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Dor e fatores associados em puérperas deprimidas e não deprimidas* * Recebido da Universidade Federal de Pernambuco, Programa de Pós-Graduação em Neuropsiquiatria e Ciências do Comportamento, Recife, PE, Brasil.

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS:

A dor física no período puerperal em geral decorre das alterações musculoesqueléticas inerentes à gestação, contudo seu curso clínico pode ser alterado na presença dos transtornos de humor. O objetivo deste estudo foi verificar a associação entre dor e depressão pós-parto.

MÉTODOS:

Foram entrevistadas 80 mulheres em pós-parto de 2 a 30 semanas. Os sintomas depressivos foram rastreados através da Escala de Depressão Pós-natal de Edimburgo. A intensidade da dor foi avaliada, por meio da escala analógica visual, enquanto o Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares foi empregado na localização da dor.

RESULTADOS:

A análise univariada mostrou que a depressão pós-parto esteve associada à dor de maior intensidade (p<0,001), a alterações constantes de humor (p=0,001), à iniciação sexual precoce (p<0,05) e ao consumo de álcool (p<0,05). Percepção dolorosa de maior intensidade foi associada a um relacionamento conjugal ruim (p<0,05) e a um maior número pessoas em coabitação (p<0,05). A região torácica foi o local de dor mais apontado pelas puérperas deprimidas (p=0,01). A análise de regressão logística revelou que dor referida de moderada a intensa foi um forte fator preditor de depressão pós-parto (OR=4,6; intervalo de confiança de 95%:1,5-13,9).

CONCLUSÃO:

Dor de intensidade moderada a intensa aumenta a probabilidade de mulheres desenvolverem sintomas depressivos no pós-parto.

Depressão pós-parto; Dor musculoesquelética; Mensuração da dor


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