RESUMO
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS:
A automutilação é um comportamento de autodestruição oriundo de um desejo de se punir que pode ser inconsciente e apresenta grande impacto na vida do indivíduo. O presente estudo teve como objetivo identificar a intensidade dolorosa que mais satisfaz a necessidade da automutilação, assim como os fatores desencadeantes e gratificantes.
MÉTODOS:
Estudo de coorte, realizado mediante resposta a um questionário com participação de 20 pacientes com idade superior a 18 anos; atendidos em ambulatório de Psiquiatria, de uma clínica de uma cidade de médio porte do Vale do Paraíba.
RESULTADOS:
Os participantes do estudo apresentavam idade entre 16 e 60 nos, sendo 85% do gênero feminino. A depressão foi a doença mais prevalente e o fator desencadeante foi a tristeza. Em relação ao sentimento alcançado, 65% responderam obter alívio e o período do dia de maior ocorrência foi o noturno. Quanto a intensidade dolorosa, segundo a escala numérica de dor, 45% relataram ausência de dor, 35% dor leve, 15% moderada e 5% intensa. Porém, ao se considerar a dor interpretada fora do momento da crise, 5% relatou ausência de dor, 45% dor moderada e 50% intensa.
CONCLUSÃO:
A prevalência da automutilação foi maior em mulheres, jovens, portadoras da algum transtorno psiquiátrico e o período do dia de maior ocorrência ocorreu a noite. Quanto a percepção dolorosa, foi de baixa a leve intensidade, principalmente se comparadas ao que o paciente avalia para o mesmo fenômeno fora das crises.
Descritores:
Automutilação; Dor aguda; Psiquiatria biológica