Violência autorreferida por estudantes de enfermagem no contexto da graduação

estudo quantitativo, transversal, desenvolvido com 208 estudantes de graduação em Enfermagem. Os dados foram obtidos mediante aplicação de questionário tipo survey e tratados por estatística descritiva e bivariada.

Resultados:

dos participantes, 69,2% (n = 144) já vivenciaram algum tipo de violência. Os atos violentos de natureza psicológica foram os mais frequentes, mas também houve relatos de violência física, sexual e de privação ou abandono. A violência foi praticada em ambiente de aprendizagem teórico e prático. Professores e colegas de classe foram os perpetradores mais frequentes. A maioria dos estudantes não teve reação, contou para amigos, familiares e colegas ou fingiu que nada aconteceu diante dos atos violentos.

Conclusões:

a violência está presente em diversos momentos na graduação em Enfermagem e pode impactar negativamente a qualidade da formação na área.

Descritores:
Violência; Aprendizagem; Enfermagem; Educação em Enfermagem; Estudantes

	n	%
Idade
19 anos ou menos	29	13,9
20 a 24 anos	136	65,4
25 a 29 anos	26	12,5
30 a 34 anos	10	4,8
35 anos ou mais	7	3,4
Grupo étnico
Branco	154	74,0
Não branco	52	25,1
Não respondeu	2	1,0
Gênero
Mulher cisgênero	185	88,9
Homem cisgênero	18	8,7
Queer ^* * Termo proveniente da língua inglesa, utilizado para designar pessoas que não se identificam com o modelo da heterossexualidade ou do binarismo de gênero.	1	0,5
Não respondeu	3	1,4
Outro	1	0,5
Orientação sexual
Heterossexual	167	80,3
Não heterossexual	38	18,3
Não respondeu	3	1,4
Semestre do curso
2° semestre	24	11,5
3° semestre	18	8,7
4° semestre	38	18,3
5° semestre	26	12,5
6° semestre	14	6,7
7° semestre	26	12,5
8° semestre	20	9,6
9° semestre	21	10,1
10° semestre	20	9,6
Não respondeu	1	0,5

	Física	Sexual	Psicológica	Privação/ Abandono	Total	%
Frequência
1 vez	6	2	30	12	50	25,1
2 a 5 vezes	4	2	73	28	107	53,8
6 a 10 vezes	0	0	13	6	19	9,5
Mais de 10 vezes	0	0	15	8	23	11,6
Total de respostas	10	4	131	54	199	100
Contexto onde sofreu a violência
Aulas teóricas	1	0	54	27	82	30,7
Aulas teórico-práticas	4	1	54	24	83	31,1
Estágios	6	3	48	22	79	29,6
Outro	1	0	19	3	23	8,6
Total de respostas	12	4	175	76	267	100,0
Autor da violência
Paciente e/ou familiar	0	2	6	0	8	2,9
Professor	8	1	116	50	175	64,6
Colega de classe	2	0	39	14	55	20,3
Profissional do serviço	1	1	22	6	30	11,1
Outro	0	0	1	2	3	1,1
Total de respostas	11	4	184	72	271	100,0

Variáveis		Total	Não agredido	Agredido	χ²	p
Variáveis		n	n (%)	n (%)	χ²	p
Etnia					0,4388	0,508
	Branca	154	49 (31,8)	105 (68,2)
	Não branca	52	14 (26,9)	38 (73,1)
Orientação sexual					0,1122	0,738
	Heterossexual	167	53 (31,7)	114 (68,3)
	Não heterossexual	38	11 (28,9)	27 (71,1)

	Física	Sexual	Psicológica	Privação/ Abandono	Total	%
Como reagiu?
Não teve reação	7	0	56	24	87	23,5
Pediu à pessoa para parar	2	1	17	5	25	6,8
Contou para amigos/familiares	3	1	56	16	76	20,5
Contou para um colega	3	0	53	23	79	21,4
Relatou para um professor	3	0	16	3	22	5,9
Tentou fingir que nada aconteceu	0	2	36	9	47	12,7
Tentou defender-se fisicamente	0	0	1	0	1	0,3
Buscou aconselhamento	0	1	17	4	22	5,9
Abriu processo	0	0	1	0	1	0,3
Outro	0	1	7	2	10	2,7
Total	18	6	260	86	370	100,0
Contou para alguém sobre o ocorrido?
Sim	9	4	117	40	170	85,4
Não	1	0	14	14	29	14,6
Total	10	4	131	54	199	100,0
Por que não contou sobre o ocorrido?
Não foi importante	2	0	2	1	5	11,1
Considerou que não seriam tomadas providências	0	0	10	10	20	44,4
Sentiu-se envergonhado	0	0	7	5	12	26,7
Ficou com medo	0	0	2	1	3	6,7
Sentiu-se culpado	0	0	2	1	3	6,7
Não sabia a quem relatar	0	0	2	0	2	4,4
Outro	0	0	0	0	0	0,0
Total	2	0	25	18	45	100,0

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[1] Autor Correspondente: André Lucas Maffissoni E-mail: andremaffissoni@hotmail.com