Open-access Perfil formativo-profissional dos enfermeiros docentes das Escolas Técnicas do Sistema Único de Saúde

RESUMO

Objetivo:  descrever o perfil formativo-profissional dos enfermeiros docentes do curso técnico em enfermagem das Escolas Técnicas do Sistema Único de Saúde.

Métodos:  pesquisa quantitativa, do tipo descritiva, realizada com 61 enfermeiros professores de cursos técnicos em enfermagem de cinco escolas técnicas de três regiões brasileiras. Os dados foram coletados por questionário online e submetidos à análise descritiva.

Resultados:  destaca-se que apenas 36% dos enfermeiros docentes eram licenciados e 80% tinham especialização na área de enfermagem ou saúde. Apesar de 95,1% dos participantes considerar necessária a formação para o ensino, 44,2% não tinha qualificação para este trabalho. O tempo médio de atuação na assistência foi de 8 anos, concentrando-se na rede hospitalar.

Conclusão:  evidencia-se a necessidade de formação docente e o investimento nesta, pois está em pauta a formação de trabalhadores essenciais para o cuidado em enfermagem e consolidação do Sistema Único de Saúde.

Descritores: Docentes de Enfermagem; Docentes; Educação Técnica em Enfermagem; Enfermagem; Sistema Único de Saúde

ABSTRACT

Objective:  to describe the training-professional profile of nursing professors in the vocational course in nursing at the Technical Schools of the Unified Health System.

Methods:  a quantitative descriptive research, carried out with 61 nurses who are professors of technical courses in nursing at five technical schools in three Brazilian regions. Data were collected through an online questionnaire and submitted to descriptive analysis.

Results:  only 36% of teaching nurses were licensed and 80% had a specialization in nursing or health. Although 95.1% of participants considered training for teaching necessary, 44.2% did not have qualifications for this job. The average length of work in care was 8 years, focusing on the hospital network.

Conclusion:   the need for professor training and investment in it is evidenced, as the training of essential workers for nursing care and consolidation of the Unified Health System is on the agenda.

Descriptors: Faculty, Nursing; Faculty; Education, Nursing, Associate; Nursing; Unified Health System

RESUMEN

Objetivo:  describir el perfil formativo-profesional de los profesores de enfermería en el curso técnico en enfermería de las Escuelas Técnicas del Sistema Único de Salud.

Métodos:  investigación cuantitativa, descriptiva, realizada con 61 enfermeras que son profesoras de cursos técnicos en enfermería en cinco escuelas técnicas en tres regiones brasileñas. Los datos se recopilaron a través de un cuestionario en línea y se sometieron a análisis descriptivo.

Resultados:  se destaca que solo el 36% de los profesores de enfermería tenía licencia y el 80% tenía especialización en el campo de la enfermería o la salud. Si bien el 95,1% de los participantes consideró necesaria la formación para la docencia, el 44,2% no tenía la calificación para este puesto. El tiempo promedio de experiencia en la atención fue de 8 años, con foco en la red hospitalaria.

Conclusión:  se evidencia la necesidad de formación e inversión docente en la misma, ya que la formación de los trabajadores esenciales para la atención de enfermería y la consolidación del Sistema Único de Salud está en la agenda.

Descriptores: Docentes de Enfermería; Docentes; Graduación en Auxiliar de Enfermería; Enfermería; Sistema Único de Salud

INTRODUÇÃO

Estudos que têm como objeto de investigação o perfil formativo e profissional de trabalhadores viabilizam uma análise geral dos seus processos e aspectos, de maneira que é possível compreender em que medida e como ocorrem e, consequentemente, permitem apontar possíveis potencialidades e fragilidades existentes(1-2). Reconhecer esse perfil extrapola a caracterização, tendo em vista que pode contribuir para o planejamento e desenvolvimento de estratégias como respostas mais direcionadas e resolutivas com foco nos desafios que ora se apresentem.

Tratando-se dos enfermeiros docentes da Educação Profissional Técnica de Nível Médio (EPTNM) em enfermagem, conhecer esse perfil é fundamental, já que estão envolvidos com a formação de profissionais que representam um contingente expressivo de trabalhadores e que possuem atribuições fundamentais no cuidado em enfermagem e saúde. Em números, dentre os profissionais que compõem a equipe de enfermagem, a força de trabalho do técnico de nível médio corresponde a aproximadamente 57%, ou seja, equivale a cerca de um milhão e trezentos mil trabalhadores(3).

No contexto das Escolas Técnicas do Sistema Único de Saúde (ETSUS), instituições que assumem lugar significativo na formação para o Sistema Único de Saúde (SUS), por pautarem seus processos educativos nas diretrizes deste sistema, a formação e a atuação profissional do enfermeiro docente ocupam espaço de maior relevância, frente ao compromisso dessas escolas com uma formação crítica, cidadã e que responda às necessidades de saúde da população(4-5). Então, analisar o seu perfil formativo-profissional se faz imprescindível, porquanto, além de levantar informações sobre quem são e acerca dos caminhos percorridos até se tornarem professores na educação profissional em enfermagem, tais informações subsidiam a (re)formulação de políticas e práticas voltadas à formação docente concatenadas com a complexidade e particularidades inerentes ao próprio ensino.

Ademais, verifica-se lacuna de estudos que abordam esse objeto, aspecto comprovado por meio de busca na Biblioteca Virtual em Saúde em abril de 2021, utilizando os descritores “docentes de enfermagem” AND “educação técnica em enfermagem”, a qual identificou 43 publicações, sendo que nenhuma tratava do objeto em foco.

Por fim, é sabido que muitos enfermeiros adentram o magistério sem a formação necessária para esse trabalho(6-7). Convém ressaltar que o ensino é profissão e, portanto, apresenta especificidades que demandam a aquisição de saberes diversos, logo, formação direcionada para o seu exercício(8-9). Em sustentação, Shulman(8), em seu referencial teórico do Conhecimento Base para o Ensino, descreve, pelo menos, sete categorias de conhecimentos necessários ao professor para o exercício da docência: pedagógico geral, do conteúdo, dos alunos, do currículo, pedagógico do conteúdo, dos contextos educacionais e dos fins, propósitos e valores da educação.

OBJETIVO

Descrever o perfil formativo-profissional dos enfermeiros docentes do curso técnico em enfermagem das Escolas Técnicas do Sistema Único de Saúde.

MÉTODOS

Aspectos éticos

O estudo observou os princípios éticos e científicos para pesquisa com seres humanos especificados nas Resoluções 466/2012 e 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde e foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Salienta-se que todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Desenho e período do estudo

Estudo quantitativo, do tipo descritivo, desenvolvido em cinco Escolas Técnicas do Sistema Único de Saúde de três regiões brasileiras, entre janeiro e outubro de 2019.

Local do estudo

As ETSUS participantes do estudo se localizam no Acre, Amazonas, Ceará, Paraná e Santa Catarina, sendo uma em cada estado. O Brasil conta com 41 ETSUS presentes em todos os estados, das quais 05 possuíam turmas em andamento do curso em foco, característica considerada como critério de inclusão da escola na pesquisa. Ressalta-se que o contato com cada uma das 41 escolas foi feito previamente à coleta dos dados, o qual se iniciou em janeiro de 2019 mediante contato telefônico. Posteriormente, foram enviadas, por e-mail, para as ETSUS que atenderam ao critério de inclusão estabelecido, uma carta de apresentação, Declaração de Autorização da Instituição Coparticipante e uma cópia do projeto de investigação na íntegra.

População do estudo e critérios de inclusão e exclusão

Participaram do estudo 61 enfermeiros docentes de cursos técnicos em enfermagem de cinco ETSUS de três regiões geográficas do Brasil, que possuíam turmas em andamento no período da coleta dos dados. Constituíram critérios de inclusão: ser graduado em enfermagem e ter sido professor, estar lecionando ou programado para atuar como docente na turma em andamento do curso técnico em enfermagem. Enquanto critérios de exclusão: estar de licença, férias ou afastado do trabalho no momento da coleta de dados.

O contato e o convite aos participantes aconteceram em setembro de 2019 através de e-mail ou aplicativo de troca de mensagens, com apoio das secretarias escolares que forneceram lista contendo nome, formação e contato de e-mail e/ou telefônico de todos os docentes. A partir do levantamento censitário, do total de 73 professores, 66 eram enfermeiros, para os quais foi feito convite para participação no estudo. Assim, considerando os critérios de inclusão e exclusão acima mencionados, o estudo se estruturou com um n=61, obtendo aceite de 92,4% do total de enfermeiros docentes.

Coleta e organização dos dados

A coleta dos dados ocorreu em outubro de 2019, a partir de questionário online composto por 21 questões abertas e fechadas, organizadas em 4 seções: seção 1, caracterização dos participantes - idade, sexo e tipo de vínculo institucional; seção 2, perfil formativo - tipo e ano de conclusão da graduação em enfermagem e outras formações em nível técnico, superior ou pós-graduação; seção 3, perfil profissional de atuação no ensino - ano, motivação de ingresso e tempo de atuação na docência, experiências no ensino de enfermagem e participação em curso de formação docente; e seção 4, perfil profissional de atuação na assistência - ano de ingresso, tempo e local de atuação na assistência.

O link do questionário, criado no Google (®) Forms, foi disponilizado por e-mail ou aplicativo de troca de mensagens, conforme escolha do participante. Os dados foram reunidos automaticamente a cada resposta, em planilha no Microsoft (®) Excel, permitindo sua visualização ampla e detalhada.

Análise dos resultados

Para o tratamento e análise, utilizou-se a análise descritiva, que possibilita resumir, sumarizar, comparar e explorar o comportamento dos dados, representando-os através de gráficos, tabela apresentada em números absolutos e índices percentuais, porcentagens, mediana e média(10).

RESULTADOS

Os resultados, descritos abaixo, apresentam a caracterização dos participantes, e os demais estão dispostos em duas seções nomeadas “Perfil formativo dos enfermeiros docentes do nível técnico” e “Perfil profissional dos enfermeiros docentes do nível técnico”, esta última subdividida em duas dimensões intituladas “Atuação na docência” e “Atuação na assistência”.

Os enfermeiros docentes (n=61) possuíam idade média de 38 anos, 81,9% (50) eram do sexo feminino e 93,4% (57) tinham vínculo institucional temporário (Tabela 1).

Tabela 1
Caracterização dos enfermeiros docentes quanto à idade, sexo e vínculo institucional (n=61), Salvador, Bahia, Brasil, 2019

Perfil formativo dos enfermeiros docentes do nível técnico

O perfil formativo dos enfermeiros docentes considerou as seguintes características: tipologia do curso e tempo de conclusão da graduação em enfermagem, formação em outra graduação e/ou curso profissionalizante e em pós-graduação.

Com relação à tipologia da graduação em enfermagem, 64% (39) dos participantes haviam cursado, exclusivamente, bacharelado em enfermagem e 36% (22) concluíram também licenciatura em enfermagem. Ao considerar o tempo de conclusão da graduação, por sua vez, houve variação entre 2 e 37 anos, com mediana igual a 10 anos.

Concernente a outras formações em curso profissionalizante ou em nível de graduação, 44,3% (27) dos participantes afirmaram possuir. Desses, 66,6% (18) tinham concluído algum curso técnico, com destaque para o técnico em enfermagem, que perfez 77,8% (14), e um, que havia terminado o curso de auxiliar em enfermagem. Relativo à outra graduação, além da enfermagem, 29,6% (8) referiram ter se formado em outro curso de nível superior: ciências biológicas (n=2, 25%), direito (n=1, 12,5%), gestão pública (n=1, 12,5%), história (n=1, 12,5%), medicina veterinária (n=1, 12,5%) e pedagogia (n=2, 25%). Chama atenção o fato de que apenas um era na área da saúde. Ademais, 11,1% (3) tinham, ao mesmo tempo, formação tanto em curso profissionalizante quanto em nível superior, além da própria graduação em enfermagem.

Por conseguinte, atinente à pós-graduação, 91,8% (56) dos enfermeiros docentes eram pós-graduados, conforme expresso na Figura 1.

Ainda relacionado aos dados concernentes aos enfermeiros pós-graduados, segundo a Figura 1, 82,1% (46) eram especialistas, 16,1% (9) tinham mestrado e 1,8% (1) haviam concluído o doutorado. No tocante à área da especialização, 80% (37) dos cursos eram na área da saúde ou enfermagem, e 20% (9), em educação e/ou docência.

Figura 1
Quantitativo de enfermeiros docentes com pós-graduação conforme tipologia, Salvador, Bahia, Brasil, 2019

Perfil profissional dos enfermeiros docentes do nível técnico

O perfil profissional dos enfermeiros docentes se subdividiu em duas dimensões: Atuação na docência; Atuação na assistência.

Atuação na docência

A caracterização do perfil profissional dos enfermeiros docentes, tendo em vista a atuação na docência, considerou o tempo de início na docência após a conclusão da graduação em enfermagem, motivação para o ingresso na docência, tempo de atuação na docência, experiências no ensino de enfermagem e formação para a docência, os quais se encontram detalhados a seguir.

O tempo médio de início na docência após a conclusão da graduação em enfermagem foi de 3 anos, conforme linha de tendência do gráfico abaixo, sendo que 63,9% (39) dos enfermeiros ingressaram no ensino em até 2 anos de graduados (Figura 2).

Figura 2
Distribuição dos enfermeiros docentes segundo tempo de início na docência após a conclusão da graduação em enfermagem, Salvador, Bahia, Brasil, 2019

Quando questionados sobre as motivações que os levaram a ingressar na docência, as respostas dos enfermeiros docentes foram variadas, com ênfase para afinidade com o magistério (n=22, 36,1%), possibilidade de contribuir com a formação de futuros profissionais (n=16, 26,2%) e de manter seu conhecimento em saúde e enfermagem sempre atualizado (n=13, 21,3%). Cabe destacar que, embora pouco referida, a motivação financeira também foi mencionada (n=5, 8,2%).

Entre os participantes, 55,7% (34) eram professores novatos, cujo tempo de atuação na docência foi inferior a 5 anos, 34,4% (21) eram docentes intermediários, uma vez que tinham entre 6 e 14 anos no ensino, e 9,8% (6) eram professores experimentados, pois já atuavam em sala de aula a mais de 15 anos.

Sobre as suas experiências no ensino de enfermagem, 57,3% (35) já ensinaram em outros cursos, além do técnico, dos quais 82,8% (29) já tiveram vivência docente na graduação, 45,7% (16), na pós-graduação e dois, em cursos de aperfeiçoamento. Em virtude do quantitativo descrito, chama-se atenção que essas experiências não foram excludentes, de modo que um mesmo participante pode ter ensinado na graduação, pós-graduação e em outros cursos.

Relativo à formação para a docência, 95,1% (58) dos participantes a consideraram necessária para a atuação como professor. Quando indagados se possuíam algum tipo de qualificação docente, 44,2% (27) responderam que não (Figura 3).

Figura 3
Respostas dos enfermeiros docentes às questões sobre a formação para a docência, Salvador, Bahia, Brasil, 2019

Atuação na assistência

A caracterização do perfil profissional dos enfermeiros docentes levando em consideração a atuação na assistência se baseou nas seguintes características: ano de ingresso, tempo e local de atuação na assistência.

Entre os participantes, 91,8% (56) já atuaram na assistência, cujo tempo médio de ingresso na prática assistencial após a conclusão da graduação foi de 1 ano, e de atuação, 8 anos.

Quanto ao local de atuação na assistência, 78,8% (44) já atuaram na rede hospitalar, 44,6% (25) já trabalharam na rede básica, 32,1% (18) já foram preceptores, 28,5% (16) já assistiram em serviço especializado, um já prestou cuidado em domicílio, um já atuou em serviço pré-hospitalar e um não informou onde trabalhou. Pelo cenário apresentado, salienta-se que 49,2% (30) dos enfermeiros trabalharam em mais de um local.

DISCUSSÃO

Considerando o perfil formativo dos participantes, os resultados evidenciaram que a minoria dos enfermeiros docentes era licenciada (n=22, 36%). É conhecido que a oferta do bacharelado em enfermagem é expressivamente predominante quando comparada a da licenciatura. Em levantamento realizado em agosto de 2019, identificou-se que a formação em licenciatura perfaz apenas 1% (12) do total (1168) de cursos de graduação em enfermagem no contexto do ensino superior brasileiro(11).

A observação acerca dessa realidade permite deduzir que há (ou sempre haverá) uma certa continuidade da atuação de bacharéis como docentes, o que aponta para a fragilidade do reconhecimento da docência como profissão que requisita formação específica por possuir particularidades e demandas próprias. A Teoria de Conhecimentos Base para o Ensino de Lee Shulman repousa no entendimento de que ensino é profissão e, por isso, supera a ideia disseminada de que basta ter boa comunicação, conhecimento do conteúdo e aplicar em sala de aula os resultados de estudos sobre eficácia docente para ensinar(8,12).

Ademais, ao considerar que a licenciatura em enfermagem foi estabelecida como requisito para a atuação do enfermeiro na docência na educação profissional técnica de nível médio, por associar a formação de enfermeiro generalista com a formação docente(13-14), esse cenário ganha ainda mais relevância, já que a maior parte dos participantes do presente estudo (n=39, 64%) não possui a formação inicial, idealmente concebida, para o magistério.

Não se pode perder de vista, também, que a situação em foco envolve a formação do trabalhador de nível médio em enfermagem, o qual ocupa lugar significativo na atenção à saúde(5). Esse profissional totaliza, aproximadamente, 57% da força de trabalho da enfermagem, e suas atribuições são essenciais para o cuidado(3). Tal evidência agrega ainda mais significação ao percurso formativo e à atuação do enfermeiro docente, por estar implicado com a formação desse trabalhador.

Ainda, na caracterização do perfil formativo dos enfermeiros docentes, o tempo de conclusão da graduação variou entre 2 e 37 anos, com mediana igual a 10 anos, tempo de atuação profissional relativamente considerável. Interessante pontuar que, muitas vezes, a experiência e o conhecimento provenientes desta atuação podem gerar a ideia equivocada de que um experiente enfermeiro necessariamente é/será um bom professor de enfermagem. Retoma-se, aqui, Shulman(8), ao afirmar que, além do conhecimento do conteúdo específico de cada área de atuação e no caso da enfermagem, aprimorado com a prática e experiência assistencial, há, pelo menos, outras seis categorias de conhecimentos subjacentes à atuação do professor, conforme citado anteriormente. Logo, a expertise na enfermagem é basilar, porém insuficiente para a prática educativa do enfermeiro.

A ideia de que basta experiência profissional para ser um bom docente pode dificultar a busca por formação para a docência por parte do próprio enfermeiro, por ancorar seu saber/fazer docente apenas nos conhecimentos teórico-práticos da sua área. No estudo em foco, por exemplo, constata-se que a maioria é especialista (n=46, 82,1%), contudo se destaca a inexpressividade de enfermeiros docentes especialistas na área de educação e/ou docência (n=9; 20%), em detrimento ao grande número de especialistas em áreas gerais da assistência em enfermagem e saúde (n=37; 80%). De fato, a trajetória formativa do enfermeiro, sobretudo do bacharel, em nível de pós-graduação, sempre esteve atrelada ao aprimoramento de saberes inerentes à sua área de atuação profissional(15). Dessa forma, mesmo que estejam inseridos na docência, percebe-se uma tímida procura dos enfermeiros por cursos de formação que os qualifiquem para o trabalho docente.

Nesse contexto, Shulman(8) também traz que a pós-graduação em determinada área ou disciplina e, nesse caso em enfermagem, apresenta-se como uma das fontes da base de conhecimento para ensinar, reconhecendo seu valor, por corresponder a uma possibilidade de formação acadêmica que amplia e aprofunda o conhecimento, importantes para a prática do professor. Entretanto, por si só, não fornece em suficiência os saberes que alicerçam e são indispensáveis para a docência, de maneira que se evidencia a necessidade de extrapolar os limites da disciplinaridade e buscar outros conhecimentos também fundamentais no itinerário formativo e para a atuação docente.

Os dados expressam um elevado número de enfermeiros (n=27; 44,3%) que possuem outras formações, seja em nível de graduação ou curso profissional. Desses, a maioria (n=18; 66,6%) havia concluído algum curso profissionalizante; entre esses, o curso técnico em enfermagem teve destaque (n=14; 77,8%). A profissionalização técnica em enfermagem prévia à graduação pode apontar para a necessidade mais imediata de inserção no mundo do trabalho, dado que o setor saúde é um importante empregador e o técnico em enfermagem, em particular, representa o maior contingente de trabalhadores deste campo. Além disso, a procura pela graduação pode sinalizar a busca pela ampliação de conhecimento e qualificação profissional, bem como por certa ascensão social(16). De qualquer modo, ter feito o curso técnico em enfermagem e ter dado continuidade aos estudos, formando-se enfermeiro, pode remeter à educação como elemento determinante para melhor inserção e crescimento profissional e revelar manutenção de interesse pela área da enfermagem, oportunizando importante conhecimento da prática.

É oportuno frisar que, embora a menção à outra formação em nível superior (n=8, 29,6%) não tenha sido tão significativa quanto em curso profissionalizante, o resultado é interessante na medida em que apenas um dos participantes se graduou também na área da saúde. A característica de o enfermeiro possuir outra graduação e ainda externa à área da saúde não é novidade, apesar de não ser tão comum. Em estudo realizado com o objetivo de traçar o perfil da enfermagem no Brasil, desenvolvida em 2013, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz e o Conselho Federal de Enfermagem, foi evidenciado que uma parte dos enfermeiros pesquisados, ainda que pequena, informou ter concluído ou estar cursando outra graduação, sendo que o curso de direito ocupou o primeiro lugar na preferência dos participantes(1), o qual aparece, neste estudo, sem predomínio (n=1, 12,5%).

Algumas razões podem ser cogitadas, como, no caso de a graduação em enfermagem ter sido a primeira formação, a procura por uma segunda graduação pode ser por efeito da insatisfação do enfermeiro pelo seu trabalho, e na situação em que a graduação em enfermagem foi a segunda formação, a busca por essa pode estar relacionada à ideia de maiores chances de empregabilidade neste campo, por sua hegemonia numérica na equipe de saúde(1,16). Seja por uma ou outra razão, em boa medida, os enfermeiros têm apresentado dupla formação superior.

Concernente ao perfil profissional dos participantes e, em específico, à atuação na docência, foi constatado que a inserção dos enfermeiros no magistério ocorreu, em média, 3 anos após a conclusão da graduação e a maioria (n=39, 63,9%) ingressou no ensino em até 2 anos de formado. Por certo, a carreira docente se coloca como uma possibilidade de atuação profissional do enfermeiro, o qual tem se aproximado deste universo de modo cada vez mais frequente e um tanto precoce(17-18). Tal aproximação acontece, em muitos casos, sem a formação necessária para a docência, de forma que, para ensinar, o enfermeiro acaba laçando mão, exclusivamente, do seu conhecimento teórico-prático adquirido à época da graduação e a partir de vivência profissional(6-7).

Diante disso, é oportuno refletir sobre o quanto a atuação docente do enfermeiro professor pode estar comprometida e fragilizada, em razão da ausência de formação específica para a docência e do reduzido tempo de experiência assistencial. Retoma-se a defesa do ensino enquanto profissão que requisita a aquisição de conhecimentos que excedem os limites da especificidade, demandando uma formação específica que dê conta da complexidade que reside no exercício docente(8-9). Ademais, a vivência profissional na enfermagem incorpora sentido e conhecimento prático e experiencial ao saber do enfermeiro, importante para o ensino, acrescentando valor real e experimentado ao seu trabalho docente. O atuar na formação de futuros profissionais de saúde, portanto, requer competências para que o processo ensino-aprendizagem seja efetivo.

No que se refere às motivações para inserção na docência, as respostas dos participantes se concentraram na afinidade com o magistério (n=22, 36,1%), possibilidade de colaborar com a formação de futuros profissionais (n=16, 26,2%) e na oportunidade de manter seu conhecimento em enfermagem sempre atualizado (n=13, 21,3%). Em primeira análise, a identificação com a docência, normalmente, não é o motivo que leva os enfermeiros a se tornarem professores, uma vez que a docência vem como uma opção secundária desatrelada da escolha por predileção ao ensino(19). Logo, o resultado apresentado neste estudo é bastante positivo, por colocar o ensino em enfermagem em lugar central de preferência e não em um lugar periférico.

Em segundo lugar, os fatores motivadores mencionados que fazem referência à contribuição com a formação do outro e de si apontam para o entendimento da responsabilidade do magistério e do próprio processo de ensino-aprendizagem. Partindo dessa compreensão, o enfermeiro professor necessita pautar sua prática educativa no compromisso social, ético e com o SUS, desenvolvendo seu trabalho com qualidade(17). Ganha, destaque, mais uma vez, as exigências inerentes ao ato de ensinar e, por consequência, a necessidade de formação para este trabalho.

Ainda nesse assunto, o aspecto financeiro, apesar de timidamente referido (n=5, 8,2%), também foi citado como fator motivador para a entrada no magistério. Não é novidade que o rendimento salarial do enfermeiro, muitas vezes, é incompatível com a quantidade e importância das suas atribuições, de tal maneira que enxerga no ensino uma possibilidade de complementação da renda(20-21). Por esse motivo, a entrada na docência se dá muito mais por uma questão de necessidade e sem a formação necessária, o que acaba por comprometer o próprio desenvolvimento das atividades docentes.

Quanto ao tempo de atuação na docência, a maior parte dos enfermeiros (n=34, 55,7%) era professor novato, ou seja, tinha 5 anos ou menos de experiência no ensino. Fazendo um paralelo com o resultado exposto acima, que evidenciou que a maioria ingressou no magistério em até 2 anos de formado, tem-se um cenário que sinaliza para enfermeiros recém-formados atuando como professores há pouco tempo. De fato, a docência na EPTNM em enfermagem tem sido, comumente, exercida por recém-enfermeiros que também são recém-professores(7), cujo vínculo institucional é comumente temporário, conforme constatado neste estudo (n=57, 93,4%). Tal realidade, em que tudo é muito recente, frágil, cheio de descobertas e desafios, acena para a relevância da discussão sobre a indispensabilidade da formação docente do enfermeiro professor, e, ainda, da educação técnica em enfermagem, haja vista que sua atuação no magistério é quase sempre desprovida de preparo prévio, como também sua responsabilidade em formar o trabalhador técnico.

Assim, faz-se necessário e premente investir na formação de professores a partir da (re)elaboração de políticas governamentais e institucionais consistentes e contínuas. O cenário é de desnaturalização e desconstrução da ideia de que basta ser enfermeiro para ser professor, o que demanda enfrentamento e fomento através da criação e fortalecimento de espaços de discussão sobre esse tema, do investimento em pesquisas acerca desse objeto e da implantação e desenvolvimento de cursos de formação inicial e continuada para a docência. Também, é preciso que haja compromisso do próprio enfermeiro com sua qualificação, tendo em vista o magistério, a fim de profissionalizar e qualificar sua prática docente.

Sobre outras experiências no ensino da enfermagem, a maioria (n=29, 82,8%) foi docente na graduação, além do contexto da educação profissional técnica. É recomendado, para lecionar no ensino superior, a formação em pós-graduação stricto sensu em cursos de mestrado ou doutorado(22-23), tendo em vista que esta é a exigência legal, sem focar aqui na discussão de que há uma certa priorização nesses cursos para a pesquisa em detrimento da docência. Ao olhar para os resultados em foco, os quais evidenciaram que uma pequena parcela dos enfermeiros era mestre ou doutor (n=10, 17,9%), constata-se que, também, no nível superior, assim como na modalidade técnica, o ingresso e a atuação do enfermeiro enquanto professor têm se dado sem a formação direcionada para o exercício desta profissão.

A necessidade dessa formação foi percebida pelos próprios participantes, dado que, quando questionados se a consideravam necessária, a maioria (n=58, 95,1%) respondeu sim. Em contrapartida, quase metade (n=27, 44,2%) não tinha nenhum tipo de qualificação, tendo em vista a prática educativa. Atentar para essa constatação é, no mínimo, intrigante, uma vez que o reconhecimento da necessidade de formação para a docência não caminhou junto com a busca pela mesma. Procurar explicações para isto seria desafiador, porém é inevitável pensar que o ensino pode estar sendo trivializado, suas complexidades, desconsideradas, e demandas, minimizadas.

Ainda relacionado ao perfil profissional, a maior parte dos enfermeiros docentes (n=56, 91,8%) já tinha trabalhado na assistência, cujo tempo médio de ingresso na prática assistencial se deu em até 1 ano de formado e o de atuação na assistência foi de 8 anos. A enfermagem é uma profissão orientada para a prática do cuidado, cujo cerne reside no cuidado com vistas à saúde e bem-estar(24). Assim, a vivência experiencial assume lugar significativo no cuidado em enfermagem, por agregar valor prático e sustentação ao conhecimento teórico, conforme discutido acima.

Ademais, tal experiência assistencial, ao oportunizar aproximação e apropriação da realidade do trabalho na enfermagem, adiciona à pratica educativa do enfermeiro professor um senso de realidade, de forma que o compartilhamento e a construção do conhecimento para e na formação profissional se tornam mais concretos e tangíveis.

Quanto ao local de atuação na assistência, as redes hospitalar e básica foram os principais lugares citados pelos participantes, (n=44, 78,8%) e (n=25, 44,6%), respectivamente. É sabido que o enfermeiro desenvolve suas atividades, predominantemente, em hospitais, e a rede básica concentra o segundo maior quantitativo desses profissionais(25). Aqui, portanto, há uma manutenção desse perfil de empregabilidade na enfermagem, o que direciona a atenção para a relevância do trabalho do enfermeiro, dado que os atendimentos à saúde da população acontecem, principalmente, nesses tipos de atendimentos. Ainda, não somente do trabalho do enfermeiro, como do próprio técnico em enfermagem, pois esses serviços concentram também o maior contingente deste trabalhador.

Limitações do estudo

A limitação do estudo se apresenta pelo fato de ser descritivo, de modo que não foi possível fazer uma associação de variáveis com análises mais robustas ou correlação entre os dados apresentados, por exemplo, entre a região em que a escola se situa e o perfil dos docentes.

Contribuições para a área da enfermagem

O perfil formativo-profissional do enfermeiro professor sinaliza para a importância da discussão acerca da qualificação que vise ao exercício do magistério. A responsabilidade, a complexidade e os desafios de ensinar, sobretudo na enfermagem no âmbito da educação profissional, colocam a formação para a docência como uma necessidade urgente, tendo em vista a qualidade da formação técnica e do cuidado em enfermagem e saúde.

CONCLUSÕES

O perfil formativo do enfermeiro professor do nível técnico evidenciou que a minoria era licenciada e a maior parte das pós-graduações do tipo lato sensu com área de concentração em enfermagem ou saúde. O perfil profissional, por sua vez, focado na atuação na docência demonstrou, principalmente, que a maioria dos participantes ingressou no ensino em até dois anos de graduado, muitos por afinidade com o magistério, e apesar da maior parte considerar necessária a formação para a docência, quase metade não tinha nenhum tipo de qualificação para este trabalho. Quanto ao perfil profissional com foco na assistência, percebeu-se que o tempo médio de atuação na assistência foi de 8 anos, cujo trabalho concentrou-se na rede hospitalar.

Estes perfis sinalizam para uma atuação do enfermeiro na docência em enfermagem na educação profissional sem a formação específica para o exercício docente. Nesta perspectiva, fica manifesto a relevância desta temática, porquanto está em pauta a formação de trabalhadores em nível técnico que possuem atribuições vitais no cuidado em saúde e para a consolidação do SUS enquanto política pública.

Deste modo, sublinha-se a responsabilidade e necessidade dos enfermeiros e das instituições formadoras, ao contratarem professores, realizarem permanente investimento na formação docente continuada. O ensino é uma atividade que possui particularidades, para a qual necessita-se empreender conhecimento e habilidades próprios, logo, deve ser encarado como uma profissão que requisita uma qualificação prévia.

Tal investimento oportunizará ao enfermeiro professor um exercício docente alicerçado no profissionalismo que este trabalho requer e, consequentemente, possibilitará uma atuação qualificada que contribuirá com a consolidação e reconhecimento da enfermagem e ascensão da qualidade do cuidado. Neste sentido, faz-se urgente (re)pensar e (re)construir políticas, precisas e sem omissões no tocante à formação de professores, dada a importância do processo formativo tanto em nível técnico quanto superior em enfermagem e saúde.

  • FOMENTO O estudo foi financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia.

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Editado por

  • EDITOR CHEFE: Antonio José de Almeida Filho
  • EDITOR ASSOCIADO: Maria Itayra Padilha

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    01 Out 2021
  • Data do Fascículo
    2022

Histórico

  • Recebido
    11 Nov 2020
  • Aceito
    17 Maio 2021
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