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ENFERMAGEM - PROFISSÃO HUMANITÁRIA?* * Trabalho apresentado e premiado no XXXI CBEn - Fortaleza - CE - 1979.

INTRODUÇÃO

As experiências de vida profissional da autora, quer em Serviços de Saúde, em cursos de formação e preparo de pessoal de enfermagem, em Associação de classe e sobretudo no Conselho de Enfermagem permitiram o surgimento de uma preocupação constante que se acentua de forma sensível no decorrer de cada dia.

Sente-se, de certa forma, engajada numa parcela de responsabilidade no sentido de alertar o maior número possível de enfermeiros de todo o país para os perigos que corre a profissão de enfermagem diante do processo devastador de desumanização já tão difundido e impregnado no mundo contemporâneo.

Estas preocupações prendem-se principalmente ao fato de ser o paciente severa e injustamente prejudicado no atendimento de suas necessidades bio-psicosócio-espirituais.

Neste trabalho, a autora aborda sobre o valor da vida e do ser humano, sobre a importância do relacionamento terapêutico paciente-enfermeiro e questiona sobre as causas da recusa ao compromisso profissional.

Finalmente, procura refletir sobre a forma de conciliar a prática de uma profissão essencialmente humanitária com a problemática do mundo e de cada um em particular.

1. A VIDA E O SER HUMANO

"Se somente a ênfase científica fosse considerada, a filosofia de enfermagem seria impessoal e pragmática. Os aspectos científicos de enfermagem são importantes, porém muito mais importantes são o paciente e o relacionamento pessoa-pessoa, inerente ao cuidado profissional de enfermagem". Estas palavras de FERLIC (2727 FERLIC, A. — Abordagem existencialista em enfermagem. R. Bras. Enf. Novas Dimens., 2(3) :175-181, jun./ago. 1976.) traduzem a importância da sensibilidade como característica imprescindível ao enfermeiro para que haja uma interação humana efetiva com o paciente.

O enfermeiro é aquele profissional que não pode tender apenas para as ações que requerem conhecimento das causas próximas. A reflexão sobre as causas supremas lhe encaminha a uma filosofia, estabelecendo um modo de vida e colocando o saber à disposição do seu semelhante.

EPSTEIN (2525 EPSTEIN, C. — Interação efetiva na enfermagem. São Paulo, E. P. V/EDUSP, 1977. 173 p.) considera o comprometimento com as relações humanas mais predominante e intenso na enfermagem do que nas demais profissões. No século XVII já se falava no envolvimento de determinados profissionais com a humanidade, ressaltando a importância da observação de suas leis (39  LACAZ, C. da S. — Humanização da Medicina. In: MEZOMO, J.C. Relações humanas e humanização do do hospital. São Paulo, Sociedade Beneficiente São Camilo, 1977, v.2, p. 76-87.).

ABIVEN no seu livro "Humanizer L'Hospital" (101 ABIVEN, M. — Humanizar L'Hospital. Paris, Fayard, 1976 apud ME-ZOMO, J.C. — Relações Humanas e humanização do hospital. São Paulo, Sociedade Beneficente São Camilo, 197&, V. 2, pág. 94-100.) diz que o enfermeiro é um profissional que tem uma função específica na equipe de saúde, trazendo-lhe, ao mesmo tempo uma competência de alto nível e uma observância acentuada ao aspecto humanístico do hospital.

Sem dúvida, a formação do enfermeiro requer possantes características humanitárias capazes de abater as mais temíveis resistências porque ele está intensamente envolvido com a vida e com o ser humano.

Vida

Desde que é anunciada, a vida, em qualquer circunstância, merece um sublime e incomensurável respeito. Este é o ponto comum em que se completam todas as opiniões de pesquisadores do assunto, considerando a abordagem oficial católica, filosófica ou humanização progressiva, antropológico-fenomenológica e biológica.

Para que exista de fato esta deferência pela vida de outrem, é necessário que o ser humano ame e reverencie sua própria vida porque ela é acima de tudo o instrumento do bem utilizado reciprocamente por todos os homens.

O direito à vida é o mais fundamental dos direitos do homem, sendo inalienável. Por sua vez, o dever é obviamente enaltecido; com muito entusiasmo, LUCAZ ratifica a expressão: "a vida é sempre bela para quem a compreende no seu dever e põe a felicidade acima do seu sentido vulgar" (39  LACAZ, C. da S. — Humanização da Medicina. In: MEZOMO, J.C. Relações humanas e humanização do do hospital. São Paulo, Sociedade Beneficiente São Camilo, 1977, v.2, p. 76-87.).

"A vida se apresenta como um dever contínuo, como um desdobrar-se de dentro para fora inesgotavelmente multiforme, em oposição à rigidez e uniformidade dos corpos inanimados" (CAMARGO) (1515 ______, ética, Vida e Saúde. Petrópolis, Vozes, 1975. 126 p.).

Ser humano

O homem é um ser vivo, racional, social, espiritual e membro duma espécie. Em conseqüência, o respeito, a conservação, a manutenção e a liberdade são observados. Ele é chamado a viver em sociedade ou comunidade, surgindo elementos como a socialização e o trabalho.

Para o humanista, o homem é uma entidade única no Universo, que toma decisões e é moralmente responsável.

Cada ser humano é uma substância individual completa, daí a conservação da sua individualidade, mesmo vivendo em constante interação com outras pessoas.

Sendo composto de matéria e espírito, o homem está submetido a determinadas leis como espacialidade, tempora-lidade, opacidade, pluralidade, não obstante tem muitos privilégios. Não há hiato entre os dois mundos: no homem, a matéria se espiritualiza e o espírito se materializa.

"Pessoa é o ser que subsiste distinto na natureza racional" (S. TOMÁS)(4848 NOGAREF P.D. (Pe) — Humanismo e anti-humanismo em conflito. Ed. Herder. São Paulo, 1973, 1973 p.). É pela racionalidade que a pessoa se constitui valor. O fato de ser fim e não instrumento coloca o homem não só como valor, mas como valor absoluto; portanto ele nunca pode ser considerado como meio para outro fim.

Paciente

Quando o ser humano apresenta dependência para satisfação de suas necessidades básicas, geralmente torna-se frustrado porque suas iniciativas ficam canceladas, havendo uma interrupção nas suas realidades sociais e profissionais.

Diante desta circunstância, ele é mais sensível, mais impressionável, mais emotivo, mais preocupado, menos lógico, menos seguro, menos volitivo. Limitado em sua vida, utiliza como recurso de contestação as mais diversas formas de atitude: agressividade, timidez, indiferença, regressão, depressão, excitação, rebeldia, ironia e etc.

Muitas vezes, o sofrimento e o temor lhe levam a profundas reflexões, anulando sua hierarquia de valores, quando os qualitativos passam a superar os quantitativos e a sede dos prazeres sensuais desaparece ou se reduz. LACAZ (39  LACAZ, C. da S. — Humanização da Medicina. In: MEZOMO, J.C. Relações humanas e humanização do do hospital. São Paulo, Sociedade Beneficiente São Camilo, 1977, v.2, p. 76-87.) lembra uma citação de Tristão de Ataíde: "a perda da saúde predispõe o ser humano a compreender o mistério da vida". Em conseqüência, torna-se frágil e necessitado de apoio, tendendo a perder seu orgulho natural, suas vaidades e suas ilusões de insubstituível.

A doença é, muitas vezes, um processo de depuração espiritual, levando o paciente a uma compreensão mais profunda de si mesmo como finitude. Oferece a oportunidade para o auto encontro ou seja para a análise da própria personalidade. E em conseqüência, muitas vezes está ali uma pessoa melancólica, preocupada e introvertida.

A fuga de pensamentos é outro meio utilizado pelo paciente e que o torna, por conseguinte, confuso, ansioso e inquieto.

2. RELACIONAMENTO ENFERMEIRO-PACIENTE

Em relatório elaborado por um grupo de trabalho nomeado pelo Ministério da Saúde Pública e da Segurança Social da França em 1971 (4444 MEZOMO, J.C. — Princípios para uma administração humanizada. In: Relações humanas e humanização do hospital. São Paulo, Sociedade Beneficiente São Camilo, 1977. V.2., p. 35-42.) diz que a humanização dos hospitais requer a aplicação de cuidados e medidas especiais concernentes às condições morais da permanência do paciente no hospital. Considera de grande importância as relações com a equipe de saúde. E faz o seguinte comentário: "O paciente quer e precisa ter um relacionamento pessoal com aqueles que o tratam e isto nem sempre acontece. Muitas vezes, o paciente não sabe nem mesmo distinguir as pessoas que se ocupam dele e quais são sua funções. Não sabe o nome de ninguém e ninguém sabe o seu. É o anonimato total".

Esta é uma realidade que se observa em todas as partes do mundo. Publicações diversas sobre o assunto sugerem a necessidade premente de um relaciona, mento mais humano entre o enfermeiro e o paciente.

Representa uma técnica influente e insubstituível para o enfermeiro o uso terapêutico de si mesmo na assistência ao paciente. Os resultados dependerão de sua habilidade na aplicação desta técnica.

"Para haver uma comunicação eficaz com os pacientes necessitamos saber como e quando escutar, reconhecer e valorizar seus sentimentos, dar apoio, perguntar e contestar, conduzir a conversa através dos temas desejados pelo paciente e reconhecer o grande valor da comunicação que é o tato, cortesia, a expressão e a atitude" (OGASAWARA) (4949 OGASAWARA, A.M.Y. Reação do paciente frente a uma doença incurável. Apresentado à Comissão Temas da I Jornada Bahiana de Enf. Médico Cirúrgica. Salvador, BA, 1978.).

No Hospital Ana Nery do INAMPS, em Salvador, onde é aplicada a metodologia do Processo de Enfermagem, foi realizada recentemente, uma sondagem para verificar a influência do histórico de enfermagem no relacionamento paciente-enfermeiro. Pelo fato do enfermeiro dedicar alguns minutos ao paciente nas primeiras horas da internação, tempo suficiente para deixá-lo expressar sua problemática num diálogo compreensivo, constatou-se que o paciente sente que o pessoal de enfermagem está realmente interessado nele como pessoa e por sua vez, ele passa a sentir mais interesse em si mesmo. AMORIM (505 AMORIM, M.J. AB a NUNEZ, R.S. — Modelo de Assistência de Enfermagem aplicação no Hospital Ana Nery. 1.ª ed. Salvador. Gráfica M.S. de Loreta. 1979. 113 p. il.) refere-se à opinião dos pacientes relativa à citada entrevista: "achei ótimo desabafar", "fiquei muito mais tranqüilo", "senti que podia confiar em alguém", "me senti gente", "mudou a má impressão que tinha dos enfermeiros", etc.

Com muita razão, VIEIRA disse: "A função terapêutica da comunicação é estabelecida quando o paciente compartilha com o profissional da área de saúde algum conhecimento de si mesmo, que tenha significado. Isto permite ao profissional conhecer seus pensamentos e sentimentos, acerca da doença, de si mesmo ,de um problema específico, do stress que ele experimenta; e o profissional serve de auxílio quando usa suas habilidades de ouvir, falar e perceber" (606 ARAÜJO, CP. — Filosofia individual de enfermagem. R. Enf. Novas Dimens., 2(4): 197-199, set./out. 1976.,909 BARRETT, J. — A enfermeira chefe do Futuro. R. Bras. Enf. 28(5): 511-524. Dez. 1965.).

Numa situação conflitiva, qualquer ser humano necessita de assistência de apoio. A palavra serena e persuasiva do enfermeiro e a sua atenção têm um significado gratificante para o paciente; muitas vezes a sua simples presença já é terapêutica porque, como disse VIEIRA (6868 VIEIRA, T.V. — Importância da Imagem Corporal na prática de enfermagem. Salvador, 1976. Tese (Livre Doe.) Escola de Enfermagem Ana Nery. U.F.R.J.), seus sentimentos são percebidos também por meio de seus movimentos e expressões faciais. O paciente precisa de alguém para expor seus problemas, suas preocupações e seus conflitos e é o enfermeiro que está mais apto para ouví-lo, compreendê-lo e incentivá-lo.

Observa-se uma situação muito séria em torno do relacionamento com o paciente; muitas vezes, cada profissional da área de saúde o considera como uma parte fragmentada e não como um todo. A ação imediata é a preocupação de muitos. Alguém deve sentir-se mais envolvido e ser capaz de empatizar com o paciente; a formação profissional do enfermeiro possibilita o amadurecimento e ele se dispõe a assumir livremente a responsabilidade de fazer um enfoque integral do paciente, em seus aspectos biológicos, psicológicos, sociais e espirituais.

3. POSSÍVEIS CAUSAS DO ALHEAMENTO DO ENFERMEIRO

Na sociedade contemporânea, de rápidas mudanças ,parece que as pessoas estão perdendo suas características humanas. A comunicação interpessoal tem-se tornado cada vez mais reduzida. As pessoas são numeradas, são catalogadas e as informações são transmitidas por computadores. O número tem merecido maior destaque que o nome, como é o caso dos cartões de crédito. Numa visão extremamente pessimista, HUXLEY (3737 HUXLEY, A. — Princípios para uma Administração Humanizada. In: MEZOMO, J.C. — Relações e humanização do hospital. São Paulo, Sociedade Beneficiente São Camilo, 1977, v.2, p. 48-56. ) percebe o homem do futuro surgindo de um tubo de ensaio de laboratório, passando aos braços de um "robot" para ser alimentado; o corpo será controlado pelo Estado e a mente pelo computador.

Muitos pensam que o homem será dono do ambiente e da natureza, capaz de fertilizar desertos, determinar o sexo dos próprios filhos, de determinar o clima, a temperatura e a chuva. E alguns acham que existe a possibilidade de surgirem as pílulas do aperfeiçoamento biológico e do aumento da inteligência ou da formação do gênio.

No seu contexto geral, a sociedade torna-se a cada dia mais materialista e as profissões acompanham os mesmos passos. Por sua vez, a enfermagem mais lentamente, porém gradativamente, tem assumido a mesma posição, ferindo de forma constrangedora o seu ideal.

Qual a origem do absentismo, da indiferença, da insensibilidade, da alienação observados algumas vezes em determinados profissionais de enfermagem no desenvolvimento de suas atividades?

O paciente não se separa de sua essência humana para ser admitido num hospital; traz consigo sua inteligência, sua cultura ambiental, sua educação, seus sentimentos e toda a sua experiência de vida.

Não é justo que sejam anulados os valores de um ser humano dependente. Muitas vezes, sua interrogação diante da enfermidade não é considerada; a impressão é que os enfermeiros esperam que ele não prejudique a rotina de serviço e que se comporte passivamente, sem nada questionar. Não há interesse pelo estado emocional e espiritual do paciente e nem sequer procura-se saber se ele trabalha, como deixou sua família e quais os problemas surgidos com a sua hospitalização. Observam-se as respostas vazias que os enfermeiros dirigirem aos pacientes, manifestando não só indiferentismo e insensibilidade, mas também uma recusa como se suprimisse as suas percepções. É o exemplo do paciente que com uma expressão suplicante, diz que tem muito medo da anestesia e o enfermeiro simplesmente responde: "não se preocupe". .. É válido lembrar que quando se nega o apoio, nega-se a sua humanidade. É comum também ouvir dizer que o paciente não aceita o tratamento; mas às vezes observa-se que ele está muito receioso e inseguro e não recebeu a mínima explicação no sentido de diminuir sua ansiedade.

É deprimente saber-se que em determinadas situações, o indivíduo como ser humano é despercebido a tal ponto que sua presença torna-se ignorada. É o exemplo do paciente que ouve comentários a seu respeito por pessoas que lhe tratam chegando mesmo à decisões importantes sem ao menos lhe dirigirem a palavra ou um olhar. Não há dúvida que a sensação de menosprezo e de falta de respeito à sua dignidade é angustiante.

Outro aspecto muito negativo ao estado emocional do paciente é a pressa no atendimento de suas necessidades. "Mais importante de que o tempo dispensado ao paciente, talvez seja a ausência de pressa e a maneira tranqüila da enfermeira na sua presença" (BARRETT)(909 BARRETT, J. — A enfermeira chefe do Futuro. R. Bras. Enf. 28(5): 511-524. Dez. 1965.).

Uma preocupação da enfermagem é favorecer a participação do paciente no cuidado próprio, tão logo sua situação o permita. Entretanto, como disse VIEIRA (6868 VIEIRA, T.V. — Importância da Imagem Corporal na prática de enfermagem. Salvador, 1976. Tese (Livre Doe.) Escola de Enfermagem Ana Nery. U.F.R.J.), "é preciso cautela, para que isto não seja feito com o objetivo único de diminuir o trabalho da equipe de enfermagem. Se isto acontece, o paciente perceberá ,com certeza, e poderá sentir-se só e desamparado, ferido em sua auto-estima".

Este alheamento do enfermeiro teria como causa o avanço acelerado da tecnologia? Ou seria a tensão causada pelas dificuldades decorrentes da própria existência? Não estaria havendo problemas relacionados à formação do enfermeiro? A sociedade mercantil violenta teria alguma influência sofre o fato?

Indiscutivelmente, atingiu-se a maior eficiência industrial, artística e intelectual de todos os tempos, mas é evidente a redução da solidariedade humana e de espiritualidade tão necessárias a uma civilização. As mudanças tecnológicas ocorridas durante a História da humanidade tem transformado não somente idéias, crenças e valores, como também a própria organização social. O exagero do tecnicismo faz perder a imagem do homem como um ser gregário e afetivo, levando muitas vezes o profissional a analisá-lo de maneira fria, objetiva e calculista. Pode-se constatar que a época é muito difícil porque a evolução do progresso tem apresentado também efeitos paradoxais.

A Tecnologia e a Ciência como elementos dominadores da civilização contemporânea têm abalado profundamente as ideologias. A sua hipertrofia tem prejudicado os aspectos humanísticos em todos os setores.

Em momentos de meditação todos questionam sobre o homem do futuro. O homem tecnizado terá algum sentimento? Dispensará algum tempo para os pensamentos abstratos, as criações da arte, da música, da poesia? Que serão dos laços familiares? Como serão vistos e praticados o amor, a amizade, a colaboração?

O homem tem grande capacidade criativa, tem uma notável sensibilidade, projeta sua existência e decide seus destino, mas parece que desconhece suas características. Abandona-se aos automatismos da civilização técnica e é contra este perigo que pesquisadores de todas as correntes estão alertando desde o século passado; DALLE NOGARE (4848 NOGAREF P.D. (Pe) — Humanismo e anti-humanismo em conflito. Ed. Herder. São Paulo, 1973, 1973 p. ) lembra alguns nomes, como Kierkegaard, Heidegger, Jaspers, Berdialff, Frown, Sorokin etc. E conclui: "estamos numa encruzilhada da humanidade: de uma parte, a ciência oferecendo ao homem possibilidades extraordinárias, de outra, ameaçando-o mortalmente, quer pela pretensão de explicá-lo totalmente, quer pela tendência de fazer dele um simples apêndice de carne da enorme maquiaria que o homem vai construindo pela técnica elevada e valor supremo".

"Em nome da tecnologia e da eficiência, também o paciente é muitas vezes desumanizado, reduzido a um conjunto de partes que necessitam de reparo e reajuste" (EPSTEIN) (2525 EPSTEIN, C. — Interação efetiva na enfermagem. São Paulo, E. P. V/EDUSP, 1977. 173 p.).

Os problemas existenciais gerados no dia-a-dia permitem também que o profissional viva em estado de tensão permanente, chegando quase à angústia. As dificuldades na conciliação da vida familiar e profissional resultantes de incompreensão conjugais e ausência de elementos auxiliares que assumam as providências domésticas têm levado o profissional de enfermagem, sobretudo do sexo feminino a um menor envolvimento com o paciente. Em conseqüência, o enfermeiro concentra sua atenção na própria problemática, esquecendo-se de que ali se encontra alguém precisando de atenção. O descaso pode chegar às vezes a tal ponto, que o paciente passa a ser considerado como um caso banal.

É de considerável importância que nas Escolas de Enfermagem, cada professor esteja consciente do seu potencial de influenciar; não que possa ensinar sensibilidade, mas que procure usar corretamente as oportunidades para fazer o aluno entender que existe um envolvimento muito real entre enfermeiro e o paciente. Para que isto ocorra, é necessário que o corpo docente das escolas esteja preparado de fato e consciente de sua profunda responsabilidade.

Por sua vez, a sociedade de consumo que violentamente arrebata a renda familiar, obriga às vezes o enfermeiro a ter mais de dois empregos, o que representa penosa situação, porque cansado com a sobrecarga de atividades e sempre preocupado com o atendimento dos horários, o profissional vê-se impossibilitado de dedicar mais atenção ao paciente.

Em decorrência de todas estas graves situações, há alguém que é severamente prejudicado: o paciente.

CAMARGO (1414 CAMARGO, M.S.N. — A Enfermagem e Eu. R. Bras. Enf., 27(3/4): 139, jun./ago., 1964.) fala da crise da comunicação com outrem: "obrigado à inatividade, incapaz de satisfazer suas necessidades, o paciente encontra-se bruscamente como jogado num deserto; o sofrimento o concentra em si mesmo. A percepção desta solidão aumenta, quando coisas, consideradas essenciais pelo doente, não são assim percebidas pelos outros".

4. NECESSIDADE DE UMA FlLOSOFIA DE COMPROMISSO

Como conciliar a prática de uma profissão essencialmente ética com a problemática do mundo contemporâneo?

Esta é a difícil incumbência que toca à geração atual: reajustar a prática às condições do meio; aperfeiçoar a enfermagem como ciência-tecnologia e a enfermagem como arte-humanidade, ou seja, desenvolver o humanismo dentro da tecnologia.

DALLE NOGARE (4848 NOGAREF P.D. (Pe) — Humanismo e anti-humanismo em conflito. Ed. Herder. São Paulo, 1973, 1973 p.) lembrando que à toda ação segue uma reação, acha que é bem possível que a invasão da técnica determine a necessidade e a busca de antídotos de ordem espiritual.

Acredita-se que tenha sido este o pensamento de FELDMANN (2626 FELDMANN, M.A. et alii — Aspectos de Humanização do Serviço de Enfermagem no Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo. R. Bras. Enf., 26(6):515-526, out./dez. 1973.) quando disse: "não existe incompatibilidade ou antagonismo entre ciência e ideal, entre humanização e racionalidade. Portanto, deve-se procurar crescente adequação da ciência ou racionalidade como meio para se atingir um mundo cada vez mais humano".

Se cada enfermeiro tornar-se consciente de suas crenças, modo de conduta e atitudes para com a enfermagem, poderá unificar estes componentes em uma filosofia de enfermagem que deverá ser formulada livremente.

VAILLOT (6767 VAILLOT, S.M.C. — Existencialismo — uma filosofia de compromisso. R. Enf. Novas Dimens., 1(5) :294-301, nov./dez. 1973.) baseando-se num sentido existencialista disse: "O homem não é; ele está em perpétuo processo de formação. E esta auto-formação supera as simples mudanças dentro da personalidade. É a sua pessoa, sua própria essência, que está em jogo. A escolha é dele: ou pagar o preço de ser uma pessoa autêntica — disposta a usar sua liberdade e aceitar sua responsabilidade diante da existência — ou seguir o caminho fácil do homem massa".

A liberdade de escolha, ou seja, o poder de autodeterminar-se entre duas ou mais alternativas representa o aspecto criativo do homem que empolgou os humanistas desde a Renascença, levando-os à conclusão de que o homem não é um simples espectador do universo, porque o pode modificar, melhorar e recriar.

Esta liberdade psicológica é o grande problema dos filósofos e psicólogos. O animal é espontâneo em seus movimentos instintivos, mas não tem condições de controle porque não tem poder de opção. O homem pode dominar seus instintos pela liberdade e é por ela que tem o extraordinário e temido privilégio, negado a todos os outros seres: decidir de sua existência e de seu valor e determinar seu destino.

Logo, vê-se que o homem é responsável pela formação de seu verdadeiro ser. E no momento que ele passa da existência passivamente recebida, ao ser, que a sua liberdade deve conquistar, assume um compromisso.

No existencialismo, o compromisso significa "a disposição de viver plenamente a própria vida, de dar-lhe sentido, aceitando, em vez de rejeitar, tudo o que ela possa conter, tanto de alegria quanto de dor".

No momento que alguém resolve ser enfermeiro, assume um compromisso por que se torna envolvido: sentir-se-á parte de todas as coisas que a enfermagem lhe traz: seus problemas, suas frustrações, seu futuro.

O descompromisso é uma rejeição, é uma negação da liberdade de opção, o que levará o enfermeiro a uma vida de acomodação de conformismo e sem ao menos um toque de sensibilidade.

O enfermeiro comprometido não seria capaz de minimizar as dificuldades que prejudicam o relacionamento com o paciente? Não é justo que se encare a tecnologia como o principal responsável por todos os males sociais. Não seria oportuno usá-la para favorecer a enfermagem, reduzindo atividades puramente técnicas? Por sua vez, os motivos particulares não teriam consistência ao ponto de impedirem a boa assistência ao paciente porque a potência do envolvimento não permitiria tal ocorrência.

SUAVET (6666 SUAVET, T. — A espiritualidade em plena vida. Ind. Gráfica Siqueira. São Paulo. Tradução de Rosa Maria Muraro. 1960. Profissão e Ação Temporal, p. 125-130.) no seu livro "A espiritualidade em plena vida" disse: "é preciso estarmos persuadidos de que tudo está em evolução, mais ou menos rápida, mais ou menos visível. É preciso estarmos continuamente atentos a fim de captarmos possíveis mudanças e encararmos seriamente os problemas que vão aparecendo. Só então saberemos o que é preciso fazer e como fazê-lo".

Diante destas considerações, cada enfermeiro poderá sentir que, em nome de um atendimento mais humano tão clamado no mundo contemporâneo, a única solução encontra-se ao alcance de todos: assumir uma filosofia de compromisso.

"A Filosofia dá ao indivíduo princípios diretores de pensamentos corretos, imutáveis e universais. Dá uma concepção de vida, orientação para a conduta, interesse pelos valores supra-sensíveis e desenvolve o gosto pelo estudo de questões vitais para o ser humano (COSTA)(1919 COSTA, M. — A formação integral da enfermeira. R. Bras. Enf., 14(6): 587-290, dez. 1961.).

As palavras de DALLE NOGARE (4848 NOGAREF P.D. (Pe) — Humanismo e anti-humanismo em conflito. Ed. Herder. São Paulo, 1973, 1973 p.) podem expressar sabiamente a seriedade e importância do assunto: "depende de cada um de nós fazer com que o pior não aconteça e o homem continue a existir humanamente".

CONCLUSÃO

O enfermeiro que é cônscio do valor do ser humano, encarando o paciente como uma substância individual completa mas limitado em sua vida, é capaz de atravessar as barreiras que frustram um relacionamento solidário.

O tecnicismo exagerado e outros problemas insidiosos são vencidos pela formação íntegra do enfermeiro. Para isto assume um sério compromisso com a sociedade.

A Filosofia de enfermagem oferece ao profissional condições de dirigir-se sensatamente, fazendo de sua liberdade o instrumento de satisfação decorrente de uma existência humanitária.

CONSIDERAÇÕES E RECOMENDAÇÕES

Considerando

Que o relacionamento enfermeiro-paciente nem sempre tem atendido aos aspectos humanos e éticos.

Recomenda aos enfermeiros

Que procurem refletir acerca dos princípios humanos e éticos e que associem sempre no exercício de suas funções, o elemento espiritual e o respeito à dignidade humana e à justiça social.

Considerando

Que as mudanças aceleradas e profundas da sociedade contemporânea repercutem diretamente sobre a vida do homem.

Recomenda às Escolas ou Cursos de Enfermagem de todos os níveis

Que a Ética e a Deontologia sejam associadas e integradas em todo o conteúdo curricular, possibilitando uma sólida formação ético-moral aos futuros profissionais e ocupacionais de enfermagem.

  • AMORIM, M.J.A.B. - Enfermagem - profissao humanitaria? Rev. Bras. Enf.; DF, 32: 359-368, 1979.
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    Trabalho apresentado e premiado no XXXI CBEn - Fortaleza - CE - 1979.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Oct-Dec 1979
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