JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS:
A avaliação clínica de pacientes com disfunção temporomandibular inclui a avaliação da resposta dolorosa à palpação muscular e articular e existe uma incerteza sobre como a intensidade da dor relatada pelo paciente se relaciona com o limiar de dor à pressão obtido com exame de algometria. O presente estudo objetivou determinar se há uma associação entre essas duas variáveis.
MÉTODOS:
Oitenta pacientes com artralgia e 130 com dor miofascial mastigatória participaram deste estudo. A intensidade de dor foi aferida com a escala visual analógica. O limiar de dor à pressão foi aferido utilizando o algômetro. A pressão foi aplicada bilateralmente na articulação temporomandibular nos pacientes com artralgia e nos músculos masseter e temporal anterior. O teste utilizado na análise estatística foi o coeficiente de correlação de Pearson (r) para determinar a força da correlação entre intensidade de dor e o menor valor de limiar de dor à pressão.
RESULTADOS:
As correlações entre os valores de intensidade de dor e limiar de dor à pressão foram estatisticamente fracas. As correlações entre intensidade de dor e limiar de dor à pressão na articulação temporomandibular (r=-0,236; p=0,03), no masseter (r=-0,312; p<0,001) e no temporal anterior (r=-0,240; p=0,006) foram estatisticamente significantes.
CONCLUSÃO:
A baixa correlação entre intensidade de dor e limiar de dor à pressão sugere que outros fatores possam ser claramente importantes para explicar a experiência dolorosa de pacientes com disfunção temporomandibular, incluindo a contribuição do processo nociceptivo no sistema nervoso central e as variáveis psicossociais para a manutenção da dor crônica.
Dor; Limiar da dor; Síndrome da disfunção da articulação temporomandibular; Transtornos da articulação temporomandibular