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Uso do tempo por cuidadores familiares de idosos com demência: revisão integrativa

RESUMO

Objetivo:

Descrever a evolução das medidas utilizadas para a avaliação do uso do tempo por cuidadores familiares de idosos com demências, entre 1993 e 2016, e conhecer os padrões de uso do tempo identificados por essa literatura.

Método:

Revisão integrativa de artigos indexados pelos termos time use measurement, family caregiver e elderly.

Resultados:

Dezessete artigos, dentre os quais sete metodológicos. Dentre estes, cinco eram psicométricos. As medidas mais usadas foram de autorrelato (matrizes, questionários e inventários), validadas por medidas objetivas de ocorrência e duração. Estudos longitudinais, prospectivos, clínicos e correlacionais mostram que o tempo de cuidado covaria com a dependência do receptor e que o bem-estar subjetivo do cuidador é mais afetado pela restrição do tempo para atividades de livre escolha do que pela sobrecarga decorrente das obrigatórias.

Considerações finais:

Medidas válidas de autorrelato são hoje amplamente usadas, consideradas como eficazes para avaliar custos objetivos e subjetivos do cuidado nas demências.

Descritores:
Tempo; Dependência; Atividades Cotidianas; Assistência de Longa Duração; Doença de Alzheimer

ABSTRACT

Objective:

To describe the development of measures used between 1993 and 2016 to evaluate time use by family caregivers of elderly with dementia and to find out the patterns of time use identified in the literature.

Method:

An integrative review of articles was performed, indexed by the following terms: time use management, family caregiver and elderly.

Results:

A total of 17 articles were found, of which seven were methodological. Among these seven articles, five were psychometric. The most frequently used measures were self-reporting (matrices, questionnaires and inventories), validated through objective measures of occurrence and duration. Longitudinal, prospective, clinical and correlational studies showed that care time covaries with the receptors’ dependence and that the caregivers’ subjective well-being is more affected by the time restriction to free choice activities than the burden resulting from obligatory activities.

Final considerations:

Valid self-reporting measures are widely used nowadays and they are considered to be effective to assess the objective and subjective costs of health care for dementia.

Descriptors:
Time; Dependence; Routine Activities; Long-lasting Care; Alzheimer’s Disease

RESUMEN

Objetivo:

Describir la evolución de las medidas utilizadas para la evaluación del uso del tiempo por cuidadores familiares de ancianos con demencias entre 1993 y 2016 y conocer los patrones de uso del tiempo identificados por esa literatura.

Método:

revisión integrativa de artículos indexados por los siguientes términos: time use measurement, family caregiver y elderly.

Resultados:

17 artículos, entre los cuales siete metodológicos; de entre ellos, cinco eran psicométricos. Las medidas más usadas fueron de autoinforme (matrices, cuestionarios e inventarios), validadas por medidas objetivas de ocurrencia y duración. Los estudios longitudinales, prospectivos, clínicos y correlacionales muestran covarianza entre el tiempo de cuidado y la dependencia del receptor. Además, el bienestar subjetivo del cuidador es más afectado por la restricción del tiempo para actividades de libre elección que por la sobrecarga derivada de las actividades obligatorias.

Consideraciones finales:

Las medidas válidas de autoinforme son hoy ampliamente usadas y consideradas como eficaces para evaluar costos objetivos y subjetivos del cuidado en las demencias.

Descriptores:
Tiempo; Dependencia; Actividades Cotidianas; Asistencia de Larga Duración; Enfermedad de Alzheimer

INTRODUÇÃO

O primeiro estudo sobre uso do tempo por idosos foi realizado por Beyer e Woods (1963)(11 Beyer GW, Woods ME. Living and activity pattems of the aged. Wadsworth: Cornell University Centre for Housing and Enviromental Studies; 1963.), com base na metodologia time budgets, expressão que se pode traduzir livremente como “estimativas diárias de tempo despendido em atividades”. Consiste na reconstrução, minuto a minuto, da sequência e do contexto das atividades realizadas no dia precedente, permitindo a avaliação do tipo, da frequência e da duração das atividades. Os dados são registrados sobre uma matriz de “tempo × atividades” abarcando o período de vigília de um dia, dividido em 96 intervalos de 15 minutos, com apoio em um procedimento conhecido como “Entrevista sobre o Dia Anterior” (Yesterday Interview). O segundo estudo sobre o uso do tempo em idosos foi realizado por Havighurst, Neugarten e Tobin (1969)(22 Havighurst RJ, Neugarten B, Tobin S. Disengagement and patterns of aging. In: Neugarten BL. (Ed. ). Middle Age and Aging. Chicago: University of Chicago; 1969.), respaldados pela teoria da atividade e pelo conceito de envelhecimento bem-sucedido, que eram dominantes na época. Versou sobre o ajustamento de professores e de trabalhadores aposentados da indústria pesada de seis países europeus.

Nos anos 1960 e 1970, a pesquisa sobre uso do tempo foi dominada pela Economia, pela Psicologia e pela Sociologia das Organizações. Focalizava a organização temporal das atividades de trabalho e lazer, de trabalho pago e não pago, do tempo dedicado à regeneração e dos padrões de atividades de adultos e idosos, em diferentes países(33 Gauthier AH, Smeeding TM. Time use at older ages: cross-national differences. Res Aging [Internet]. 2003[cited 2017 May 2];25(3):247-74. Available from: http://journals.sagepub.com/doi/abs/10.1177/0164027503025003003
http://journals.sagepub.com/doi/abs/10.1...
). Em 1974, Chapin(44 Chapin FS. Human Activity in the City. Toronto: John Wiley; 1974.) classificou as atividades dos idosos em duas classes: obrigatórias e discricionárias. As primeiras com pouca margem de escolha, por serem ligadas à sobrevivência, e as segundas como mais dependentes de escolha pessoal e ligadas à satisfação de necessidades de afeto, conhecimento e prazer. A categorização de Chapin sobrepôs atividades obrigatórias e trabalho, atividades discricionárias e lazer. Sua classificação foi amplamente adotada em estudos posteriores, apesar das limitações inerentes ao fato de elementos de escolha e obrigação não serem necessariamente excludentes, por nem sempre serem claramente identificáveis, por não se distribuírem igualmente por diferentes contextos e por serem influenciados por papéis sociais, especialmente de gênero. Lawton (1978)(55 Lawton MP, Brody EM, Turner-Massey P. The relationships of environmental factors to changes in well-being. Gerontol [Internet]. 1978[cited 2017 May 1];8(2):133-7. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/640453
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/6404...
) discutiu as atividades de lazer em idosos, as quais, à época, eram supervalorizadas, colocando-as no quadro de referência de atividades obrigatórias e discricionárias. Para o autor, as escolhas dos idosos com relação a atividades de lazer são controladas pelos valores sociais adquiridos na juventude, pelas competências biológicas e sociais atuais, pelas alterações em necessidades pessoais em virtude do envelhecimento e pelos efeitos facilitadores ou impeditivos do ambiente externo. Esse ponto de vista orientou a pesquisa posterior sobre atividades em idosos frágeis e institucionalizados e é considerado válido até os dias atuais.

Moss e Lawton (1982)(66 Moss MS, Lawton MP. Time budgets of older people: a window on four life styles. J Gerontol [Internet]. 1982[cited 2017 May 1];37(1):115-23. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7053392
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7053...
) foram pioneiros na investigação de padrões de uso do tempo como indicadores de estilo de vida, saúde e competência cognitiva em idosos. Nesse trabalho, as estimativas de tempo diário despendido em atividades foram coletadas por meio de uma entrevista sobre o dia anterior aplicada a 535 idosos segmentados em quatro grupos. O primeiro era formado por idosos independentes recrutados na comunidade; o segundo, por inquilinos de habitações públicas para idosos; o terceiro, por idosos que recebiam assistência domiciliar intensiva; e o quarto, por idosos cujos nomes integravam uma lista de espera para admissão em instituições de longa permanência. Acompanhando a tendência estabelecida pelos estudos anteriores sobre uso do tempo, as atividades foram classificadas como obrigatórias (cuidado pessoal, fazer compras, cuidar da casa, cozinhar, ajudar os outros e participação social) ou discricionárias (interação social dentro e fora da família, atividades religiosas, leitura, TV, ouvir rádio, recreação, relaxamento e descanso). Observaram que os idosos independentes gastavam mais horas em atividades obrigatórias realizadas dentro de casa do que em atividades discricionárias, mas que, quanto maior a independência funcional, mais horas os idosos dedicavam a atividades realizadas solitariamente e fora de casa. Os menos independentes passavam mais tempo descansando e relaxando. A competência cognitiva influenciou o uso de mídias, viver sozinho, menor tempo dedicado ao descanso e mais tempo passado com a família. Esses dados repetiram-se em estudos posteriores, como os do grupo liderado por Margret Baltes(77 Klumb PL, Baltes MM. Time use of old and very old Berliners: productive and consumptive activities as functions of resources. J Gerontol B Psychol Sci Soc Sci [Internet]. 1999[cited 2016 Apr 22];54(5):S271-8. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10542829
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1054...

8 Baltes MM, Wahl HW, Schmid-Furstoss U. The daily life of elderly Germans: activity patterns, personal control, and functional health. J Gerontol [Internet]. 1990[cited 2017 May 1];45(4):P173-9. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2365973
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2365...
-99 Klumb PL, Baltes MM. Validity of retrospective time-use reports in old age. Appl Cognit Psychol [Internet]. 1999[cited 2017 May 2];13:527-39. Available from: http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/(SICI)1099-0720(199912)13:6%3C527::AID-ACP614%3E3.0.CO;2-1/epdf
http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.10...
) e o de Pruchno e Rose (2002)(1010 Pruchno RA, Rose MS. Time use by frail older people in different care settings. ‎J Appl Gerontol [Internet]. 2002[cited 2017 May 1];21:5-23. Available from: http://journals.sagepub.com/doi/abs/10.1177/0733464802021001001
http://journals.sagepub.com/doi/abs/10.1...
). Juntamente com os estudos de Lawton e colaboradores, esses trabalhos são considerados clássicos na área, graças ao uso de registros de atividades obrigatórias e discricionárias, em intervalos de tempo contados em minutos, cobrindo todo o período de vigília dos idosos. Desse método, derivaram outras formas de avaliar o uso do tempo por idosos.

Uma nova e importante evidência de pesquisa foi descrita em um segundo estudo. Lawton, Moss e Fulcomer (1986-1987)(1111 Lawton MP, Moss M, Fulcomer M. Objective and subjective uses of time by older people. Int J Aging Hum Dev [Internet]. 1986-1987[cited 2017 May 1];24(3):171-88. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/3596823
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/3596...
) observaram que os idosos passavam a maior parte de seu período de vigília envolvidos com suas atividades discricionárias mais apreciadas, e não com suas atividades obrigatórias prediletas. Quanto mais tempo gastavam interagindo com amigos e com a família, lendo, assistindo TV, divertindo-se em atividades recreativas dentro de casa, ou permanecendo em áreas externas da casa, mais prazer derivavam das atividades. Esses dados os levaram a concluir que o uso do tempo e as estimativas de uso do tempo por idosos são afetados por variáveis afetivas.

Em 1993, Moss, Lawton, Kleber e Duhamel(1212 Moss MS, Lawton MP, Kleban MH, Duhamel L. Time use of caregivers of impaired elders before and after institutionalization. J Gerontol [Internet]. 1993[cited 2016 Apr 22];48(3):S102-11. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed 8482826
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed 8482...
) publicaram os resultados da primeira investigação de que se tem notícia sobre o uso do tempo por cuidadores familiares, com base na “Entrevista sobre o Dia Anterior”(11 Beyer GW, Woods ME. Living and activity pattems of the aged. Wadsworth: Cornell University Centre for Housing and Enviromental Studies; 1963.). Focalizaram registros diários do tempo despendido em atividades obrigatórias e discricionárias, antes e depois da institucionalização dos idosos. Ao mostrar que a institucionalização acarretava ganhos em horas antes dedicadas ao cuidado, os autores deram um passo à frente na compreensão da sobrecarga do cuidado a idosos com alta dependência física e cognitiva, tema que já ocupava a atenção dos pesquisadores dedicados ao trabalho na linha do estresse do cuidador familiar. A grande contribuição dessa pesquisa foi o sistema de classificação das atividades dos cuidadores que viria a orientar toda a pesquisa posterior: ajuda ao idoso (instrumental, cuidado pessoal, comer, assistência médica, transporte e contato com agências sociais); atividades obrigatórias (cuidado pessoal, comer, ajudar os outros, fazer companhia, cozinhar, cuidar da casa, trabalho pago e viagens); atividades discricionárias (interação com a família, interação com os amigos, religião, TV, rádio, leitura, recreação, bem como descanso e relaxamento); contexto social (sozinho; com o idoso; com outros, em casa; com parentes, fora de casa; com amigos, com ajuda paga e com outros); e contexto ambiental (na casa do cuidador, na casa do idoso e fora de casa).

No Brasil, é recente o interesse pelo estudo do uso do tempo em idosos. Como aconteceu em outros países, o enfoque inicialmente dado à questão foi de natureza sociodemográfica. Traduziu-se na inclusão de itens sobre o tema na Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio (PNAD), a partir de 1996, mas não se objetivou na realização de levantamentos populacionais amplos sobre os custos físicos, emocionais e financeiros do cuidado a idosos. Anos mais tarde, o uso do tempo foi tema de estudos realizados com amostras restritas e não casualizadas de idosos brasileiros ativos, residentes na comunidade. Os resultados de Doimo, Derntl e Lago (2008)(1313 Doimo LA, Derntl AM, do Lago OC. [Time use in the daily life of aged women: an indicative method of the life style of population groups]. Cienc Saude Colet [Internet]. 2008[cited 2016 Apr 22];13(4):1133-42. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18813612 Portuguese.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1881...
) Santos, Cartaxo, Silva, Moura e Freitas (2013)(1414 Santos ARM, Cartaxo HGO, Silva EAPC, Moura PV, Freitas CMM. Usando o tempo a favor do bem-estar: uma configuração do estilo de vida dos idosos. Estud Interdiscipl Envelhec [Internet]. 2013[cited 2017 May 1];18(1):27-43. Available from: http://www.seer.ufrgs.br/index.php/RevEnvelhecer/article/view/20683/26989
http://www.seer.ufrgs.br/index.php/RevEn...
); Emmel, Paganelli e Valio (2015)(1515 Emmel MLG, Paganelli LO, Valio GT. Uso do tempo de um grupo de idosos do município de São Carlos (SP), Brasil. RKG [Internet]. 2015[cited 2017 May 1];18(2):421-42. Available from: https://revistas.pucsp.br/index.php/kairos/article/view/28388/19956
https://revistas.pucsp.br/index.php/kair...
) e Nunes e Emmel (2015)(1616 Nunes AC, Emmel MLG. O uso do tempo nas atividades cotidianas. Rev Ter Ocup [Internet]. 2015[cited 2017 May 1];26(2):176-85. Available from: www.revistas.usp.br/rto/article/download/89617/101713
www.revistas.usp.br/rto/article/download...
) foram similares aos encontrados em outros países. No entanto, não estão disponíveis dados de estudos brasileiros envolvendo o uso do tempo por cuidadores familiares.

A pesquisa brasileira sobre o uso do tempo por cuidadores informais de idosos encontra-se num estágio comparável ao que caracterizou o seu estudo há cerca 30 anos, em países que, à época, estavam vivendo os estágios finais do envelhecimento das respectivas populações. O Brasil está vivendo, hoje, mudanças populacionais similares às já experimentadas por esses países. Assistimos hoje, no País, ao crescimento da demanda por cuidadores de idosos ocorrendo em paralelo à diminuição da oferta de cuidadores familiares. Trata-se de fenômeno de grande impacto sobre os sistemas de saúde e proteção social, sobre a família e sobre os próprios idosos, é o crescimento da demanda por cuidadores de idosos ocorrendo em paralelo à ao mesmo tempo em que ocorre diminuição da oferta de cuidadores familiares(1717 Camarano AA, Kanso K. Como as famílias brasileiras estão lidando com os idosos que demandam cuidados e quais as perspectivas futuras? a visão mostrada pelas PNADs. In: Camarano AA. (Ed. ). Cuidados de longa duração para a população idosa: um novo risco social a ser assumido? Rio de Janeiro: IPEA; 2010. p. 93-122.).

Revisões de literatura são instrumentos úteis quando se pretende reunir e sintetizar as evidências de múltiplos estudos publicados sobre um determinado tema, considerando que tais dados ajudam a tomar decisões sobre novas perguntas de pesquisa e sobre os métodos a serem adotados para respondê-las. As revisões de literatura também são instrumentos relevantes no âmbito da pesquisa que objetiva gerar conhecimentos úteis ao planejamento de intervenções para beneficiar segmentos da população. Essa relevância reside no esclarecimento não só de questões teóricas (Como ocorre um fenômeno? O que o determina? Com que fatores se relacionam?), mas também de questões metodológicas (Como obter uma dada informação de forma válida e confiável?) e tecnológicas (Como resolver um dado problema ou queixa que aflige determinados indivíduos?).

Com a revisão e literatura ora relatada, pretendemos: conhecer quais foram os principais avanços teóricos e metodológicos da pesquisa sobre uso do tempo por cuidadores familiares de idosos com demências, ao longo dos 25 anos que se seguiram à iniciativa pioneira de Lawton de criar medidas válidas para o fenômeno; e o que essas medidas revelaram sobre o manejo do tempo em atividades de suporte à dependência e em atividades concorrentes de natureza pessoal ou social, obrigatória ou discricionária, por essas pessoas.

OBJETIVO

Descrever a evolução das medidas utilizadas para a avaliação do uso do tempo por cuidadores familiares de idosos com demências, conforme dados veiculados pela literatura do período compreendido entre 1993, ano que marca o aparecimento da primeira publicação sobre o tema, e o ano de 2016; e conhecer os padrões de uso do tempo pelos cuidadores, identificados por essa literatura.

MÉTODO

A revisão integrativa de literatura é um método que sintetiza as pesquisas disponíveis sobre determinada temática e direciona a prática fundamentando-se em conhecimento científico. Essa revisão considerou as seis fases do processo de elaboração da revisão integrativa: 1) elaboração da pergunta norteadora, 2) busca ou amostragem na literatura, 3) coleta de dados, 4) análise crítica dos estudos incluídos, 5) discussão dos resultados e 6) apresentação da revisão integrativa(1818 Souza MTS, Silva, MD, Carvalho R. Revisão integrativa: o que é e como fazer. Einstein [Internet]. 2010[cited 2017 May 1];8(1):102-6. Available from: http://www.scielo.br/pdf/eins/v8n1/pt_1679-4508-eins-8-1-0102.pdf
http://www.scielo.br/pdf/eins/v8n1/pt_16...
). Foi realizada uma revisão integrativa sobre o uso do tempo por cuidadores familiares de idosos com demência, com base em dados de pesquisa veiculados por artigos publicados em periódicos de circulação internacional, entre os anos de 1993 e 2016.

As bases de dados consultadas foram o Medical Literature Analysis e Retrieval System Online (MEDLINE/PubMed), a Biblioteca Virtual em Saúde sobre Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde e a Scientific Eletronic Library Online (BVS/LILACS e SciELo ). Combinações dos seguintes descritores foram utilizadas: time, time use, measurement, family caregiver, informal caregiver, elderly, older people e dementia. As buscas foram realizadas entre abril e junho de 2016 e atualizadas em 9 de março de 2017, com base nos mesmos descritores.

Os critérios de elegibilidade foram: artigos de pesquisa sobre uso do tempo por cuidadores familiares de idosos com demências, publicados em periódicos indexados em sistemas internacionais, nos idiomas inglês, português ou espanhol e disponíveis na íntegra para leitura. Os critérios de exclusão foram: artigos de revisão, artigos teóricos, estudos cuja amostra era composta apenas por cuidadores formais e estudos nos quais os idosos receptores de cuidado tinham outros agravos à saúde, não demências. Foram aceitos estudos comparativos envolvendo cuidadores familiares e cuidadores formais. Artigos indexados em mais de uma das bases ou que apareceram no rol de artigos indexados por duas ou mais combinações de descritores foram considerados apenas uma vez.

A seleção dos estudos foi feita por meio de consulta às bases de dados pelas duas autoras, que alternaram táticas de busca e de avaliação independente e conjunta de artigos que satisfizessem os critérios de inclusão, primeiro com base no exame dos títulos e dos resumos. Os artigos selecionados foram lidos na íntegra, com vistas à sua classificação em um dos três grupos de pesquisas definidos para a revisão (padrões de uso do tempo, medidas de uso do tempo e relações entre medidas objetivas de uso do tempo e o bem-estar subjetivo dos cuidadores). Para cada estudo foi elaborado um resumo com informações sobre autoria, ano de publicação, país, objetivo(s), metodologia (participantes, delineamento, medida de uso do tempo e outras de interesse e procedimento) e resultados de interesse.

RESULTADOS

Nas buscas realizadas na MEDLINE/PubMed, foram encontrados 29 artigos que corresponderam aos critérios de seleção. Entre eles, 7 apareceram 2 vezes ou mais, motivando 12 exclusões. Na Figura 1, são detalhados os resultados encontrados para cada combinação dos termos utilizada na pesquisa. As mesmas combinações foram utilizadas em buscas nas bases BVS/LILACS/SciELo, mas elas não resultaram em artigos diferentes dos já localizados.

Figura 1
Fluxo da seleção dos artigos sobre uso do tempo por cuidadores familiares de idosos com demência, publicados entre 1993 e 2016, Campinas, São Paulo, Brasil

Foram publicados 3 artigos nos anos 1990; 6 entre os anos 2000 e 2008; e 8 entre 2010 e 2016. São 9 de autoria principal de pesquisadores dos Estados Unidos, sendo que 1 envolveu, também, autores de 22 países membros da Organização Mundial da Saúde. Um envolveu pesquisadores do Canadá e de países europeus. Alemanha, Holanda, Austrália, Suécia, França, Inglaterra e Singapura completam o elenco de nacionalidades à testa dos artigos revistos para o presente trabalho. No Quadro 1, encontram-se dados sobre os artigos incluídos na presente revisão integrativa de literatura.

Quadro 1
Estudos sobre uso do tempo por cuidadores familiares de idosos com demências, indexados em bases de dados internacionais, publicados em inglês, português e espanhol, no período 1993-2016, Campinas, São Paulo, Brasil

Dentre os 17 artigos selecionados(1212 Moss MS, Lawton MP, Kleban MH, Duhamel L. Time use of caregivers of impaired elders before and after institutionalization. J Gerontol [Internet]. 1993[cited 2016 Apr 22];48(3):S102-11. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed 8482826
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed 8482...
,1919 Clipp EC, Moore MJ. Caregiver time use: an outcome measure in clinical trial research on Alzheimer’s disease. Clin Pharmacol Ther [Internet]. 1995[cited 2016 Apr 22];58(2):228-36. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7648773
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-3434 Vaingankar JA, Chong SA, Abdin E, Picco L, Jeyagurunathan A, Zhang Y, et al. Care participation and burden among informal caregivers of older adults with care needs and associations with dementia. Int Psychogeriatr [Internet]. 2016[cited 2017 May 1];28(2):221-31. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/ 26478530
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/ 264...
), 5 são de natureza psicométrica e têm como objetivo derivar indicadores de validade de medidas de autorrelato, em comparação com medidas objetivas(2020 Davis KL, Marin DB, Kane R, Patrick D, Peskind ER, Raskind MA, et al. The Caregiver Activity Survey (CAS): development and validation of a new measure for caregivers of persons with Alzheimer’s disease. Int J Geriatr Psychiatry [Internet]. 1997[cited 2017 May 1];12(10):978-88. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9395929
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9395...

21 Marin DB, Dugue M, Schmeidler J, Santoro J, Neugroschl J, Zaklad G, et al. The Caregiver Activity Survey (CAS): longitudinal validation of an instrument that measures time spent caregiving for individuals with Alzheimer’s disease. Int J Geriatr Psychiatry [Internet]. 2000[cited 2016 May 5];15(8):680-6. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10960880
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1096...
-2222 Stevens AB, Coon D, Wisniewski S, Vance D, Arguelles S, Belle S, et al. Measurement of leisure time satisfaction in family caregivers. Aging Ment Health [Internet]. 2004[cited 2017 May 1];8(5):450-9. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15511743
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1551...
,2424 Van den Berg B, Spauwen P. Measurement of informal care: an empirical study into the valid measurement of time spent on informal caregiving. Health Econ [Internet]. 2006[cited 2017 May 1];15(5):447-60. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16389664
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1638...
,2727 Wimo A, Jonsson L, Zbrozek A. The Resource Utilization in Dementia (RUD) instrument is valid for assessing informal care time in community-living patients with dementia. J Nutr Health Aging [Internet]. 2010[cited 2016 May 5];14(8):685-90. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20922346
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2092...
) sobre o uso do tempo; 1 artigo(1919 Clipp EC, Moore MJ. Caregiver time use: an outcome measure in clinical trial research on Alzheimer’s disease. Clin Pharmacol Ther [Internet]. 1995[cited 2016 Apr 22];58(2):228-36. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7648773
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7648...
) é um estudo clínico duplo-cego randomizado, em que a variável independente foi uma droga versus um placebo administrados a idosos com demências e a variável dependente foi o uso do tempo pelos cuidadores; dois são de natureza metodológica(1212 Moss MS, Lawton MP, Kleban MH, Duhamel L. Time use of caregivers of impaired elders before and after institutionalization. J Gerontol [Internet]. 1993[cited 2016 Apr 22];48(3):S102-11. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed 8482826
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed 8482...
,2626 Neubauer S, Holle R, Menn P, Grossfeld-Schmitz M, Graesel E. Measurement of informal care time in a study of patients with dementia. Int Psychogeriatr [Internet]. 2008[cited 2016 May 5];20(6):1160-76. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/ 18606044
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/ 186...
) e, embora não sejam estudos psicométricos, contribuem para a construção e o refinamento de instrumentos de medidas do uso do tempo. Um é longitudinal(2525 Taylor DH Jr, Kuchibhatla M, Østbye T. Trajectories of caregiving time provided by wives to their husbands with dementia. Alzheimer Dis Assoc Disord [Internet]. 2008[cited 2016 May 5];22(2):131-6. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18525284
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1852...
), com medidas repetidas do uso do tempo ao longo da progressão da moléstia dos idosos-alvo de cuidados; e o outro é prospectivo(3232 Hajek A, Brettschneider C, Ernst A, Posselt T, Wiese B, Prokein J, et al. Longitudinal predictors of informal and formal caregiving time in community-dwelling dementia patients. Soc Psychiatry Psychiatr Epidemiol [Internet]. 2016[cited 2017 May 1];51(4):607-16. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26498751
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2649...
). Sete são correlacionais e descrevem padrões de uso do tempo considerado como indicadores de ônus objetivo e subjetivo do cuidado, em interação com outras variáveis do contexto do cuidado(2323 Feldman HH, Van Baelen B, Kavanagh SM, Torfs KE. Cognition, function, and caregiving time patterns in patients with mild-to-moderate Alzheimer disease: a 12-month analysis. Alzheimer Dis Assoc Disord [Internet]. 2005[cited 2016 May 5];19(1):29-36. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/ 15764869
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/ 157...
,2828 Shahly V, Chatterji S, Gruber MJ, Al-Hamzawi A, Alonso J, Andrade LH, et al. Cross-national differences in the prevalence and correlates of burden among older family caregivers in the World Health Organization World Mental Health (WMH) Surveys. Psychol Med [Internet]. 2013[cited 2017 May 1];43(4):865-79. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22877824
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2287...

29 Haro JM, Kahle-Wrobleski K, Bruno G, Belger M, Dell’Agnello G, Dodel R, et al. Analysis of burden in caregivers of people with Alzheimer’s disease using self-report and supervision hours. J Nutr Health Aging [Internet]. 2014[cited 2016 May 5];18(7):677-84. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25226106
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2522...

30 Hughes TB, Black BS, Albert M, Gitlin LN, Johnson DM, Lyketsos CG, et al. Correlates of objective and subjective measures of caregiver burden among dementia caregivers: influence of unmet patient and caregiver dementia-related care needs. Int Psychogeriatr [Internet]. 2014[cited 2016 May 5];26(11):1875-83. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25104063
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-3131 Kraijo H, van Exel J, Brouwer W. The perseverance time of informal carers for people with dementia: results of a two-year longitudinal follow-up study. BMC Nurs [Internet]. 2015[cited 2016 Apr 22];14:56. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26549986
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2654...
,3333 Oldenkamp M, Hagedoorn M, Slaets J, Stolk R, Wittek R, Smidt N. Subjective burden among spousal and adult-child informal caregivers of older adults: results from a longitudinal cohort study. BMC Geriatr [Internet]. 2016[cited 2017 May 1];16(1):208. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27923347
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-3434 Vaingankar JA, Chong SA, Abdin E, Picco L, Jeyagurunathan A, Zhang Y, et al. Care participation and burden among informal caregivers of older adults with care needs and associations with dementia. Int Psychogeriatr [Internet]. 2016[cited 2017 May 1];28(2):221-31. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/ 26478530
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/ 264...
).

Embora tenham sido expressivas as diferenças entre os valores brutos do tempo dedicado às atividades obrigatórias, os estudos analisados mostraram que o tempo dedicado ao cuidado é maior para os cuidadores informais do que para os formais(2424 Van den Berg B, Spauwen P. Measurement of informal care: an empirical study into the valid measurement of time spent on informal caregiving. Health Econ [Internet]. 2006[cited 2017 May 1];15(5):447-60. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16389664
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,3333 Oldenkamp M, Hagedoorn M, Slaets J, Stolk R, Wittek R, Smidt N. Subjective burden among spousal and adult-child informal caregivers of older adults: results from a longitudinal cohort study. BMC Geriatr [Internet]. 2016[cited 2017 May 1];16(1):208. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27923347
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2792...
), para os cônjuges do que para os não cônjuges dos idosos receptores de cuidados(2828 Shahly V, Chatterji S, Gruber MJ, Al-Hamzawi A, Alonso J, Andrade LH, et al. Cross-national differences in the prevalence and correlates of burden among older family caregivers in the World Health Organization World Mental Health (WMH) Surveys. Psychol Med [Internet]. 2013[cited 2017 May 1];43(4):865-79. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22877824
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,3030 Hughes TB, Black BS, Albert M, Gitlin LN, Johnson DM, Lyketsos CG, et al. Correlates of objective and subjective measures of caregiver burden among dementia caregivers: influence of unmet patient and caregiver dementia-related care needs. Int Psychogeriatr [Internet]. 2014[cited 2016 May 5];26(11):1875-83. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25104063
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,3232 Hajek A, Brettschneider C, Ernst A, Posselt T, Wiese B, Prokein J, et al. Longitudinal predictors of informal and formal caregiving time in community-dwelling dementia patients. Soc Psychiatry Psychiatr Epidemiol [Internet]. 2016[cited 2017 May 1];51(4):607-16. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26498751
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-3333 Oldenkamp M, Hagedoorn M, Slaets J, Stolk R, Wittek R, Smidt N. Subjective burden among spousal and adult-child informal caregivers of older adults: results from a longitudinal cohort study. BMC Geriatr [Internet]. 2016[cited 2017 May 1];16(1):208. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27923347
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2792...
), para os que residem com os receptores de cuidado(1212 Moss MS, Lawton MP, Kleban MH, Duhamel L. Time use of caregivers of impaired elders before and after institutionalization. J Gerontol [Internet]. 1993[cited 2016 Apr 22];48(3):S102-11. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed 8482826
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed 8482...
), para os cuidadores de baixa renda(1212 Moss MS, Lawton MP, Kleban MH, Duhamel L. Time use of caregivers of impaired elders before and after institutionalization. J Gerontol [Internet]. 1993[cited 2016 Apr 22];48(3):S102-11. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed 8482826
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed 8482...
), para os que têm problemas de saúde(2626 Neubauer S, Holle R, Menn P, Grossfeld-Schmitz M, Graesel E. Measurement of informal care time in a study of patients with dementia. Int Psychogeriatr [Internet]. 2008[cited 2016 May 5];20(6):1160-76. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/ 18606044
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/ 186...
,3333 Oldenkamp M, Hagedoorn M, Slaets J, Stolk R, Wittek R, Smidt N. Subjective burden among spousal and adult-child informal caregivers of older adults: results from a longitudinal cohort study. BMC Geriatr [Internet]. 2016[cited 2017 May 1];16(1):208. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27923347
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2792...
), para os que contam com a ajuda de mais de um cuidador(2626 Neubauer S, Holle R, Menn P, Grossfeld-Schmitz M, Graesel E. Measurement of informal care time in a study of patients with dementia. Int Psychogeriatr [Internet]. 2008[cited 2016 May 5];20(6):1160-76. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/ 18606044
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/ 186...
) e para os que dispõem de menos informação sobre como cuidar, têm pouco acesso a atendimento médico especializado e convivem com transtornos psiquiátricos nos receptores de cuidado(2828 Shahly V, Chatterji S, Gruber MJ, Al-Hamzawi A, Alonso J, Andrade LH, et al. Cross-national differences in the prevalence and correlates of burden among older family caregivers in the World Health Organization World Mental Health (WMH) Surveys. Psychol Med [Internet]. 2013[cited 2017 May 1];43(4):865-79. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22877824
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,3030 Hughes TB, Black BS, Albert M, Gitlin LN, Johnson DM, Lyketsos CG, et al. Correlates of objective and subjective measures of caregiver burden among dementia caregivers: influence of unmet patient and caregiver dementia-related care needs. Int Psychogeriatr [Internet]. 2014[cited 2016 May 5];26(11):1875-83. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25104063
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-3131 Kraijo H, van Exel J, Brouwer W. The perseverance time of informal carers for people with dementia: results of a two-year longitudinal follow-up study. BMC Nurs [Internet]. 2015[cited 2016 Apr 22];14:56. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26549986
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2654...
). Foi observada relação inversa entre o tempo dedicado ao cuidado e o nível de competência comportamental dos receptores de cuidado(1212 Moss MS, Lawton MP, Kleban MH, Duhamel L. Time use of caregivers of impaired elders before and after institutionalization. J Gerontol [Internet]. 1993[cited 2016 Apr 22];48(3):S102-11. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed 8482826
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,2121 Marin DB, Dugue M, Schmeidler J, Santoro J, Neugroschl J, Zaklad G, et al. The Caregiver Activity Survey (CAS): longitudinal validation of an instrument that measures time spent caregiving for individuals with Alzheimer’s disease. Int J Geriatr Psychiatry [Internet]. 2000[cited 2016 May 5];15(8):680-6. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10960880
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,3434 Vaingankar JA, Chong SA, Abdin E, Picco L, Jeyagurunathan A, Zhang Y, et al. Care participation and burden among informal caregivers of older adults with care needs and associations with dementia. Int Psychogeriatr [Internet]. 2016[cited 2017 May 1];28(2):221-31. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/ 26478530
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/ 264...
). O tempo dedicado a atividades obrigatórias é gasto em ajuda em AIVD e em ABVD e em supervisão na presença de problemas comportamentais associados à demência(2020 Davis KL, Marin DB, Kane R, Patrick D, Peskind ER, Raskind MA, et al. The Caregiver Activity Survey (CAS): development and validation of a new measure for caregivers of persons with Alzheimer’s disease. Int J Geriatr Psychiatry [Internet]. 1997[cited 2017 May 1];12(10):978-88. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9395929
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,3030 Hughes TB, Black BS, Albert M, Gitlin LN, Johnson DM, Lyketsos CG, et al. Correlates of objective and subjective measures of caregiver burden among dementia caregivers: influence of unmet patient and caregiver dementia-related care needs. Int Psychogeriatr [Internet]. 2014[cited 2016 May 5];26(11):1875-83. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25104063
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,3232 Hajek A, Brettschneider C, Ernst A, Posselt T, Wiese B, Prokein J, et al. Longitudinal predictors of informal and formal caregiving time in community-dwelling dementia patients. Soc Psychiatry Psychiatr Epidemiol [Internet]. 2016[cited 2017 May 1];51(4):607-16. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26498751
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,3434 Vaingankar JA, Chong SA, Abdin E, Picco L, Jeyagurunathan A, Zhang Y, et al. Care participation and burden among informal caregivers of older adults with care needs and associations with dementia. Int Psychogeriatr [Internet]. 2016[cited 2017 May 1];28(2):221-31. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/ 26478530
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/ 264...
). O aumento das horas dedicadas ao cuidado, em especial do tempo dedicado à supervisão, associa-se, também, à progressão da demência(2121 Marin DB, Dugue M, Schmeidler J, Santoro J, Neugroschl J, Zaklad G, et al. The Caregiver Activity Survey (CAS): longitudinal validation of an instrument that measures time spent caregiving for individuals with Alzheimer’s disease. Int J Geriatr Psychiatry [Internet]. 2000[cited 2016 May 5];15(8):680-6. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10960880
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,3232 Hajek A, Brettschneider C, Ernst A, Posselt T, Wiese B, Prokein J, et al. Longitudinal predictors of informal and formal caregiving time in community-dwelling dementia patients. Soc Psychiatry Psychiatr Epidemiol [Internet]. 2016[cited 2017 May 1];51(4):607-16. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26498751
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33 Oldenkamp M, Hagedoorn M, Slaets J, Stolk R, Wittek R, Smidt N. Subjective burden among spousal and adult-child informal caregivers of older adults: results from a longitudinal cohort study. BMC Geriatr [Internet]. 2016[cited 2017 May 1];16(1):208. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27923347
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-3434 Vaingankar JA, Chong SA, Abdin E, Picco L, Jeyagurunathan A, Zhang Y, et al. Care participation and burden among informal caregivers of older adults with care needs and associations with dementia. Int Psychogeriatr [Internet]. 2016[cited 2017 May 1];28(2):221-31. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/ 26478530
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/ 264...
) e ao avanço da idade do receptor de cuidados(3232 Hajek A, Brettschneider C, Ernst A, Posselt T, Wiese B, Prokein J, et al. Longitudinal predictors of informal and formal caregiving time in community-dwelling dementia patients. Soc Psychiatry Psychiatr Epidemiol [Internet]. 2016[cited 2017 May 1];51(4):607-16. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26498751
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2649...
). As atividades obrigatórias de cuidado são as que mais consomem tempo de vigília dos cuidadores(1212 Moss MS, Lawton MP, Kleban MH, Duhamel L. Time use of caregivers of impaired elders before and after institutionalization. J Gerontol [Internet]. 1993[cited 2016 Apr 22];48(3):S102-11. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed 8482826
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,1919 Clipp EC, Moore MJ. Caregiver time use: an outcome measure in clinical trial research on Alzheimer’s disease. Clin Pharmacol Ther [Internet]. 1995[cited 2016 Apr 22];58(2):228-36. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7648773
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,2727 Wimo A, Jonsson L, Zbrozek A. The Resource Utilization in Dementia (RUD) instrument is valid for assessing informal care time in community-living patients with dementia. J Nutr Health Aging [Internet]. 2010[cited 2016 May 5];14(8):685-90. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20922346
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,3232 Hajek A, Brettschneider C, Ernst A, Posselt T, Wiese B, Prokein J, et al. Longitudinal predictors of informal and formal caregiving time in community-dwelling dementia patients. Soc Psychiatry Psychiatr Epidemiol [Internet]. 2016[cited 2017 May 1];51(4):607-16. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26498751
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,3434 Vaingankar JA, Chong SA, Abdin E, Picco L, Jeyagurunathan A, Zhang Y, et al. Care participation and burden among informal caregivers of older adults with care needs and associations with dementia. Int Psychogeriatr [Internet]. 2016[cited 2017 May 1];28(2):221-31. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/ 26478530
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/ 264...
), os quais tendem a manifestar insatisfação pelo pouco tempo que passam em atividades sociais e pelo pouco tempo que têm para estarem consigo mesmos(2323 Feldman HH, Van Baelen B, Kavanagh SM, Torfs KE. Cognition, function, and caregiving time patterns in patients with mild-to-moderate Alzheimer disease: a 12-month analysis. Alzheimer Dis Assoc Disord [Internet]. 2005[cited 2016 May 5];19(1):29-36. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/ 15764869
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/ 157...
). Quando liberados de atividades obrigatórias, eles tendem a alocar o tempo antes despendido com as atividades obrigatórias a atividades discricionárias, principalmente sociais e realizadas fora de casa(1212 Moss MS, Lawton MP, Kleban MH, Duhamel L. Time use of caregivers of impaired elders before and after institutionalization. J Gerontol [Internet]. 1993[cited 2016 Apr 22];48(3):S102-11. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed 8482826
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed 8482...
). A restrição à participação do cuidador em atividades de lazer é fonte de insatisfação, sintomas depressivos e avaliação de escassez de suporte social(2222 Stevens AB, Coon D, Wisniewski S, Vance D, Arguelles S, Belle S, et al. Measurement of leisure time satisfaction in family caregivers. Aging Ment Health [Internet]. 2004[cited 2017 May 1];8(5):450-9. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15511743
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1551...
). Quanto maior o número de horas semanais dedicadas ao cuidado, maior o número de horas perdidas em trabalho pago realizado fora de casa(3030 Hughes TB, Black BS, Albert M, Gitlin LN, Johnson DM, Lyketsos CG, et al. Correlates of objective and subjective measures of caregiver burden among dementia caregivers: influence of unmet patient and caregiver dementia-related care needs. Int Psychogeriatr [Internet]. 2014[cited 2016 May 5];26(11):1875-83. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25104063
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2510...
). Tarefas de cuidado realizadas juntas determinam superestimativa de horas de cuidado(2424 Van den Berg B, Spauwen P. Measurement of informal care: an empirical study into the valid measurement of time spent on informal caregiving. Health Econ [Internet]. 2006[cited 2017 May 1];15(5):447-60. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16389664
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1638...
), assim como a desconsideração da presença de cuidadores secundários acarreta distorção nas estimativas de tempo dos cuidadores primários(2626 Neubauer S, Holle R, Menn P, Grossfeld-Schmitz M, Graesel E. Measurement of informal care time in a study of patients with dementia. Int Psychogeriatr [Internet]. 2008[cited 2016 May 5];20(6):1160-76. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/ 18606044
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/ 186...
).

Os estudos selecionados utilizaram três tipos de medida de uso do tempo pelos cuidadores. Um foi a observação direta de ocorrência e de duração das atividades de cuidado(2727 Wimo A, Jonsson L, Zbrozek A. The Resource Utilization in Dementia (RUD) instrument is valid for assessing informal care time in community-living patients with dementia. J Nutr Health Aging [Internet]. 2010[cited 2016 May 5];14(8):685-90. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20922346
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2092...
), considerada como a mais objetiva e como padrão-ouro em pesquisas de validação de medidas de autorrelato de uso do tempo(2727 Wimo A, Jonsson L, Zbrozek A. The Resource Utilization in Dementia (RUD) instrument is valid for assessing informal care time in community-living patients with dementia. J Nutr Health Aging [Internet]. 2010[cited 2016 May 5];14(8):685-90. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20922346
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2092...
). Entre as medidas verbais utilizadas, figuram duas que utilizaram uma matriz para registro das estimativas de tempo por atividades. Uma envolveu o registro em tempo real, 6 vezes por dia, pelo cuidador, das atividades realizadas em cada um dos intervalos de 15 minutos, intervalos esses demarcados na matriz de “tempo × atividades”(2424 Van den Berg B, Spauwen P. Measurement of informal care: an empirical study into the valid measurement of time spent on informal caregiving. Health Econ [Internet]. 2006[cited 2017 May 1];15(5):447-60. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16389664
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1638...
). A outra foi calculada na mesma matriz, que, porém, não foi preenchida em tempo real pelos cuidadores, e sim à sua vista, pelo entrevistador, que lhes perguntava sobre suas estimativas de tempo × atividade ao longo do dia anterior (entrevista sobre o dia de ontem)(1212 Moss MS, Lawton MP, Kleban MH, Duhamel L. Time use of caregivers of impaired elders before and after institutionalization. J Gerontol [Internet]. 1993[cited 2016 Apr 22];48(3):S102-11. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed 8482826
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed 8482...
,2424 Van den Berg B, Spauwen P. Measurement of informal care: an empirical study into the valid measurement of time spent on informal caregiving. Health Econ [Internet]. 2006[cited 2017 May 1];15(5):447-60. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16389664
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1638...
,2727 Wimo A, Jonsson L, Zbrozek A. The Resource Utilization in Dementia (RUD) instrument is valid for assessing informal care time in community-living patients with dementia. J Nutr Health Aging [Internet]. 2010[cited 2016 May 5];14(8):685-90. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20922346
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2092...
).

Além das matrizes de tempo × atividades, a pesquisa sobre uso do tempo por cuidadores vale-se de inventários de atividades × tempo(1919 Clipp EC, Moore MJ. Caregiver time use: an outcome measure in clinical trial research on Alzheimer’s disease. Clin Pharmacol Ther [Internet]. 1995[cited 2016 Apr 22];58(2):228-36. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7648773
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7648...
,2121 Marin DB, Dugue M, Schmeidler J, Santoro J, Neugroschl J, Zaklad G, et al. The Caregiver Activity Survey (CAS): longitudinal validation of an instrument that measures time spent caregiving for individuals with Alzheimer’s disease. Int J Geriatr Psychiatry [Internet]. 2000[cited 2016 May 5];15(8):680-6. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10960880
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1096...
-2222 Stevens AB, Coon D, Wisniewski S, Vance D, Arguelles S, Belle S, et al. Measurement of leisure time satisfaction in family caregivers. Aging Ment Health [Internet]. 2004[cited 2017 May 1];8(5):450-9. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15511743
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1551...
,2626 Neubauer S, Holle R, Menn P, Grossfeld-Schmitz M, Graesel E. Measurement of informal care time in a study of patients with dementia. Int Psychogeriatr [Internet]. 2008[cited 2016 May 5];20(6):1160-76. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/ 18606044
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/ 186...
-2727 Wimo A, Jonsson L, Zbrozek A. The Resource Utilization in Dementia (RUD) instrument is valid for assessing informal care time in community-living patients with dementia. J Nutr Health Aging [Internet]. 2010[cited 2016 May 5];14(8):685-90. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20922346
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2092...
,2929 Haro JM, Kahle-Wrobleski K, Bruno G, Belger M, Dell’Agnello G, Dodel R, et al. Analysis of burden in caregivers of people with Alzheimer’s disease using self-report and supervision hours. J Nutr Health Aging [Internet]. 2014[cited 2016 May 5];18(7):677-84. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25226106
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2522...
,3131 Kraijo H, van Exel J, Brouwer W. The perseverance time of informal carers for people with dementia: results of a two-year longitudinal follow-up study. BMC Nurs [Internet]. 2015[cited 2016 Apr 22];14:56. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26549986
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2654...
-3232 Hajek A, Brettschneider C, Ernst A, Posselt T, Wiese B, Prokein J, et al. Longitudinal predictors of informal and formal caregiving time in community-dwelling dementia patients. Soc Psychiatry Psychiatr Epidemiol [Internet]. 2016[cited 2017 May 1];51(4):607-16. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26498751
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2649...
), bem como de listas de atividades(3333 Oldenkamp M, Hagedoorn M, Slaets J, Stolk R, Wittek R, Smidt N. Subjective burden among spousal and adult-child informal caregivers of older adults: results from a longitudinal cohort study. BMC Geriatr [Internet]. 2016[cited 2017 May 1];16(1):208. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27923347
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2792...
), questionários(2222 Stevens AB, Coon D, Wisniewski S, Vance D, Arguelles S, Belle S, et al. Measurement of leisure time satisfaction in family caregivers. Aging Ment Health [Internet]. 2004[cited 2017 May 1];8(5):450-9. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15511743
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1551...
-2323 Feldman HH, Van Baelen B, Kavanagh SM, Torfs KE. Cognition, function, and caregiving time patterns in patients with mild-to-moderate Alzheimer disease: a 12-month analysis. Alzheimer Dis Assoc Disord [Internet]. 2005[cited 2016 May 5];19(1):29-36. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/ 15764869
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/ 157...
,2525 Taylor DH Jr, Kuchibhatla M, Østbye T. Trajectories of caregiving time provided by wives to their husbands with dementia. Alzheimer Dis Assoc Disord [Internet]. 2008[cited 2016 May 5];22(2):131-6. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18525284
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1852...
) e entrevistas(2828 Shahly V, Chatterji S, Gruber MJ, Al-Hamzawi A, Alonso J, Andrade LH, et al. Cross-national differences in the prevalence and correlates of burden among older family caregivers in the World Health Organization World Mental Health (WMH) Surveys. Psychol Med [Internet]. 2013[cited 2017 May 1];43(4):865-79. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22877824
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2287...
,3333 Oldenkamp M, Hagedoorn M, Slaets J, Stolk R, Wittek R, Smidt N. Subjective burden among spousal and adult-child informal caregivers of older adults: results from a longitudinal cohort study. BMC Geriatr [Internet]. 2016[cited 2017 May 1];16(1):208. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27923347
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2792...
-3434 Vaingankar JA, Chong SA, Abdin E, Picco L, Jeyagurunathan A, Zhang Y, et al. Care participation and burden among informal caregivers of older adults with care needs and associations with dementia. Int Psychogeriatr [Internet]. 2016[cited 2017 May 1];28(2):221-31. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/ 26478530
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/ 264...
). Estes três últimos recursos metodológicos baseiam-se na evocação de memórias sobre as atividades, orientadas por matrizes de tempo, ou então na evocação livre de atividades e sua duração, no dia de ontem ou na semana anterior. Por exemplo, o questionário elaborado por Stevens et al. (2004)(2222 Stevens AB, Coon D, Wisniewski S, Vance D, Arguelles S, Belle S, et al. Measurement of leisure time satisfaction in family caregivers. Aging Ment Health [Internet]. 2004[cited 2017 May 1];8(5):450-9. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15511743
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1551...
) incluiu itens sobre quanto tempo o receptor de cuidados pode ser deixado sozinho em casa e em uma sala, por quanto tempo o cuidador acha que deve se fazer presente e por quantas horas desempenha tarefas de cuidado em AVD; o de Vaingankar et al (2016) baseou-se em lista de oito atividades de cuidado(3434 Vaingankar JA, Chong SA, Abdin E, Picco L, Jeyagurunathan A, Zhang Y, et al. Care participation and burden among informal caregivers of older adults with care needs and associations with dementia. Int Psychogeriatr [Internet]. 2016[cited 2017 May 1];28(2):221-31. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/ 26478530
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/ 264...
).

Inventários de atividades de cuidado realizadas no dia anterior ou durante uma ou mais semanas anteriores são medidas validadas por comparação com outras baseadas em observação direta ou em matrizes de tempo × atividades(2727 Wimo A, Jonsson L, Zbrozek A. The Resource Utilization in Dementia (RUD) instrument is valid for assessing informal care time in community-living patients with dementia. J Nutr Health Aging [Internet]. 2010[cited 2016 May 5];14(8):685-90. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20922346
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2092...
). Foram três os inventários utilizados nos estudos publicados durante o período abrangido por esta revisão: o Caregiver Activities Time Survey (CATS)(1919 Clipp EC, Moore MJ. Caregiver time use: an outcome measure in clinical trial research on Alzheimer’s disease. Clin Pharmacol Ther [Internet]. 1995[cited 2016 Apr 22];58(2):228-36. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7648773
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7648...
), a Caregiver Activities Scale (CAS)(2121 Marin DB, Dugue M, Schmeidler J, Santoro J, Neugroschl J, Zaklad G, et al. The Caregiver Activity Survey (CAS): longitudinal validation of an instrument that measures time spent caregiving for individuals with Alzheimer’s disease. Int J Geriatr Psychiatry [Internet]. 2000[cited 2016 May 5];15(8):680-6. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10960880
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1096...
-2222 Stevens AB, Coon D, Wisniewski S, Vance D, Arguelles S, Belle S, et al. Measurement of leisure time satisfaction in family caregivers. Aging Ment Health [Internet]. 2004[cited 2017 May 1];8(5):450-9. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15511743
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1551...
) e o Resource Utilization in Dementia (RUD)(2626 Neubauer S, Holle R, Menn P, Grossfeld-Schmitz M, Graesel E. Measurement of informal care time in a study of patients with dementia. Int Psychogeriatr [Internet]. 2008[cited 2016 May 5];20(6):1160-76. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/ 18606044
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/ 186...
-2727 Wimo A, Jonsson L, Zbrozek A. The Resource Utilization in Dementia (RUD) instrument is valid for assessing informal care time in community-living patients with dementia. J Nutr Health Aging [Internet]. 2010[cited 2016 May 5];14(8):685-90. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20922346
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2092...
,2929 Haro JM, Kahle-Wrobleski K, Bruno G, Belger M, Dell’Agnello G, Dodel R, et al. Analysis of burden in caregivers of people with Alzheimer’s disease using self-report and supervision hours. J Nutr Health Aging [Internet]. 2014[cited 2016 May 5];18(7):677-84. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25226106
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2522...
,3131 Kraijo H, van Exel J, Brouwer W. The perseverance time of informal carers for people with dementia: results of a two-year longitudinal follow-up study. BMC Nurs [Internet]. 2015[cited 2016 Apr 22];14:56. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26549986
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2654...
-3232 Hajek A, Brettschneider C, Ernst A, Posselt T, Wiese B, Prokein J, et al. Longitudinal predictors of informal and formal caregiving time in community-dwelling dementia patients. Soc Psychiatry Psychiatr Epidemiol [Internet]. 2016[cited 2017 May 1];51(4):607-16. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26498751
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2649...
).

O CATS foi validado em estudo que testou os efeitos de longo prazo de um medicamento destinado ao controle de sinais e sintomas da demência de Alzheimer(1919 Clipp EC, Moore MJ. Caregiver time use: an outcome measure in clinical trial research on Alzheimer’s disease. Clin Pharmacol Ther [Internet]. 1995[cited 2016 Apr 22];58(2):228-36. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7648773
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7648...
). Inclui atividades de cuidado formal (visitas de enfermagem, apoio em cuidados à saúde, atendimentos, serviços domésticos, refeições sobre rodas, programas de cuidados diários e transporte). Pergunta quantas vezes o serviço foi oferecido nas duas últimas semanas e o tempo médio, em horas e minutos, de duração das visitas. O levantamento com o cuidador informal inclui atividades como alimentação, toalete, banho, vestir, administração de medicamentos, supervisão, cuidados com a casa e transporte. Pergunta sobre a duração das atividades ao longo de um dia típico e ao longo de uma semana.

A CAS é composta por cinco itens que avaliam a quantidade de tempo que o cuidador despende em um dia típico, nas seguintes tarefas: supervisão, comunicação, vestir, comer, cuidar da aparência do paciente e transporte. Foi submetida a análises psicométricas nos estudos de Davis et al., (1997)(2020 Davis KL, Marin DB, Kane R, Patrick D, Peskind ER, Raskind MA, et al. The Caregiver Activity Survey (CAS): development and validation of a new measure for caregivers of persons with Alzheimer’s disease. Int J Geriatr Psychiatry [Internet]. 1997[cited 2017 May 1];12(10):978-88. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9395929
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9395...
) e de Marin et al., (2000)(2121 Marin DB, Dugue M, Schmeidler J, Santoro J, Neugroschl J, Zaklad G, et al. The Caregiver Activity Survey (CAS): longitudinal validation of an instrument that measures time spent caregiving for individuals with Alzheimer’s disease. Int J Geriatr Psychiatry [Internet]. 2000[cited 2016 May 5];15(8):680-6. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10960880
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1096...
).

O RUD foi desenvolvido para o estudo da relação custo-efetividade do cuidado a idosos com demências. Tempo é um dos recursos avaliados pelo inventário, que focaliza o cuidado informal em (a) necessidades pessoais e atividades básicas tais como alimentação, vestir-se, tomar banho/ducha, e mobilidade; (b) AIVD, tais como cozinhar, fazer compras, realizar serviços domésticos, manejar as finanças, usar o telefone, dirigir automóvel ou usar outras formas de transporte, e (c) supervisão (que objetiva a evitação de acidentes perigosos dentro e fora de casa, a proteção de outras pessoas de ataques agressivos do idoso com demência e o manejo de comportamentos inapropriados, mas não necessariamente perigosos, tais como urinar no chão e falar obscenidades). Avalia, também, a utilização de recursos formais como cuidados em domicilio, dias de internação hospitalar e número de visitas a serviços especializados. Pergunta quantos dias durante o último mês e, nesses dias, quantas horas em média o cuidador informal primário forneceu cuidados ao paciente ou recebeu cuidados formais(2626 Neubauer S, Holle R, Menn P, Grossfeld-Schmitz M, Graesel E. Measurement of informal care time in a study of patients with dementia. Int Psychogeriatr [Internet]. 2008[cited 2016 May 5];20(6):1160-76. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/ 18606044
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/ 186...
-2727 Wimo A, Jonsson L, Zbrozek A. The Resource Utilization in Dementia (RUD) instrument is valid for assessing informal care time in community-living patients with dementia. J Nutr Health Aging [Internet]. 2010[cited 2016 May 5];14(8):685-90. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20922346
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2092...
,2929 Haro JM, Kahle-Wrobleski K, Bruno G, Belger M, Dell’Agnello G, Dodel R, et al. Analysis of burden in caregivers of people with Alzheimer’s disease using self-report and supervision hours. J Nutr Health Aging [Internet]. 2014[cited 2016 May 5];18(7):677-84. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25226106
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2522...
,3131 Kraijo H, van Exel J, Brouwer W. The perseverance time of informal carers for people with dementia: results of a two-year longitudinal follow-up study. BMC Nurs [Internet]. 2015[cited 2016 Apr 22];14:56. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26549986
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2654...
-3232 Hajek A, Brettschneider C, Ernst A, Posselt T, Wiese B, Prokein J, et al. Longitudinal predictors of informal and formal caregiving time in community-dwelling dementia patients. Soc Psychiatry Psychiatr Epidemiol [Internet]. 2016[cited 2017 May 1];51(4):607-16. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26498751
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2649...
).

Denotando a importância atribuída à validade das medidas, 5 dentre os 17 artigos selecionados(2020 Davis KL, Marin DB, Kane R, Patrick D, Peskind ER, Raskind MA, et al. The Caregiver Activity Survey (CAS): development and validation of a new measure for caregivers of persons with Alzheimer’s disease. Int J Geriatr Psychiatry [Internet]. 1997[cited 2017 May 1];12(10):978-88. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9395929
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9395...

21 Marin DB, Dugue M, Schmeidler J, Santoro J, Neugroschl J, Zaklad G, et al. The Caregiver Activity Survey (CAS): longitudinal validation of an instrument that measures time spent caregiving for individuals with Alzheimer’s disease. Int J Geriatr Psychiatry [Internet]. 2000[cited 2016 May 5];15(8):680-6. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10960880
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1096...
-2222 Stevens AB, Coon D, Wisniewski S, Vance D, Arguelles S, Belle S, et al. Measurement of leisure time satisfaction in family caregivers. Aging Ment Health [Internet]. 2004[cited 2017 May 1];8(5):450-9. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15511743
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1551...
,2424 Van den Berg B, Spauwen P. Measurement of informal care: an empirical study into the valid measurement of time spent on informal caregiving. Health Econ [Internet]. 2006[cited 2017 May 1];15(5):447-60. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16389664
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1638...
,2727 Wimo A, Jonsson L, Zbrozek A. The Resource Utilization in Dementia (RUD) instrument is valid for assessing informal care time in community-living patients with dementia. J Nutr Health Aging [Internet]. 2010[cited 2016 May 5];14(8):685-90. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20922346
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2092...
) são estudos psicométricos de instrumentos de medida de uso do tempo por cuidadores de idosos com demências. Conforme os relatos, estimativas do tempo colhidas em entrevista sobre o dia anterior, com base em matriz de atividades em intervalos de 15 minutos, mostraram-se mais fidedignas e mais estáveis do que dados obtidos por meio do preenchimento de listas de atividades na última semana(2525 Taylor DH Jr, Kuchibhatla M, Østbye T. Trajectories of caregiving time provided by wives to their husbands with dementia. Alzheimer Dis Assoc Disord [Internet]. 2008[cited 2016 May 5];22(2):131-6. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18525284
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1852...
). Pontuações obtidas por receptores de cuidados na Alzheimer´s Disease Assessment Scale, no Mini-Exame do Estado Mental e na Physical Maintenance Scale tiveram correlação alta e significativa com o número de horas de cuidado informado pelos cuidadores, tanto em delineamento observacional(2121 Marin DB, Dugue M, Schmeidler J, Santoro J, Neugroschl J, Zaklad G, et al. The Caregiver Activity Survey (CAS): longitudinal validation of an instrument that measures time spent caregiving for individuals with Alzheimer’s disease. Int J Geriatr Psychiatry [Internet]. 2000[cited 2016 May 5];15(8):680-6. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10960880
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1096...
) quanto longitudinal(2222 Stevens AB, Coon D, Wisniewski S, Vance D, Arguelles S, Belle S, et al. Measurement of leisure time satisfaction in family caregivers. Aging Ment Health [Internet]. 2004[cited 2017 May 1];8(5):450-9. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15511743
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1551...
). Foram observados altos índices de concordância entre medidas retrospectivas de uso do tempo com base no RUD e medidas resultantes de observação direta dos comportamentos dos cuidadores, e entre dados do RUD e os derivados de matriz de atividades em intervalos de 15 minutos(2828 Shahly V, Chatterji S, Gruber MJ, Al-Hamzawi A, Alonso J, Andrade LH, et al. Cross-national differences in the prevalence and correlates of burden among older family caregivers in the World Health Organization World Mental Health (WMH) Surveys. Psychol Med [Internet]. 2013[cited 2017 May 1];43(4):865-79. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22877824
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2287...
). Foram observadas boas evidências de validade interna e de construto para uma escala de satisfação do cuidador com o tempo que dedica ao lazer, mas correlações moderadas com satisfação com o suporte social(2323 Feldman HH, Van Baelen B, Kavanagh SM, Torfs KE. Cognition, function, and caregiving time patterns in patients with mild-to-moderate Alzheimer disease: a 12-month analysis. Alzheimer Dis Assoc Disord [Internet]. 2005[cited 2016 May 5];19(1):29-36. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/ 15764869
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/ 157...
).

Como indicadores de ônus percebido ou subjetivo relacionado ao cuidado, foram estudados a depressão(3030 Hughes TB, Black BS, Albert M, Gitlin LN, Johnson DM, Lyketsos CG, et al. Correlates of objective and subjective measures of caregiver burden among dementia caregivers: influence of unmet patient and caregiver dementia-related care needs. Int Psychogeriatr [Internet]. 2014[cited 2016 May 5];26(11):1875-83. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25104063
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2510...
), a sobrecarga percebida(2929 Haro JM, Kahle-Wrobleski K, Bruno G, Belger M, Dell’Agnello G, Dodel R, et al. Analysis of burden in caregivers of people with Alzheimer’s disease using self-report and supervision hours. J Nutr Health Aging [Internet]. 2014[cited 2016 May 5];18(7):677-84. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25226106
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2522...

30 Hughes TB, Black BS, Albert M, Gitlin LN, Johnson DM, Lyketsos CG, et al. Correlates of objective and subjective measures of caregiver burden among dementia caregivers: influence of unmet patient and caregiver dementia-related care needs. Int Psychogeriatr [Internet]. 2014[cited 2016 May 5];26(11):1875-83. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25104063
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2510...
-3131 Kraijo H, van Exel J, Brouwer W. The perseverance time of informal carers for people with dementia: results of a two-year longitudinal follow-up study. BMC Nurs [Internet]. 2015[cited 2016 Apr 22];14:56. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26549986
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2654...
,3333 Oldenkamp M, Hagedoorn M, Slaets J, Stolk R, Wittek R, Smidt N. Subjective burden among spousal and adult-child informal caregivers of older adults: results from a longitudinal cohort study. BMC Geriatr [Internet]. 2016[cited 2017 May 1];16(1):208. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27923347
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2792...
-3434 Vaingankar JA, Chong SA, Abdin E, Picco L, Jeyagurunathan A, Zhang Y, et al. Care participation and burden among informal caregivers of older adults with care needs and associations with dementia. Int Psychogeriatr [Internet]. 2016[cited 2017 May 1];28(2):221-31. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/ 26478530
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/ 264...
), o sofrimento do cuidador devido aos sintomas neuropsiquiátricos apresentados pelos receptores de cuidados(3030 Hughes TB, Black BS, Albert M, Gitlin LN, Johnson DM, Lyketsos CG, et al. Correlates of objective and subjective measures of caregiver burden among dementia caregivers: influence of unmet patient and caregiver dementia-related care needs. Int Psychogeriatr [Internet]. 2014[cited 2016 May 5];26(11):1875-83. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25104063
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2510...
,3232 Hajek A, Brettschneider C, Ernst A, Posselt T, Wiese B, Prokein J, et al. Longitudinal predictors of informal and formal caregiving time in community-dwelling dementia patients. Soc Psychiatry Psychiatr Epidemiol [Internet]. 2016[cited 2017 May 1];51(4):607-16. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26498751
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2649...
), problemas de saúde autorrelatados pelo cuidador(3333 Oldenkamp M, Hagedoorn M, Slaets J, Stolk R, Wittek R, Smidt N. Subjective burden among spousal and adult-child informal caregivers of older adults: results from a longitudinal cohort study. BMC Geriatr [Internet]. 2016[cited 2017 May 1];16(1):208. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27923347
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2792...
) e necessidades não atendidas do cuidador(3030 Hughes TB, Black BS, Albert M, Gitlin LN, Johnson DM, Lyketsos CG, et al. Correlates of objective and subjective measures of caregiver burden among dementia caregivers: influence of unmet patient and caregiver dementia-related care needs. Int Psychogeriatr [Internet]. 2014[cited 2016 May 5];26(11):1875-83. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25104063
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2510...
). Nesses estudos, foram considerados como indicadores de ônus objetivo: o uso do tempo pelos cuidadores, a competência física e cognitiva e os problemas neuropsiquiátricos dos idosos receptores de cuidados. O sofrimento do cuidador associado aos sintomas neuropsiquiátricos do receptor de cuidados e à sobrecarga percebida associou-se especificamente com tempo despendido em supervisão(3030 Hughes TB, Black BS, Albert M, Gitlin LN, Johnson DM, Lyketsos CG, et al. Correlates of objective and subjective measures of caregiver burden among dementia caregivers: influence of unmet patient and caregiver dementia-related care needs. Int Psychogeriatr [Internet]. 2014[cited 2016 May 5];26(11):1875-83. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25104063
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2510...

31 Kraijo H, van Exel J, Brouwer W. The perseverance time of informal carers for people with dementia: results of a two-year longitudinal follow-up study. BMC Nurs [Internet]. 2015[cited 2016 Apr 22];14:56. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26549986
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2654...
-3232 Hajek A, Brettschneider C, Ernst A, Posselt T, Wiese B, Prokein J, et al. Longitudinal predictors of informal and formal caregiving time in community-dwelling dementia patients. Soc Psychiatry Psychiatr Epidemiol [Internet]. 2016[cited 2017 May 1];51(4):607-16. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26498751
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2649...
). Quanto maior a gravidade da demência dos receptores de cuidados, maior o tempo de perseverança no desempenho do papel de cuidador e maior a sobrecarga percebida pelos cuidadores(3232 Hajek A, Brettschneider C, Ernst A, Posselt T, Wiese B, Prokein J, et al. Longitudinal predictors of informal and formal caregiving time in community-dwelling dementia patients. Soc Psychiatry Psychiatr Epidemiol [Internet]. 2016[cited 2017 May 1];51(4):607-16. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26498751
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2649...
). As necessidades não atendidas que responderam pela maior variabilidade no tempo do cuidado foram suporte financeiro, comida entregue em domicílio(3030 Hughes TB, Black BS, Albert M, Gitlin LN, Johnson DM, Lyketsos CG, et al. Correlates of objective and subjective measures of caregiver burden among dementia caregivers: influence of unmet patient and caregiver dementia-related care needs. Int Psychogeriatr [Internet]. 2014[cited 2016 May 5];26(11):1875-83. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25104063
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2510...
), cuidadores para atuar nos dias ou períodos de folga dos cuidadores principais, acesso a serviços médicos especializados e educação do cuidador para o exercício do cuidado(3131 Kraijo H, van Exel J, Brouwer W. The perseverance time of informal carers for people with dementia: results of a two-year longitudinal follow-up study. BMC Nurs [Internet]. 2015[cited 2016 Apr 22];14:56. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26549986
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2654...
). Nos cinco estudos, foram observadas relações entre as medidas objetivas de ônus do cuidado e o senso de ônus subjetivo relatado pelos cuidadores.

DISCUSSÃO

O cuidado de idosos com dificuldades para o desempenho independente de atividades de vida diária e com problemas neuropsiquiátricos determinados pelo curso de demências em estágio moderado ou avançado são exemplos por excelência de condições complexas e com alta demanda para os cuidadores familiares; e oferecem parâmetros para a compreensão de outras instâncias de cuidado familiar a idosos com outras condições de saúde. Por esses motivos, essa foi uma das condições escolhidas para a seleção dos artigos presentes nesta revisão.

O exame dos artigos permitiu concluir que existe importante lacuna quanto a dados sobre o tempo gasto em tarefas de cuidado realizadas ao mesmo tempo, ou junto com tarefas domésticas e pessoais do cuidador; bem como sobre a duração, a frequência e a natureza das tarefas realizadas concorrentemente por outros familiares e por cuidadores profissionais. Essa lacuna é importante em países que contam com boa rede de suporte formal a idosos com demências, porque mascaram informações sobre a sobrecarga objetiva e subjetiva e sobre as necessidades não atendidas dos cuidadores familiares. É ainda mais importante no Brasil, que conta com uma rede muito escassa de cuidados formais a idosos doentes e dependentes. Além disso, convivemos com a figura da empregada doméstica, que, além de responder pelos cuidados domésticos, tem grande chance de responder também pelos cuidados aos idosos. Existe uma cultura bem estabelecida que atribui tarefas de cuidado a essas profissionais como se fossem uma extensão das tarefas da casa(1717 Camarano AA, Kanso K. Como as famílias brasileiras estão lidando com os idosos que demandam cuidados e quais as perspectivas futuras? a visão mostrada pelas PNADs. In: Camarano AA. (Ed. ). Cuidados de longa duração para a população idosa: um novo risco social a ser assumido? Rio de Janeiro: IPEA; 2010. p. 93-122.).

Menos envolvido afetivamente, sem história anterior de relacionamento e fisicamente mais afastado do cenário cotidiano do cuidado, o cuidador formal ou profissional de cuidados não sofre as mesmas dificuldades que o cuidador familiar e gasta menos tempo cuidando do que este último(1919 Clipp EC, Moore MJ. Caregiver time use: an outcome measure in clinical trial research on Alzheimer’s disease. Clin Pharmacol Ther [Internet]. 1995[cited 2016 Apr 22];58(2):228-36. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7648773
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7648...
,2323 Feldman HH, Van Baelen B, Kavanagh SM, Torfs KE. Cognition, function, and caregiving time patterns in patients with mild-to-moderate Alzheimer disease: a 12-month analysis. Alzheimer Dis Assoc Disord [Internet]. 2005[cited 2016 May 5];19(1):29-36. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/ 15764869
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/ 157...
,3232 Hajek A, Brettschneider C, Ernst A, Posselt T, Wiese B, Prokein J, et al. Longitudinal predictors of informal and formal caregiving time in community-dwelling dementia patients. Soc Psychiatry Psychiatr Epidemiol [Internet]. 2016[cited 2017 May 1];51(4):607-16. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26498751
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2649...
). Assim, conhecer como ele dispõe as atividades do cuidado na sua agenda profissional fornece parâmetros para avaliar o investimento de tempo e esforço dos cuidadores familiares. O fato de o cuidador formal também estar sujeito à sobrecarga de trabalho ajuda a compreender aquela que acomete os cuidadores familiares. A discussão desses aspectos sob um ponto de vista econômico e não somente sob a ótica da subjetividade é importante neste momento em que, no Brasil, se discute a questão da criação da profissão e da ocupação de cuidador de idosos(2828 Shahly V, Chatterji S, Gruber MJ, Al-Hamzawi A, Alonso J, Andrade LH, et al. Cross-national differences in the prevalence and correlates of burden among older family caregivers in the World Health Organization World Mental Health (WMH) Surveys. Psychol Med [Internet]. 2013[cited 2017 May 1];43(4):865-79. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22877824
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2287...
).

Na literatura internacional, a sobrecarga física e psicológica de cuidadores familiares de idosos com demências tem presença muito expressiva, em comparação com os que cuidam de idosos com limitações determinadas por outros tipos de problema. Os dados resultantes dos estudos sobre uso do tempo por cuidadores familiares de idosos com demências são compatíveis com a farta literatura empírica e teórica, que se desenvolveu a partir dos anos 1980, sobre o estresse do cuidador (3535 Pinquart M, Sörensen S. Correlates of physical health of informal caregivers: a meta-analysis. J Gerontol B Psychol Sci Soc Sci [Internet]. 2007[cited 2017 May 1];62(2):P126-37. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17379673
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1737...
-3636 Fonareva I, Oken BS. Physiological and functional consequences of caregiving for relatives with dementia. Int Psychogeriatr [Internet]. 2014[cited 2017 May 1];26(5):725-47. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/ 24507463
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/ 245...
). Ela encontra eco no Brasil(3737 Neri AL, Yassuda MS, Fortes-Burgos AC, Mantovani EP, Arbex FS, Torres SVS, et al. Relationships between gender, age, family conditions, physical and mental health, and social isolation of elderly caregivers. Int Psychogeriatr [Internet]. 2012[cited 2017 May 1];24(3):472-83. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/ 21929829
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/ 219...
), mas, a exemplo do que ocorre com outros temas, ainda não conta com uma produção robusta e sistemática. Tampouco temos estudos sobre uso do tempo em cuidadores. Os dados de pesquisas demonstrativas e metodológicas gerados em outros países, ao longo do período que, para efeito desta revisão, pode ser demarcado pelas publicações de Moss et al.(1993)(1212 Moss MS, Lawton MP, Kleban MH, Duhamel L. Time use of caregivers of impaired elders before and after institutionalization. J Gerontol [Internet]. 1993[cited 2016 Apr 22];48(3):S102-11. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed 8482826
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed 8482...
) e Wimo, Jonsson e Zbrozek (2010)(2727 Wimo A, Jonsson L, Zbrozek A. The Resource Utilization in Dementia (RUD) instrument is valid for assessing informal care time in community-living patients with dementia. J Nutr Health Aging [Internet]. 2010[cited 2016 May 5];14(8):685-90. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20922346
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2092...
), talvez tenham suficiente generalidade para permitir aos pesquisadores brasileiros a abreviação do tempo dedicado a essa linha de pesquisa. A combinação dos temas sobrecarga objetiva e sobrecarga subjetiva e seus efeitos sobre cuidadores, vista nos artigos publicados entre 2013 e 2016(2828 Shahly V, Chatterji S, Gruber MJ, Al-Hamzawi A, Alonso J, Andrade LH, et al. Cross-national differences in the prevalence and correlates of burden among older family caregivers in the World Health Organization World Mental Health (WMH) Surveys. Psychol Med [Internet]. 2013[cited 2017 May 1];43(4):865-79. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22877824
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2287...

29 Haro JM, Kahle-Wrobleski K, Bruno G, Belger M, Dell’Agnello G, Dodel R, et al. Analysis of burden in caregivers of people with Alzheimer’s disease using self-report and supervision hours. J Nutr Health Aging [Internet]. 2014[cited 2016 May 5];18(7):677-84. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25226106
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2522...

30 Hughes TB, Black BS, Albert M, Gitlin LN, Johnson DM, Lyketsos CG, et al. Correlates of objective and subjective measures of caregiver burden among dementia caregivers: influence of unmet patient and caregiver dementia-related care needs. Int Psychogeriatr [Internet]. 2014[cited 2016 May 5];26(11):1875-83. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25104063
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2510...

31 Kraijo H, van Exel J, Brouwer W. The perseverance time of informal carers for people with dementia: results of a two-year longitudinal follow-up study. BMC Nurs [Internet]. 2015[cited 2016 Apr 22];14:56. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26549986
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2654...

32 Hajek A, Brettschneider C, Ernst A, Posselt T, Wiese B, Prokein J, et al. Longitudinal predictors of informal and formal caregiving time in community-dwelling dementia patients. Soc Psychiatry Psychiatr Epidemiol [Internet]. 2016[cited 2017 May 1];51(4):607-16. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26498751
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2649...

33 Oldenkamp M, Hagedoorn M, Slaets J, Stolk R, Wittek R, Smidt N. Subjective burden among spousal and adult-child informal caregivers of older adults: results from a longitudinal cohort study. BMC Geriatr [Internet]. 2016[cited 2017 May 1];16(1):208. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27923347
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2792...
-3434 Vaingankar JA, Chong SA, Abdin E, Picco L, Jeyagurunathan A, Zhang Y, et al. Care participation and burden among informal caregivers of older adults with care needs and associations with dementia. Int Psychogeriatr [Internet]. 2016[cited 2017 May 1];28(2):221-31. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/ 26478530
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/ 264...
), é útil para embasar linhas de pesquisa promissoras ao atendimento de nossas necessidades de informação. Talvez essa orientação ajude a evitar que se cristalize uma resposta positiva à pergunta enunciada por Camarano em 2010(1717 Camarano AA, Kanso K. Como as famílias brasileiras estão lidando com os idosos que demandam cuidados e quais as perspectivas futuras? a visão mostrada pelas PNADs. In: Camarano AA. (Ed. ). Cuidados de longa duração para a população idosa: um novo risco social a ser assumido? Rio de Janeiro: IPEA; 2010. p. 93-122.) — O cuidado é um novo risco social a ser assumido no Brasil? — à qual acrescentaríamos: (…) pela família e pelos cuidadores familiares, com boa parte de suas necessidades não atendidas?

O peso do cuidado sobre a saúde e bem-estar subjetivo dos cuidadores familiares de idosos dependentes relaciona-se com a sobrecarga física objetiva associada à realização de tarefas de apoio às AIVDs e ABVDs e com o tempo despendido com o cuidado. Associa-se com a sobrecarga percebida e ônus psicológico decorrente da convivência com o sofrimento e com as necessidades não atendidas, mas não só com isso. Relaciona-se, também, com o fato de o cuidado a esses idosos ser um empreendimento que se desdobra no tempo diário, no tempo individual e no tempo da família, competindo com o trabalho, participação social e compromissos familiares do cuidador(2323 Feldman HH, Van Baelen B, Kavanagh SM, Torfs KE. Cognition, function, and caregiving time patterns in patients with mild-to-moderate Alzheimer disease: a 12-month analysis. Alzheimer Dis Assoc Disord [Internet]. 2005[cited 2016 May 5];19(1):29-36. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/ 15764869
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/ 157...
,2828 Shahly V, Chatterji S, Gruber MJ, Al-Hamzawi A, Alonso J, Andrade LH, et al. Cross-national differences in the prevalence and correlates of burden among older family caregivers in the World Health Organization World Mental Health (WMH) Surveys. Psychol Med [Internet]. 2013[cited 2017 May 1];43(4):865-79. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22877824
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2287...
-2929 Haro JM, Kahle-Wrobleski K, Bruno G, Belger M, Dell’Agnello G, Dodel R, et al. Analysis of burden in caregivers of people with Alzheimer’s disease using self-report and supervision hours. J Nutr Health Aging [Internet]. 2014[cited 2016 May 5];18(7):677-84. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25226106
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2522...
,3232 Hajek A, Brettschneider C, Ernst A, Posselt T, Wiese B, Prokein J, et al. Longitudinal predictors of informal and formal caregiving time in community-dwelling dementia patients. Soc Psychiatry Psychiatr Epidemiol [Internet]. 2016[cited 2017 May 1];51(4):607-16. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26498751
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2649...
-3333 Oldenkamp M, Hagedoorn M, Slaets J, Stolk R, Wittek R, Smidt N. Subjective burden among spousal and adult-child informal caregivers of older adults: results from a longitudinal cohort study. BMC Geriatr [Internet]. 2016[cited 2017 May 1];16(1):208. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27923347
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2792...
). O cuidado tem potencial para tornar mais difíceis as relações familiares, a manutenção das amizades e a realização de atividades religiosas, culturais e recreativas. Pode contribuir para que os cuidadores posterguem ou abandonem atividades de autocuidado à saúde e à aparência. Interage com condições mórbidas pré-existentes ou que surgiram depois do início do cuidado. Dificulta o desfrute de passatempos e de oportunidades de descanso para os envolvidos com as tarefas e com o papel de cuidador. Cuidadores informais acometidos por doenças crônicas despendem mais tempo cuidando da própria saúde do que não cuidadores, mas passam mais tempo cuidando da saúde dos idosos a quem prestam serviço do que da própria saúde, o que significa que, até certo ponto, existe incompatibilidade entre as responsabilidades pelo cuidado de um familiar idoso e a manutenção da saúde por cuidadores que são idosos e frágeis(3838 Jowsey T, McRae I, Gillespie J, Banfield M, Yen L. Time to care? health of informal older carers and time spent on health related activities: an Australian survey. BMC Public Health [Internet]. 2013[cited 2016 Apr 22];13(1):374. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23607727
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2360...
).

No processo de cuidado, a substituição compulsória de atividades e rotinas pessoais, de trabalho, de vida social e de vida familiar, sobre as quais os cuidadores tinham controle e das quais auferiam benefícios, por outras determinadas pela dinâmica do cuidado, provoca mudanças em sua agenda diária e em sua perspectiva de tempo pessoal. É como se o tempo dedicado ao cuidado fosse um tempo subtraído daquele anteriormente disponível para o cuidador, ou que o senso de liberdade de escolha do cuidador ficasse prejudicado(3838 Jowsey T, McRae I, Gillespie J, Banfield M, Yen L. Time to care? health of informal older carers and time spent on health related activities: an Australian survey. BMC Public Health [Internet]. 2013[cited 2016 Apr 22];13(1):374. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23607727
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2360...
). A tais percepções pode-se atribuir, em boa parte, o senso de sobrecarga e de invasão da vida pessoal vivido pelos cuidadores familiares de idosos com graves dependências físicas e cognitivas. Trata-se de um tempo cuja duração o cuidador avalia em comparação com a duração de outras tarefas apreciadas, detestadas ou neutras, dependendo dos objetivos e produtos, assim como do valor que lhes atribui(3939 Zegwaard MI, Aartsen MJ, Grypdonck MH, Cuijpers P. Differences in impact of long term caregiving for mentally ill older adults on the daily life of informal caregivers: a qualitative study. BMC Psychiatry [Internet]. 2013[cited 2017 May 1];13:103. Available from: https://doi.org/10.1186/14
https://doi.org/10.1186/14...
).

Finalizando, é importante notar que o tempo não é uma entidade com existência real. As noções de tempo objetivo e subjetivo são variantes de um mesmo construto que encontra seus fundamentos nas atividades, nas necessidades, nos afetos e nas motivações humanas. Por esse motivo, a compreensão e a intervenção em uso do tempo por cuidadores de idosos com demência beneficiam-se sobremaneira do conceito de uso do tempo entendido como gerenciamento do cotidiano, compreendendo-se por gerenciamento as atividades de planejar, realizar, monitorar e avaliar ações voltadas para um objetivo; e por cotidiano, o tempo e o lugar onde acontecem as rotinas, os hábitos e a organização da vida pessoal e familiar. Dessa forma, planejar o uso do tempo do cuidado equivale a planejar as rotinas desse empreendimento. Envolve o estabelecimento de prioridades, a decisão sobre o nível de investimento nas tarefas e a obtenção de recursos para sua realização. O gerenciamento do cotidiano, ou gestão do tempo do cuidado, ajuda os cuidadores a se organizarem, a ter a sensação de continuidade da vida, a manter o senso de controle e a se sentirem seguros em relação às tarefas que realizam todos os dias. Ajuda-os a organizar suas agendas cotidianas, nelas encaixando as rotinas obrigatórias de prestação de cuidados, as rotinas obrigatórias de sua própria vida diária e a rotina das atividades eletivas ou discricionárias da sua vida pessoal, familiar e social, considerando as oportunidades e os entraves dos contextos ambiental e social onde são realizadas.

A despeito dos avanços da literatura sobre uso do tempo por cuidadores familiares de idosos com demências, ainda são escassos os estudos que discriminam entre tarefas de cuidado realizadas isoladamente e outras desempenhadas simultaneamente, assim como são escassas as pesquisas sobre o uso do tempo por cuidadores primários, quando há cuidadores secundários envolvidos. As relações entre uso do tempo e a qualidade do cuidado é outra lacuna na literatura analisada.

Limitações do estudo

A MEDLINE/PubMed e BVS/LILACS/SciELo são reconhecidas pelo seu caráter inclusivo, confiável e eficaz na catalogação e na contínua disponibilização da produção científica internacional em Medicina, Ciências da Vida e Ciências da Saúde. Por esse motivo, foram escolhidas como meios preferenciais para a obtenção das informações necessárias a este estudo. Por outro lado, em parte, a restrição respondeu à necessidade de adequar o corpus aos limites espaciais oferecidos pelos periódicos. Novos estudos poderão utilizar outras bases internacionais, por exemplo em Psicologia (PsycINFO) e em Ciências Sociais (AgeLine), em busca de informações eventualmente não veiculadas pelas bases escolhidas para este estudo.

Contribuições para a área da enfermagem, saúde ou política pública

Espera-se que os conhecimentos produzidos pela investigação sobre o uso do tempo veiculados por esta revisão possam subsidiar profissionais brasileiros do cuidado com dados úteis à tomada de decisões sobre a implantação de programas educacionais e de apoio psicossocial focalizando a organização das agendas de atividades do cuidado, da vida pessoal, da vida familiar e da vida social dos cuidadores familiares.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Três princípios podem ser extraídos da literatura sobre uso do tempo por cuidadores familiares de idosos com demência publicada no período compreendido entre 1993 e 2017. O primeiro é que a vida dos idosos e a vida dos cuidadores familiares idosos com demência envolve rotinas diárias que se apresentam como padrões observáveis, regulares e repetitivos de comportamento, com sequência e duração predeterminadas. Essas rotinas são referenciadas a um contexto ecológico que dispõe condições físicas e materiais para sua ocorrência e a um contexto cultural que lhes confere significado e valor. O segundo princípio é que o cotidiano do cuidado envolve duas classes de rotinas que se entrelaçam: as dos idosos que são alvos de cuidados e as dos familiares que lhes proporcionam cuidados. O terceiro é que as condições de saúde e de independência física e cognitiva dos idosos receptores de cuidados são importantes determinantes da carga objetiva de trabalho e do número de horas diárias dedicadas ao cuidado informal no contexto da família.

São bastante variáveis os valores absolutos encontrados na literatura sobre uso do tempo no cuidado a idosos com demências, refletindo a influência da metodologia usada para obter os dados, as disposições dos cuidadores ao responder aos inquéritos, o seu nível socioeconômico, espelhado nos recursos disponíveis para a prestação de cuidados, o nível de dependência cognitiva e física dos alvos de cuidados e suas necessidades de supervisão associadas a problemas neuropsiquiátricos. Em face das discrepâncias entre os dados sobre uso do tempo por cuidadores, os estudos metodológicos que oferecem informação sobre quais são as medidas mais estáveis e mais fidedignas constituem-se como importantes recursos para nortear as decisões dos pesquisadores.

O estudo sobre o uso do tempo por cuidadores informais e formais de idosos é praticamente inexistente no Brasil, o que confere utilidade e oportunidade a estudos de revisão de literatura, pois sintetizam múltiplas evidências de estudos desenvolvidos em diversos contextos, permitem o conhecimento do fenômeno e de recursos metodológicos para melhor compreendê-lo e controlá-lo, facilitam a identificação de lacunas na informação e podem nortear decisões sobre o estabelecimento de linhas de pesquisa sobre o tema. Além disso, eles podem contribuir para o planejamento de intervenções focando a gestão das atividades de cuidado por cuidadores familiares, considerando seus recursos pessoais, familiares e sociais, suas necessidades e suas motivações.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    2018

Histórico

  • Recebido
    10 Maio 2017
  • Aceito
    16 Out 2017
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