Percepções positivas da atuação profissional (4/14) |
O Dr. Anjo, a gente se identifica, sabe! Ele é muito bom! Ele ainda fala comigo "Dona X, faz aquilo que a senhora achar melhor para viver". [...] lá no Hiperdia que tem uma enfermeira que fala que gosta muito de mim, e eu gosto muito dela. Aí eu converso muito com ela, sabe! Me abro muito com ela. Então! É bom, né? [...] eu vou lá, consulto com aquela menina enfermeira. Eu gosto muito da enfermeira. [...] aí eu estava conversando com a enfermeira, ela disse "A senhora emagreceu, o que foi?" Ai, eu me abri com ela Abigail. Hoje, o Dr. Anjo, eu penso que ele me conhece, eu consigo ver nele verdade, cuidado, preocupação e uma atenção que eu não via há cinco anos. [...] ah! Eu acho que foi um retorno humano, de você ir lá a pessoa (profissional) te compreender, te dar uma atenção, eu acho isso Bebel. Eu acho que sim, porque com o Dr. Anjo, acho que ainda estava bem [...], porque ele é uma ótima pessoa para se abrir [...] eu acho que não sei se é por causa da gente gostar do médico, ele atender tão bem a gente assim, que você se sente... tem uns médicos assim que marcam pela atenção, e ele, Anjo, é uma pessoa muito atenciosa, muito carinhosa, entendeu? Bete. O Dr. Anjo é a bênção da minha vida! Porque ele ajudou não só ao meu irmão, mas me ajudou a trabalhar, porque eu estava piorando. [...], mas o Anjo como médico que foi minha salvação, minha tábua... ele é tudo para mim, esse menino (expressão de sorriso). [...] omédico e a enfermeira, eles perceberam que eu estava ficando muito ansiosa, muito nervosa, eu chorava por qualquer coisa. Mas eu chorava porque era a válvula de escape que eu estava tendo, entendeu ! [...] principalmente de dizer "Senhora, vamos conversar?", sóisso! Aí , eu entrei paro consultório dele falei e chorei. Aquilo, foi um peso que tirou de mim, aíeu comecei a ter uma luz [...] ele que foi me orientando como lidar com ele, porque, apesar de eu conviver com a droga e com a bebida em casa, eu não sabia lidar com isso Tuca.
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Percepções negativas da atuação profissional(9/16) |
[...]não ! Ele nãoofereceu não . Ele conversa sólá , né ! (na UBS) - Atépedi ele, se ele me consultava aqui (casa), porque aqui é melhor para você se abrir, conversar com ele. Aí ele falou que não dá para vim aqui porque não tem vaga. Eu falei "Mas, Dr., arruma uma vaguinha para mim, estou precisando tanto..." Ele disse "Mas não tem a vaga!" Abigail. Porque ele (familiar) contava, quando ele precisava de algum atendimento, a pergunta era a mesma, "Você bebe? Você fuma? Você usa drogas?" [...] eles (dependentes) percebiam, porque o médico tem sempre aquele olhar [...] as vezes que procurei, eu vou ser bem sincera para você, o médico nem para mim olhou, ele abriu a porta, foi uma médica, ela me chamou e, quando ela viu que eu me levantei, ela virou as costas e foi para o consultório e eu fui atrás procurando onde ela estava, e aí, ela baixou a cabeça e começou a escrever e disse "Senta e fica à vontade!" - Como eu vou ficar à vontade com uma pessoa que me chamou, correu, assentou, escreveu e não te olhou?! Nossa! Foi onde eu falei que nunca mais voltada lá, porque o que eu estava sentindo dentro de mim era tão grande que eu saí de lá muito triste e com uma vontade de chorar muito grande Bia. [...] eles sempre faziam a mesma pergunta, parece que é uma frase de efeito, "Você bebe? Você fuma? Você usa droga?" Quando você fala não, eles também não falam assim "Alguém na sua família usa droga?" Eles perguntam "Alguém da sua casa fuma?" Mas ninguém tem coragem de perguntar "Alguém na sua casa é dependente químico?" [...] nenhum! Era o retorno de que se você não me falar eu não te ajudo, criou uma barreira ou uma cortina de fumaça., porque você vê na sua frente um problema, você vê um sofrimento, mas ao mesmo tempo se a pessoa não falar você não age, ou seja não tem a iniciativa do profissional de falar assim "Oh! Mas porque você está assim? Você está com essa tristeza dentro de você, vamos conversar? [...] o que falta para os profissionais é o que falta para a maioria das pessoas, amor! Menos profissionalismo e mais amor, menos técnica e mais amor. Entendeu? Às vezes mais tempo, às vezes menos pessoas, menos demandas, mais uma quantidade maior, às vezes, maior que eu falo é as vezes mais um, mais dois para poder às vezes dividir ali para você poder humanizar aquele atendimento, eu acho que já seria de grande valia Bebel. Meu irmão não frequenta o posto ali, então ninguém sabe, ninguém faz nada porque ninguém comunica nada para eles. [...] não tem retorno! Porque, inclusive, a ACS não vem aqui. Então, não tem retorno Flávia. Olha! Sobre a equipe de saúde eu não falo muita coisa não, porque praticamente eles não estão nem aí! [...]. Então, da saúde, eu não tenho muita coisa a falar,não . (faz sinal de indagação com os braços) ... passa receita, não tem um exame, você não tem um exame de sangue, [...]lánoHiperdia, eles me cobram isso. [...] não dá retorno, não tem equipe para nada, de seis e seis meses é que tem o controle marcado, tem vez que nem tem porque não tem médico para marcar, entendeu? Igual agora, eu estou sem… minha receita venceu, então eu vou ter que trazer ela aqui no posto para ver se tem alguém aqui para poder marcar ela para mim, para poder pegar o remédio porque ela já venceu. [...]lá é um controle assim: pronto! Passou a receita . (fez sinal de transcrição com as mãos no computador) [...] você não tem exame marcado para nada, é um controle assim de renovar receita, só! Lineia. (pensativa) - Igual aqueles que estão lá, primeiro você passa pelo enfermeiro, ele explica, escreve, não sei mais o que ... sabe? A mesma ladainha! Depois, vem o médico receita... há! Não vou! (franzindo o rosto) Vou nada! Quero não! Eu não consulto ali não, só vou ali para renovar receita. Fui ali no posto, eles não faziam nada! Nada, nada! Cheguei no posto ruim mesmo, aí comecei a falar com ele que estava tremendo aí mediram minha pressão Marilda. Porque ela (familiar) é dependente química de droga. Só isso! Mas não sabem (profissionais) como é a vida dela aqui fora. Eles não sabem! Eles não conhecem ela! [...] quando eu passei mal a primeira vez, eu falei "Gente, estou tremendo (se referindo a uma crise de ansiedade dentro da UBS), eu sou" - Eles... (fez gesto de negação com as mãos e cabeça).Aí , uma colega minha me pegou, e colocou dentro do carro e me levou para o atendimento privadoMary. Ali é assim... Quem procura de vez em quando é a ACS, ela que procura, sabe? Mas às vezes ela não pode fazer nada, né? Esse posto aqui, para mim, ele já era para ter fechado há muito tempo! [...] eles nunca manifestaram ... nunca procuraram! E também sabem pouco dela, não sabem muita coisa dela não. [...] porque não funciona nada, não tem nada ali (UBS), às vezes, os médicos ali ... (faz gesto de sem importância com as mãos) Meire. Nunca gostei de ir em médico! Eu faço até por onde não ir, a minha irmã pagava um plano de saúde para mim, eu nem vou! [...] sósabem passar receita . (face de negação) [...] a gente vai no médico, passa receita [...]. É, a gente pega o remédio e toma! (risadas) - Eu tomo bastante remédio! Nenê.
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