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Frequência de alterações dos índices eletromiográficos na disfunção temporomandibular e sua correlação com o nível de dor* * Recebido da Universidade de São Paulo, Faculdade de Odontologia, Ribeirão Preto, SP, Brasil.

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS:

Compreendendo a importância da eletromiografia de superfície como método complementar para o entendimento do estado miofuncional do sistema estomatognático, o objetivo deste estudo foi analisar a frequência de índices eletromiográficos alterados e normais em uma amostra de sujeitos com disfunção temporomandibular, bem como sua relação com a queixa de dor.

MÉTODOS:

Foram avaliados 44 sujeitos com sinais e sintomas de disfunção temporomandibular, (11 homens/33 mulheres), com média de idade de 39 anos, os quais foram submetidos à eletromiografia de superfície. O nível de dor foi investigado por meio de escala analógica visual. Foram calculados o Índice de Assimetria Total (AStotal), Índice de Assimetria do Masseter (ASMM), Índice de Assimetria do Temporal (ASTA), Índice de Ativação (ACtotal) e Índice de Torque (TOtotal). A correlação entre o nível de dor e os índices eletromiográficos foi verificada pelo teste de correlação de Pearson e a caracterização da amostra quanto aos índices investigados foi feita por meio de análise estatística descritiva.

RESULTADOS:

As médias de todos os índices encontraram-se dentro dos padrões de normalidade, estabelecidos previamente. A frequência de índices eletromiográficos alterados na amostra estudada foi alta (ASMM=68%; ASTA=64%; TOtotal=64%; AStotal=55%). Em relação ao ACtotal houve predomínio de atividade do masseter em relação ao temporal, tanto para os valores normais quanto para os alterados. Dentre os sujeitos com índices alterados, o lado esquerdo apresentou atividade superior. Não foi encontrada correlação entre o nível de dor e o nível de alteração dos índices eletromiográficos (p>0,05).

CONCLUSÃO:

A frequência de alterações dos índices eletromiográficos em sujeitos com disfunção temporomandibular é elevada, apontando para a possível presença de distúrbios miofuncionais do sistema estomatognático. Esses índices não têm relação direta com a queixa de dor, mas revelam a existência de um desequilíbrio na atividade muscular, que pode não ser útil para o diagnóstico da dor, mas sim para o correto encaminhamento às terapias pertinentes voltadas para a musculatura.

Dor orofacial; Eletromiografia; Músculos mastigatórios; Síndrome da disfunção da articulação temporomandibular


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