Rev Bras Enferm
Revista Brasileira de Enfermagem
Rev Bras Enferm
0034-7167
1984-0446
Associação Brasileira de Enfermagem
Descriptive cross-sectional study that aimed at verifying the influence of clinical
interventions carried out in the delivery room and in the Neonatal ICU in the early
neonatal death, in Cuiabá-MT, 2010. The data collection was performed in
January-February 2011, based on the data found in the live birth certificates, death
certificates and hospital records, filed and examined in the SPSS program version
15.0. Of the 77 deaths analyzed, 94.7% of the babies were born in a hospital and more
than 70% died early. The interventions in the delivery room that were associated to
the risk of early death were cardiopulmonary resuscitation and intubation; during the
hospital stay, the central catheter of peripheral insertion and the blood transfusion
were associated as protection factors for early death. Knowing about which of these
clinical practices are beneficial or harmful to the neonate´s health is essential to
reach the quality of care and, consequently, to reduce the neonatal deaths, mainly
the early ones.
INTRODUÇÃO
A mortalidade infantil refere-se aos óbitos de menores de 1 ano de vida, subdividindo-se
em mortalidade neonatal (óbitos de 0 a 27 dias de vida) e mortalidade pós-neonatal
(óbitos de 27 dias até 364 dias de vida). Já a mortalidade neonatal também é dividida em
dois períodos, neonatal precoce (0 a 6 dias de vida) e neonatal tardio (7 a 27 dias de
vida).
De 1930 a 2009, a mortalidade infantil no Brasil caiu de 162,4 para 22,5 óbitos por mil
nascidos vivos (NV), resultando em uma diminuição de 86%. Contudo, a mortalidade
neonatal, principalmente a neonatal precoce, passou a constituir, desde a década de
1990, o principal componente dos óbitos infantis, correspondendo a cerca de 70% da
mortalidade infantil atual(1-2).
Esse panorama é decorrente da redução mais acentuada dos óbitos no período pós-neonatal,
que reflete as desigualdades sociais, a cobertura e a qualidade da assistência à saúde.
Já os óbitos neonatais possuem relação estreita com a assistência de saúde dispensada à
gestante e ao recém-nascido durante o pré-parto, parto e atendimento imediato à criança
no nascimento(3).
Outra situação relevante é a alta proporção de óbitos neonatais no primeiro dia e na
primeira semana de vida, o que demonstra a relação da mortalidade neonatal com a
assistência de saúde dispensada à gestante e ao recém-nascido e a necessidade de se
considerar as ações dirigidas à melhoria dessa assistência(4),(2).
Estudo realizado em Cuiabá, em 2010, que analisou os óbitos neonatais de 2007, encontrou
em seus resultados que a maioria dos óbitos neonatais era evitável (82%), sendo que
(44%) seriam reduzíveis por adequada atenção à mulher na gestação e no parto; (38%) por
adequada atenção ao recém-nascido e (18%) são as demais causas não claramente
evitáveis(5). Essa
realidade evidencia a necessidade de planejamento, implementação e monitoramento de
ações voltadas para a melhoria da qualidade da assistência obstétrica e neonatal, em
todos os níveis de atenção, com o acompanhamento em todo o ciclo gestacional até o
pós-parto.
Ressalta-se que políticas de saúde com o objetivo de qualificar a assistência obstétrica
e neonatal existem, entretanto, ineficiência de planejamento, execução e avaliação das
ações propostas, resulta na falta de qualidade das consultas de pré-natal e da
assistência ao parto, além da precariedade da estrutura física e tecnológica para o
atendimento à gestante e ao bebê de alto risco, corroborando as altas taxas de
mortalidade infantil e neonatal no país.
Um dos maiores desafios atuais para reduzir a mortalidade infantil em nosso país é o
cuidado adequado do recém-nascido, além do acompanhamento de todo o ciclo gestacional
até o nascimento do bebê, com atendimento de qualidade em todos os níveis de
complexidade(2).
O acesso oportuno e efetivo aos cuidados obstétricos e neonatais de qualidade, desde o
pré-natal, atendimento ao parto, pós-parto e aos cuidados recebidos pelo recém-nascido
garantem a redução na incidência de agravos e, consequentemente, uma maior sobrevida de
recém-nascidos, principalmente os recém-nascidos de risco(6).
Em Cuiabá, os óbitos neonatais reduziram em 68,8%, de 1997 a 2010, sendo que, do ano de
2009 a 2010, essa redução foi de 1,8 óbitos/1.000 NV. No entanto, no município, a
mortalidade neonatal ainda é maior que a pós-neonatal(7), o que contribuiu para o índice elevado da mortalidade
infantil em 2010 (13/1.000 NV).
Por isso, a mortalidade neonatal permanece como uma das metas estratégicas do atual
Plano Municipal de Saúde 2010-2013, publicado em março de 2010 pela Secretaria Municipal
de Saúde de Cuiabá, que propôs reduzir em 5% ao ano a taxa de mortalidade neonatal do
município, passando de um coeficiente de 10,6 óbitos/1.000 NV em 2008, para 8,6 óbitos
neonatais/1.000 NV até dezembro de 2013(7).
Nesse sentido, conhecer como se deu o processo de assistência hospitalar ao neonato, no
nascimento e internação na UTI Neonatal (UTIN), poderá auxiliar na avaliação e
monitoramento da qualidade das práticas assistenciais e oferecer subsídios para a
efetiva redução da mortalidade neonatal. Assim, o presente estudo teve como objetivo
identificar a influência das intervenções clínicas realizadas na sala de parto e UTIN no
óbito neonatal precoce em Cuiabá-MT, no ano de 2010.
MÉTODOS
Trata-se de um estudo transversal e descritivo, que se propôs analisar os óbitos
neonatais de residentes em Cuiabá em 2010. Para isso, incluíram-se todos os
recém-nascidos que nasceram em Cuiabá em 2010 e evoluíram para o óbito no período
neonatal (até 27 dias de vida) no município no período de janeiro 2010 a 27 de janeiro
2011, cujas mães eram residentes nessa localidade no decorrer desse período.
Em Cuiabá, no ano de 2010, nasceram 9.177 crianças de mães residentes no município e,
destas, 77 foram a óbito no período neonatal, resultando num coeficiente de mortalidade
neonatal de 8,4 óbitos/1.000 NV.
De acordo com os registros do Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde (CNES) e
informações da Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá, até dezembro de 2010 existiam 13
instituições que prestavam assistência hospitalar ao neonato no município. Destas, dois
(16,7%) hospitais eram públicos, sendo um municipal e outro federal, seis (50%) privados
não conveniados ao SUS, quatro (33,3%) privados conveniados ao SUS e um
filantrópico(8).
As fontes de dados utilizadas no estudo foram: Declaração de nascidos
vivos (DN), Declaração de óbitos (DO) dos recém-nascidos e
Prontuário hospitalar da mãe e do recém-nascido da sala de parto e
das UTIN de cada hospital.
As variáveis relacionadas a intervenções clínicas na assistência ao recém-nascido na
sala de parto foram: reanimação cardiopulmonar, intubação, uso de surfactante e
cateterismo umbilical. Por sua vez, as variáveis envolvidas no processo assistencial na
UTIN foram: reanimação cardiopulmonar, intubação, ventilação mecânica, uso de
surfactante, oxigenoterapia, cateterismo umbilical, nutrição parenteral, dissecção
venosa, antibioticoterapia, hemotransfusão e cateter central de inserção periférica
(PICC). As demais variáveis assistenciais analisadas foram: setor de internação do RN e
do óbito; em relação à mãe, foram consideradas as condições de saúde materna na
internação e motivo de indicação de cesárea.
A coleta dos dados foi realizada em duas etapas com auxílio de um formulário elaborado
pelas pesquisadoras. Primeiramente, identificaram-se todos os óbitos dos nascidos vivos
no ano de 2010 através das DO, e posteriormente localizaram-se as DN dos recém-nascidos
que evoluíram para o óbito. A segunda etapa foi a identificação do hospital de
ocorrência do nascimento, internação e óbito do recém-nascido para a coleta de
informações nos respectivos prontuários. Os dados foram coletados no período de janeiro
a fevereiro de 2011.
Para tratamento e análise dos dados, empregou-se o software aplicativo
Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) para Windows,
versão 15.0. Utilizaram-se cálculos de frequência absoluta e relativa para descrever as
principais características e sua constância nos óbitos precoces. Os cálculos
estatísticos realizados foram o teste Qui-quadrado (Χ2) ao nível de
significância igual a 5%, para verificar a possível associação entre as variáveis
independentes e a presença do óbito neonatal precoce; e o Teste de Fischer para
determinar o valor de p, quando o valor das variáveis era inferior a cinco. Calculou-se
também a Razão de Prevalência, para verificar quantas vezes a prevalência do fator de
risco nos casos (óbitos precoces) era maior que a prevalência do fator de risco nos
controles (óbitos tardios) e o Intervalo de Confiança (95%) para verificar a
significância estatística a um nível de 5%.
Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Júlio Müller sob
protocolo nº 968/CEP-HUJM/2010, conforme as diretrizes da Resolução 196/96 do Conselho
Nacional de Saúde.
RESULTADOS
O coeficiente de mortalidade neonatal em 2010, de mães residentes em Cuiabá, foi de 8,4
óbitos/1.000 NV, com maior concentração dos óbitos no período neonatal precoce (6,1
óbitos/1.000 NV) em detrimento do período neonatal tardio (2,3 óbitos/1.000 NV) e do
período pós-neonatal (4,6 óbitos/1.000 NV).
Em relação às características dos recém-nascidos, 61,0% era do sexo masculino; 74,7% era
da raça parda, 21,3% da raça branca e, ainda, 2,7% da raça preta e 1,3% indígena. A
média de duração da gestação foi de 30,8 semanas (mínimo de 19 semanas; máximo de 42,1
semanas), sobressaindo os neonatos prematuros (idade gestacional <37 semanas), com
75,3%, com predomínio dos prematuros extremos (idade gestacional de 22 a 32 semanas) com
50,6%; os recém-nascidos a termo (idade gestacional de 37 a 40 semanas) corresponderam a
22,1% e, ainda, os pós-termos (idade gestacional >40 semanas) a 7,8%. A média do peso
ao nascer foi de 1.662 gramas (mínimo 375 gramas; máximo 4.140 gramas), com maior
frequência dos neonatos de baixo peso (<2.500 gramas) com 72,8%, sendo que, dentre
esses, percentual considerável era de extremo baixo peso (500 a 999gramas) (31,2%) e,
ainda, 7,8% tiveram peso inferior a 500 gramas. Os recém-nascidos de peso adequado
(>2.500 gramas) corresponderam a 27,2%. O tipo de parto predominante foi o cesáreo,
com 51,9%, sendo que desses recém-nascidos, 76,9% morreram na primeira semana de
vida.
Quanto ao local de nascimento, 97,4% dos neonatos nasceram no hospital e 2,6% na
residência da mãe. A maioria dos neonatos, 72,7%, nasceu com quadro de asfixia (Apgar
<7 no 1º minuto). E entre os que morreram na primeira semana de vida, 78,57% tiveram
Apgar menor que 7 no 1° minuto e 80,6% Apgar menor que 7 no 5º minuto.
Ao considerar as principais intervenções clínicas na assistência imediata aos
recém-nascidos na sala de parto e sua associação com o óbito neonatal precoce,
verificou-se que 72,2% dos neonatos, que morrem na primeira semana de vida, necessitaram
de reanimação cardiopulmonar, com risco de 1,47 vezes maior em relação aos que não foram
reanimados. E o teste Qui-quadrado mostrou-se significante estatisticamente (p= 0,02
IC95% [0,97;2,23]). Além disso, a maioria das crianças que foi a óbito
precoce foi intubada (61,11%), com risco 1,35 vezes mais do que os demais e o valor do
teste Qui-quadrado também mostrou relevância estatística (p= 0,04 IC95%
[0,97;1,87]) (Tabela 1).
Tabela 1
- Principais intervenções clínicas na assistência imediata aos recém-nascidos na
sala de parto e sua associação com o óbito neonatal precoce, Cuiabá-MT,
2010
Variáveis
Óbito precoce
Total N = 72*
Valor-p**
RP***
IC%95****
RCP#
Sim
42(80,7%)
52(72,2%)
0,02
1,47
[0,97;2,23]
Não
11(55,0%)
20(27,7%)
Intubação
Sim
36(81,8%)
44(61,1%)
0,04
1,35
[0,97;1,87]
Não
17(60,7%)
28(38,8%)
Surfactante
Sim
7(63,6%)
11(15,2%)
0,31®
0,84
[0,53;1,35]
Não
46(75,4%)
61(84,7%)
Cateterismo umbilical
Sim
11(64,7%)
17(23,6%)
0,25®
0,85
[0,58;1,24]
Não
42(76,3%)
55(76,3%)
*
5 recém-nascidos excluídos, informações em branco;
**
Valor do teste qui-quadrado;
***
Razão de prevalência;
****
Intervalo de Confiança a 95%;
®
Valor do Teste de Fisher;
#
Reanimação cardiopulmonar.
O uso de surfactante e cateterismo umbilical não demonstrou associação estatisticamente
significativa com a mortalidade neonatal precoce. Entretanto verificou-se que entre os
neonatos que morreram na primeira semana de vida a maioria não usou surfactante (RP=0,84
p=0,31 IC95%[0,53;1,35]) e cateterismo umbilical (RP=0,85 p=0,25
IC95%[0,58;1,24]) (Tabela 1).
Após os primeiros cuidados depois do nascimento, 81,8% dos recém-nascidos foram
encaminhados à UTIN e, destes, 6,5% foram transferidos a outro hospital por falta de
leitos ou do serviço no local de nascimento. Ainda, 9,1% dos recém-nascidos foram a
óbito em sala de parto; 6,5% foram conduzidos da sala de parto para o alojamento
conjunto e dos neonatos internados em UTIN, 6,5% chegaram a receber alta do
hospital.
No momento da internação na UTIN, 60,0% dos neonatos estavam em estado clínico grave,
3,0% em parada cardiorrespiratória, 26,2% em estado moderado/regular e 10,8% em bom
estado clínico.
Em relação às principais intervenções durante internação na UTIN e sua associação com o
óbito neonatal precoce, verificou- -se que a hemotransfusão (RP= 0,71 p=0,04
IC95%[0,50;1,02]) e o PICC (RP=0,44 p<0,0001
IC95%[0,25;0,77]) configuraram-se como fatores de proteção para o óbito
precoce e o teste Qui- -quadrado mostrou significância estatística (Tabela 2).
Tabela 2
- Principais intervenções clínicas durante a internação dos recém-nascidos na
Unidade de Terapia Intensiva Neonatal e sua associação com o óbito neonatal
precoce, Cuiabá-MT, 2010
Variáveis
Óbito
precoce
Total
N = 64*
Valor-p**
RP***
IC%95****
RCP#
Sim
37(71,1%)
52(81,2%)
0,50®
1,07
[0,69;1,65]
Não
8(66,6%)
12(18,7%)
Intubação
Sim
34(69,3%)
49(76,5%)
0,52®
0,95
[0,66;1,35]
Não
11(73,3%)
15(23,4%)
Ventilação mecânica
Sim
39(69,6%)
56(87,5%)
0,55®
0,93
[0,60;1,44]
Não
6(75,0%)
8(12,5%)
Surfactante
Sim
29(69,0%)
42(65,6%)
0,75
0,99
[0,69;1,32]
Não
16(72,7%)
22(34,3%)
Oxigenoterapia
Sim
39(68,4%)
57(89,0%)
0,32®
0,80
[0,56;1,13]
Não
6(85,7%)
7(10,9%)
Cateterismo umbilical
Sim
34(75,5%)
45(70,3%)
0,15
1,31
[0,86;1,98]
Não
11(57,8%)
19(29,6%)
Nutrição parenteral
Sim
33(66,0%)
50(78,1%)
0,13®
0,77
[0,57;1,03]
Não
12(85,7%)
14(21,8%)
Dissecção venosa
Sim
5(55,5%)
9(14,0%)
0,25
0,76
[0,42;1,40]
Não
40(72,7%)
55(85,9%)
Antibioticoterapia
Sim
34(66,6%)
51(79,6%)
0,17®
0,79
[0,58;1,07]
Não
11(84,6%)
13(20,3%)
Hemotransfusão
Sim
16(57,1%)
28(43,7%)
0,04
0,71
[0,50;1,02]
Não
29(80,5%)
36(56,2%)
PICC##
Sim
8(38,1%)
21(32,8%)
<0,0001
0,44
[0,25;0,77]
Não
37(86,0%)
43(67,2%)
*
13 recém-nascidos foram excluídos pois não ficaram internados;
**
Valor do teste qui-quadrado;
***
Razão de prevalência;
****
Intervalo de Confiança a 95%;
®
Valor do Teste de Fisher;
#
Reanimação cardiopulmonar;
##
Cateter central de inserção periférica.
Por sua vez, entre os recém-nascidos que foram a óbito precoce, a maioria foi submetida
ao cateterismo umbilical (RP=1,31 p=0,15 IC95%[0,86;1,98]) e a reanimação
cardiopulmonar (RP=1,07 p=0,50 IC95%[0,69;1,65]) (Tabela 2).
DISCUSSÃO
Apesar de a mortalidade neonatal estar relacionada a uma série de fatores de origem
biológica (condições antenatais da saúde materna), social/ambiental e assistencial
(qualidade do pré-natal), o óbito neonatal, especialmente o precoce, resulta dos
cuidados neonatais imediatos na sala de parto e em unidades de terapia intensiva
neonatal(3).
A sala de parto e de recepção do recém-nascido é um setor imprescindível para o
nascimento saudável do bebê, pois é nesse local que são realizados os primeiros
cuidados, voltados principalmente para a manutenção do padrão respiratório e controle
térmico. É, portanto, de extrema importância que sua estrutura ofereça condições para se
prestar um atendimento de qualidade com consequente impacto na redução da mortalidade
neonatal.
Em relação ao parto, ainda existe despreparo para o cuidado imediato das complicações do
parto/nascimento, como a reanimação e estabilização materna e neonatal, condição sine
qua non para o funcionamento de qualquer serviço, dada a imprevisibilidade das
complicações que são esperadas para os partos, mesmo na gestação de baixo risco.
Ressalta-se, também, o número elevado de mortes por asfixia intraparto, sobretudo de
crianças com peso adequado ao nascer e em gravidez de baixo risco, demonstrando o grande
potencial de evitabilidade dessas mortes, além de que muitas vezes, mulheres e crianças
em situações clínicas graves, são transferidas sem sequer receber o primeiro atendimento
recomendado, comprometendo seriamente o resultado final(4).
Esse despreparo é evidente ao constatarmos que apesar de 97% dos partos no País
acontecerem, predominantemente, em ambiente hospitalar e com assistência médica, a
grande maioria das mortes maternas e neonatais é decorrente de causas evitáveis no
período periparto( 9). Neste estudo, mais de 90% dos nascimentos ocorreram no hospital
com assistência do médico pediatra, entretanto, a maioria dos neonatos nasceu com quadro
de asfixia (Apgar no 1° e 5° minuto menor 7).
O índice de Apgar menor que 7 no 1° e 5° minuto é considerado um fator de risco para a
mortalidade neonatal. Por isso a relevância de uma assistência obstétrica e neonatal de
qualidade, a fim de amenizar os fatores que podem levar à hipóxia perinatal e
consequentemente ao óbito neonatal(10). Neste estudo verificou-se que entre os neonatos
que morreram na primeira semana, mais de 70% tiveram Apgar menor que 7 no 1º e 5°
minuto, sendo que a maioria foi reanimada em sala de parto, se revelando como fator de
risco para o óbito precoce.
Resultado semelhante foi encontrado no estudo realizado em Londrina, Paraná, em 2007,
que destaca a importância do preparo da equipe para o atendimento na reanimação
cardiopulmonar em sala de parto. Essa prática é utilizada para prevenção de
asfixia/anóxia perinatal com comprometimento cerebral irreversível, dentre outros, além
de ser considerada uma ferramenta importante para a redução da mortalidade
neonatal(11).
No presente estudo, mais de 60% dos recém-nascidos foram intubados. A intubação neonatal
é uma ferramenta importante para a manutenção das vias áreas e oxigenação,
principalmente nos recém-nascidos prematuros que necessitarão de ventilação mecânica e
administração de surfactante pulmonar. Alguns serviços preconizam intubar os
recém-nascidos com peso menor que 1.000g ainda na sala de parto, devido sua imaturidade
pulmonar(12).
Nas últimas décadas, as inovações tecnológicas na assistência neonatal intensiva, bem
com seu uso adequado, interferiram drasticamente na sobrevivência dos neonatos. Assim,
na atenção neonatal, especialmente no setor de terapia intensiva, a qualidade deve ser
uma preocupação diária, já que ela é fundamental para se alcançar níveis satisfatórios
de assistência e contribuir na diminuição dos índices de mortalidade
neonatal(13).
Algumas variáveis relacionadas à assistência na sala de parto e internação do
recém-nascido, têm sido descritas como fatores de risco tanto para o baixo peso ao
nascer e prematuridade, como para a mortalidade neonatal precoce(14-15). No entanto, o presente estudo encontrou associação apenas
para a reanimação cardiopulmonar e intubação, que por sua vez configuraram-se como
fatores de risco para o óbito precoce; já a hemotransfusão e o PICC, que também
apresentam associação estatística significativa, mostraram-se como fator de proteção
para o óbito na primeira semana de vida.
O PICC é um procedimento extremamente benéfico em recém-nascidos prematuros extremos que
necessitam de hidratação venosa e nutrição parenteral por mais de sete dias e com
manuseio restrito, evitando assim a prática desnecessária e dolorosa das punções
periféricas de repetição, tricotomia do couro cabeludo e dissecção
venosa(12). Desta forma,
a instalação e manutenção adequada do PICC aumentará a mobilidade do recém-nascido,
amenizará o desconforto/dor e o risco de infecção sanguínea.
A ventilação mecânica, o surfactante e os corticosteróides antenatais foram descritos
como fatores importantes associados ao risco de morte em algumas
pesquisas(14-15). Todavia neste estudo essas variáveis
não apresentaram associação estatística significativa com o óbito precoce, assim como
intubação, oxigenoterapia, cateterismo umbilical, nutrição parenteral, dissecção venosa
e antibioticoterapia, talvez pelo tamanho pequeno da amostra.
No entanto, verificou-se que entre os recém-nascidos que morreram na primeira semana de
vida, a maioria não usou surfactante e cateterismo umbilical em sala de parto. Por sua
vez, durante a internação, entre os óbitos precoces, a maior parte dos recém-nascidos
necessitou de cateterismo umbilical e reanimação cardiopulmonar.
O cateterismo umbilical é utilizado em recém-nascidos em estado clínico grave que, na
maioria das vezes necessita de reanimação cardiopulmonar e drogas vasoativas. Por isso,
recomenda-se a cateterização ainda em sala de parto para todos os bebês que nascem em
estado grave(12), e quando
esse procedimento é feito somente na internação, supõe-se que esse recém-nascido teve
uma piora do seu estado de saúde.
Com o surgimento do surfactante, o uso do corticóide antenatal e pós-natal e de técnicas
ventilatórias, tornou-se possível controlar a insuficiência respiratória da maioria dos
recém-nascidos. No entanto, tais práticas devem ser usadas em momentos oportunos e
adequadamente associadas às demais técnicas, para se ter resultado satisfatório. Por
isso, intervenções para minimizar a insuficiência respiratória e lesão pulmonar devem
iniciar-se no período gestacional, administrando corticóide antenatal em todas as
gestantes com risco para parto prematuro e, na sala de parto, com o uso do surfactante
antes que o recém-nascido chegue a UTI(16-17).
O uso do surfactante diminui o risco de óbito por estabilizar os alvéolos, aumentando a
capacidade residual funcional do pulmão, melhorando a relação ventilação-perfusão e,
consequentemente, corrigindo a hipoxemia(18).
Em estudo realizado em Fortaleza-CE, sobre a morbimortalidade hospitalar de
recém-nascidos de muito baixo peso foi observado pequeno percentual de intervenções
perinatais, como controle pré-natal, uso de corticóide antenatal e parto cesáreo nos
casos de indicação benéfica. Na sala de parto e na UTIN predominou um padrão mais
intervencionista como maior uso de intubação e ventilação mecânica. Foi detectado também
o uso de terapêuticas utilizadas em momento inapropriado, como o surfactante e a
indometacina(14).
Outra pesquisa realizada em 11 unidades de terapia intensiva neonatal da América do Sul
que avaliou os fatores de risco para morte neonatal revelou que a variação das taxas de
mortalidade entre UTI neonatais pode ser explicada pela falta de implementação de
terapias de baixo custo e comprovadamente benéficas, como a administração de corticóide
antenatal(19). Os
neonatos expostos ao uso do corticóide antenatal apresentam melhores condições de
nascimento, com menor necessidade de intervenções agressivas, melhor desempenho
respiratório, e redução do uso de surfactante exógeno, e permanecem por menos tempo em
ventilação artificial mecânica(20).
Como se pode ver pelos resultados dos estudos, fatores de risco importantes associados
ao óbito neonatal precoce são passíveis de intervenções, como a melhora das condições de
vitalidade ao nascer e a redução da incidência e/ou gravidade da síndrome do desconforto
respiratório com o uso otimizado do corticoide antenatal e do surfactante
pós-natal(17). Diante
desse fato, pode-se concluir que algumas práticas assistenciais desenvolvidas no
pré-natal, parto e UTIN podem influenciar o desfecho estudado, mortalidade neonatal
precoce.
Além disso, a maioria das causas dos óbitos neonatais são preveníveis por meio de
condutas adequadas ao controle da gravidez (pré-natal) e de atenção ao parto e aos
cuidados imediatos ao recém-nascido. Por isso, torna-se mister o monitoramento e
entendimento dos fatores que agem como determinantes da mortalidade neonatal, para
identificar grupos expostos a diferentes variáveis de risco e sua relação com a evolução
para óbito, auxiliando no enfoque da evitabilidade(9).
Nesse sentido, é de vital importância a realização de intervenções intersetoriais,
dirigidas à melhoria das condições de vida e de saúde das mulheres, tanto como um
direito e necessidades das próprias mulheres, quanto para a garantia do nascimento
seguro e sobrevivência dos neonatos.
CONCLUSÃO
O presente estudo se propôs a identificar as intervenções realizadas na sala de parto e
UTIN no óbito neonatal precoce em Cuiabá, no ano de 2010.
Quanto às principais intervenções clínicas em sala de parto e na UTIN e sua relação com
o óbito neonatal precoce, na análise bivariada, o teste estatístico Qui-quadrado mostrou
significância estatística entre o óbito precoce e a reanimação cardiopulmonar e a
intubação em sala de parto, configurando-se como fatores de risco para o óbito precoce.
Durante a internação na UTIN, o uso do PICC e a hemotransfusão mostraram-se como fatores
de proteção para o óbito precoce.
Conhecer como se dá a prática clínica dos cuidados ao recém-nascido em sala de parto e
durante a internação em UTIN e qual a suposta associação desta com a mortalidade
precoce, pode oferecer subsídios aos profissionais e gestores de saúde para o
planejamento das ações e controle da qualidade dos serviços obstétricos e neonatais, de
modo a reduzir os fatores de risco que prejudicam a saúde do neonato, culminando com o
óbito.
Apesar da utilidade dos sistemas de informações (Declaração de óbitos, Declaração de
nascimentos) para pesquisas nos serviços de saúde, especialmente da mortalidade
neonatal, o uso de dados secundários muitas vezes, por problemas no preenchimento e
informações incompletas, não permitem a verificação de algumas variáveis e tampouco o
seu controle. Essa foi uma limitação do presente estudo.
Nesse sentido, a realização de mais estudos utilizando esses bancos de dados, citados
acima, pode apontar além de vantagens, outras limitações que contribuíram para a
melhoria do preenchimento e das informações desses sistemas.
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Rede brasileira de pesquisas neonatais
Uso antenatal de corticosteróide e evolução clínica de
recém-nascidos pré-termo
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2006
acesso em 16 janeiro
2012
77
1
67
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Disponível em: http://www.sup.org.uy/Archivos/adp77-1/pdf/adp77-1_15.pdf
Authorship
Rossana Marchese Bittencourt
Universidade Federal de Mato Grosso, Programa de
Pós-Graduação em Enfermagem. Cuiabá-MT, BrasilUniversidade Federal de Mato GrossoBrasilCuiabá, MT, BrasilUniversidade Federal de Mato Grosso, Programa de
Pós-Graduação em Enfermagem. Cuiabá-MT, Brasil
Maria Aparecida Munhoz Gaíva AUTOR CORRESPONDENTE: Maria Aparecida Munhoz. Gaíva E-mail:
mamgaiva@yahoo.com.br
Universidade Federal de Mato Grosso, Programa de
Pós-Graduação em Enfermagem. Cuiabá-MT, BrasilUniversidade Federal de Mato GrossoBrasilCuiabá, MT, BrasilUniversidade Federal de Mato Grosso, Programa de
Pós-Graduação em Enfermagem. Cuiabá-MT, Brasil
Universidade Federal de Mato Grosso, Programa de
Pós-Graduação em Enfermagem. Cuiabá-MT, BrasilUniversidade Federal de Mato GrossoBrasilCuiabá, MT, BrasilUniversidade Federal de Mato Grosso, Programa de
Pós-Graduação em Enfermagem. Cuiabá-MT, Brasil
Tabela 1
- Principais intervenções clínicas na assistência imediata aos recém-nascidos na
sala de parto e sua associação com o óbito neonatal precoce, Cuiabá-MT,
2010
Tabela 2
- Principais intervenções clínicas durante a internação dos recém-nascidos na
Unidade de Terapia Intensiva Neonatal e sua associação com o óbito neonatal
precoce, Cuiabá-MT, 2010
table_chartTabela 1
- Principais intervenções clínicas na assistência imediata aos recém-nascidos na
sala de parto e sua associação com o óbito neonatal precoce, Cuiabá-MT,
2010
Variáveis
Óbito precoce
Total N = 72**
5 recém-nascidos excluídos, informações em branco;
Valor-p****
Valor do teste qui-quadrado;
RP******
Razão de prevalência;
IC%95********
Intervalo de Confiança a 95%;
RCP#®
Valor do Teste de Fisher;
Sim
42(80,7%)
52(72,2%)
0,02
1,47
[0,97;2,23]
Não
11(55,0%)
20(27,7%)
Intubação
Sim
36(81,8%)
44(61,1%)
0,04
1,35
[0,97;1,87]
Não
17(60,7%)
28(38,8%)
Surfactante
Sim
7(63,6%)
11(15,2%)
0,31®®
Valor do Teste de Fisher;
0,84
[0,53;1,35]
Não
46(75,4%)
61(84,7%)
Cateterismo umbilical
Sim
11(64,7%)
17(23,6%)
0,25®®
Valor do Teste de Fisher;
0,85
[0,58;1,24]
Não
42(76,3%)
55(76,3%)
table_chartTabela 2
- Principais intervenções clínicas durante a internação dos recém-nascidos na
Unidade de Terapia Intensiva Neonatal e sua associação com o óbito neonatal
precoce, Cuiabá-MT, 2010
Variáveis
Óbitoprecoce
TotalN = 64**
13 recém-nascidos foram excluídos pois não ficaram internados;
Valor-p****
Valor do teste qui-quadrado;
RP******
Razão de prevalência;
IC%95****
Intervalo de Confiança a 95%;
****
RCP##
Reanimação cardiopulmonar;
Sim
37(71,1%)
52(81,2%)
0,50®®
Valor do Teste de Fisher;
1,07
[0,69;1,65]
Não
8(66,6%)
12(18,7%)
Intubação
Sim
34(69,3%)
49(76,5%)
0,52®®
Valor do Teste de Fisher;
0,95
[0,66;1,35]
Não
11(73,3%)
15(23,4%)
Ventilação mecânica
Sim
39(69,6%)
56(87,5%)
0,55®®
Valor do Teste de Fisher;
0,93
[0,60;1,44]
Não
6(75,0%)
8(12,5%)
Surfactante
Sim
29(69,0%)
42(65,6%)
0,75
0,99
[0,69;1,32]
Não
16(72,7%)
22(34,3%)
Oxigenoterapia
Sim
39(68,4%)
57(89,0%)
0,32®®
Valor do Teste de Fisher;
0,80
[0,56;1,13]
Não
6(85,7%)
7(10,9%)
Cateterismo umbilical
Sim
34(75,5%)
45(70,3%)
0,15
1,31
[0,86;1,98]
Não
11(57,8%)
19(29,6%)
Nutrição parenteral
Sim
33(66,0%)
50(78,1%)
0,13®®
Valor do Teste de Fisher;
0,77
[0,57;1,03]
Não
12(85,7%)
14(21,8%)
Dissecção venosa
Sim
5(55,5%)
9(14,0%)
0,25
0,76
[0,42;1,40]
Não
40(72,7%)
55(85,9%)
Antibioticoterapia
Sim
34(66,6%)
51(79,6%)
0,17®®
Valor do Teste de Fisher;
0,79
[0,58;1,07]
Não
11(84,6%)
13(20,3%)
Hemotransfusão
Sim
16(57,1%)
28(43,7%)
0,04
0,71
[0,50;1,02]
Não
29(80,5%)
36(56,2%)
PICC####
Cateter central de inserção periférica.
Sim
8(38,1%)
21(32,8%)
<0,0001
0,44
[0,25;0,77]
Não
37(86,0%)
43(67,2%)
How to cite
Bittencourt, Rossana Marchese and Gaíva, Maria Aparecida Munhoz. Early neonatal mortality related to clinical interventions. Revista Brasileira de Enfermagem [online]. 2014, v. 67, n. 2 [Accessed 2 April 2025], pp. 195-201. Available from: <https://doi.org/10.5935/0034-7167.20140025>. ISSN 1984-0446. https://doi.org/10.5935/0034-7167.20140025.
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