Entrevista familiar para doação de órgãos e tecidos: pressupostos de uma boa prática

Knhis, Neide da Silva; Martins, Sabrina Regina; Magalhães, Aline Lima Pestana; Ramos, Saulo Fábio; Sell, Camila Telemberg; Koerich, Clarice; Brehmer, Laura Calvacanti de Farias

Neide da Silva Knhis

Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, Santa Catarina, Brasil.

https://orcid.org/0000-0003-0639-2829

Sabrina Regina Martins

Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, Santa Catarina, Brasil.

https://orcid.org/0000-0003-0846-5227

Aline Lima Pestana Magalhães

Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, Santa Catarina, Brasil.

https://orcid.org/0000-0001-8564-7468

Saulo Fábio Ramos

Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, Santa Catarina, Brasil.

https://orcid.org/0000-0002-4389-5452

Camila Telemberg Sell

Hospital Governador Celso Ramos. Florianópolis, Santa Catarina, Brasil.

https://orcid.org/0000-0001-6991-348X

Clarice Koerich

Universidade Federal de Santa Catarina, Hospital Universitário Polyodoro Ernani de São Thiago. Florianópolis, Santa Catarina, Brasil.

https://orcid.org/0000-0002-0977-928X

Laura Calvacanti de Farias Brehmer

Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, Santa Catarina, Brasil.

https://orcid.org/0000-0001-9965-8811

Autor Correspondente: Sabrina Regina Martins E-mail: sabrinamartins0704@gmail.com

EDITOR CHEFE: Antonio José de Almeida Filho

EDITOR ASSOCIADO: Elucir Gir

Conceito^* * Conceitos segundo Modelo deAlicante.	Evidências Revisão Integrativa - Nível de Evidência I⁽²⁶26 Vane DW, Sartorelli KH, Reese J. Emotional considerations and attending involvement ameliorates organ donation in brain dead pediatric trauma victims. J Trauma [Internet]. 2001 [cited 2017 Sep 08];51(2):329-31. Available from: https://insights.ovid.com/pubmed?pmid=11493794 https://insights.ovid.com/pubmed?pmid=11... 27 Long T, Sque M, Payne S. Information sharing: its impact on donor and nondonor families' experiences in the hospital. Prog Transplant. 2006;16(2):1-5. https://doi.org/10.7182/prtr.16.2.l715846273q1h784 https://doi.org/10.7182/prtr.16.2.l71584... 28 Bocci MG, D'Alo C, Inguscio S. Taking care of relationships in the intensive care unit: positive impact on family consent for organ donation. Transplant. 2016;48(10):3245-50. https://doi.org/10.1016/j.transproceed.2016.09.042 https://doi.org/10.1016/j.transproceed.2... 29 Tawil I, Brown LH, Comfort D. Family presence during brain death evaluation: a randomized controlled trial. Crit Care Med. 2014;42(4):934-42. https://doi.org/10.1097/CCM.0000000000000102 https://doi.org/10.1097/CCM.000000000000... 30 Blok GA, Morton M, Morley M. Requesting organ donation: the case of self-efficacy effects of the European Donor Hospital Education Programme (EDHEP). Adv Health Sci Educ Theor Pract. 2004;9(4):261-82. https://doi.org/10.1007/s10459-004-9404-6 https://doi.org/10.1007/s10459-004-9404-... 31 Jacoby L, Jaccardi J. Perceived support among families deciding about organ donation for their loved ones: donor vs nondonor next of skin. Am J Crit Care. 2010;19(5):52-61. https://doi.org/10.4037/ajcc2010396 https://doi.org/10.4037/ajcc2010396... 32 Davel AP, Silva DR. Bereavement in the API-ES Context: aproaching narratives. Pensando Fam [Internet]. 2014 [cited 2017 Nov 10];18(1):107-23. Available from: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/penf/v18n1/v18n1a10.pdf http://pepsic.bvsalud.org/pdf/penf/v18n1... ^-³³33 Adanir T, Erdogan I, Hunerli G. The effect of psychological support for the relatives of intensive care unit patients on cadaveric organ donation rate. Transplant Proc. 2014;46(10):3249- 52. https://doi.org/10.1016/j.transproceed.2014.05.086 https://doi.org/10.1016/j.transproceed.2... ⁾
Conceito^* * Conceitos segundo Modelo deAlicante.	Fatores que promovem a compreensão sobre ME	Recomendações
Representa a etapa em que o profissional comunica a morte aos familiares de maneira clara e simples⁽²³23 Duran BM. Modelo Espanhol é referência no mundo. Extra Classe [Internet]. 2014 [cited 2017 Oct 10];19(187). Available from: https://www.extraclasse.org.br/edicoes/2014/09/modelo-espanhol-e-referencia-no-mundo/ https://www.extraclasse.org.br/edicoes/2... 24 Santiago C. Donación y trasplantes de órganos e tejidos: el modelo Alicante de entrevista familiar para la donación de órganos para trasplante. Alicante[Internet]. 2016 [cited 2017 Jul 06]. Available from: http://donacion.organos.ua.es/submenu2_2/modelo_alicante.asp http://donacion.organos.ua.es/submenu2_2... 25 Bardin L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70; 2011. 229p. 26 Vane DW, Sartorelli KH, Reese J. Emotional considerations and attending involvement ameliorates organ donation in brain dead pediatric trauma victims. J Trauma [Internet]. 2001 [cited 2017 Sep 08];51(2):329-31. Available from: https://insights.ovid.com/pubmed?pmid=11493794 https://insights.ovid.com/pubmed?pmid=11... 27 Long T, Sque M, Payne S. Information sharing: its impact on donor and nondonor families' experiences in the hospital. Prog Transplant. 2006;16(2):1-5. https://doi.org/10.7182/prtr.16.2.l715846273q1h784 https://doi.org/10.7182/prtr.16.2.l71584... 28 Bocci MG, D'Alo C, Inguscio S. Taking care of relationships in the intensive care unit: positive impact on family consent for organ donation. Transplant. 2016;48(10):3245-50. https://doi.org/10.1016/j.transproceed.2016.09.042 https://doi.org/10.1016/j.transproceed.2... ^-²⁹29 Tawil I, Brown LH, Comfort D. Family presence during brain death evaluation: a randomized controlled trial. Crit Care Med. 2014;42(4):934-42. https://doi.org/10.1097/CCM.0000000000000102 https://doi.org/10.1097/CCM.000000000000... ⁾	Presença de médico habilitado para informar sobre a extrema gravidade antes de iniciar o protocolo de ME; Utilização de exames (tomografia, exames de imagens e outros) durante as explicações do protocolo de ME; Utilização de comunicação única , sequencial, com a mesma linguagem (linguagem simples, fala a beira do leito mostrando os equipamentos); Dedicação de tempo pelos profissionais aos familiares desde o momento que o paciente ingressa no hospital, especialmente na Unidade de Terapia Intensiva; Comunicação específica, clara e coerente dos fatos; Atenção ao estresse, ansiedade e expressões que possam agravar o medo e as incertezas da família. Atenção para respostas não verbais; Estimulo à abertura aos familiares para visita, em relação ao estado sanar dúvidas.	Não falar sobre o protocolo de ME no primeiro contato com a família; Promover o entendimento da família sobre ME aliado a explicação verbal com os exames realizados; Compor uma equipe especial com habilidades para auxiliar os profissionais em todas as etapas; Realizar ações de capacitação para os profissionais envolvidos na comunicação da morte, bem como para os profissionais que atuam em unidade de pacientes críticos; Oportunizar a presença de familiar no diagnóstico de ME; Orientar a família antes da visita em relação ao estado físico do paciente.

Conceito^* * Conceitos segundo Modelo de Alicante.	Evidências Revisão Literatura - Nível de EvidênciaI⁽³¹31 Jacoby L, Jaccardi J. Perceived support among families deciding about organ donation for their loved ones: donor vs nondonor next of skin. Am J Crit Care. 2010;19(5):52-61. https://doi.org/10.4037/ajcc2010396 https://doi.org/10.4037/ajcc2010396... 32 Davel AP, Silva DR. Bereavement in the API-ES Context: aproaching narratives. Pensando Fam [Internet]. 2014 [cited 2017 Nov 10];18(1):107-23. Available from: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/penf/v18n1/v18n1a10.pdf http://pepsic.bvsalud.org/pdf/penf/v18n1... ^-³³33 Adanir T, Erdogan I, Hunerli G. The effect of psychological support for the relatives of intensive care unit patients on cadaveric organ donation rate. Transplant Proc. 2014;46(10):3249- 52. https://doi.org/10.1016/j.transproceed.2014.05.086 https://doi.org/10.1016/j.transproceed.2... ⁾
Conceito^* * Conceitos segundo Modelo de Alicante.	Fatores que promovem apoio efetivo às Famílias	Recomendações
Representaa relação de apoio do profissional junto a família no processo de luto⁽³¹31 Jacoby L, Jaccardi J. Perceived support among families deciding about organ donation for their loved ones: donor vs nondonor next of skin. Am J Crit Care. 2010;19(5):52-61. https://doi.org/10.4037/ajcc2010396 https://doi.org/10.4037/ajcc2010396... 32 Davel AP, Silva DR. Bereavement in the API-ES Context: aproaching narratives. Pensando Fam [Internet]. 2014 [cited 2017 Nov 10];18(1):107-23. Available from: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/penf/v18n1/v18n1a10.pdf http://pepsic.bvsalud.org/pdf/penf/v18n1... ^-³³33 Adanir T, Erdogan I, Hunerli G. The effect of psychological support for the relatives of intensive care unit patients on cadaveric organ donation rate. Transplant Proc. 2014;46(10):3249- 52. https://doi.org/10.1016/j.transproceed.2014.05.086 https://doi.org/10.1016/j.transproceed.2... ⁾	Acompanhamento atencioso da equipede saúde aos familiares em todo o processo de hospitalização até a condução daentrevista; Não deixar a família sozinha, exceto quando verbalizem essa necessidade. Na falta de um profissional capacitado, a família necessitade outros profissionais que possam apoiá-la; Acolhimento e cuidado emocional com familiares durante todo o processo; Oferta de apoio psicológico aos familiares durante o período em que esses aguardam as etapas da entrevista.	Capacitações criativas, proativas e programas educacionais para os profissionais que conduzem cada etapa da entrevista com familiares e demais profissionais da equipe envolvidos no processo; Estruturar o serviço de apoio psicológico, o mesmo deverá ser realizado a todos os familiares, buscando identificar melhor os sentimentos e como enfrenta-los diante de tal situação.

Conceito^* * Conceitos segundo Modelo de Alicante.	Evidências Revisão Literatura - Nível de Evidência I e I⁽²⁶26 Vane DW, Sartorelli KH, Reese J. Emotional considerations and attending involvement ameliorates organ donation in brain dead pediatric trauma victims. J Trauma [Internet]. 2001 [cited 2017 Sep 08];51(2):329-31. Available from: https://insights.ovid.com/pubmed?pmid=11493794 https://insights.ovid.com/pubmed?pmid=11... ^,²⁸28 Bocci MG, D'Alo C, Inguscio S. Taking care of relationships in the intensive care unit: positive impact on family consent for organ donation. Transplant. 2016;48(10):3245-50. https://doi.org/10.1016/j.transproceed.2016.09.042 https://doi.org/10.1016/j.transproceed.2... ^,³⁰30 Blok GA, Morton M, Morley M. Requesting organ donation: the case of self-efficacy effects of the European Donor Hospital Education Programme (EDHEP). Adv Health Sci Educ Theor Pract. 2004;9(4):261-82. https://doi.org/10.1007/s10459-004-9404-6 https://doi.org/10.1007/s10459-004-9404-... ^,³³33 Adanir T, Erdogan I, Hunerli G. The effect of psychological support for the relatives of intensive care unit patients on cadaveric organ donation rate. Transplant Proc. 2014;46(10):3249- 52. https://doi.org/10.1016/j.transproceed.2014.05.086 https://doi.org/10.1016/j.transproceed.2... ^-³⁴34 Bellali T, Papadatou D. The decision-making process of parents regarding organ donation of their brain dead child: a Greek study. Soc Sci Med. 2007;64(2):439-50. https://doi.org/10.1016/j.socscimed.2006.09.006 https://doi.org/10.1016/j.socscimed.2006... ⁾
Conceito^* * Conceitos segundo Modelo de Alicante.	Elementos essenciais da entrevista familiar	Recomendações
Representa a faseem que o profissional da saúdeconduz o tema da doação de órgãos e tecidosjunto àfamília⁽²³23 Duran BM. Modelo Espanhol é referência no mundo. Extra Classe [Internet]. 2014 [cited 2017 Oct 10];19(187). Available from: https://www.extraclasse.org.br/edicoes/2014/09/modelo-espanhol-e-referencia-no-mundo/ https://www.extraclasse.org.br/edicoes/2... ^,²⁵25 Bardin L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70; 2011. 229p.^,²⁷27 Long T, Sque M, Payne S. Information sharing: its impact on donor and nondonor families' experiences in the hospital. Prog Transplant. 2006;16(2):1-5. https://doi.org/10.7182/prtr.16.2.l715846273q1h784 https://doi.org/10.7182/prtr.16.2.l71584... ^,³⁰30 Blok GA, Morton M, Morley M. Requesting organ donation: the case of self-efficacy effects of the European Donor Hospital Education Programme (EDHEP). Adv Health Sci Educ Theor Pract. 2004;9(4):261-82. https://doi.org/10.1007/s10459-004-9404-6 https://doi.org/10.1007/s10459-004-9404-... ^-³¹31 Jacoby L, Jaccardi J. Perceived support among families deciding about organ donation for their loved ones: donor vs nondonor next of skin. Am J Crit Care. 2010;19(5):52-61. https://doi.org/10.4037/ajcc2010396 https://doi.org/10.4037/ajcc2010396... ⁾	O assunto da doação de órgãos e tecidos somente deve ser inserido após a compreensão da morte; Atentar para o fato quefamiliares de crianças apresentam maior dificuldade de assimilação da morte; A equipe deve considerar o tempo entre a comunicação da morte e o desenvolvimento da informação da doação; A presença do profissional que conduziu o apoio emocional no momento da fala sobre doação de órgãos é importante; Habilitação dos profissionais que conduzem a entrevista familiar é fundamental para o desenvolvimento de competências, habilidades e técnicas relacionais capazes de promover auto percepção e segurança no tema do diagnóstico de ME e doação de órgãos e tecidos.	Desenvolvimento de habilidades relacionais para profissionais com ênfase na percepção, compreensão e empatia em relação ao processo de luto da família; Profissional responsável pelo acolhimento deve estar presente e/ou conduzir a fala sobre doação; Avaliação individual, caso acaso da necessidade de tempo entre a comunicação damorte e a fala sobre doação de órgãos; Desenvolvimento e implementação de protocolos das etapas do processo de acolhimento, entrevista e doação de órgãos e tecidos; Consolidação de uma abordagem comunicacional articulada e coerente entre os profissionais da equipe; Criação de programas de capacitação com abordagens que transitam desde os aspectos teóricos, técnicos e legais do processo de doação de órgãoe tecidos, processo de luto e condução da entrevista familiar.

[1] Autor Correspondente: Sabrina Regina Martins E-mail: sabrinamartins0704@gmail.com

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RESUMO

Objetivos:

Métodos:

Resultados:

Considerações Finais: