Escalas de atendimento das equipes (2.1) |
O mais angustiante são essas escalas permanentes no nosso trabalho, permanente na clínica, isso desgasta. (Grupo 1)
As escalas tomam muito o nosso tempo, que nós precisaríamos para ter um cuidado com mais tempo, assim a gente acaba atropelando tudo, a gente até faz, mas às vezes nem conclui coisas por causa disso, por conta do tempo, a escala é feita pelo administrativo da unidade. (Grupo 5)
Em algumas situações a rotina da unidade atrapalha o cuidado, às vezes a gente não tem o técnico de Enfermagem mais próximo. (Grupo 4)
Os fluxos dificultam principalmente quando se impõe grupos, você não está afim de participar mas é obrigado, porque isso vai atrapalhar num DOTS [tratamento diretamento observado], numa VD [visita domiciliar], não é planejada, chega e tem que fazer, tem que ir em outros órgãos, ir na creche fazer a pesagem e medir, fazer a escovação, ciclo de debates. (Grupo 6) |
Problemas estruturais das Unidades de Saúde da Família (2.2) |
A infraestrutura também é o que atrapalha mais, até a comunicação mesmo, a organização falta. (Grupo 4)
O próprio teste rápido que é feito no final do corredor, com um biombo, não tem uma sala, uma privacidade para o paciente, tem o biombo ali, mas tem gente que vai lá bota a cara, tá com o ouvido ligado. (Grupo 5)
Nós tínhamos né nossa sala, que era nosso espaço, né, mas por conta das residências que chegaram, nós fomos chutados, chutados, ninguém pediu, chutado mesmo, tiraram essa sala para fazer de atendimento. (Grupo 1)
Eu gosto de chegar cedo aqui porque eu sei que se eu não chegar cedo não vou encontrar um computador... (Grupo 2)
Então assim esse lançamento da gente, o material para a gente trabalhar, que é o computador a gente não tem, e não tem resposta, foi já várias vezes falado em reunião geral pedido, implorado, que a gente precisa de um espaço decente, para a gente pelo menos ter o nosso, um computador por equipe. (Grupo 1)
Por exemplo, vocês tem que ir para a área fazer a ficha e hoje nós temos a otics que facilita o trabalho, se tivesse um tablet também facilitaria. (Grupo 3)
Deveria ser disponibilizado mais recursos para a gente fazer esse acompanhamento aqui e registrar do jeito que eles querem, um computador só eu acho que não é o suficiente, por mim eu queria aquele palm-top que eu já ia para a área, eu sento na porta do paciente e eu na hora, não perderia isso. (Grupo 5) |
Padronização dos protocolos (2.3) |
A gente acaba não tendo tempo, a gente perde muito tempo, a gente não vai padronizar uma visita em trinta minutos, não tem como, uma casa a gente fica 20 na outra fica uma hora, tem casas que a gente fica quatro horas, porque as pessoas não param e você não quer, ser indelicado e ir embora, e você precisa escutar. (Grupo 5)
O Saúde da Família já vem com uma linha né, um propósito, ele já te dá uma planilha de trabalho, ele te obriga a trabalhar com essa linha aí, e essa variável linda, a princípio ele te dá até uma numeração básica, assim, simbólica, que para a quantidade de pessoas existe, uma quantidade de doença, ele já te dá isso, e não necessariamente, é assim, então a gente tem uma briga diária, no cotidiano da gente, não é normal. (Grupo 3)
É você querer que a pessoa tenha um negócio padronizado para todos, o cara não quer e aí, não quer não quer, você não tem como obrigar, às vezes é só o tempo que, vai fazer ele se aproximar daqui, às vezes, conhecer o espaço ver que outro já conseguiu, entendeu? (Grupo 1)
Sem contar que nem sempre para consulta é só 30 minutos, né, tem consulta que a gente vai ver, tá em mais de uma hora. (Grupo 3)Então nós vamos estar com ele 24 horas, entende, é muito corrido, não tem como você cronometrar, você não trabalha de acordo, eu não tenho como fazer um atendimento se o Saúde da Família te diz que você tem que atender de 8 a 12 pessoas marcadas, mas você não consegue fazer isso, você atende de 12 a 20, e tem que ser feito em quantos minutos? Em trinta? Em trinta minutos você vai ter que preencher todos aqueles campos, como você coloca isso? (Grupo 3) |
Atuação das equipes no território (2.4) |
Ao mesmo tempo que a gente não tem dificuldade, a gente tem a dificuldade, de entrar, por mais que você diga que não tem. Todo mundo vai ter. (Grupo 3)
Aí eu não fui porque estava tendo guerra, mas não tem ninguém falando em guerra, não apareceu guerra nenhuma na televisão, não tem nada dizendo, que estava, vermelho, verde, amarelo, peraí mas não é assim não. (Grupo 3)
Então tem alguns casos que seriam de pronto atendimento, a gente sabe que não seria de clínica da família, que seria de UPA, mas acaba vindo para cá, e acaba sobrecarregando a clínica da família. (Grupo 4)
A gente anda por cima de esgoto, a gente anda pelos becos, batendo os pés no chão pro rato poder fugir, senão ele morde, e assim gente. A gente tem que andar batendo os pés no chão, que é pro rato não morder a gente, e assim a gente segue, então você acaba achando aquilo, você faz no costume, você já vai fazendo. (Grupo 3)
Demanda espontânea, número muito grande de pessoas para atender, então é complicado atender bem, sabendo que em uma manhã tem trinta pessoas para você atender. (Grupo 6) |
Cobranças da gestão micro e macro (2.5) |
Eu acho que a gente é cobrado, por bastante coisa, a gente é cobrado por números, bastante números, a gente é cobrado. (Grupo 3)
É cobrança de todos os níveis, não é só a gerência local, eu tenho uma CAP [coordenação da área programática], eu tenho um call-center, que fica mandando e-mail, a todo o momento, então assim eu tenho cobranças que não é só o atendimento do paciente, porque se isso fosse o nosso maior problema, atender 3 mil pacientes, ia ser oh mamãozinho com açúcar, mas não é, porque essas chatices ou essas coisas que não dão certo e a gente precisa ficar pensando em soluções, em alternativas. (Grupo 3) |