RESUMO
Objetivos: construir e validar um almanaque para prevenção do uso de álcool e de outras drogas entre adolescentes.
Métodos: estudo metodológico, pautado na adaptação das etapas de Echer e na realização dos Círculos de Cultura. Utilizaram-se o Índice de Validade de Conteúdo e o Índice de Concordância para validação.
Resultados: a problematização nos Círculos de Cultura e a revisão da literatura embasaram a elaboração do almanaque. Na validação com onze juízes da saúde, o material obteve Índice de Validade de Conteúdo global de 0,73 na primeira versão e de 0,84 na segunda versão, com a validação junto a cinco juízes. Em relação à concordância, obteve-se o valor de 95% com quatro juízes técnicos e de 86,2% com nove participantes do público-alvo.
Conclusões: o almanaque construído e validado tem potencial lúdico, dialógico e problematizador.
Descritores: Adolescente; Estudo de Validação; Educação em Saúde; Materiais Educativos e de Divulgação; Enfermagem
ABSTRACT
Objectives: to build and validate an almanac to prevent the use of alcohol and other drugs among adolescents.
Methods: a methodological study, based on the adaptation of Echer’s stages and on Culture Circles. The Content Validity Index and the Concordance Index were used for validity.
Results: problematization in Culture Circles and literature review supported the elaboration of an almanac. In validity with eleven health judges, the material obtained a global Content Validity Index of 0.73 in the first version and 0.84 in the second version, with validation with five judges. In terms of concordance, the 95% value was obtained with four technical judges and 86.2% with nine participants from the target audience.
Conclusions: the constructed and validated almanac has playful, dialogic and problematizing potential.
Descriptors: Adolescent; Validation Study; Health Education; Educational and Promotional Materials; Nursing
RESUMEN
Objetivos: construir y validar un almanaque para la prevención del uso de alcohol y otras drogas entre los adolescentes.
Métodos: estudio metodológico, basado en la adaptación de las etapas de Echer y en la realización de Círculos de Cultura. Para la validación se utilizaron el Índice de Validez de Contenido y el Índice de Concordancia.
Resultados: la problematización en los Círculos de Cultura y la revisión bibliográfica apoyaron la elaboración del almanaque. En la validación con once jueces de salud, el material obtuvo un Índice de Validez de Contenido global de 0,73 en la primera versión y de 0,84 en la segunda versión, con validación con cinco jueces. En términos de acuerdo, el valor del 95% se obtuvo con cuatro jueces técnicos y el 86,2% con nueve participantes del público objetivo.
Conclusiones: el almanaque construido y validado tiene un potencial lúdico, dialógico y problematizador.
Descriptores: Adolescente; Estudio de Validación; Educación en Salud; Materiales Educativos y de Divulgación; Enfermería
INTRODUÇÃO
Os adolescentes, grupo populacional que exige novas maneiras de produzir saúde, possuem um ciclo de vida aparentemente saudável, e os agravos em saúde, em sua maioria, são ocasionados pelos hábitos e comportamentos do estilo de vida, que, em determinados contextos, deixam os mesmos vulneráveis, podendo predispor ao início experimental de álcool ou outras drogas(1).
Conforme a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), 55,5% dos escolares do 9º ano do ensino fundamental já haviam experimentado bebidas alcoólicas, 9,0% deles relataram já terem feito uso de drogas ilícitas e 7,3% já tiveram problemas com a família ou amigos, faltaram aulas ou se envolveram em brigas porque haviam ingerido bebida alcoólica(2).
Diante dos dados reais e das vulnerabilidades a que os adolescentes estão expostos, destaca-se a necessidade de uma assistência sob a ótica da integralidade. Logo, a maneira mais eficiente de enfrentamento ao problema se refere ao desenvolvimento de ações preventivas em saúde, com a inclusão dos adolescentes no incremento dessas, tornando-os protagonistas do cuidado(1).
Entretanto, na prática da educação em saúde, ainda há um predomínio de métodos bancários, como a palestra, momento centrado na prática clínica, individual e curativa(3). Diante dessa limitação, destacam-se as tecnologias educacionais (TE) como um meio inovador, que corroboram para o fortalecimento das ações de educação em saúde.
Considerando as possibilidades das TE, enfatizam-se os materiais educativos, em que a enfermagem tem se destacado no desenvolvimento desses com direcionamento aos adolescentes(4, 5, 6).
A partir de revisão integrativa, que identificou TE desenvolvidas, validadas e/ou aplicadas para a promoção da saúde do público adolescente, percebeu-se predomínio de materiais educativos com enfoque na saúde sexual e reprodutiva, conferindo incipiência na área da prevenção do uso e abuso do álcool e de outras drogas(7).
Dessa forma, faz-se necessário o desenvolvimento de materiais dessa natureza. Enfatiza-se aqui a pertinência do almanaque no formato de história em quadrinho (HQ), com potencial para o uso em ambientes de educação dialógica, com o desígnio de promover a reflexão de práticas por meio do caráter de lúdico e crítico(6).
Diante dessas considerações, surgiu como indagação: quais elementos devem estar inclusos no desenvolvimento de um almanaque voltado à prevenção do uso de álcool e de outras drogas entre adolescentes?
OBJETIVOS
Construir e validar um almanaque para prevenção do uso de álcool e de outras drogas entre adolescentes.
MÉTODOS
Aspectos éticos
A pesquisa integra um projeto mais amplo, submetido e aprovado pelo Comitê de Ética de Pesquisa da Universidade Regional do Cariri (CEP/URCA), conduzido pelos princípios éticos(8).
Desenho, período e local do estudo
Trata-se de uma pesquisa metodológica, desenvolvida entre março de 2019 e fevereiro de 2020, recorte da dissertação “Desenvolvimento de almanaque educativo para prevenção do uso de álcool e outras drogas entre adolescentes”. A pesquisa seguiu o referencial de estudos para melhoria da qualidade dos cuidados em saúde(9).
O desenvolvimento do almanaque se norteou através de etapas adaptadas(10), a saber: Elaboração do projeto para construção do material e submissão ao CEP; Busca na literatura especializada do conhecimento científico e realização dos Círculos de Cultura; Transformação da linguagem, com construção do almanaque; e Qualificação do material, com validação junto aos especialistas e ao público-alvo.
A pesquisa foi desenvolvida em um município do Ceará, localizado na região do Cariri, em uma instituição de ensino público, nível médio, integrante do projeto de extensão “Prevenção do uso de drogas no ambiente escolar: uma abordagem para educadores e educandos de escolas públicas”, que tem como método principal os Círculos de Cultura. O referido projeto de extensão tem como instituição proponente a URCA, por meio do curso de enfermagem.
População ou amostra; critérios de inclusão e exclusão
Para participação dos Círculos de Cultura (etapa dois da construção do almanaque), os participantes foram selecionados pela amostragem intencional. Incluíram-se os adolescentes com participação regular nos Círculos de Cultura do projeto de extensão, pertencentes à turma do segundo ano do ensino médio. Logo, participaram 12 adolescentes, com idades entre 15 e 18 anos, sendo sete do sexo masculino e cinco do sexo feminino.
Na etapa de validação do almanaque, participaram 11 juízes da saúde (enfermeiro, profissional de educação física, médico, nutricionista, psicólogo e assistente social), quatro juízes técnicos da área de HQ (com formação em artes plásticas, comunicação social e belas artes) e nove adolescentes pertencentes ao público-alvo.
A seleção dos juízes da saúde e dos técnicos ocorreu por meio da amostragem do tipo bola de neve. A busca e a seleção destes foram realizadas pela Plataforma Lattes. Quanto à seleção do primeiro grupo de juízes, os profissionais da saúde, o critério de inclusão referia-se à atuação nas áreas de saúde mental e/ou saúde do adolescente. Excluíram-se aqueles que não obtivessem o escore mínimo de cinco pontos dos critérios de seleção do sistema adaptado de classificação(11). Já para a seleção dos juízes técnicos, definiu-se como critério de inclusão ser juízes com experiência em HQ. Excluíram-se aqueles profissionais que não obtiveram o escore mínimo de cinco pontos dos critérios de seleção elaborado pelos autores do estudo, que englobavam formação acadêmica, produção científica e experiência profissional.
Protocolo do estudo
Para aproximar o desenvolvimento do material educativo a uma perspectiva dialógica, a produção do conhecimento do almanaque se deu pela realização de Círculos de Cultura com adolescentes escolares de uma instituição de ensino público.
Realizaram-se três Círculos de Cultura. O primeiro momento envolveu a descoberta do universo vocabular e a identificação dos temas geradores; o segundo enfatizou a tematização e a problematização; e o terceiro, a reflexão com foco na ação-reflexão-ação. Os três momentos duraram, em média, 40 minutos, ocorreram no turno da tarde na referida instituição de ensino dos escolares e envolveu a participação de 12 adolescentes.
Após análise do material resultante desses Círculos e na imersão do aporte literário sobre a problemática, seguiu-se com a construção do roteiro, storyboard e diagramação das imagens do almanaque, com o apoio de um profissional quadrinista.
Para desenvolvimento do roteiro, foram consideradas a HQ de um estudo prévio(12) e a análise dos momentos dos Círculos de Cultura. Posteriormente, os dados foram corroborados com a literatura científica, a fim de compartilhar um conhecimento seguro, envolvendo o conhecimento científico e popular.
Na etapa de validação do conteúdo e aparência com os juízes da saúde, estes foram convidados por uma carta convite via e-mail, enviada para 29 juízes, contendo a disponibilidade do link para acesso ao questionário de avaliação na plataforma do Google Forms® e o almanaque anexo. Apenas onze responderam o e-mail enviado, aceitando participar do processo ao manifestar interesse por meio da terminação “ACEITO” do TCLE, enviado eletronicamente.
Iniciou-se, assim, o processo de validação da primeira versão do almanaque educativo com os 11 juízes da saúde, sendo estabelecido um prazo total de 60 dias para a devolução do material.
Após as reformulações sugeridas pelos juízes da saúde, obteve-se a segunda versão do almanaque, que foi enviada para 15 juízes técnicos. Para isso, estabeleceu-se um prazo de dez dias para devolução do material, com prorrogação por mais sete dias, conforme necessidade. Reforça-se que apenas quatro juízes técnicos participaram do processo de validação.
O almanaque educativo, após reformulações baseadas nas considerações dos juízes técnicos e da saúde, seguiu para a sua terceira versão. Após, retornou ao grupo de juízes da saúde para apreciação/avaliação do material, conforme as considerações traçadas nas etapas anteriores. Por fim, procedeu-se à validação de aparência junto ao público-alvo, com nove adolescentes escolares na instituição de ensino.
Análise dos resultados
Para a análise de dados dos Círculos de Cultura, com a finalidade de identificar os significados expressos, seguiu a técnica da triangulação. Logo, procedeu-se à descrição de cada círculo, na perspectiva da observação participante, análise dos registros do diário de bordo e avaliação das fotografias e vídeos. Posteriormente, deu-se a descrição e análise destes elementos com a literatura pertinente(13).
Na descrição das falas dos adolescentes, com a finalidade de preservar a identidade, optou-se por identificá-los conforme a denominação dos heróis da Marvel.
Para validação de conteúdo pelos juízes da saúde, adotou-se um instrumento adaptado(14, 15), com julgamentos quanto ao conteúdo, escrita, ilustração, aparência, motivação e adequação cultural.
Na validação da aparência pelos juízes técnicos, foi utilizado o instrumento adaptado, que incluiu itens quanto à característica dos desenhos, compreensão, tamanho, quantidade, cores, formas, harmonia, narrativa visual lógica, relevância e atratividade(16). Já com o público-alvo, foi utilizado um instrumento adaptado que inclui itens quanto à organização, estilo da escrita, aparência e motivação(17).
Utilizou-se, no processo de validação de conteúdo e aparência pelos juízes da saúde, o Índice de Validade de Conteúdo (IVC), com uma escala do tipo Likert com as seguintes respostas: (1) Não concordo; (2) Concordo parcialmente; (3) Não concordo e não discordo; (4) Concordo mais que discordo; (5) Concordo totalmente. Os itens, o domínio e o instrumento como um todo deveriam apresentar um IVC maior ou igual a 0,78(18, 19, 20).
Para o cálculo do IVC, foi considerado o número de itens avaliados como relevantes pelos juízes – marcados com escores (4) ou (5) – e dividido pelo número total de itens do instrumento(20). Já os itens marcados como (1), (2) ou (3) deveriam ser excluídos ou revisados, conforme orientações dos avaliadores(18).
Na análise da validação com os juízes técnicos e os adolescentes, utilizou-se o Índice de Concordância (IC), em que divide o número de participantes que concordam com o item pelo número total de participantes e multiplica por cem. Para estabelecimento do escore válido, deve haver um mínimo de 75% de respostas positivas marcadas(21).
RESULTADOS
Os resultados estão descritos em três categorias: a) Círculos de Cultura para prevenção do uso do álcool e de outras drogas entre adolescentes; b) Descrição da tecnologia educacional construída; c) Validação da tecnologia educacional.
Círculos de Cultura para prevenção do uso do álcool e de outras drogas entre adolescentes
Na etapa de descoberta do universo vocabular, os adolescentes inquietados quanto à temática problematizada verbalizaram frases como:
Diga não às drogas. (Capitão América)
Para não destruir a família, (Capitã Marvel)
Seja consciente. (Elektra)
#nãoasdrogas (Homem-aranha)
Brigas na família. (Feiticeira Escarlate)
Ainda nesta etapa, utilizou-se uma animação gráfica de livre interpretação, mas com intrínseca relação com as questões sobre o fenômeno do uso do álcool e de outras drogas. As análises pelos adolescentes foram:
Tem gente que diz que usa [álcool e outras drogas] pra esquecer os problemas [...]. Ele usou pra esquecer os problemas que ele tinha. (Capitã Marvel)
Desde o primeiro uso dele, ele achou interessante. Com o passar do tempo que ele foi usando, ele se viciou, até chegar um tempo da vida dele que ele não tava aguentando mais nada, ele tava debilitado [...]. (Wolverine)
Através dos relatos e discussões, puderam-se identificar temas geradores: uso, abuso e dependência; tipos de drogas lícitas e ilícitas; efeitos do uso do álcool e de outras drogas e consequências.
Na etapa da tematização e problematização, utilizou-se um jogo de tabuleiro com perguntas e respostas, bem como a estratégia da dramatização pelos adolescentes, gerando diálogos que inspiraram a construção das HQ, a saber:
Ela foi comprar a droga e ele disse: “minha filha, compre isso não! Você tá gastando seu dinheiro com isso? Tem muita coisa barata.” [...] a pessoa fica meio assim, porque pensa “eu tô gastando dinheiro por causa disso?” Então eu vou fumar só essa vez, porque eu comprei e já tá comprado [...] então, eu vou usar. (Elektra)
Era só vender de novo. (Homem de Ferro)
Aí vai vender droga e vai ser traficante?! (Elektra)
Ainda, na estratégia da encenação, houve reflexões como a que se segue:
A história aconselha você prestar atenção nas suas amizades [...]. Porque, se você tiver desse lado aqui [lado das drogas], você quer levar outras pessoas pra esse lado, sendo que acaba influenciando seus amigos, né? E quem não tem consciência [...], vai e cai. (Tocha Humana)
Frente ao discurso observado, este pode inferir em situações vivenciadas pelos adolescentes, podendo apontar uma proximidade com o contexto de vida desses diante do comportamento do grupo, do ambiente em que estão inseridos e dos fatores que influenciam o uso e abuso do álcool e de outras drogas. Resultaram desse círculo a identificação das palavras-chaves: dependência, uso recreativo, fatores de proteção e fatores de risco.
Por fim, no terceiro Círculo, propôs-se a reflexão dos adolescentes sobre a temática na produção de elementos do tipo passatempo. A exemplo, a construção de um caça-palavras e de um desenho, representados pela Figura 1.
Representação ilustrativa pelos adolescentes sobre o uso do álcool e de outras drogas, Crato, Ceará, Brasil, 2019
Com a finalidade de avaliar o momento dos círculos de cultura, houve reflexões sobre o conteúdo problematizado. Veja a seguir:
É tipo uma lição de vida, né?! Porque agora estamos tudo junto aqui, aí, com o passar do tempo, algum de nós aqui pode deixar de estudar, né?! Aí querer usar isso aí, alguém oferecer, aí o caba tá conversando aqui [...], aí o caba se lembra [...]. (Capitão América)
A condução dos momentos de promoção da saúde por meio da estratégia pedagógica dos Círculos de Cultura – que resultou em reflexões, inquietações e conhecimentos –, possibilitou a construção de conhecimentos horizontais acerca da importância de prevenção do uso do álcool e outras drogas na adolescência. Sendo o caráter lúdico e dialógico primordiais para o alcance da atratividade aos adolescentes, esses momentos contribuíram para a estruturação do roteiro do almanaque educativo a partir do processo de transformação da linguagem.
Descrição da tecnologia educacional construída
Na perspectiva dos possíveis elementos que poderiam constituir o almanaque a partir do que foi identificado na literatura e das experiências com os adolescentes escolares, diálogos estruturados em HQ, palavras cruzadas, quadro informativo, caça-palavras, cordel e enigma integraram a TE. A análise do material dos Círculos de Cultura possibilitou a organização do roteiro, storyboard e diagramação.
O almanaque educativo contém 21 páginas, com dimensões de 21x5cm, e foi impresso em papel sulfite, pela flexibilidade e menor custo. O título “Almanaque da Prevenção” busca atrair o público-alvo e vincular ao aspecto da prevenção. A versão se encontra representada parcialmente na Figura 2.
A primeira história, “Desvendando um mundo oculto”, ressalta o uso de drogas no ambiente escola. O enredo foi organizado a partir das palavras-chave da etapa identificação do universo vocabular e inspirado em uma HQ prévia(12) quanto à definição dos personagens (dez adolescentes, educadora e diretor da escola), delimitação do cenário e estruturação das cenas.
Na segunda história, “Um caminho a ser percorrido. Prevenir sem reprimir”, dá-se ênfase às questões que envolvem dependência, uso recreativo, fatores de proteção e fatores de risco. O enredo da história foi organizado através dessas palavras-chave, identificadas na problematização e tematização dos Círculos de Cultura. Nessa história, elaborou-se uma produção crítico-reflexiva com a finalidade de sensibilizar o público acerca de aspectos essenciais à prevenção do uso de álcool e outras drogas. Logo, englobou a construção do caça-palavras, palavras cruzadas, quadro informativo, enigma e cordel, elementos potenciais para atratividade ao público-alvo, inspirados no desenho, caça-palavras e palavras cruzadas construídos pelos adolescentes nos Círculos de Cultura.
Validação da tecnologia educacional
Na validação de conteúdo e aparência da TE, o almanaque foi avaliado por onze juízes da saúde em dois ciclos (Tabela 1).
Escore do Índice de Validade de Conteúdo na 1ª versão e 2ª versão do almanaque conforme avaliação dos juízes da saúde, Crato, Ceará, Brasil, 2019
Conforme descrito, observa-se que, no processo de validação da primeira versão, não foi possível o alcance do escore mínimo do IVC (0,78) dos itens referentes aos objetivos/conteúdo (1.1, 1.2, 1.3 e 1.4), escrita (2.1, 2.2, 2.4 e 2.5), motivação (5.2, 5.3 e 5.4) e adequação cultural (6.1), demonstrando que o material precisava de reformulações destes itens. Nota-se, ainda, que não foi possível alcance do escore mínimo do IVC global. Em contrapartida, foi alcançado IVC de 0,81 a 1,0 em todos os itens de ilustrações e apresentação.
Os juízes teceram sugestões e comentários. As principais sugestões envolveram a simplicidade da linguagem, como o uso de gírias (juiz 1), críticas ao não estabelecimento das informações pautadas em fontes científicas (juízes 2, 5 e 6), conteúdo não esclarecedor (juízes 2, 3 e 7) e comprometimento da sequência dos diálogos (juízes 3, 8, 9 e 11).
Sobre o conteúdo, os juízes julgaram a descrição do fenômeno pautada em frases do senso comum como um meio não viável para o alcance da prevenção. Reafirmaram a necessidade de reformular essas frases com base em afirmações científicas, na premissa de que a prevenção é alcançada através do acesso à informação. Ainda, juízes discorreram que o foco do material não deveria se deter à droga (juízes 3, 4, 5), mas sim aos determinantes sociais (juiz 3), à responsabilização das escolhas e às consequências do ato (juiz 2), para estimular mudança de comportamento (juiz 3).
Entre as solicitações, também foi sugerido nomear cada personagem e atrelar características a estes (juiz 2), mudar o título do almanaque para “Prevenir sem reprimir” (juiz 1), diferenciar o uso recreativo da dependência (juiz 2) e envolver a prevenção à responsabilidade pelas escolhas (juiz 2).
Os juízes enfatizaram a importância do material no contexto da prevenção como uma ferramenta com potencial de contribuir para as discussões sobre as drogas (juiz 4), que dispara reflexões (juiz 5), realiza aproximação com o contexto real dos adolescentes com leveza ao abordar a temática (juiz 6), propicia abertura ao diálogo (juízes 6 e 11) e se apresenta como uma importante tecnologia para a promoção da saúde dos adolescentes (juiz 9).
Após análise dos comentários e/ou sugestões realizaram-se as mudanças. O material foi reformulado, procedendo-se à validação da segunda versão por cinco juízes da saúde. Com relação ao IVC, é notório um aumento significativo do escore em seus itens na sua 2ª versão, sendo, portanto, validado pelos juízes da saúde com o IVC global de 0,84, mesmo com ressalva nos itens 3.4, 5.3 e 6.1, que não atingiram o IVC mínimo e precisaram ser reconsiderados. Ainda nesta nova versão, os itens de objetivos, escrita e apresentação foram todos validados com excelência, com IVC que variou de 0,80 a 1,0.
Na validação da aparência, houve a participação de quatro juízes técnicos. De acordo com os escores atribuídos foi calculado o IC (Tabela 2).
Escore do Índice de Concordância da validação de aparência do almanaque pelos juízes técnicos, Crato, Ceará, Brasil, 2020
Observa-se que, dos dez itens avaliados, apenas dois deles atingiram o escore mínimo de 75%, e todos os demais alcançaram o escore máximo. O IC geral alcançou 95%.
Os juízes técnicos realizaram comentários e/ou sugestões. Com as modificações realizadas no material, obteve-se a terceira versão do almanaque.
Quanto ao item “cores e formas dos desenhos”, o juiz 1 sugeriu a coloração do uniforme dos adolescentes e a padronização dos balões em cor branca. Com relação ao item sobre apropriação dos desenhos para o público-alvo, o juiz 4 enalteceu o estilo do material como um meio adequado para o público. Quanto à relevância dos desenhos para compreensão do conteúdo, o mesmo juiz julgou as ilustrações como um meio facilitador para entendimento da mensagem transmitida.
Houve ainda comentários gerais, em que os juízes enalteceram a importância do trabalho, além de classificarem a leitura como rápida, informativa, agradável, clara, atrativa e de fácil compreensão do conteúdo pelo público-alvo.
Por fim, na validação da aparência da TE com o público-alvo (Tabela 3), contou-se com a participação de nove adolescentes.
Escore do Índice de Concordância da validação de aparência do almanaque pelo público-alvo, Crato, Ceará, Brasil, 2020
Conforme demonstrado, é possível constatar que o almanaque neste tipo de validação atingiu IC Geral de 86,2%, considerando o material válido, apesar de menores valores de IC nos itens relativos à relação da capa com o assunto, à simplicidade das ilustrações e aos critérios de motivação. Todos os demais itens atingiram escore de concordância mínimo, sendo que sete destes apresentaram IC de 100%.
DISCUSSÃO
Dentre alguns pontos que se sobressaíram quanto à elaboração do almanaque, discute-se sobre a intenção de utilizar o diálogo dos adolescentes nesta construção. Entretanto, as frases foram interpretadas como do senso comum pelos juízes da saúde e, por isso, criticadas seu uso. Mas ainda assim, destaca-se a importância de considerar os saberes já existentes para fomentar as discussões, por compreender o momento de educação como um processo de construção. Cabe inferir a importância de correlacionar o conhecimento científico ao senso comum para a produção e discussão do conhecimento, em uma relação de complementaridade. O senso comum induz questionamentos que, por sua vez, produzem ciência(22).
Outro ponto que cabe destaque diz respeito ao foco dos diálogos dos adolescentes na droga, igualmente criticado pelos juízes da saúde. Nessa ênfase, em um estudo que objetivou desvelar a percepção de estudantes da educação básica sobre drogas, constatou-se que o entendimento do adolescente acerca da problemática da droga os coloca no centro da discussão, mas, ao mesmo tempo, apontam para a necessidade de medidas que venham descentralizar a droga do contexto em que ocorrem, para que possam ser vislumbrados os fatores e ações correlatas(22).
Logo, percorrer o caminho da integralidade em saúde requer atenção dos serviços assistenciais e educacionais quanto à multiplicidade de demandas dos adolescentes, para que os profissionais possam exercer com prontidão o fazer saúde e inquietar o público quanto à necessidade de cuidado em saúde mental(23).
Já no processo de validação da TE, destacaram-se mudanças orientadas pelos juízes da saúde. Foi possível retirar a droga do foco central e discutir fatores individuais, familiares e/ou sociais relacionados à problemática. Assim, permeado pelos diálogos, pode-se despertar a prevenção atrelada à responsabilidade pelas escolhas. Para isso, ressalta-se a necessidade de ações que propiciem a participação do adolescente no seu próprio cuidado na esfera da promoção e prevenção da saúde, relacionadas com o contexto de vida do adolescente(23, 24).
Ao se considerar alguns itens julgados na validação, especificamente nos itens do objetivo, o resultado foi semelhante ao estudo que validou uma cartilha educativa para prevenção do excesso de peso em adolescentes(25), em que nenhum dos itens foi julgado como inadequado, atingindo um IVC de 0,81 nessa categoria. Os itens de objetivo referem-se ao que se deseja atingir com a utilização do almanaque, envolvendo critérios específicos ao conteúdo.
Já no quesito ilustração, um item não atingiu o índice mínimo (3.4 As imagens/figuras contêm informações claras). A sinalização deste item como inadequado foi primordial para busca por readequações e validação do material posteriormente. Neste sentido, enfatiza-se a importância da clarificação das informações contidas e/ou dos elementos visuais, por ampliar o campo de comunicação entre as pessoas, independentemente do nível de escolaridade(16).
Em relação ao item 5.3, “O almanaque provoca mudança de comportamento”, do aspecto motivação, o IVC atingido foi de 0,40, semelhante ao achado do estudoque validou uma cartilha educativa para prevenção do excesso de peso em adolescentes(25), com IVC de 0,44. Quanto a isso, cabe destacar a reflexão dos juízes no referido estudo, ao afirmarem que o material sozinho não seria capaz de promover mudança de atitude e comportamento.
No item 6.1, “O almanaque é um material apropriado à realidade de vida dos adolescentes”, que pertence à ênfase da adequação cultural, o índice atingido foi de 0,60. No estudo anteriormente citado(25), um item equivalente atingiu escore de 0,78, podendo este achado estar relacionado às limitações de produção de materiais educativos impressos e utilização deste junto ao público adolescentes, frente ao desenvolvimento de materiais do tipo digital.
Com relação à avaliação pelos juízes técnicos, apenas dois dos dez itens avaliados atingiram o escore mínimo de 75%, enquanto os demais itens alcançaram escore de 100%. Houve um achado semelhante ao estudo, que validou uma cartilha para prevenção do excesso ponderal em adolescentes(25) e ao estudo que validou uma cartilha para prevenção de síndrome metabólica em adolescentes(5). Nos referidos estudos, na validação com os juízes técnicos, a grande maioria dos itens atingiu o escore máximo, demonstrando, assim, relevância junto ao grupo de juízes técnicos quanto à adequação do designer dos materiais educativos produzidos.
Quanto ao público-alvo, o IC dos itens variou entre 55,56% e 100%, semelhante ao estudo que validou uma cartilha para prevenção do excesso ponderal em adolescentes cuja validação com o público-alvo atingiu escore entre 61,1% e 100%(25). Neste sentido, cabe discutir sobre os itens que obtiveram menores escores.
No que diz respeito ao conteúdo apresentado, a maioria dos adolescentes julgaram-no como claro, corroborando com o estudo que validou uma cartilha sobre higiene do sono(26). Especificamente o critério da motivação, alguns adolescentes julgaram que se sentiam parcialmente motivados a ler o material até o final. Esse achado pode estar relacionado à inquietação dos adolescentes para finalizarem a leitura e deixarem o ambiente, demonstrando limitações nas relações do público com a pesquisadora no momento de aplicação do instrumento(5).
Outros dois itens que apresentaram os menores escores de validação foram a “capa mostra o assunto que se refere” e “as ilustrações são simples”. Esse achado pode estar relacionado às limitações entre as interações realizadas pelos adolescentes com a linguagem verbal e não verbal contida no material. Desse modo, ressalta-se a necessidade de dar luz a tal achado, pois destaca-se o quão importante é o processo de julgamento do público-alvo quanto ao entendimento das imagens e/ou figuras e à relevância das sugestões de melhoria, a fim de potencializar o material e clarificar o nível de compreensão(26).
Limitações do estudo
As limitações do estudo se referem à participação de um quantitativo restrito de adolescentes, bem como de juízes técnicos e do público-alvo, à realização dos Círculos de Cultura em um único cenário e formato único de reprodução do material. Logo, necessitam-se de estudos que objetivem publicar o almanaque em outros formatos (como versões audiovisual e em braile), a fim de promover acessibilidade, reproduzir o material em mídias/redes sociais, além de aplicar a TE para verificar na prática sua eficácia e viabilidade.
Contribuições para a área da enfermagem
As implicações para a enfermagem envolvem a possibilidade de uso de um material dialógico, lúdico e que propõe a problematização, ao ser empregado nas atividades de educação em saúde, tanto no ambiente escolar quanto nos serviços de saúde. Como consequência, provocam-se inquietações e reflexões quanto às estratégias de prevenção ao uso do álcool e de outras drogas na adolescência por meio do acesso à informação. Ainda, fortalece a autonomia educativa na construção e validação de TE no campo da enfermagem.
CONCLUSÕES
O desenvolvimento do almanaque educativo responde a uma necessidade de produção de TE para adolescentes no âmbito da prevenção do uso de álcool e de outras drogas. Para isso, a utilização dos Círculos de Cultura com adolescentes escolares do ensino público foi de suma importância para o desenvolvimento do material. A validação envolveu diferentes atores, refletindo no desenvolvimento de um material alinhado às necessidades que justificaram a realização deste estudo. Portanto, conforme quantificação dos dados, o material foi validado, necessitando-se de ajustes quanto aos itens de motivação, ilustração e adequação cultural, os quais alcançaram os menores escores. No entanto, esses itens elencados devem ser revisitados e potencializados.
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Editado por
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EDITOR CHEFE: Antonio José de Almeida FilhoEDITOR ASSOCIADO: Hugo Fernandes
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
23 Set 2022 -
Data do Fascículo
2022
Histórico
-
Recebido
23 Mar 2022 -
Aceito
19 Jun 2022