A morte no hospital e seu significado para os profissionais

Spíndola, Thelma; Macedo, Maria do Carmo dos Santos

doi:10.1590/S0034-71671994000200004

Resumos

O presente estudo pretende desvelar o significado do morrer dos pacientes aos olhos de profissionais de saúde. Para tanto, recorremos à metodologia qualitativa com abordagem fenomenológica que permite a compreensão do fenômeno a partir das falas dos profissionais de saúde. Os depoimentos foram coletados na Clínica Médica e de Doenças Infecto-Parasitárias do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, no Rio de Janeiro. A análise das convergências possibilitam a identificação de algumas unidades de significação que podem servir como facilitadores para os profissionais no enfrentamento do morrer dos pacientes.

Morte; Significado; Profissionais de Saúde

This paper intends to uncover the significance of the pacients' death in the eyes of health professionals. Therefore, we resorted to qualitative methodology with phenomenological approaching, that allows the understanding of phenomenon based in opinions of health professionals. The depositions were collected at Medic and Infective Parasitic Clinics at Gaffrée and Guinle University Hospital, Rio de Janeiro. The analysis of convergences facilitates the identification of some signification which can serve as facilitaters to professionals in the confront to pacients' death.

ARTIGOS

A morte no hospital e seu significado para os profissionais^* * Trabalho apresentado como Tema Livre no 45º Congresso Brasileiro de Enfermagem . Olinda-Recife, 28 de novembro a 3 de dezembro de 1993.

Thelma Spíndola^I; Maria do Carmo dos Santos Macedo^II

^IEnfermeira, Mestre em Enfermagem pela UNI-RIO, Coordenadora da Assessoria de Estágios e Atividades Científicas do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, Professora Auxiliar contratada no Departamento de Enfermagem Fundamental da Faculdade de Enfermagem da UERJ

^IIEnfermeira, Mestre em Enfermagem pela UNI-RIO, Supervisora do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle , Professora Assistente no Departamento de Fundamentos de Enfermagem da Faculdade de Enfermagem da UERJ

RESUMO

O presente estudo pretende desvelar o significado do morrer dos pacientes aos olhos de profissionais de saúde. Para tanto, recorremos à metodologia qualitativa com abordagem fenomenológica que permite a compreensão do fenômeno a partir das falas dos profissionais de saúde. Os depoimentos foram coletados na Clínica Médica e de Doenças Infecto-Parasitárias do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, no Rio de Janeiro. A análise das convergências possibilitam a identificação de algumas unidades de significação que podem servir como facilitadores para os profissionais no enfrentamento do morrer dos pacientes.

Unitermos: Morte - Significado - Profissionais de Saúde.

ABSTRACT

This paper intends to uncover the significance of the pacients' death in the eyes of health professionals. Therefore, we resorted to qualitative methodology with phenomenological approaching, that allows the understanding of phenomenon based in opinions of health professionals. The depositions were collected at Medic and Infective Parasitic Clinics at Gaffrée and Guinle University Hospital, Rio de Janeiro. The analysis of convergences facilitates the identification of some signification which can serve as facilitaters to professionals in the confront to pacients' death.

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Recebido para publicação em 18.03.94

1. ARIÈS, Philippe. O homem diante da morte. Trad. Luiza Ribeiro, 2. ed., Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1989. v.1, p.103-310, 2Ş parte.
²
História da morte no Ocidente - da Idade Média aos nossos dias. Trad. Priscila Vianna de Siqueira. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1977, 2 parte, p.67-80, cap. VI.
3. BOEMER, MR. O fenômeno morte: o pensar, o conviver e o educar. 1989, 111p.Tese (Livre Docência), Esc. Enf. Ribeirão Preto, USP, São Paulo, 1989.
4. BOEMER, M.R. et al. A idéia de morte em unidade de terapia intensiva - análise de depoimentos. Rev. Gaúcha Enf., Porto Alegre, v.10, n.2, p.8-14, jul. 1989.
5. KASTENBAUM, R. e AISEMBERG, R. Psicologia da Morte. Trad. Adelaide P. Lessa. São Paulo: EDUSP, 1983, 1Ş parte, p.149-189, cap. VI.
6. LUZ, M.T. Estratégia de hegemonia e análise política de instituições. In: As Instituições médicas no Brasil. Rio de Janeiro: Graal, 1986, cap 1, p.23-45.
7. MALDONDO, M.T. O médico e a cliente próxima da morte. Trabalho apresentado no XII Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia. Salvador, novembro, 1978 (mimeo).
8. MARTINS, J. e BICUDO, M.A.V. A pesquisa qualitativa em Psicologia. Fundamentos e Recursos Básicos. São Paulo: Moraes/EDUC, 1989. 110p.
9. MARTINS, J. et al. A fenomenologia como alternativa metodológica para a pesquisa - algumas considerações. Rev. Esc. Enf USP n.24, p.139-147, 1990.
10. PITTA, A. Hospital - dore morte como ofício. 2. ed. São Paulo: Hucitec, 1991, p.25-79, cap 1.
11. REZENDE, A.L.M. et al. Ritos de morte na lembrança de velhos. Projeto de pesquisa em fase de desenvolvimento na Universidade Federal de Belo Horizonte, 1991 (mimeo).
12. SANTOS, C.A.F. Os profissionais de saúde enfrentamnegam a morte. In: MARTINS, J.S. A morte e os mortos na sociedade brasileira. São Paulo: Hucitec, 1983. p.15-24, cap 1.
13. SPÍNDOLA, T. e PINHEIRO, M.T. A morte e a sociedade. Trabalho apresentado no Encontro "Repensando a Primeira Década do Mestrado da UNI-RIO". Rio de Janeiro, 1992 (mimeo).
14. SPÍNDOLA, T. O CTI sob a ótica das pessoas de enfermagem. Uma abordagem fenomenológica. Rio de Janeiro, 1992,102p. Dissertação (Mestrado), Escola de Enfermagem Alfredo Pinto, UNI-RIO. 1992.
15. ZIEGLER, J. Os vivos e a morte. Trad. Áurea Weissen-berg, Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1977, p.241-254, cap IV.

*

Trabalho apresentado como Tema Livre no 45º Congresso Brasileiro de Enfermagem . Olinda-Recife, 28 de novembro a 3 de dezembro de 1993.

Datas de Publicação

Publicação nesta coleção
20 Fev 2015
Data do Fascículo
Jun 1994

Histórico

Recebido
18 Mar 1994

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[1] 1. ARIÈS, Philippe. O homem diante da morte. Trad. Luiza Ribeiro, 2. ed., Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1989. v.1, p.103-310, 2Ş parte.

[2] ²
História da morte no Ocidente - da Idade Média aos nossos dias. Trad. Priscila Vianna de Siqueira. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1977, 2 parte, p.67-80, cap. VI.

[3] 3. BOEMER, MR. O fenômeno morte: o pensar, o conviver e o educar. 1989, 111p.Tese (Livre Docência), Esc. Enf. Ribeirão Preto, USP, São Paulo, 1989.

[4] 4. BOEMER, M.R. et al. A idéia de morte em unidade de terapia intensiva - análise de depoimentos. Rev. Gaúcha Enf., Porto Alegre, v.10, n.2, p.8-14, jul. 1989.

[5] 5. KASTENBAUM, R. e AISEMBERG, R. Psicologia da Morte. Trad. Adelaide P. Lessa. São Paulo: EDUSP, 1983, 1Ş parte, p.149-189, cap. VI.

[6] 6. LUZ, M.T. Estratégia de hegemonia e análise política de instituições. In: As Instituições médicas no Brasil. Rio de Janeiro: Graal, 1986, cap 1, p.23-45.

[7] 7. MALDONDO, M.T. O médico e a cliente próxima da morte. Trabalho apresentado no XII Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia. Salvador, novembro, 1978 (mimeo).

[8] 8. MARTINS, J. e BICUDO, M.A.V. A pesquisa qualitativa em Psicologia. Fundamentos e Recursos Básicos. São Paulo: Moraes/EDUC, 1989. 110p.

[9] 9. MARTINS, J. et al. A fenomenologia como alternativa metodológica para a pesquisa - algumas considerações. Rev. Esc. Enf USP n.24, p.139-147, 1990.

[10] 10. PITTA, A. Hospital - dore morte como ofício. 2. ed. São Paulo: Hucitec, 1991, p.25-79, cap 1.

[11] 11. REZENDE, A.L.M. et al. Ritos de morte na lembrança de velhos. Projeto de pesquisa em fase de desenvolvimento na Universidade Federal de Belo Horizonte, 1991 (mimeo).

[12] 12. SANTOS, C.A.F. Os profissionais de saúde enfrentamnegam a morte. In: MARTINS, J.S. A morte e os mortos na sociedade brasileira. São Paulo: Hucitec, 1983. p.15-24, cap 1.

[13] 13. SPÍNDOLA, T. e PINHEIRO, M.T. A morte e a sociedade. Trabalho apresentado no Encontro "Repensando a Primeira Década do Mestrado da UNI-RIO". Rio de Janeiro, 1992 (mimeo).

[14] 14. SPÍNDOLA, T. O CTI sob a ótica das pessoas de enfermagem. Uma abordagem fenomenológica. Rio de Janeiro, 1992,102p. Dissertação (Mestrado), Escola de Enfermagem Alfredo Pinto, UNI-RIO. 1992.

[15] 15. ZIEGLER, J. Os vivos e a morte. Trad. Áurea Weissen-berg, Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1977, p.241-254, cap IV.