RESUMO
Objetivos: Identificar evidências científicas acerca da influência do uso da internet na saúde biopsicossocial do adolescente.
Métodos: Revisão integrativa, com pesquisa em bases de dados, utilizando os descritores “internet”, “saúde do adolescente” e “comportamento do adolescente”. Após aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, foram selecionados 16 artigos.
Resultados: Evidenciou-se a convergência do conhecimento produzido para três temas principais: “Tempo de exposição à internet e possíveis prejuízos à saúde do adolescente”; “Internet, adolescente e cyberbullying”; “Internet como fonte de informações para saúde adolescente”.
Considerações finais: A rede envolve uma intricada trama de interações, propiciando comportamentos e atitudes variadas que refletem na saúde do adolescente. Logo, é importante articular as ações de enfermagem com a comunidade escolar e a família, no intuito de realizar educação em saúde.
Descritores: Internet; Comportamento do Adolescente; Saúde do Adolescente; Educação em Saúde; Enfermagem
ABSTRACT
Objectives: To identify scientific evidence on the influence of internet use on adolescents’ biopsychosocial health.
Methods: Integrative review, with database search, using the descriptors “internet”, “adolescent health” and “adolescent behavior”. After applying the inclusion and exclusion criteria, 16 articles were selected.
Results: Knowledge convergence produced for three main themes was demonstrated: “Internet exposure time and possible damages to adolescent health”; “Internet, adolescent and cyberbullying”; and “Internet as a source of information for adolescent health”.
Final considerations: The network involves an intricate network of interactions, providing varied behaviors and attitudes that reflect on adolescent health. Therefore, it is important to articulate nursing actions with the school community and the family, in order to carry out health education.
Descriptors: Internet; Adolescent Behavior; Adolescent Health; Health Education; Nursing
RESUMEN
Objetivos: Identificar evidencias científicas acerca de la influencia del uso de Internet en la salud biopsicosocial del adolescente.
Métodos: Revisión integradora, con investigación en bases de datos, utilizando los descriptores “internet”, “salud del adolescente” y “comportamiento del adolescente”. Después de la aplicación de los criterios de inclusión y exclusión, se seleccionaron 16 artículos.
Resultados: Se evidenció la convergencia del conocimiento producido para tres temas principales: “El tiempo de exposición a Internet y los posibles perjuicios a la salud del adolescente”; “Internet, el adolescente y cyberbullying”; “Internet como fuente de información para la salud adolescente”.
Consideraciones finales: La red involucra una intrincada trama de interacciones, propiciando comportamientos y actitudes variadas que reflejan en la salud del adolescente. Por lo tanto, es importante articular las acciones de enfermería con la comunidad escolar y la familia, con el fin de realizar educación para la salud.
Descriptores: Internet; Comportamiento del Adolescente; Salud del Adolescente; Educación para la Salud; Enfermería
INTRODUÇÃO
O avanço tecnológico das últimas décadas propiciou transformações inesperadas na sociedade, que tiveram relevância nos setores público e privado, bem como nos contextos social, político e econômico(1) . A internet foi uma das tecnologias responsáveis pela transformação do modo de vida das pessoas. Caracteriza-se por ser uma rede mundial com alta capacidade de transmissão que possibilita a disseminação de informações, a interação e a colaboração entre indivíduos e computadores, sem a necessidade dos envolvidos compartilharem o mesmo espaço físico(2).
Os indivíduos experienciam várias fases ao longo da vida: infância, adolescência, maturidade e envelhecimento, que impõem diferentes necessidades informacionais. A busca pelo conhecimento varia significativamente em cada uma dessas fases e está intimamente ligada às conjunturas enfrentadas no cotidiano(3).
A adolescência é compreendida pela tradição científica como a fase da vida entre infância e idade adulta. Resulta na formação de identidade, sendo esta decorrente das relações entre as dimensões biológica e social, que vão se permeando ao longo da vida. Portanto, é marcada como um período de instabilidade, dúvidas, curiosidades e crise. Contudo, esse conceito vem passando por um processo de transformação relacionado às representações sociais do próprio adolescente, já que no presente momento ele possui uma representatividade simbólica posta em evidência nos diferentes canais midiáticos(4), como televisão, cinema e internet.
A internet faz parte do cotidiano adolescente. Conforme a Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio (PNAD), realizada em 2015, adolescentes na faixa etária entre 15 a 17 anos e 18 a 19 anos constituem-se como o grupo de pessoas que mais acessam a rede com percentuais equivalentes a 82,0% e 82,9%, respectivamente(5).
O principal local de acesso à internet pelos adolescentes é o próprio domicílio, mas isso também ocorre na casa de amigos, em lan houses, na escola e no celular. O tempo gasto navegando na internet é de 2 a 3 horas diárias, em média. Vale destacar que os adolescentes reconhecem vantagens e desvantagens da internet. Como vantagens, foram mencionadas rapidez, economia, conhecer pessoas, aumentar o número de amigos e não precisar estar presente no mesmo espaço físico. Já as desvantagens, foram a possibilidade de viciar, os perigos ao navegar na rede e a falta do contato físico(6).
As ferramentas mais utilizadas são as redes sociais, correio eletrônico, jogos online e aplicativos de mensagens instantâneas(7). Os adolescentes entendem que a comunicação virtual possibilitou o uso de novas linguagens e seleção de sites que favorecem maior liberdade de expressão. Revelam que os diálogos realizados no meio virtual são tão intensos quanto em um encontro físico, quiçá mais íntimos. O espaço virtual configurou-se como um laboratório social para a vida real, de modo que a internet passou a ser usada também como forma de superar dificuldades sociais, conflitos emocionais e timidez(6).
Um grande estudo ambientado no continente europeu demonstrou relativa preocupação dos pais em relação ao acesso à internet pelos filhos, pois 28% dos pais revelaram bloquear ou filtrar os sites, e 23% relataram observar os sites visitados pelos filhos(8). No entanto, os dados do estudo evidenciaram que em boa medida os pais desconhecem a essência presente nos sites acessados pelos filhos, tais quais os efeitos do conteúdo sobre a saúde de sua prole.
O posicionamento dos pais pode ser explicado pela cultura de permissividade vigente, onde, no Brasil, é fruto de distorções referentes às atitudes dos pais e da interpretação equivocada do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) no que se refere à seguiridade relacionada aos aspectos biopssicossociais. Outra explicação plausível para o comportamento dos pais é a ilusão de que seus filhos estão seguros em casa diante do computador, o que denota desconhecimento que o risco se encontra nas associações e leituras que os adolescentes fazem do conteúdo exposto na rede(9). Observar como os jovens estão utilizando a internet é de extrema relevância, pois o uso inadequado da rede pode resultar em impacto psicológico e comportamental, podendo gerar alterações comportamentais negativas, como perda de controle, sentimentos de culpa, isolamento, conflito familiar e declínio no desempenho escolar(10-11); fatores esses que incidem diretamente sobre a saúde biopsicossocial do adolescente.
OBJETIVOS
Identificar evidências científicas acerca da influência do uso da internet na saúde biopsicossocial do adolescente.
MÉTODOS
Aspectos éticos
Não houve necessidade de submissão deste projeto ao Comitê de Ética em Pesquisa, pois trata-se de uma revisão de literatura. No entanto, ressalta-se que foram mantidas as ideias originais dos autores no processo de sintetização de suas pesquisas.
Tipo de estudo
Foi realizada uma revisão integrativa, a qual se constitui como um método que permite sintetizar e analisar dados para desenvolver uma explicação mais abrangente de um fenômeno específico a partir da síntese ou análise dos achados dos estudos, com propósitos teóricos e/ou intervencionistas(12).
Coleta e organização dos dados
Estruturou-se a Revisão Integrativa em seis fases: elaboração da questão de pesquisa; estabelecimento de critérios para inclusão e exclusão dos estudos (composição do corpus para análise); definição das informações a serem extraídas dos artigos a serem analisados (categorização); análise das informações; interpretação dos resultados e apresentação da revisão (síntese do conhecimento)(12). Estabeleceu-se como questão norteadora da pesquisa: qual a influência do uso da internet na saúde biopsicossocial do adolescente?
Primeiramente, foi realizada uma busca livre nas seguintes bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Índice Bibliográfico Espanhol de Ciências da Saúde (IBECS), e no diretório de revistas Scientific Eletronic Library Online (SciELO). Para o levantamento das publicações, foram utilizados os descritores controlados: “Internet”; “Saúde do Adolescente” e “Comportamento do Adolescente”. O cruzamento dos descritores realizou-se mediante a utilização do operador booleano AND.
Critérios de inclusão e exclusão
Foram designados como critérios de inclusão: publicações sob o formato de artigos originais, publicadas na íntegra nos anos 2012/2013/2014/2015/2016, nos idiomas português/espanhol/inglês, disponibilizados em meio eletrônico gratuitamente. Enquanto os critérios de exclusão foram: repetição nas bases de dados e não responder à questão de pesquisa.
Análise dos dados
Após a composição do corpus de análise foi elaborado um banco de dados no software Microsoft Office Excel 2010, o qual possibilitou a reunião e organização das seguintes informações: título do artigo, profissão do primeiro autor, ano de publicação, país, título do periódico, nacionalidade das participantes do estudo, delineamento, intervenção e desfecho. Deste modo, os dados obtidos foram agrupados em quadros instrumentais e em categorias temáticas por semelhança de conteúdo. Os resultados foram interpretados com base na literatura correlata ao tema do estudo.
RESULTADOS
Após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, foram selecionados dezesseis artigos para análise conforme representado na Figura 1.
A maior proporção dos artigos (43,75%) foi publicada no ano de 2012. A Espanha foi o país responsável pela maioria das publicações (56,25%), envolvendo o uso da internet em relação à saúde biopsicossocial do adolescente. Os profissionais que mais publicaram como primeiro autor foram os psicólogos (56.25%), seguidos pelos professores (25%), médicos (12,5%) e enfermeiros (6,25%). O periódico que deteve o maior número de publicações sobre a temática foi a Revista Psicothema (25%). Quanto ao conteúdo dos artigos, evidenciou-se a convergência do conhecimento produzido para três temas principais: “Tempo de exposição à internet e possíveis prejuízos à saúde do adolescente”; “Internet, adolescente e cyberbullying”; e “Internet como fonte de informações para saúde do adolescente”. O Quadro 1 apresenta a sinopse dos conteúdos enfocados nos artigos que compuseram a amostra da integrativa e sua categorização temática.
Nos artigos analisados, predominou a abordagem quantitativa (81,25%) sobre a qualitativa (18,75%). O questionário foi a intervenção mais frequentemente adotada (A1, A2, A3, A4, A5, A6, A7, A8, A9, A10, A12, A13, A14, A16), mas também foi utilizada entrevista (A11 e A16) e acesso à plataforma da internet em associação às outras intervenções (A15 e A16).
DISCUSSÃO
O uso da internet é um fenômeno global para as pessoas e esta prática é mais comum entre os adolescentes, fato que gera preocupação entre a comunidade científica, principalmente entre profissionais de saúde, sobretudo na área da Psicologia, em função da sua influência sobre o comportamento(6), o qual pode afetar a saúde biopsicossocial do adolescente como um todo. A seguir, serão apresentadas as temáticas que envolvem o comportamento do adolescente relacionado ao uso da internet e a influência sobre sua saúde.
Tema I - Tempo de exposição à internet e possíveis prejuízos à saúde do adolescente
No continente europeu, cerca de 94% dos adolescentes tem acesso à rede em seus próprios domicílios e a utilizam mais de 20 horas durante a semana(13). Uma parcela desses internautas se mantém conectada por um período que varia entre 1 hora e 2 horas diárias. No entanto, há um percentual que excede esse tempo de conexão, permanecendo na rede por mais de 3 horas(14). Foi constatada numa pesquisa recente a dependência da internet em 70,6% dos adolescentes, demonstrando um percentual maior nas meninas (77,5%) do que nos meninos (64,5%)(16) .
O uso da internet de forma desmedida em tempo, conteúdo e forma de acesso pelo adolescente provoca prejuízo a atividades, como brincadeiras ao ar livre, práticas esportivas, socialização com animais domésticos e pessoas, atividades lúdicas, artísticas e educacionais(29). Em pesquisas cientificas, em universidades de todo mundo, têm evidenciado a relação entre o uso compulsivo da internet, assim como com os jogos eletrônicos e redes sociais, com diversas implicações humanas: déficit de atenção, dificuldade de concentração, diminuição de capacidade de memorização, o isolamento social, estímulo da sexualidade; manifestando-se em diversos comportamentos em adolescentes com condições sociais econômicas e culturais diversas(29).
Ressalta-se que estes comportamentos de risco, principalmente os que envolvem conteúdos sexuais e violentos, estão associados ao ambiente urbano e ao baixo desempenho escolar. Portanto, é necessário que haja maior compromisso por parte dos pais, guardiões, profissionais e instituições para informar e educar os jovens, sobretudo no que tange aos riscos derivados do uso de novas tecnologias(16). O problema do uso compulsivo da internet mobilizou a Associação Psiquiátrica Americana (APA), para que o mesmo fosse verificado. Na quinta revisão do Manual Diagnósticos de Desordens Mentais (Diagnostic and Statistica Manual of Mental Disorders - DSM), incluíram-se critérios para diagnosticar um subtipo de uso compulsivo da internet e o vício em jogo eletrônico(30).
De acordo com o Manual de Diagnósticos de Desordens Mentais V, são nove critérios, entre eles: preocupação excessiva, pensando sempre no próximo jogo antes de acabar o anterior; abstinência, caracterizada pela irritabilidade, ansiedade e tristeza; tolerância - gastar compulsivamente com jogos ou materiais de internet; controle nas participações de jogos online; perda de interesse por outros entretenimentos; negação em reconhecer que é um vício; enganar as pessoas de seu convívio social; o uso como terapia e dedicação exclusiva ou semi, perturbando o relacionamento, a educação, a carreira profissional por causa da participação em jogos online(30).
O uso compulsivo da internet pelos adolescentes desencadeia conflitos familiares, em virtude do tempo dedicado à rede, fato que conduz os pais a buscarem alternativas para controlar esse uso e evitar compulsão(13). Entretanto, o acesso à rede parece ser algo tranquilo pelos jovens, pois 77,9% dos adolescentes alegam nunca, ou apenas raramente, discutirem com seus pais devido ao uso da internet, enquanto 6,3% declararam ter problemas muitas vezes e 14,6%, ocasionalmente(15).
Cuidados em relação ao uso da internet são essenciais para preservar a integridade da criança e do adolescente. E, para isso, o controle parental é primordial e foi estabelecido no Art. 29º da Lei nº. 12.965 de 23 de abril de 2014 - Marco Civil da Internet - estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da internet do Brasil(31). Dentre os motivos que levam os adolescentes a conectar-se a internet, destacam-se acessar redes sociais (85%), realizar download de música, filmes, vídeos ou imagens (64.4%), buscar informação relacionada aos estudos (60.2%), fazer uso do correio eletrônico (52.1%), jogar (28,2%); sendo estes jogos de diferentes tipos e formatos, tanto de caráter individual como grupal, incluindo-se os tradicionais jogos de azar(14).
Outro fato preocupante é o comportamento do adolescente online como: interação com estranhos (18,9%), acesso a fotos ou vídeos de conteúdo sexual (39,3%), visualização de fotos/vídeos violentos ou racistas, receber mensagens ofensivas (12,3%) e/ou insultar/ameaçar outro internauta, postar suas fotos ou vídeos na internet em posições sexy, provocativas ou inapropriada (4,1%) e disseminar de outras pessoas sem pedir seu consentimento (19,6%)(16). Soma-se a isso o fato de 36,2% dos adolescentes não afirmarem que não se conectam a tudo que gostariam(14) .
Diante deste quadro, é preciso mencionar que uma pesquisa com adolescentes galegos mostrou que 19,9% foram classificados como usuários de Internet potencialmente problemáticos por ferramenta de triagem. Este instrumento permitiu escalonar os adolescentes em um continuum de risco. Contudo, seus resultados não puderam ser considerados como diagnóstico, devido à falta de critérios estabelecidos e acordados à avaliação clínica(15) . Mesmo assim, serviram como alerta para potenciais vítimas e riscos vindouros relacionados ao uso da internet pelo adolescente.
Em relação à saúde do adolescente, observaram-se potenciais prejuízos, verificou-se relação significativa entre a duração do uso da internet por um período maior que 20h por semana e o uso de drogas licitas e ilícitas. Foi analisado que, quanto maior a exposição à rede, maior a tendência ao consumo de álcool, tabaco e cannabis sativa - maconha. Adiciona-se a isto outros problemas psicossociais, como baixo rendimento escolar, absenteísmo e o uso de máquinas caça-níqueis(13). Vale lembrar que estão intimamente ligados ao consumo de drogas ilícitas, acidentes automobilísticos, infrações policiais, desavenças familiares, processo de dissociação social, relações sexuais indesejadas e doenças sexualmente transmissíveis(13).
Em uma pesquisa brasileira sobre o comportamento sedentário, o tempo excessivo de conexão à internet foi corresponsável pelo sedentarismo nos adolescentes. Foi demonstrada uma prevalência de uso nos dias de semana (69,2%) sobre os finais de semana (79,6%), sendo que os adolescentes com condição econômica mais elevada eram mais propensos a passar o tempo em jogos eletrônicos e internet. Por outro lado, os indivíduos que já praticavam atividades físicas apresentaram menor predisposição a se envolver em atividades sedentárias(19).
Pesquisa semelhante foi realizada na Espanha. Comprovou-se que, em 17% dos adolescentes, a internet é responsável pelo comportamento sedentário, estando as meninas mais envolvidas com atividades na internet e os meninos com jogos eletrônicos. Concluiu-se que a maioria dos adolescentes dispensa mais de duas horas por dia em atividades baseadas em tela, como visualização de TV, jogos de computador, jogos eletrônicos e navegação na internet, portanto, não cumprem com as recomendações de saúde pública para comportamento sedentário(18) .
As diferentes maneiras de usar a internet e sua interatividade com a vida diária a tornam uma prática versátil e culturalmente aceita, com uma forte tendência para intensificar-se ainda mais no futuro próximo. É necessário que os profissionais das áreas de saúde e educação compreendam a complexidade dessa interação e conexão, assim como analise como uma questão de saúde pública, uma vez que o sedentarismo provoca riscos que refletem negativamente na qualidade de vida e de saúde do usuário(19).
Tema II - Internet, adolescente e cyberbullying
Os avanços tecnológicos implicaram no surgimento de novas formas de violência entre os adolescentes, que impõe a necessidade de pesquisas no intuito de compreender esses fenômenos e planejar estratégias de intervenção e prevenção(23). O cyberbullying é um tipo de violência que teve seu conceito estruturado a partir do conceito de bullying, definido por Dan Olweus, na década de 1970. Caracteriza-se por intimidações que alguns alunos sofrem de seus pares, repetidamente, onde o agressor é quem desencadeia intencionalmente ou estimula agressões a outro ou a outras pessoas por meio de ações negativas e têm como recurso de disseminação as novas tecnologias, principalmente a internet(23).
Foi comprovado, em uma pesquisa com seis escolas belgas, que 6,3 % dos estudantes foram vitimas de cyberbullying. Destes, 4,7% dos respondentes vivenciou o assédio uma vez e, 1,6%, várias vezes nos três meses precedentes à pesquisa. Na ocasião, 12,1% dos entrevistados relataram que já haviam invadido a rede social de alguém que conheciam online ou offline, sendo que 8,7% teve esta atitude apenas uma vez e, 3,4%, várias vezes nos três meses antes da coleta desses dados. Logo, as atitudes dos entrevistados mostraram-se como a maior perpetuadora do cyberbullying, porque quanto mais os adolescentes validam atitudes favoráveis a esta conduta, mais eles revelam a intenção de realizar cyberbullying (22).
Eles têm acesso ilimitado a uma série de ferramentas online, que podem usar discretamente, portanto é dificil sua supervisão sem a colaboração de um adolescente. Além disso, existe uma distância considerável entre o que os alunos devem saber e o que eles relatam estar cientes sobre os aspectos legais do cyberbullying (20). Dentre os possíveis aspectos desencadeantes deste ato, há o anonimato online, a atingibilidade e a falta de feedback visual da cibervítima, em relação à dor infligida por ações digitais(22).
A violência digital pode gerar sérias repercussões sobre a saúde física ou mental, ou ambas, de quem a vivencia, implicando em alterações a nível social, familiar e escolar(23). Todavia, o cyberbullying vem sendo praticado e perpetuado à medida que a idade aumenta entre os adolescentes, mediante ações, como disseminar fotos comprometedoras, ameaçar e chantagear, assediar sexualmente, roubar a senha, aterrorizar com morte. O número de observadores também aumenta com o avanço da idade, sendo seu comportamento revelado pela passividade frente ao envio de mensagens e chamadas ofensivas, difusão de fotos não autorizadas para humilhar e depreciar, chamadas anônimas para assustar, roubar senhas, isolar em redes sociais, coerção, ameaçar de morte, difamar/propagar rumores(24).
A idade, a vitimização offline/bullying tradicional, o controle parental, as condutas de risco na internet, o uso de redes sociais com programas de mensagens instantâneas e o acesso à internet nos finais de semana são fatores de risco estatisticamente significativos tanto para cibervitimização ocasional quanto severa(25). As variáveis psicológicas timidez e ansiedade parecem ter um efeito indireto nos casos de cyberbullying, pois aumentam o risco de sofrer assédio virtual tanto casual quanto grave. Mas, a autoestima demonstrou ser um fator significativo de proteção para cibervitimização ocasional(25) .
Não se deve esquecer que a preocupação com a cibervitimização não é apenas a responsabilidade dos centros educacionais. As famílias e os meios de comunicação também devem ter um papel ativo na transmissão de valores e na promoção do uso responsável de celulares e internet(25). Uma alternativa para desenvolver a consciência de adolescentes italianos acerca do cyberbullying foi desenvolver dinâmicas offline e online, em parceria com os professores, onde as atividades visassem um produto final: filmes curtos, cartazes, serviço de aconselhamento e fóruns de debate. Observou-se redução do bullying, da vitimização e do cyberbullying no grupo controle, e o desenvolvimento de estratégias de adaptação, as quais contribuíram para a diminuição da evasão escolar e esta última para a redução vitimização(21).
Na perspectiva de promover a saúde de crianças e adolescentes brasileiros, foi criado, em 2007, o Programa de Saúde na Escola/PSE, que consiste numa política intersetorial, a qual pontua a integração e articulação permanente da educação e da saúde. Sendo assim, o PSE visa contribuir para o fortalecimento de ações, no intuito de proporcionar à comunidade escolar a participação em programas e projetos que articulem saúde e educação, para o enfrentamento das vulnerabilidades que comprometem o pleno desenvolvimento de crianças, adolescentes e jovens brasileiros(32).
Tema III - Internet como fonte de informações para saúde do adolescente
No estudo com adolescentes salvadorenhos, constatou-se que suas relações sexuais eram influenciadas pela família, amigos e meios de comunicação, dentre os quais a internet. A rede se constituiu como fonte de informação sobre amor e sexo para 31,5% dos participantes da análise na capital do país(26).
A internet é uma das mais importantes fontes de informação e uma ferramenta que disponibiliza um vasto conhecimento sobre saúde, oportunizando decisões mais ágeis, mudanças de comportamento e novos caminhos para mediar uma melhor qualidade de vida(33). As pesquisas realizadas no ambiente virtual pelos adolescentes portadores de doença crônica, no Brasil, possibilitaram o enfrentamento da doença. A partir dessa busca online, eles compreenderam os procedimentos e o tratamento, favorecendo adesão à terapia(28).
Um dos aspectos negativos destacados pelos adolescentes foi a linguagem com que foram disponibilizadas as informações na rede. Os termos técnicos dificultaram o entendimento de alguns aspectos de sua doença, tal qual o excesso ou a falta de conteúdo. Também foi relatada dificuldade para identificar os sites que ofereciam segurança no que tange às informações prestadas. Isso serve como alerta para observar as populações acometidas por doenças crônicas, evitando as generalizações(28).
A internet também pode ser útil no tratamento da obesidade. Um exemplo disso foi a plataforma Next.Step, usada como espaço terapêutico, que visava promover mudanças de hábitos inadequados e melhorias na saúde dos adolescentes com sobrepeso e auxiliava na sua interação com a equipe de saúde(27).
Os adolescentes que acessaram à plataforma consultaram seus recursos e demonstraram aprovação por considerá-la excitante e rápida. No entanto, o item que mencionava discussões e compartilhamento, entre os próprios adolescentes, não teve boa aceitação. Este fato pode ser explicado, porque os adolescentes com sobrepeso, mesmo protegidos pelo anonimato no ciberespaço, ficam pouco à vontade para interagir com seus pares sobre temas que lhes geram conflitos. Mesmo assim, observou-se redução nas variáveis antropométricas dos participantes(27).
Conclui-se que o uso da internet é viável e eficiente não apenas como meio de consulta, mas como método para acompanhamento e perda de peso, sendo um grande aliado no tratamento da obesidade e de outras comorbidades(34). Dentre as diversas mídias, a internet se destaca em função de sua infinidade de possibilidades de estímulo, favorecendo uma postura ativa do indivíduo/adolescente frente ao processo dinâmico de saúde, que é influenciado por fatores sociais, econômicos, culturais, ambientais, étnicos, psicológicos e comportamentais(34).
Limitações do estudo
As limitações do estudo estão relacionadas à exclusão de artigos incompletos, de resumos e daqueles em outras línguas que não inglês, português e espanhol.
Contribuições para a área da Enfermagem, Saúde ou Política Pública
Espera-se que esta revisão de literatura possa subsidiar o trabalho da Enfermagem, seja para despertar o interesse de pesquisadores para as temáticas enfocadas ou para implementar ações em pareceria como a rede básica de assistência à saúde junto à comunidade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As pesquisas mostraram uma relação multifacetada do adolescente com a internet. A rede envolve uma intricada trama de interações, propiciando comportamentos e atitudes variadas que refletem na saúde do adolescente. Foram evidenciados possíveis prejuízos à saúde biopsicossocial do adolescente na forma de comportamentos aditivos, uso de drogas lícitas e ilícitas, sedentarismo e cyberbullying. Também foram comprovados benefícios à saúde, como possibilidades de enfrentamento de doenças crônicas e redução do sobrepeso, mediante o acesso a informações e ferramentas terapêuticas disponibilizadas na rede.
Verificou-se autoria majoritária de psicólogos nos estudos analisados, ao passo que somente um estudo teve autoria de enfermeiros. Este fato alerta para a necessidade de maior envolvimento de pesquisadores da área de enfermagem com as novas tecnologias, principalmente a internet, tanto no que diz respeito aos prejuízos à saúde decorrentes do uso desmedido dessa tecnologia, como na exploração de suas possibilidades como coadjuvante terapêutica, no processo de autocuidado e educação em saúde.
O adolescer é um período marcado por curiosidades que induzem a percorrer caminhos que nem sempre são saudáveis. Deste modo, é importante articular as ações de enfermagem com a comunidade escolar e a família, no intuito de realizar educação em saúde, pois à medida que se desenvolve a consciência sobre saúde na população, minimizam-se os riscos, e se empodera o indivíduo para o cuidado de si e dos outros.
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Editado por
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EDITOR CHEFE: José Antonio de Almeida Filho
-
EDITOR ASSOCIADO: Priscilla Valladares Broca
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
30 Mar 2020 -
Data do Fascículo
2020
Histórico
-
Recebido
27 Set 2018 -
Aceito
13 Mar 2019