimento; Oliveira, 2022).

A Gestão da Informação e do Conhecimento devem ser orientadas para resultados, pois elas podem ajudar a incluir ações como o estabelecimento de indicadores de desempenho para o alcance de resultados eficazes na organização, a gerenciar informações, aprendizados, e o desenvolvimento de pesquisas (Loon, 2019LOON, Mark. Knowledge management practice system: Theorisingfrom an international meta-standard. Journal of Business Research, [S.l], Rochester, n. 94, p. 432-441, 2019.).

Entende-se que esses campos estão em constantes debates por vários setores, interrogase também como a ciência tem buscado identificar essas demandas e como elas são apresentas pela comunidade acadêmica. Considerando as associações possíveis entre esses campos, na presente pesquisa se questiona como a Gestão da Informação (GI) e a Gestão do Conhecimento (GC) têm abordado a Sustentabilidade em pesquisas acadêmicas. Portanto, o objetivo geral consiste em investigar como as pesquisas acadêmicas estão discutindo Sustentabilidade nos campos da Gestão da Informação e do Conhecimento.

2 SUSTENTABILIDADE NA GESTÃO DA INFORMAÇÃO E NA GESTÃO DO CONHECIMENTO

O tema sustentabilidade vem chamando atenção da sociedade civil, empresarial e acadêmica, principalmente a partir da publicação do conceito de desenvolvimento sustentável pela Relatório Nosso Futuro Comum (Relatório Brundtland) (Elkington, 2012ELKINGTON, J. Sustentabilidade: canibais com garfo e faca. Edição Histórica de 12 anos. São Paulo: M. Books, 2012.). Conforme Boff (2017BOFF, L, Sustentabilidade: o que é o que não é. Petrópolis: Vozes, 2017.), sustentabilidade pode ser definida como métodos que adotamos para que a Terra e os seus biomas permaneçam vivos, protegidos, nutridos e abastecidos e possam alcançar a conservação.

Para Nascimento e Oliveira (2022NASCIMENTO, H. C. M; OLIVEIRA, H. V, Gestão do conhecimento e sustentabilidade: das abordagens conceituais à implementação como estratégia nas organizações, BIBLOS, Rio Grande, v. 36, n. 2, 2022.), apesar da sustentabilidade ter ganhado notoriedade a partir da década de 1980, ainda não há uma definição exata de sua origem nem de seu próprio conceito, fazendo com que sua definição tenha diferentes entendimentos a depender do campo de atuação, como: “Sustentabilidade Ecológica, Sustentabilidade Ambiental, Sustentabilidade Social, Sustentabilidade Organizacional, dentre outros” (Nascimento; Oliveira, 2022, p. 283). De acordo com Boff (2017BOFF, L, Sustentabilidade: o que é o que não é. Petrópolis: Vozes, 2017., p. 17), a “Sustentabilidade é um modo de ser e de viver que exige alinhar as práticas humanadas às potencialidades limitadas de cada bioma e às necessidades das presente e das futuras gerações.” O progresso sustentável a nível mundial está sujeito ao avanço econômico, social, cultural e tecnológico. Por isso a atenção a preservação dos recursos naturais da Terra precisa ser cuidadosa. As abordagens que o desenvolvimento sustentável adota estão associados com a responsabilidade que será assumida pelas partes interessadas (Law; Breznik; Ip, 2021LAW, K. M. Y.; Breznik, K.; Ip, A. Using Publicized Information to Determine the Sustainable Development of 3-PL Companies, Journal Of Global Information Management, [S.l], v. 29, n. 1, p. 199-216, 2021.).

Em 1972, em Estocolmo, a conferência da ONU (Organização das Nações Unidas) que discutia a sobre o Homem e o Meio Ambiente, cunhou a expressão ‘Desenvolvimento Sustentável’(Boff, 2017BOFF, L, Sustentabilidade: o que é o que não é. Petrópolis: Vozes, 2017.). O conceito esse que surgiu da concepção do Ecodesenvolvimento, que foi apresentado pela primeira vez por Maurice Strong, em 1972, também em Estocolmo e depois foi amplamente divulgado, a partir 1974 por Ignacy Sanches (Oliveira; Monteiro, 2015OLIVEIRA, D. F.; MONTEIRO, L. V. G., Ecodesenvolvimento: Uma Abordagem sob o Contributo de Ignacy Sachs, Revista de Direito, Economia e Desenvolvimento Sustentável, Florianópolis, v. 1, n. 1, 2015.). De acordo Boff (2017), esse termo também foi utilizado por Gro Harlem Brudland, primeiraministra norueguesa, em 1987, no relatório Brundlandem. Como consequência a esses fatos, ocorreu uma nova conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento sustentável no Rio de Janeiro, em 1992, que produziu a Agenda 21. Episódio, esse, que popularizou a categoria de desenvolvimento sustentável. A partir disso, essa expressão passou a ser usada em todos os documentos oficinais dos governos, em projetos empresariais, em discursos ambientalista e, especialmente, nos meios de comunicação (Boff, 2017).

Ainda conforme Boff (2017BOFF, L, Sustentabilidade: o que é o que não é. Petrópolis: Vozes, 2017.), o Desenvolvimento Sustentável foi proposto como um ideal a ser alcançado, onde em um processo produtivo, os artefatos possam ser fabricados dentro de critérios de sustentabilidade. “Geralmente entende-se a sustentabilidade de uma empresa se ela consegue se manter e ainda crescer, sem analisar os custos sociais e ambientais que ela causa” (Boff, 2017, p. 38 - 39). Então, entende-se que a Sustentabilidade é um termo utilizado para ações, ideias que beneficiam a natureza, equilibrando as demandas sociais por meio de postura ecologicamente corretas (Nascimento; Oliveira, 2022NASCIMENTO, H. C. M; OLIVEIRA, H. V, Gestão do conhecimento e sustentabilidade: das abordagens conceituais à implementação como estratégia nas organizações, BIBLOS, Rio Grande, v. 36, n. 2, 2022.).

Assim como a sustentabilidade tem sido muito discutida, “a Sociedade da Informação tem possibilitado novas maneiras de pensar e agir sobre as atividades humanas em relação a informação e ao conhecimento” (Marchi; Valentim; Botega, 2021MARCHI, K. R. C.; VALENTIM, M. L. P.; BOTEGA, L. C. A Filosofia da informação e a Sociedade da informação e do conhecimento: reflexões diante do progresso tecnológico, InCID: Revista de Ciência da Informação e Documentação, Ribeirão Preto, v. 12, n. 2, p. 32- 51, 2021., p.44). As organizações vivem na Sociedade da Informação e do conhecimento, onde uma grande fração de valor da empresa está associada aos seus recursos intangíveis (Barbieri, 2014BARBIERI, U. F. Gestão de pessoas nas organizações: o talento humano na sociedade da informação. São Paulo: Atlas S. A., 2014. E-book. ISBN 9788522485369. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522485369/ . Acesso em: 18 jan. 2023.
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, p. 21).

De acordo com o Choo (2003CHOO, C. W, A organização do conhecimento: como as organizações usam a informação para criar significado, construir conhecimento e tomar decisões. Tradução de: ELIANA ROCHA. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2003. Título original: The working organization., p. 31), “a organização do conhecimento possui informações e conhecimentos que a tornam bem-informada e capaz de percepção e discernimento.” Ainda segundo o autor, as ações organizacionais são baseadas em compreensão do ambiente e das suas necessidades, que são fomentadas por meio das fontes de informação e pelas competências dos seus componentes. Isso permite que, as organizações do conhecimento, possuam uma vantagem especial, uma vez que, agem com inteligência, criatividade e esperteza (Choo, 2003).

Diversas organizações usam informações como meio de obter vantagem em um plano estratégico competitivo, sendo assim, a informação é resultado do contato entre sistemas sociais e indivíduos, e pode ser descrita como “uma coleção de ideias coerentes que podem apoiar o comportamento dos indivíduos” (Huang, et. al., 2022HUANG, W. et. al., Relating Sustainable Business Development Practices and Information Management in Promoting Digital Green Innovation: Evidence From China, Frontiers in Psychology, [S.l], v. 13, 2022., p. 3). As empresas recebem subsídios das informações e dos conhecimentos ao desenvolver suas atividades, em organizar seus planejamentos, como também para a avaliação de objetivos e índices de controle gerencial (Barbieri, 2014BARBIERI, U. F. Gestão de pessoas nas organizações: o talento humano na sociedade da informação. São Paulo: Atlas S. A., 2014. E-book. ISBN 9788522485369. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522485369/ . Acesso em: 18 jan. 2023.
https://integrada.minhabiblioteca.com.br...
, p. 21).

A Gestão do Conhecimento (GC), entendida como conjuntos de processos sistematizados, pode contribuir para: criar, coletar, organizar e compartilhar informações e conhecimentos estratégicos (Conklin, 2001CONKLIN, J. Designing organizational memory: preserving intellectual assets in a knowledge economy. Napa, Califórnia, 1997, 2001. Disponível em: http://cognexus.org/dom.pdf . Acesso em: 01 de fev. 2023.
http://cognexus.org/dom.pdf ...
; Sena Neto, 2019), servindo para a tomada de decisões na promoção da sustentabilidade organizacional.

Desta forma, a GC é entendida por Cazane e Valentim (2021CAZANE, A. L; VALENTIM, M. L. P, Contribuição da cultura organizacional para a gestão do conhecimento no contexto da gestão da cadeia de suprimentos, Informação & Informação, Londrina, v. 26, n. 4, p. 369-392, 2021.) como um modelo de gestão que possibilita, ou não, a melhoria de processos que afetam a qualidade e a produção da empresa. Portanto, “os conhecimentos e aprendizagens dos sujeitos organizacionais são fundamentais para a evolução do negócio organizacional” (Cazane; Valentim, 2021, p. 370). Segundo Uniyal, et. al. (2021UNIYAL, S. et. al., ICT as “Knowledge Management” for Assessing Sustainable Consumption and Production in Supply Chains. Journal of Global Information Management, [S.l], v. 29, n. 1, p. 164-198, 2021.), ao reunir pessoas, processos e colaborar com o planeta, funcionários podem se focar no desenvolvimento de operações sustentáveis, algo que é favorável para as partes interessadas nesse processo, bem como para a própria organização.

A pesquisa de Fonseca, Mota e Santos Júnior (2022SANTOS, P. S; CÂNDIDO, A. C, Modelo de gestão da informação para negócios sociais. Informação & Informação, Londrina, v. 27, n. 2, p. 423-445, 2022.), identifica que sim, existem pontos de encontro entre GC e Sustentabilidade, uma vez que, ambas os campos usam a informação e o conhecimento como input, necessitando do capital intelectual, para a promoção de mudança cultural organizacional com enfoque sociais, ambientais e econômicos, ações que só são possíveis a partir da elaboração de estratégias.

Ao tratar das interconexões existentes entre a GI e GC, Santos e Valentim (2014SANTOS, C. D; VALENTIM, M. L. P. As Interconexões Entre A Gestão Da Informação e a Gestão do Conhecimento para o Gerenciamento dos Fluxos Informacionais, Perspectivas em Gestão & Conhecimento, João Pessoa, v. 4, n. 2, p. 19-33, 2014., p. 30), apontam que essas evidências são reais e independem da categoria de organização, pois “os fluxos formais se constituem no objeto de ação da GI e os fluxos informais se constituem no objeto de ação da GC.” Ao gerenciar esses fluxos os sujeitos organizacionais podem beneficiar-se na melhora da: compreensão de mudanças internas ou externas; segurança ao tomar decisões; capacidade ao gerenciar o conhecimento, em especial, ao voltado à inovação; facilidade no acesso, no uso e reuso de dados, informações e também do conhecimento; a viabilização de ambientes favoráveis à aprendizagem e ao compartilhamento de conhecimento (Santos; Valentim, 2014).

Os autores Fonseca, Mota e Santos Júnior (2022SANTOS, P. S; CÂNDIDO, A. C, Modelo de gestão da informação para negócios sociais. Informação & Informação, Londrina, v. 27, n. 2, p. 423-445, 2022.) afirmam que a organização contemporânea possui o desafio de gerenciar o conhecimento gerado em seus ambientes externo e interno, e por esta razão, elas investem na GC em um cenário sustentável. Conforme Nascimento e Oliveira (2022NASCIMENTO, H. C. M; OLIVEIRA, H. V, Gestão do conhecimento e sustentabilidade: das abordagens conceituais à implementação como estratégia nas organizações, BIBLOS, Rio Grande, v. 36, n. 2, 2022.) a GC pode ser um elemento importante na atuação para os parâmetros da sustentabilidade nas organizações, a partir do gerenciamento e da aplicação do conhecimento como um recurso, cuja intenção visa o progresso sustentável e uma perspectiva de mundo holística e integradora.

O interesse que a GC desencadeia tanto nas organizações quanto em pesquisas acadêmicas se dá em função do contexto global das organizações, onde as bem-sucedidas são responsáveis pela criação de novos conhecimentos e a competitividade crescente fomenta avanços em tecnologias e transformações constantes. A inovação nesse contexto é vista como uma resposta a competitividade, mas ela só pode ser gerada a partir das pessoas, que criam e disseminam os conhecimentos nas organizações (Cazane; Valentim, 2021CAZANE, A. L; VALENTIM, M. L. P, Contribuição da cultura organizacional para a gestão do conhecimento no contexto da gestão da cadeia de suprimentos, Informação & Informação, Londrina, v. 26, n. 4, p. 369-392, 2021.).

Conforme os estudos de Nascimento e Oliveira (2022NASCIMENTO, H. C. M; OLIVEIRA, H. V, Gestão do conhecimento e sustentabilidade: das abordagens conceituais à implementação como estratégia nas organizações, BIBLOS, Rio Grande, v. 36, n. 2, 2022.), ao considerar GC e Sustentabilidade, as organizações percebem a necessidade de treinar e desenvolver práticas e uma cultura mais sustentável. E em razão disso, criam oportunidades para a construção de ambientes corporativos mais conscientes (Nascimentos; Oliveira, 2022).

Considerando que ambos os campos estão em evidência na atualidade, percebe-se que eles podem servir um ao outro como suporte e podem se complementar na busca de uma gestão eficiente e eficaz da informação e conhecimento nos processos de tomada de decisão, permitindo o alcance da sustentabilidade nos diversos setores das organizações.

3 METODOLOGIA

A presente pesquisa pode ser caracterizada, de acordo com Prodanov e Freitas (2013PRODANOV, C. C; FREITAS, E. C, Metodologia do trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico 2. ed. Novo Hamburgo: Feevale, 2013.), um estudo exploratório e bibliográfico, pois os materiais investigados foram identificados a partir de fontes bibliográficas já publicadas. É considerada também de abordagem qualitativa, pois considera as relações entre o mundo real e o sujeito que não podem ser interpretados por meio de números, nem por meio de métodos e técnicas estatísticas, desta forma os dados são analisados e interpretados indutivamente pela pesquisadora (Prodanov; Freitas, 2013).

Para atender ao objetivo geral desta pesquisa, que consiste em investigar como as pesquisas acadêmicas estão discutindo Gestão do Conhecimento, Gestão da Informação e Sustentabilidade, foram utilizados dois métodos: a) PRISMA - que auxiliou na busca e seleção de material usado no estudo (PRISMA, 2015); b) Análise de Conteúdo (AC) com base em Laurence Bardin (2016BARDIN, L, Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2016.).

O estudo seguiu as orientações descritas por Bardin (2016BARDIN, L, Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2016.), considerando os três polos cronológicos: Pré-análise; Exploração do material; Tratamento dos resultados. Por meio da Figura 1, é possível compreender de que maneira o método de análise de conteúdo foi aplicado nesta pesquisa.

Figura 1
Descrição das fases e procedimentos adotados.

A primeira etapa da análise de conteúdo é a pré-análise, descrita por Bardin (2016BARDIN, L, Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2016., p. 125) como “a fase da organização”, mas também, trata-se da fase de otimizar e sistematizar as ideias que serão abordadas na pesquisa. Nessa fase são realizadas as escolhas dos documentos para a análise e a formulação de objetivos e hipóteses que serão tratados durante a interpretação final (Bardin, 2016). Considerando as instruções de Bardin, essa pesquisa buscou o método de revisão PRISMA (Principais Itens para Relatar Revisões Sistemáticas e Meta-análises) para atender a primeira fase da análise de conteúdo. O PRISMA possui um checklist com 27 itens que auxiliam na busca e seleção do material. Seu objetivo é “ajudar os autores a melhorarem o relato de revisões sistemáticas e meta-análises” (PRISMA, 2015, p. 336). Além disso, o PRISMA possui um fluxograma que auxilia na interpretação e na apresentação da informação da identificação, triagem e a inclusão dos textos/artigos para o processo de revisão, como é possível ver na Figura 2, a seguir.

Figura 2
Diagrama do método PRISMA nesta pesquisa.

A revisão sistemática da literatura, busca por meio de um estudo evidências, e visa a análise de artigos primários para encontrar a resposta de maneira objetiva ao problema exposto (Souza, et. al., 2023SOUZA, A. D. et. al., A atuação do bibliotecário no apoio à elaboração de revisões de literatura na área da saúde: conceitos, etapas, ferramentas e capacitação. Atoz: novas práticas em informação e conhecimento, Curitiba, v. 12, p. 1 - 15, 2023.). No caso desta pesquisa, foram aplicadas buscas em duas bases de dados. A Web of Science e a Scopus. A busca ocorreu em dezembro de 2022 e usou termos em Inglês: “Knowledge management” AND “Information management” AND “Sustainability”, sendo essas palavras pesquisadas entre os títulos de artigo, resumo e palavras-chave. O primeiro levantamento de dados resultou em 223 itens, sendo 92 na base Web of Science e 131 na Scopus. Após a aplicação do primeiro filtro, que considerava apenas artigos publicados em revistas, o número de trabalhos encontrados cai para 23 documentos na Web of Science e 47 na Scopus, totalizando 70 artigos, destes, 5 foram encontrados em ambas as bases de dados.

Depois da leitura dos resumos dos 65 artigos, foram descartados 27 deles, pois não atendiam ao objetivo deste estudo, sendo assim, foram identificados 38 artigos que, conforme a leitura do resumo, poderiam compor essa pesquisa. Contudo, ao ler o texto completo, foram novamente retirados 19 artigos, desses, 7 eram artigos que necessitavam de pagamento para o acesso ao trabalho e os outros 12 não eram compatíveis com o escopo desta pesquisa. Sendo assim, esta revisão sistemática utilizou 18 artigos para a aplicação da análise de conteúdo.

Seguindo para a segunda fase da Análise de Conteúdo, inicia-se o processo de Exploração do material, que é dividida em duas partes, a codificação e a categorização. Dentro da codificação foi realizado o processo de descrição do conteúdo, para isso foram analisadas as características dos textos, a partir de duas unidades - de registro e de contexto. Para esta pesquisa, as análises de unidade de registro envolvem o campo (Gestão do Conhecimento e/ou Gestão da Informação na discussão sobre sustentabilidade). Já na unidade de contexto foram consideradas informações como: Ano de publicação do artigo; Base indexada; Idioma da publicação.

Ainda na segunda fase da AC, foram adotados procedimentos para atender a categorização, que podem ser consideradas “(...) rubricas ou classes, as quais reúnem um grupo de elementos (unidades de registro, no caso da análise de conteúdo) sob um título genérico, agrupamento esse efetuado em razão das características comuns destes elementos” (Bardin, 2016BARDIN, L, Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2016., p. 147). Nessa etapa foi possível identificar os dados brutos simplificados da pesquisa, que os considerou como de categoria de caixas, pois os elementos foram fornecidos à medida que foram aparecendo nos registros iniciais, vistos a partir da leitura flutuante na pré-análise.

Para a seleção do material analisado não foi estipulado nenhum recorte temporal, por esta razão, os anos dos artigos analisados podem ter mais de 5 anos. Os documentos que compõem essa revisão são artigos publicados em revistas científicas, foram descartados trabalhos que foram apresentados em congressos e afins, ou pesquisas que não estivessem em formato de artigo. Outro fator que é necessário ser ressaltado é que, em ambas as bases de dados, os documentos se encontravam na língua inglesa. Essas são as unidades de contexto que, conforme Bardin (2016BARDIN, L, Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2016.), ajudam a compor a análise de conteúdo que foi aplicada nesta pesquisa.

A partir da utilização do software Atlas.ti, foi possível organizar os documentos e realizar análises nas indicações de Bardin (2016BARDIN, L, Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2016.) que se referem as fases de Exploração do material (codificação e categorização) e tratamento dos resultados. Após a pré-análise e a leitura completa dos textos foram elencadas três categorias fundamentais para a pesquisa que, posteriormente, foram subdivididas em códigos para a aplicação da análise de conteúdo.

A partir dessa fase, foi utilizada a ferramenta para a análise de conteúdo, “o software Atlas.ti foi idealizado exclusivamente para a análise de qualitativos em grande quantidade” (Klüber, 2014KLÜBER, T. E, Atlas/t.i como instrumento de análise em pesquisa qualitativa de abordagem fenomenológica. ETD: Educação Temática Digital, Campinas, v. 16, n. 1, p. 5-23, 2014. DOI: https://doi.org/10.20396/etd.v16i1.1326.
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, p.12). Esse programa é importante para pesquisadores de distintas áreas, uma vez que, possibilita recursos que podem ser aplicados a inúmeras áreas de conhecimento, pois sua interface permite que diversos tipos de dados possam ser analisados. É necessário reforçar que o Atlas.ti não opera sozinho, as análises são realizadas pelo pesquisador, por meio de sua compreensão e interpretação, o programa apenas otimiza o trabalho (Silva Junior; Leão, 2018). A última fase da AC é o tratamento dos resultados, que contou com o auxílio do Atlas.ti e serviu como suporte para a análise e interpretação dos resultados.

4 ANÁLISE E DISCUSSÕES DOS RESULTADOS

Por meio da aplicação do método PRISMA foi realizado um levantamento de textos em duas bases de dados, Web of Science e a Scopus. Após a leitura dos documentos completos, foram selecionados os artigos que apresentavam maior compatibilidade com o escopo desta pesquisa. Seguindo a proposta do PRISMA, foram feitas análises para justificar a relação das pesquisas que já foram publicadas e que poderiam contribuir com a discussão que o presente artigo expõe.

A seguir, o Quadro 1, são relacionados os artigos identificados. No quadro podem ser visualizados os nomes dos autores, ano de publicação, título do artigo e resumo com a análise prévia da revisão sistemática. Também foi empregado um número de identificação (ID) para cada um dos artigos, desta forma, com o decorrer da análise, será possível reconhecê-los.

Quadro 1
Artigos considerados nesta pesquisa.

Os códigos foram aplicados no software em língua inglesa, pois, como anteriormente citado, os artigos utilizados nesta revisão sistemática encontravam-se em inglês. Por esta razão, as imagens e tabelas que serão apresentadas ao longo desta pesquisa apresentarão informações em inglês.

Para obtenção dos resultados a codificação no Software Atlas.Ti ocorreu por meio de uma seleção manual, na qual foram relacionados os códigos com as citações identificadas em cada um dos 18 textos. Após essa classificação, foram detectados a frequência que os códigos foram destacados na seleção dos trechos dos artigos, como é possível ver na Figura 3, a seguir.

Figura 3
Gráfico de frequência de códigos dos artigos analisados.

Percebe-se que o conceito de Knowledge (Conhecimento) foi destacado em 232 trechos dos artigos, seguido pelo termo Development (Desenvolvimento) com 217 trechos. Também há Information (Informação), com 119 trechos em destaque.

Ao realizar a análise, identificou-se que o conceito de knowledge traz contribuições nas organizações para pessoas, produtos e processos, por esta razão a GC é entendida como a transformação de dados e informações, que podem ser empregadas em ações gerenciais na forma de ativos intelectuais de valores sustentáveis, que suscitam a vantagem competitiva (Nazam, et. al., 2020NAZAM, M. et. al., Modeling the key barriers of knowledge management adoption in sustainable supply chain, Journal Of Enterprise Information Management, [S.l], v. 33, n. 5, p. 1077-1109, 2020.).

Já a ideia de desenvolvimento é abordada nos estudos de Shelbourn et. al., (2006SHELBOURN, M. A. et. al., Managing knowledge in the context of sustainable construction. Electronic Journal of Information Technology in Construction, [S.l], v. 11, p. 57-71, 2006.) considerando a importância que o campo teve a partir do século XXI por meio da conscientização da agenda da sustentabilidade, algo que pressionou o consumo de produtos mais sustentáveis. “O desenvolvimento sustentável pode ser definido como o desenvolvimento que atende às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atender às suas necessidades” (Shelbourn, et. al., 2006, pg. 57). Ainda, conforme os autores as organizações precisam superar obstáculos para se tornarem mais sustentáveis, a partir do gerenciamento do conhecimento, considerando que esse conhecimento precisa estar disponível e acessível as pessoas, as equipes multidisciplinares e a própria organização (Shelbourn, et. al., 2006).

Já a relação com a informação, em especial com a sua gestão, é apontada por Walker, Pitt e Jha Thakur (2007WALKER, D.; PITT, M.; JHA THAKUR, U. Environmental management systems: Information management and corporate responsibility. Journal of Facilities Management, [S.l], v. 5, n. 1, p. 49-61, 2007) como um requisito fundamental no qual a geração da informação é comunicada e analisada com objetivo de apoiar os processos de tomada de decisão de forma eficaz. A relação da informação com o desenvolvimento sustentável comumente ocorre pelo impacto crescente que ela significa a comunidade financeira, ou seja, aos clientes, acionistas, colaboradores, investidores e, até mesmo, aos órgãos reguladores (Walker; Pitt; Jha Thakur. 2007).

Outra revelação que o Atlas.ti traçou é a nuvem de palavras, conforme é possível ver na Figura 4. Ao associar os conceitos sobre GC, GI e Sustentabilidade e interpretar como esses campos estão relacionadas nota-se que as palavras em destaque são Information, Knowledge, Sustainability, learning, developmente, sharing e management. Por meio dessas palavras é possível indicar que, para que haja o desenvolvimento sustentável, se faz necessário o uso da GI e da GC, que ocorre ao longo do compartilhamento de informação e conhecimento, que é fortalecido por meio da aprendizagem organizacional.

Figura 4
Nuvem de palavras mais citadas nos trechos de destaque da análise

Os autores Shelbourn, et. al., (2006SHELBOURN, M. A. et. al., Managing knowledge in the context of sustainable construction. Electronic Journal of Information Technology in Construction, [S.l], v. 11, p. 57-71, 2006.) afirmam que as metas para a sustentabilidade podem ser conquistadas mediante atividades de informação e daquelas que possibilitem novos conhecimentos, em especial os obtidos pela experiência. Essas ações podem acontecer por meio de boas práticas, de modelos de processos aprimorados e de padrões estabelecidos, contudo, essas atitudes podem ser adotadas por meio da análise sobre as metas de sustentabilidade de práticas locais, organizacionais e profissionais (Shelbourn, et. al., 2006).

Walker, Pitt e Jha Thakur (2007WALKER, D.; PITT, M.; JHA THAKUR, U. Environmental management systems: Information management and corporate responsibility. Journal of Facilities Management, [S.l], v. 5, n. 1, p. 49-61, 2007) afirmam que a GC é um campo que garante o planejamento estratégico da gestão ambiental, desde que essa aconteça de maneira devidamente informada e habilitada. Pode-se relacionar aqui o estudo realizado por Kraines e Guo (2011KRAINES, S.; GUO, W., A system for ontology-based sharing of expert knowledge in sustainability science, Data Science Journal, London, v. 9, p. 107-123, 2011.), que propunha a construção de uma plataforma que relacionava conceitos de engenharia e a ciência da sustentabilidade, com o intuito de compartilhar conhecimento para ambas as partes de interesse.

Pode-se dizer que nesse processo também há espaço para que a aprendizagem contribua com a sustentabilidade, uma vez que ela exige informações e conhecimentos para que seja aplicada. Os autores Sánchez e Mitchell (2016SÁNCHEZ, L.E.; MITCHELL, R., Conceptualizing impact assessment as a learning process, Environmental Impact Assessment Review, [S.l] v. 62, p. 195-204, 2016., p. 196) argumentam que, “a aprendizagem é orientada para um objetivo: um processo de aquisição não apenas de novos conhecimentos e habilidades, mas também de novos comportamentos e valores.” Correlacionando esses assuntos, entende-se ainda que é possível criar uma rede que possibilita o compartilhamento de conhecimento (Xu, et. al. 2017XU, Y. et. al., Leveraging industry standards to improve the environmental sustainability of a supply chain, Electronic Commerce Research and Applications, [S.l], v. 27, p. 90-105, 2017.), orientada ao desenvolvimento sustentável.

Também foram elencadas as relações que existem entre os documentos e os códigos, observar a Figura 5. Percebe-se que as três categorias: GC, GI e Sustentabilidade estão relacionadas por meio dos códigos que representam os artigos analisados. É possível verificar a intensidade em que os códigos Knowlegde, Development e Information se relacionam uns com os outros, demonstrando que ambos os campos se apoiam e se influenciam.

As relações percebidas, a partir da Figura 5, revelam que as temáticas sobre conhecimento e o desenvolvimento sustentável encontram-se presentes em todos os documentos analisados. Já a informação é percebida com menor frequência nessas relações. Contudo, ao observar os demais códigos apresentados na Figura 5 é possível identificar uma grande relação entre os diversos campos, que apesar de não tratar os campos de GC e GI explicitamente, podem ter seus componentes identificados nessas relações.

Por meio da Figura 5 também foi possível analisar as correlações existentes entre os códigos e os documentos que foram selecionados, com base nas orientações do método PRISMA. A partir dessas observações, foi exequível relacionar de maneira compreensível como os campos centrais desta pesquisa, que foram categorizados e codificados a partir do Atlas.ti, apresentam associações. Isso pode ser percebido ao identificar como cada um dos artigos, listados na parte esquerda da figura, apresentam vínculos com os códigos, que estão pautados ao lado direito da imagem. Ao analisar essas ligações é notável que alguns documentos exibem elos com ao menos um código de cada uma das três categorias principais.

Os códigos apresentados vinculam a GI, GC e sustentabilidade e essa relação fica evidente após a leitura de todos os documentos, algo que enfatiza a demanda existente nas investigações de como a ciência está discutindo essas temáticas. O que demonstra que essas abordagens de fato acontecem e que essas vinculações entre esses três campos de estudo são assuntos de intenso debate nos meios acadêmicos. Nota-se que há uma maior intensidade entre o conhecimento e a sustentabilidade, mas ao verificar os códigos pertencentes a categoria da informação constata-se que também há expressividade de menções desses conceitos entre os documentos.

Figura 5
Correlação dos códigos

Essas relações também são percebidas quando a rede de conexões dos códigos é desenhada, como é possível ver na Figura 6. Por meio da análise desta pesquisa, foi viável rastrear uma rede com os códigos e categorias que foram previamente estabelecidos. As linhas vermelhas, que são representadas pelo sinal XX, evidenciam a relação entre GC, GI e Sustentabilidade. As linhas verdes, cujo símbolo de representação, são dois colchetes, [], retratam as conexões entre as categorias e os códigos. Já as linhas azuis representadas pelo símbolo ==, referem-se ao vínculo entre os códigos.

Por meio da Figura 6, é possível observar as relações dos conceitos de modo geral, além disso, ela complementa a análise e a interpretação explicitadas na Figura 5, anteriormente apresentada.

Figura 6
Mapa da rede das categorias e códigos.

Observou-se que não foram em todos os artigos que os três campos, Gestão do Conhecimento, Gestão da Informação e Sustentabilidade, foram tratados de maneira igual ou de forma conjunta, contudo elas podem se relacionar por meio de seus conceitos específicos, como por exemplo, capital intelectual, inovação verde, cadeia de suprimentos sustentável, transferência de conhecimento, cultura sustentável e stakeholders.

Os resultados dos estudos de Nazam, et. al., (2020NAZAM, M. et. al., Modeling the key barriers of knowledge management adoption in sustainable supply chain, Journal Of Enterprise Information Management, [S.l], v. 33, n. 5, p. 1077-1109, 2020.) indicam que, para atingir metas sustentáveis, é necessário o conhecimento envolvido na cadeia de suprimentos. Isso ocorre a partir das boas práticas, modelos de processo aprimorados e do contexto dos quais estão inseridas as metas de sustentabilidade. Para se alcançar esse processo é necessário que as organizações tenham a Gestão do Conhecimento, e que por meio dela sejam incluídos a criação de novos conhecimentos (Shelbourn, et. al., 2006SHELBOURN, M. A. et. al., Managing knowledge in the context of sustainable construction. Electronic Journal of Information Technology in Construction, [S.l], v. 11, p. 57-71, 2006.).

Walker, Pitt e Jha Thakur (2007WALKER, D.; PITT, M.; JHA THAKUR, U. Environmental management systems: Information management and corporate responsibility. Journal of Facilities Management, [S.l], v. 5, n. 1, p. 49-61, 2007) afirmam que, em um mundo globalizado e competitivo, o aprendizado é uma peça essencial para a sobrevivência das empresas. A relação entre a GC e a aprendizagem são indicadas pela pesquisa de Upstill-Goddard, et. al., (2016GODDARD, J.U. et al, Implementing sustainability in small and medium-sized construction firms the role of absorptive capacity, Engineering, Construction and Architectural Management, [S.l], v. 23, n. 4, p. 407-427, 2016.), onde empresas que usam o conhecimento incluem em suas atividades gerenciais o aprendizado, com o objetivo de aumentar a capacidade de absorção dos colaboradores no momento da implantação de boas práticas.

Mas para que essas boas práticas, associadas a sustentabilidade, sejam postas em prática, há a necessidade em criar ambientes para isso. Os autores, Bruyn, Jenkins e SamsonLiebig (2017BRUYN, L.L.D.; JENKINS, A.; SAMSON-LIEBIG, S. Lessons learnt: Sharing soil knowledge to improve land management and sustainable soil use, Soil Science Society of America Journal, [S.l], v. 81, n. 3, p. 427-438, 2017.) afirmam que o aprendizado dinâmico ocorre por meio do equilíbrio entre novas tecnologias e métodos já utilizados e testados. Mas esses espaços não podem substituir as interações pessoais que são geradas entre as pessoas ao longo de suas vivências, uma vez que, o acesso às informações, estão disponíveis em qualquer momento e instante em meios on-line. Os autores apontam também a necessidade de melhorar a alfabetização informacional, para que os indivíduos tenham habilidades para acessar as informações, sendo capazes de reconhecer o que é relevante e correto a partir de suas necessidades (Bruyn; Jenkins ; Samson-Liebig, 2017).

Considerando a necessidade e a importância que a informação possui e o seu impacto, Uniyal, et. al., (2021UNIYAL, S. et. al., ICT as “Knowledge Management” for Assessing Sustainable Consumption and Production in Supply Chains. Journal of Global Information Management, [S.l], v. 29, n. 1, p. 164-198, 2021.) acreditam que é primordial que sejam projetados e implementados sistemas de informação que permitam uma resposta rápida à possíveis problemas das atividades comerciais sustentáveis. Sabe-se que na atualidade a avaliação de impacto ambiental necessita de dados e informações sobre as atividades empresariais executadas na produção de produtos ou serviços. Em razão da dificuldade em coletar essas informações, a inclusão de um sistema que abarque questões ambientais dentro da estrutura empresarial pode facilitar o gerenciamento de dados e informações, sendo um aliado na tomada de decisão (Muñoz, et. al., 2012MUÑOZ, E. et al, Considering environmental assessment in an ontological framework for enterprise sustainability, Journal of Cleaner Production, [S.l], v. 47, p. 149-164, 2012.). “Além disso, o compartilhamento de informações impacta positivamente o crescimento sustentável por meio de gestão verde e inovação tecnológica” (Huang, et. al., 2022HUANG, W. et. al., Relating Sustainable Business Development Practices and Information Management in Promoting Digital Green Innovation: Evidence From China, Frontiers in Psychology, [S.l], v. 13, 2022., p. 5).

Ao considerar o que já foi exposto, entende-se que o conhecimento detém muito valor dentro de uma organização, o que igualmente pode-se dizer da informação. A necessidade de uma boa gestão desses dois elementos gera a demanda de gerenciamento de outros componentes, como é o caso da aprendizagem e o treinamento de colaboradores. Isso ocorre porque a organização investe em novas tecnologias e novos modelos de administração voltados à sustentabilidade, e percebe-se que as pessoas envolvidas nesses processos possuem habilidades para executar as atividades com excelência. “O treinamento e o desenvolvimento dos funcionários quanto à implantação e benefício do consumo e produção sustentável por meio das TIC são de extrema importância, pois auxiliam as indústrias a produzir e consumir de forma sustentável” (Uniyal, et. al., 2021UNIYAL, S. et. al., ICT as “Knowledge Management” for Assessing Sustainable Consumption and Production in Supply Chains. Journal of Global Information Management, [S.l], v. 29, n. 1, p. 164-198, 2021., p. 173).

As razões pelas quais as organizações buscam implementar a sustentabilidade em seus processos de produção são diversos, podem surgir de abordagens, objetivos, valores, estratégias competitivas, legislações e normativas, assim como pressões sociais (Law; Breznik; Ip, 2021LAW, K. M. Y.; Breznik, K.; Ip, A. Using Publicized Information to Determine the Sustainable Development of 3-PL Companies, Journal Of Global Information Management, [S.l], v. 29, n. 1, p. 199-216, 2021.). Por outro lado, empresas que adotaram dimensões sustentáveis tiveram vantagem, pois passaram a conquistar novos clientes (Huang, et. al., 2022HUANG, W. et. al., Relating Sustainable Business Development Practices and Information Management in Promoting Digital Green Innovation: Evidence From China, Frontiers in Psychology, [S.l], v. 13, 2022.). Investir em tecnologias verdes é uma maneira pela qual as organizações encontraram para avançar em direção da sustentabilidade, e os gestores estão cientes dessa importância e por esse motivo, trabalham em operações que irão incorporar a sustentabilidade em suas cadeias produtivas (Uniyal, et. al., 2021UNIYAL, S. et. al., ICT as “Knowledge Management” for Assessing Sustainable Consumption and Production in Supply Chains. Journal of Global Information Management, [S.l], v. 29, n. 1, p. 164-198, 2021.).

Ao final desta análise, entende-se que a integração é a ação que mais condiz com GC, GI e Sustentabilidade dentro dos estudos examinados, também foi verificado que há espaço para que elas cresçam e sejam intensificadas. Os campos se relacionam tanto nas pesquisas acadêmicas, como também nas práticas organizacionais em cadeias produtivas.

Em relação aos assuntos debatidos pelas pesquisas, nota-se que a necessidade de adotar práticas sustentáveis é vista de diferentes maneiras pelas organizações e, por esse motivo, elas buscam, por meio da gestão do conhecimento e da gestão da informação, ferramentas, modelos e estratégias que sirvam como suporte para a tomada de decisão, visando a sustentabilidade como uma prática realmente aplicada às suas cadeias produtivas.

Quanto aos comentários sobre as pesquisas, percebe-se que o campo de maior investigação é voltado a construção civil e a de produção fabril de grande porte - automóveis; alimentos; saúde - e que as discussões ocorrem principalmente por países (em seus contextos de ano e publicação) que são considerados em fase de desenvolvimento, sendo a China a mais citada, seguida por pesquisas na Índia e no Paquistão. Países como Estados Unidos, Austrália, Reino Unido e Canadá também foram alvos de pesquisas. Houve também, pesquisas que buscavam implementar ferramentas e sistemas baseados na ontologia, também foram descritos processos para a criação de redes de compartilhamento de informações que possam contribuir com o conhecimento sobre a sustentabilidade, mediante o compartilhamento desses saberes.

5 CONCLUSÃO

A presente pesquisa buscou responder o questionamento que a embasou, como a Gestão do Conhecimento e a Gestão da Informação têm abordado Sustentabilidade em pesquisas acadêmicas? Para obter resposta, foram feitas investigações a partir da revisão sistemática da literatura, para tal, foram examinadas bases de dados, Scopus e Web of Science, para encontrar artigos que estivessem de acordo com a proposta da pesquisa. Como métodos de seleção foi utilizado o PRISMA e a Análise de Conteúdo de Bardin (2016BARDIN, L, Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2016.) a análise dos artigos também contou com o auxílio do software Atlas.ti.

Após a leitura de pré-análise foram analisados 18 artigos, todos os documentos estavam escritos em língua inglesa, por este motivo, os códigos associados aos documentos no Atlas.ti estavam em inglês. Foram elencadas três categorias que foram subdivididas em códigos durante a análise. As categorias eram: knowledge management; information management; sustainability. Ao analisar os documentos no software foi possível fazer relações entre os códigos e as suas categorias e mapear uma rede. Nota-se que os três grandes campos investigadas se relacionam de diversas maneiras e que, principalmente, as ferramentas da GC e da GI são utilizadas para garantir que o processo das cadeias produtivas seja sustentável e eficiente e, por esta razão, se tornam principal objeto dos trabalhos analisados.

Por meio das inferências da análise, que foi realizada no software, é possível identificar como os estudos em GC, GI e Sustentabilidade têm sido investigados pela comunidade acadêmica e têm contribuído tanto para a literatura desses campos como também na aplicação de técnicas, conceitos, ferramentas e sistemas, que permitem que os campos possam ser executados, na prática, com eficiência.

Os artigos investigados revelam uma predominância de pesquisas relacionadas a áreas da construção civil e de indústrias de grande porte. Também foi identificado que parte dos estudos foi realizado em países como China, Índia, Paquistão, que eram considerados, por seus respectivos pesquisadores, países em desenvolvimento. Observa-se também que os estudos buscavam repostas por meio da aplicação de entrevistas e questionários e tinham como procedimento o estudo de caso. Os estudos utilizados por esta pesquisa reconhecem que não podem atender de maneira unanime os problemas sobre GC, GI e Sustentabilidade, uma vez que eles se encontram em contextos diferentes, com atividades de produção diferentes, com culturas e legislações diferentes, bem como, o intervalo de tempo entre eles pode ser um indicador de disparidade.

Sabe-se que as limitações deste estudo se encontram na escolha da base de dados e nas próprias escolhas de palavras-chave investigadas. Como sugestão para trabalhos futuros, estimula-se aplicar novamente, utilizando de outro método de revisão sistemática. Outro ponto que pode ser investigado é como ocorre o diálogo desses campos, considerando em suas análises as unidades de registro e de contexto apontadas por Laurence Bardin (2016BARDIN, L, Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2016.). Proporcionando assim, debates amplos e profundos sobre os três campos, no meio acadêmico.

Após a investigação e análise do material selecionado, percebe-se que GC, GI e Sustentabilidade são campos de estudo que são discutidos pela comunidade academia. Existem elos entre esses três campos e eles foram percebidos na análise de conteúdo. Os estudos revelam a importância da relação entre essas temáticas, tendo em vista que as investigações tiveram como base estudos de casos, aplicação de ferramentas em indústrias de grande e médio porte, em países em desenvolvimento e com as investigações em setores de maior impacto sustentável, que usam métodos quantitativos em sua averiguação.

Contudo, é essencial pensar em outras linhas de pesquisa e de questionamento para esses três campos científicos, talvez investigações com aspectos qualitativos, de análises de comparações entre regiões de maior desenvolvimento socioeconômico, ou então, produzir estudos que comparem atividades entre organizações de setores diferentes, que possuam ou não apoio a partir de políticas públicas, que possam impactar nesses assuntos. Investigar redes de troca de informações científicas entre parceiros, eventualmente redes de instituições benfeitoras relacionadas aos campos e refletir também sobre outras formas e métodos de disseminação do conhecimento científico para a sociedade, em relação as ações dos campos estudados, também podem contribuir para o avanço da relação entre eles.

Reconhecimentos

Não aplicável.

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  • Financiamento:

    O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.
  • Aprovação ética:

    Não aplicável.
  • Disponibilidade de dados e material:

    Não aplicável.

Editado por

Editor:

Gildenir Carolino Santos

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    17 Jun 2024
  • Data do Fascículo
    2024

Histórico

  • Recebido
    05 Ago 2023
  • Aceito
    05 Fev 2024
  • Publicado
    01 Mar 2024
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