Cuidado transicional do hospital para o domicílio na insuficiência cardíaca: implementação das melhores práticas

Nakahara-Melo, Michele; Conceição, Ana Paula da; Cruz, Diná de Almeida Lopes Monteiro da; Püschel, Vilanice Alves de Araújo

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Revista Brasileira de Enfermagem

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Sumário

INOVAÇÃO TECNÓLOGICA • Rev. Bras. Enferm. 75 (01) • 2022 • https://doi.org/10.1590/0034-7167-2021-0123 copiar

Cuidado transicional do hospital para o domicílio na insuficiência cardíaca: implementação das melhores práticas

Autoria SCIMAGO INSTITUTIONS RANKINGS

RESUMO

Objetivos:

Avaliar a conformidade da implementação de melhores evidências no cuidado transicional da pessoa com insuficiência cardíaca do hospital para o domicílio.

Métodos:

Projeto de implementação de evidências conforme metodologia do JBI em um hospital cardiológico em São Paulo. Seis critérios foram auditados antes e depois da implementação de estratégias para aumentar a conformidade com as melhores práticas. Participaram das auditorias 14 enfermeiros e 22 pacientes.

Resultados:

Na auditoria de base, a conformidade foi nula com cinco dos seis critérios. Estratégias: capacitação dos enfermeiros; reformulação da ficha de alta hospitalar e orientações sobre autocuidado nos contextos de cuidado; e realização de contato telefônico no 7º, 14º e 21º dias após alta. Na auditoria de seguimento, houve 100% de conformidade com cinco dos seis critérios.

Conclusão:

O projeto permitiu aumentar a conformidade das práticas de cuidado transicional em pessoas com insuficiência cardíaca com as recomendações baseadas nas melhores evidências.

Descritores:
Cuidado Transicional; Insuficiência Cardíaca; Educação em Enfermagem; Autocuidado; Prática Clínica Baseada em Evidências

Critérios auditados	Amostra	Método(s) utilizado(s) para verificar (%) a conformidade com os critérios
1) Enfermeiros participaram da intervenção educativa sobre CT de pessoas IC.	Enfermeiros Auditoria de base: 14 Auditoria de seguimento: 14	Questionamento individual aos enfermeiros Pergunta: O(A) Sr.(a) já participou de algum curso/capacitação sobre CT de pessoas com IC? ( ) Sim ( ) Não Será considerado "conforme" se o enfermeiro participou de intervenção educativa sobre CT de pessoas com IC.
2) Pessoas com InsuficiC/cuidadores participaram da intervenção educativa sobre temas importantes para CT de pessoas com IC.	Pessoas com IC/cuidadores Auditoria de base: 11 Auditoria de seguimento: 11	Questionamento individual à pessoa com IC Pergunta: O(A) Sr.(a) já recebeu alguma informação/capacitação sobre CT de pessoas com IC? ( ) Sim ( ) Não Será considerado "conforme" se a pessoa com IC/cuidador tenha participado da roda de conversa/beira leito sobre temas relevantes para o efetivo CT.
3) Um plano individual de alta hospitalar foi desenvolvido e documentado em prontuário.	Plano de alta individualizado documentado Auditoria de base: 11 Auditoria de seguimento: 11	Avaliação do planejamento de alta individualizado entregue em uma via à pessoa com IC/cuidador, e outra via anexada ao prontuário. ( ) Sim ( ) Não Será considerado "conforme" se a pessoa com IC recebeu o planejamento de alta individualizado e outra via anexada ao prontuário.
4) O CT aconteceu de forma individual a fim de interligar os contextos hospitalar com o ambulatorial/atenção especializada.	Plano de alta individualizado Auditoria de base: 11 Auditoria de seguimento: 11	Avaliação da documentação de sumário de alta com o plano de cuidados domiciliar e o encaminhamento ambulatorial/atenção especializada em prontuário. ( ) Sim ( ) Não Será considerado "conforme" se a ficha de planejamento de alta foi anexada ao prontuário.
5) As necessidades de cuidado das pessoas com IC foram comunicadas entre os profissionais de saúde dos contextos hospitalar e ambulatorial/atenção especializada;	Processo de alta hospitalar Auditoria de base: 11 Auditoria de seguimento: 11	Avaliação do processo de alta e a orientação da importância da ficha para a comunicação com o serviço para o qual foi encaminhado. ( ) Sim ( ) Não Será considerado "conforme" se a ficha de planejamento de alta foi entregue à pessoa com IC/cuidador e se foi realizada a orientação da importância desta e da documentação em prontuário.
6) O acompanhamento pós-alta ocorreu de forma a incluir uma combinação de visitas domiciliares e/ou acompanhamento telefônico ou clínica ambulatorial.	Contato telefônico após a alta hospitalar Auditoria de base: 11 Auditoria de seguimento: 11	Contato telefônico com a pessoa com IC e/ou cuidador com conteúdo: gatilhos de descompensação após a alta, reforço das ações de autocuidado e importância do acompanhamento ambulatorial. ( ) Sim ( ) Não Será considerado "conforme" se a pessoa com IC/cuidador respondeu ao contato telefônico ou mensagem (aplicativo de celular) em três momentos: 7, 14, 21 ou 30 dias após a alta hospitalar.

Barreiras	Estratégias	Recursos	Resultados
Desconhecimento por parte dos enfermeiros sobre a temática do CT de pessoas com IC e suas principais ações e finalidades	Desenvolvimento de uma intervenção educativa com o conteúdo: 1) Critérios preconizados pelo JBI do CT de pessoas com IC; e 2) Implementação de um protocolo sobre CT de pessoas com IC para todos os enfermeiros do setor.	Multimídia com o conteúdo educativo; Treinamento de todos os enfermeiros sobre o CT de pessoas com IC.	Os 14 enfermeiros envolvidos no projeto participaram da intervenção educativa, de forma individual ou em grupo, totalizando sete encontros.
Desconhecimento por parte dos pacientes com IC/cuidadores sobre o CT na IC	Criação de uma rotina institucional semanal da "Roda de Conversa" sobre IC e ações de autocuidado	Confecção de placas lúdicas e educativas sobre os assuntos abordados	Criação da rotina institucional da realização semanal da "Roda de Conversa"
Dificuldade de troca de informações entre os enfermeiros dos setores de UCG e do ambulatório	Reformulação da ficha de planejamento de alta hospitalar	Ficha de alta hospitalar individualizada para interligar os contextos de cuidado	Reformulação da ficha de alta hospitalar, em duas vias: uma era entregue para a pessoa com IC/cuidador, e a outra era anexada ao prontuário do paciente.
Acompanhamento do paciente pós-alta hospitalar	Construção e implementação de um protocolo para o seguimento dos pacientes via contato telefônico	Contato telefônico em três momentos, durante os 30 primeiros dias após a alta	Acompanhamento dos pacientes por via telefônica para identificação de sinais e sintomas de descompensação da IC

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[1] Autor Correspondente: Michele Nakahara-Melo nakahara.michele@usp.br