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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENFERMAGEM RECOMENDAÇÕES DO XXV CONGRESSO BRASILEIRO DE ENFERMAGEM O XXV CONGRESSO BRASILEIRO DE ENFERMAGEM

CONSIDERANDO

1 - que a aprendizagem se verifica principalmente com a aplicação prática dos conhecimentos teóricos e que isto só é possível quando os campos de prática oferecem ao aluno experiências adequadas:

2a - que as Escolas de Enfermagem encontram dificuldade em selecionar enfermeiras para a docência;

b - que nesta seleção devem ser consideradas, além da competência profissional, as qualidades que completam a imagem da professôra;

c - que a Monitoria é um meio de a Escola conhecer melhor o aluno e poder orientá-lo no aproveitamento de sua potencialidade para o ensino e no deesnvolvimento de atitudes para o papel de docente.

3a - que a complementação de Enfermagem Obstétrica ou Obstetrícia e o curso de Enfermagem de Saúde Pública referidos no Parecer n.° 303/63, do Conselho Federal de Educação, era de um ano;

b - que o Parecer 163/72 do mesmo Conselho determina seja de 3 a 5 anos a duração do curso que leva à formação do Enfermeiro e de 4 a 6 anos a do curso com uma habilitação, o que implica no acréscimo de um ano para a habilitação;

c - que em outros países, a formação da Obstetriz, a partir da Enfermeira é de um ano no mínimo:

4 - que a associação de clas-desempenha papel relevante no desenvolvimento profissional e que não há conhecimento generalizado entre os enfermeiros da diferença de objetivos entre Associação de Classe, Sindicato e Conselho:

5 - que somente um terço dos enfermeiros existentes no País são membros efetivos da Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn):

6 - que há necessidade de maior divulgação da ABEn entre os alunos de enfermagem para que estes, ao graduar-se, se interessem por participar de sua associação de classe:

7 - que a Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados apresentou substitutivo ao Projeto de Lei n.° 2.334/1970 que atende aos interesses do público brasileiro, pois, impõe ao Enfermeiro a responsabilidade de planejar os cuidados de enfermagem e regulamenta o exercício do Técnico de Enfermagem:

8 - que há necessidades de simplificação e uniformização da terminologia referente a planos de cuidados de enfermagem:

9 - que a sociedade brasileira ainda desconhece a imagem da enfermeira e o papel que lhe cabe na equipe de saúde:

10a - que o aluno, da escola, aprende como deve atuar em “situações-modelo”, mas nos campos de prática encontra “situações de fato”, muito diferentes;

b - que este fato causa confusão e até conflitos no espírito do aluno, o que prejudica a aprendizagem quanto ao papel e às funções específicas do enfermeiro;

c - que a consecução dos objetivos operacionais do Curso de Graduação em Enfermagem e Obstetrícia, por parte do aluno, depende das experiências favoráveis à aprendizagem que lhes são oferecidas:

11a - que o desenvolvimento do programa das disciplinas de enfermagem não prescinde da fixação de objetivos operacionais e da sua avaliação;

b - que todas as pessoas envolvidas na assistência ao paciente contribuem para a consecução destes objetivos

c - que há diversidade de opinião entre docentes e enfermeiros de campo quanto às prioridades das atribuições específicas do enfermeiro.

12 - que nem sempre coincidem as opiniões de docentes e de enfermeiros de campo sobre o que é mais importante para o aluno conhecer e praticar após a graduação:

13 - que a imagem da enfermeira sofre distorções nos meios universitários, com repercussões negativas para a enfermagem, na opção dos candidatos a concurso vestibular:

14a - que o Serviço de Enfermagem dos hospitais assiste o paciente 24 horas por dia, 365 dias por ano;

b - que, durante a longa permanência no serviço a enfermeira vive situações-problema decorrentes de inadequação de planta física, equipamento, material e insuficiência de recursos humanos e que este fato a torna grande conhecedora das necessidades do hospital:

15 - que a lotação em quadro de carreira estruturada oferece estímulo ao progresso profissional:

16 - que as enfermeiras das Coordenadorias trabalham isoladamente e que há multiplicidade de certos recursos e carência de outros:

17 - que as Secretarias de Saúde necessitam de pessoal de enfermagem devidamente preparado e que esse preparo pode ser feitos pelas Escolas e Cursos Técnicos e de Auxiliar de Enfermagem:

RECOMENDA:

Às Escolas de Enfermagem

1 - que procurem entrosar-se com os serviços de enfermagem a fim de que enfermeiras docentes e enfermeiras de campo conjuguem esforços visando aplicação, no campo pelo aluno dos conhecimentos científicos adquiridos na Escola.

2 - que se utilizem do sistema de monitoria para selecionar alunos que, quando graduados, se dediquem ao magistério.

3 - que o ciclo de habilitação profisisonal do Curso de Graduação em Enfermagem e Obstetrícia tenha a duração mínima de dois semestres letivos.

4 - que incluam no currículo assuntos e atividades progmática relativas a Sindicatos, Conselhos e propósitos, estrutura, política de trabalho e realizações da Associação Brasileira de Enfermagem.

À Associação Brasileira de Enfermagem

5 - que promova estudos visando a descoberta das causas reais do desinteresse dos enfermeiros por sua associação de classe.

6 - que estude um meio legal de incluir em seu quadro social os alunos do último ano do Curso de Graduação em Enfermagem e Obstetrícia.

7 - que apoie o substitutivo da Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados a o Projeto de Lei n.º 2.334/1970.

8 - que indique Comissão Especial para estudar diretrizes sobre a elaboração de planos de cuidado de enfermagem, sua terminologia específica e a sistemática de sua execução.

À Associação Brasileira de Enfermagem e suas Seções Estaduais

9a - que se associem aos esforços governamentais e lhes ofereçam assessoramento para modificar de maneira positiva, a imagem da enfermeira no conceito da sociedade brasileira;

Ao Ministério de Saúde e Secretarias de Saúde dos Estados

9b - que utilizem as oportunidades de campanhas comunitárias, tais como as de vacinação, para dar destaque ao papel da enfermeira na equipe respectiva.

À Direção das Escolas e dos Serviços de Enfermagem

10 - que conjuguem esforços junto à direção administrativa e médica dos campos de prática, para que mantenham pelo menos uma das unidades de internação onde enfermeiros e docentes possam prestar boa assistência de enfermagem aos pacientes, a fim de que o aluno tenha pelo menos uma “situação modelo” durante o curso.

Às docentes de Enfermagem

11a - que os programas de ensino sejam avaliados e revistos periodicamente, ouvidos todos os grupos envolvidos na formação do aluno, com vistas a estabelecer prioridades nos comportamentos terminais dos graduados

Às Enfermeiras de Hospitais e de Saúde Pública

11b - que, antes de receber alunos de graduação em Enfermagem para prática elaborem, juntamente com as docentes das escolas de enfermagem, os objetivos principais da experiência prática.

À Docente de Enfermagem e Enfermeiros de Campo

12 - que, em conjunto, realizem pesquisas no sentido de estabelecer escala de prioridades do que o enfermeiro deve saber e praticar, tendo em vista a eficiência dos serviços de enfermagem e consequentemente a eficácia de assistência ao paciente.

Às Universidades

13 - que incluam pelo menos uma enfermeira na Comissão de Vestibular unificado e obtenham assessoria de enfermeira nos Serviços de Orientação Vocacional, para divulgação da Enfermagem na área de Saúde e para orientação dos candidatos.

Às Secretarias de Saúde

14 - que incluam Enfermeiras em suas equipes de planejamento.

15 - que seja efetuada e estruturação do quadro de pessoal de enfermagem.

16 - que sejam integrados os recursos das Coordenadorias, visando o desenvolvimento de programas conjuntos e política comum de trabalho.

17 - que firmem convênios com Escolas de Técnicos e de Auxiliares de Enfermagem, de acordo com os quais a Secretaria proporcione auxílio financeiro àquelas entidades para prepararem Técnicos e Auxiliares de Enfermagem para seus serviços.

O XXV Congresso de Enfermagem Recomenda ores Paulo Tôrres

13- que sejam enviados aos Senad e Petrônio Portella Nunes, respectivamente Vice-Presidente e Líder do Govêrno no Senado, votos de pesar pela perda irreparável do Senador amigo Filinto Müller no recente desastre de avião em terras estrangeiras.

  • *
    Realizado em João Pessoa, PB, de 15 a 21 de julho de 1973.

Delegadas - número, procedência e participação nas Assembléias de Delegadas realizadas em João Pessoa

PROCEDÊNCIA E NÚMERO DE CONGRESSISTAS

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jul-Sep 1973
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