EDITORIAL
Ano Internacional da Enfermeira
Jussara Gue Martini
Editor Científico da REBEn e Diretora de Publicações e Comunicação Social da ABEn (2007-2010)
No ano de 2010, declarado o Ano Internacional da Enfermeira, em colaboração com outros cidadãos e organizações do mundo, as enfermeiras buscam demonstrar como intercedem e agem, globalmente, para a construção de um Mundo saudável, com o compromisso de levar saúde às famílias e comunidades, no âmbito local ou mundial.
Ao tempo em que as Enfermeiras assinam a "Declaração Nightingale para um Mundo Saudável" (para assinar a declaração acesse http://www.nightingaledeclaration.net/), apoiando a celebração mundial do Ano Internacional da Enfermeira e do Centenário de Florence Nightingale, no Brasil enfrentamos a resistência do legislativo Federal para aprovação da Lei das 30 horas semanais, tramitando há mais de uma década.
Os argumentos que a enfermagem brasileira tem utilizado para fundamentar a aprovação da Lei foram, mais uma vez, evidenciados em uma pesquisa desenvolvida no Laboratório de Educação em Ambiente e Saúde do Departamento de Biologia do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/FIOCRUZ), sob a orientação de Lúcia Rotenberg e William Waissmann, pela bióloga Luciana Fernandes Portela. Na dissertação de Mestrado em saúde pública "Morbidade referida em profissionais da enfermagem: relações com o horário de trabalho, jornada semanal e trabalho doméstico", envolvendo 280 profissionais de enfermagem de dois hospitais no município do Rio de Janeiro (entre eles 20 homens e 260 mulheres), foram considerados como fatores que interferem na saúde dos profissionais, a jornada de trabalho superior a 40 horas semanais e as interações entre o trabalho profissional e o doméstico, além das jornadas de trabalho noturno e alta carga de atividades.
Estudos como este nos mobilizam e reforçam nosso compromisso com a luta mundial das Enfermeiras em prol da saúde, também para a própria categoria.
A REBEn, em atenção aos seus objetivos apresenta, neste número, pesquisas, revisões e relatos de experiência que abordam conhecimentos nas áreas de saúde da mulher, educação, saúde da criança, saúde do adulto, entre outras. O estudo com mães portadoras de HIV/AIDS, procura discutir os dilemas e conflitos da gestação para estas mulheres; a saúde da mulher é abordada, ainda, através da análise crítica do sistema de informações sobre o pré-natal de um município paulista, da reflexão sobre as responsabilidades legais do Enfermeiro em obstetrícia e sob a ótica dos mitos e constatações científicas acerca da influência dos ciclos lunares no parto.
No campo da educação, o leitor encontrará informações sobre a análise da formação de mestres em enfermagem, em Santa Catarina, sob o olhar dos egressos, a integralidade do cuidado como competência educativa do Enfermeiro, a educação em saúde a partir dos círculos de cultura, a incorporação teórica e metodológica dos pressupostos de Paulo Freire na pesquisa e a avaliação nos estágios curriculares de administração em enfermagem, em uma perspectiva dialética.
A atenção à saúde da criança é examinada sob o ponto de vista da rede de apoio à família de crianças internadas em Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica e das tendências de mortalidade perinatal em Belo Horizonte. As representações sociais sobre o corpo de diabéticos, a prática de atividade física de adolescentes, a enfermeira de ligação como estratégia de integração em rede e os novos diagnósticos de Enfermagem em imagenologia, submetidos à NANDA Internacional, bem como, investigações em centro cirúrgico e central de material e esterilização, são outros temas abordados pelos autores dos artigos desta edição.
Reiterando o convite para que assinem a Declaração Nightingale para um Mundo Saudável, lhes desejamos uma boa leitura.
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
22 Jul 2010 -
Data do Fascículo
Jun 2010