INDIVÍDUO |
Experiência prévia |
A experiência prévia não interferiu na mortalidade das atividades, mas contribuiu para o sucesso de uma delas. |
Escolaridade |
A escolaridade não se apresentou como fator determinante para o sucesso das atividades produtivas informais estudadas, assim como sua presença não impediu a mortalidade de outras. |
Gênero |
O gênero feminino foi dominante nas ativas e extintas. |
Redes de relacionamentos |
As redes de relacionamentos foram consideradas importantes tanto na sobrevivência, quanto na mortalidade. |
Personalidade dos indivíduos |
A personalidade se mostrou fator primordial para o sucesso das atividades ativas. Ademais, coincidentemente ou não, as ativas, mantidas por indivíduos mais combativos e batalhadores, eram, exatamente, aquelas que se constituíam na única fonte de renda e sobrevivência dos envolvidos. |
ATIVIDADE PRODUTIVA |
Localização da atividade |
Para as atividades de artesanato e alimento, a comercialização dos produtos em feiras populares foi primordial à sobrevivência das atividades. Quanto às demais atividades, dependiam de visita aos clientes em casas, empresas ou outros locais. A localização, portanto, impactou igualmente as atividades. |
Presença de auxiliares |
A presença de auxiliares não foi constante durante a existência das atividades. Quando presentes, demonstram-se importantes. Não foi relatada a presença de algum apoio técnico (contadores, advogados, etc.). Constata-se que sua presença ou ausência impacta igualmente as atividades. |
Planejamento |
Percebe-se uma tendência ao uso do planejamento por parte dos negócios ativos, ainda que de forma amadora ou incipiente. Ao contrário, a tendência não foi constatada nos empreendedores cujas atividades morreram. |
Clientela |
De acordo com os relatos, os clientes são entendidos como o motivo da existência das atividades. No entanto, apenas entre as ativas é possível notar maior preocupação com a observação da satisfação do cliente, inclusive através de formas mais estruturadas de avaliação, pelo menos em um caso. |
Ferramentas de gestão |
É um fator inerente ao bom funcionamento das atividades, ainda que se apresente de forma muito incipiente. Contudo, não se percebeu evidências de que a ausência deste fator tenha contribuído para o encerramento das atividades avaliadas. No entanto, percebe-se que sua presença mais sistemática foi importante para o seu sucesso. |
Crédito |
Para as ativas, uma apresenta-se favorável e, aparentemente dependente do crédito ou de outras alternativas (divisão dos custos variáveis), enquanto outra se manifestou de forma desfavorável. No caso das extintas, uma delas se manifestou desfavorável, enquanto a outra demonstrou-se propensa a recorrer ao crédito para garantir a realização das atividades. Nesse último caso, ficou evidente de que a falta de controle desse fator contribuiu fortemente para o encerramento da atividade. |
Despesas/ custos |
As despesas das quatro atividades variam, em sua maioria, entre insumos, transporte e alimentação. Considerando as despesas mencionadas, apenas uma das empreendedoras ativas relatou ser este um fator impactante ao sucesso da atividade, ao contrário das demais. |
Lucro |
Os resultados demonstram grande subjetividade desse conceito na perspectiva das empreendedoras entrevistadas. Além disso, não se evidenciou a presença de técnicas refinadas para a determinação do lucro, o que nos parece, num primeiro momento, ser uma característica distintiva do segmento das unidades produtivas informais na população de baixa renda. |
Disponibilidade de produtos |
A presença ou não de estoque para as empreendedoras analisadas pode ser considerada específica para cada caso. Para “A”, por exemplo, poderia significar aumento de oportunidade de vendas e dos lucros. Para “B”, por sua vez, demonstra-se indiferente. Para “C”, no momento em que a atividade funcionava com uma produção relativamente alta, a presença de estoque era importante. Finalmente, para “D”, era essencial, pois, do contrário, não havia como fazer a demonstração do produto. |
AMBIENTE SOCIOECONÔMICO |
Crise econômica e social |
A conjuntura econômica isolada, de acordo com as respondentes, não pode ser considerada fator que influencia a sobrevivência ou a mortalidade das suas atividades. Para elas, outros motivos são mais fortes e se sobrepõem a este, como, por exemplo: força de vontade, dedicação, empenho, diversidade de público, entre outros. |
Concorrência |
As ativas enxergam a concorrência de forma positiva e não a percebem como uma ameaça. Ao contrário disso, compreendem-na como possibilidade de aprendizado e melhoria dos seus próprios produtos. Para as extintas, a natureza do negócio contribuiu para a redução da concorrência, ou até mesmo para a sua inexistência. Entendem que possuíam produtos diferenciados no local onde atuavam. |
Parcerias |
Quanto às parcerias, entende-se que as mesmas são importantes para o sucesso dos empreendimentos, uma vez que somente os empreendimentos que sobreviveram tiveram parcerias efetivas. |
Relação com os fornecedores |
Não foi percebida nenhuma relação comercial diferenciada. Apesar disso, infere-se que o fator “fornecedores” é determinante para a sobrevivência ou a mortalidade das atividades estudadas. |
Burocracia |
Na percepção das empreendedoras, o termo é sinônimo de formalidade. Como motivos para a não formalização, foram citados o desânimo, a preguiça e a falta de tempo. Diante desses resultados, percebe-se pouca ou quase nenhuma influência desse fator como possível causador da sobrevivência ou da mortalidade. No entanto, percebe-se certa rejeição à ideia de formalização mais forte entre as ativas. |