JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS:
As dores que acometem o segmento cefálico afetam grande parte da população mundial, porém são poucos os trabalhos que retratam essa condição na população geral do Brasil. O objetivo deste estudo foi investigar a prevalência de dor no segmento cefálico e seu impacto sobre a qualidade de vida de adultos do município de Piracicaba, São Paulo.
MÉTODOS:
A amostra foi composta por 400 voluntários de ambos os gêneros, com idade entre 20 e 50 anos que foram aleatoriamente abordados em seis pontos de passagem do município. A coleta de dados sócio-demográficos, prevalência, localização, frequência, duração, gravidade da dor e autopercepção da qualidade de vida foi realizada por meio de questionários anônimos autoaplicados, o Questionário de Dor Orofacial e o WHOQOL-BREF.
RESULTADOS:
A prevalência de dor foi de 54,75%, de intensidade predominantemente intensa (21,30%), recorrência diária (41,10%) e presente há mais de seis meses (91,32%). A região mais acometida foi a cabeça (36%) sendo a região intraoral menos frequentemente apontada (6%). Não se observou associação significativa entre a presença de dor e fatores como idade, nível econômico e escolaridade (p>0,05), porém houve significativa prevalência de dor entre as mulheres. A ausência de dor foi frequentemente associada à melhor qualidade de vida (p<0,05). Voluntários que relataram dor apresentaram maior insatisfação com a qualidade do sono (p<0,05), porém não foi observada associação significativa com a frequência de sentimentos negativos.
CONCLUSÃO:
O estudo identificou alta prevalência de dor no segmento cefálico, significante morbidade das pessoas acometidas por essa condição e seu impacto negativo sobre a qualidade de vida.
Dor crônica; Epidemiologia; Prevalência; Qualidade de vida