JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS:
Cerca de 60% dos indivíduos com dor crônica queixam-se de disfunção sexual, cuja prevalência varia de 20 a 88%. Entre as queixas sexuais mais relatadas entre as idosas estão o baixo interesse, a dificuldade de lubrificação vaginal e a incapacidade de alcançar o orgasmo. O objetivo deste estudo foi apurar a prevalência de disfunção sexual entre as idosas longevas com dor crônica, e descrever os fatores de interferência.
MÉTODOS:
Foi realizado um estudo descritivo e analítico de corte-transversal, com indivíduos acima de 80 anos, do gênero feminino. Foram coletados dados sócio-demográficos, de comorbidades e uso de fármacos, além da avaliação e mensuração da dor crônica e apuração das disfunções sexuais através do Short Personal Experiences Questionnaire.
RESULTADOS:
Participaram do estudo 32 idosas com média de idade de 87 anos, a maioria viúva, com menos de 4 anos de escolaridade, boa saúde autorreferida, sem parceiro sexual, e com dor crônica prevalentemente nociceptiva por osteoartrite. A prevalência de disfunção sexual encontrada foi de 78% das idosas com dor crônica, com pontuação média de 7. A principal causa da inatividade sexual foi a ausência de um parceiro. Em cerca de 28,1% observou-se que a dor crônica interferia na sexualidade. Também se observou que nenhuma idosa fora abordada anteriormente quanto a sua sexualidade, apesar de 68,8% delas terem afirmado que gostariam de já ter sido abordadas.
CONCLUSÃO:
A dor crônica foi considerada um fator que interferia na prática sexual das idosas longevas estudadas, sugerindo que esse quadro possa comprometer a sexualidade no envelhecimento.
Disfunção sexual fisiológica; Dor crônica; Geriatria; Saúde do idoso; Sexualidade