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Desviando do Discurso de Propriedade: Estátuas e Ativismo Estudantil

Resumo

Observa-se um aumento significativo de expressões de ativismo político rotulado como “violento” ao redor do mundo. Uma característica comum desses movimentos é o uso crescente de danos à propriedade como estratégia de protesto. Embora tenham sido feitos esforços para construir um quadro de análise para danos à propriedade com motivação política, algumas situações parecem escapar desse panorama. Isso é evidente em casos de ativismo estudantil em universidades contra propriedades simbólicas, como estátuas, ligadas ao passado colonial. Nesses casos, um silêncio peculiar em relação ao discurso de propriedade pode indicar a dificuldade de empregá-lo devido a circunstâncias concretas. Este artigo tem como objetivo analisar as condições que dificultam o uso dessa narrativa em favor de outras, como debates sobre revisionismo histórico e os legados das pessoas ou épocas representadas por essas estátuas. Delineamos duas características principais que podem dificultar o uso do discurso de propriedade nesses casos: a participação de um grupo privilegiado nessas mobilizações; e a natureza altamente simbólica desses tipos de propriedade. Mais do que descrever as peculiaridades dos casos de discurso de propriedade, este artigo busca contribuir para um arcabouço para danos à propriedade com motivação política, destacando o discurso de propriedade como uma das várias narrativas que podem ser mobilizadas para proteger a posse.

Palavras-chave:
Protestos; Dano à propriedade por motivação política; Estátuas; Ativismo Estudantil; Esquivando do discurso de propriedade

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