Resumo
Barra Longa (MG) é uma das cidades atingidas pelo rompimento da Barragem de Fundão. Considerada a singularidade deste caso no contexto do desastre e do processo de reparação, buscamos discutir neste ensaio em que medida as disputas em torno do planejamento territorial, intensificadas após o soterramento de vias e edificações desta cidade pelos rejeitos minerários, são também ecos dos métodos de acumulação originária permanente do capital. O planejamento popular é percebido como recurso contestatório, contrapondo à repristinação da violência da acumulação originária a antropofágica apropriação dos conhecimentos técnicos e científicos na luta coletiva pela produção popular do espaço barralonguense.
Palavras-chave:
Barra Longa (MG); Barragem de Fundão; John Mawe; Acumulação originária permanente; Planejamento conflitual; Planejamento militante