Open-access Web Rádio: tecnologia de cuidado educativo de enfermagem abordando os dizeres de escolares sobre cyberbullying

RESUMO

Objetivos  compreender, a partir do universo vocabular dos(as) jovens escolares, os saberes e dizeres sobre cyberbullying via Web Rádio Associação de Jovens de Irajá.

Métodos:  pesquisa qualitativa. Utilizou-se perguntas-discursos dos escolares, feitas no mural de recados da web rádio e nas redes sociais da emissora, com participação de 35 estudantes. A análise foi fundamentada no Círculo de Cultura de Freire e Análise Temática.

Resultados:  emergiram as categorias: “Cyberbullying: leitura de mundo da juventude escolar”, que descreve universo vocabular das juventudes: redes sociais, bullying, internet, cyberbullying, violência, fakes e anonimato; e “O cyberbullying é uma brincadeira ou violência virtual?”, que aponta as consequências para a saúde, as alternativas terapêuticas de tratamento e leis punitivas.

Considerações Finais:  o cuidado educativo de enfermagem junto a escolares via web rádio trouxe contribuições sobre o cyberbullying, visto que as juventudes adotaram posturas reflexivas diante da problemática.

Descritores: Estudantes; Enfermagem; Tecnologia; Bullying; Cuidado

ABSTRACT

Objectives:  to understand, from the vocabulary universe of young students, the knowledge and statements on cyberbullying via Web Radio Associação de Jovens de Irajá.

Methods:  a qualitative research. Students’ speech questions were used on the web radio’s message board and on the station’s social networks; 35 students participated. The analysis was based on Paulo Freire’s Culture Circle and Thematic Analysis.

Results:  the following categories emerged: “Cyberbullying: Reading the World Youth School”, which describes the vocabulary universe of youths: social networks, bullying, internet, cyberbullying, violence, fakes and anonymity; and “Is Cyberbullying a Joke or Virtual Violence?”, which points to the health consequences, therapeutic alternatives of treatment and punitive laws.

Final Considerations:  nursing educational care with schoolchildren via web radio brought contributions on cyberbullying, since the youths adopted reflective postures in the face of the problem.

Descriptors: Students; Nursing; Technology; Bullying; Care

RESUMEN

Objetivos:  comprender, desde el universo de vocabulario de los jóvenes estudiantes, el conocimiento y los dichos sobre el ciberacoso a través de Web Radio Associação de Jovens de Irajá.

Métodos:  Investigación cualitativa. Se utilizaron las preguntas del discurso de los estudiantes, realizadas en el tablero de mensajes de la radio web y en las redes sociales de la estación, con la participación de 35 estudiantes. El análisis se basó en el Círculo de cultura y análisis temático de Paulo Freire.

Resultados:  surgieron las siguientes categorías: “Cyberbullying: leer el mundo de la juventud escolar”, que describe el universo de vocabulario de los jóvenes: redes sociales, bullying, internet, cyberbullying, violencia, falsificaciones y anonimato; y “¿Es el ciberacoso una broma o una violencia virtual?”, que señala las consecuencias para la salud, las alternativas terapéuticas para el tratamiento y las leyes punitivas.

Consideraciones Finales:  el cuidado educativo de enfermería con los escolares a través de la radio web aportó contribuciones sobre el ciberacoso, ya que los jóvenes adoptaron posturas reflexivas ante el problema.

Descriptores: Estudiantes; Enfermería; Tecnología; Intimidación Cuidado

INTRODUÇÃO

Sem a pretensão de encontrar uma resposta definitiva ou de oferecer uma verdade, preferiu-se, para esta pesquisa, usar a terminologia jovem/jovens e juventude(s) em vez de adolescente(s) e adolescência, uma vez que podem tais terminologias não se referir estritamente a uma faixa etária específica ou a uma série de comportamentos reconhecidos biologicamente. A escolha do termo jovem decorre do fato de esse público estar imerso em cenários culturais diversos, produzindo suas vidas mediadas pelos cotidianos de suas experimentações e vivências em grupos e em outros territórios(1).

Um dos maiores problemas enfrentados pelas juventudes é a violência no cotidiano das escolas. Além de agressões físicas, surge uma nova prática mais sutil e cruel de violência, o bullying, que vem ocupando destacado espaço nesse meio. A palavra bullying tem origem na língua inglesa e faz referência a bully, que se entende como “valentão”, aquele que maltrata ou violenta de forma constante outras pessoas por motivos banais. E é justamente esse ato de maltratar ou violentar o outro de forma sistemática e repetitiva que se denomina “bullying”. De cyberbullying, fala-se, então, quando a agressão se dá pelos meios virtuais de comunicação, como as redes sociais, o telefone e demais mídias virtuais(2).

O cyberbullying é o ato de fazer uso das tecnologias de comunicação para denegrir, ameaçar, humilhar ou praticar qualquer outro ato mal-intencionado a terceiros, afetando a convivência e a saúde mental das vítimas bem como pondo em causa os direitos fundamentais dos cidadãos. É motivo de preocupação, uma vez que tem sido considerado como uma das formas mais perigosas e traiçoeiras de violência. Embora o cyberbullying não consista em agressão física, e seja, por isso, comumente visto como menos danoso, estudos atestam que as consequências são tanto ou mais graves quanto as do bullying físico(3).

Os abusos sofridos pelas vítimas do bullying virtual são, em sua maioria, de cunho psicológico. No entanto, há casos extremos em que podem chegar a se tornar físicos. Ameaças de morte, agressão física e publicação de informações pessoais de vítimas são alguns dos meios mais violentos de cyberbullying, já que colocam a vítima em situação de risco e constante apreensão diante da possibilidade de um atentado contra sua vida. Os ataques sofridos acontecem, na maioria das vezes, com o público jovem, na escola. As agressões a vítimas de cyberbullying são geralmente direcionadas a características pessoais e feitas em meio público, denegrindo a imagem pública e afetando sua autoestima. O abuso é constante e pode tomar grandes proporções, já que a dinâmica do mundo on-line é enorme e, na maioria das vezes, incontrolável(2-4).

A juventude, em sua maioria, utiliza a internet como ferramenta para produzir e postar suas ideias e gerar diversas maneiras de interação. Alguns usos, porém, como no caso de quem pratica o bullying, podem acarretar danos. Por isso, o ambiente escolar foi escolhido como foco no cuidado educativo de enfermagem, com a utilização da tecnologia de informação web rádio para a compreensão do cyberbullying, uma vez que a escola é o ambiente mais propício ao desenvolvimento de um pensamento crítico reflexivo e se trata do principal local onde ocorre o processo ensino-aprendizagem sistematizado, exterior à educação familiar.

O cuidado educativo de enfermagem junto às juventudes ganha destaque, substituindo as práticas meramente campanhistas que se caracterizam pelo modelo hegemônico centralizado, vertical e unidirecional. Nesse sentido, o cuidado educativo mediado pela comunicação e informação vem sendo construído no contexto da ciência da enfermagem ao longo dos tempos, sob a acepção de aprimoramento da prática de cuidado. Para exercer essa prática, o profissional necessita entender suas multidimensionalidades, seu caráter mutável e a potencialidade das ferramentas disponíveis, como no caso das ferramentas digitais, bem como o cenário permeado pela produção desse tipo de cuidado, pois visa a seu desenvolvimento com qualidade(5).

Nessa perspectiva, aliou-se o uso dessas tecnologias à educação e à saúde, surgindo assim a Web Rádio AJIR (Associação de Jovens de Irajá), uma emissora digital que visa difundir informação e conhecimento através do meio digital, atuando na comunicação e educação em saúde por meio da transmissão de uma programação diversificada com temas sobre saúde coletiva para os jovens escolares, além do embasamento em importantes referenciais, como Freire(6-7).

A web rádio é uma ferramenta no processo ensino-aprendizagem que estimula a participação das juventudes, propiciando diálogos, aprendizagem dinâmica, informação, comunicação e interação, interligando vários lugares, cidades e países devido à dimensão possibilitada pela internet. Um dos programas veiculados nesse canal é o “Em sintonia com a saúde (S@S)”, desenvolvido num estúdio-sala na Universidade Estadual do Ceará - UECE, Fortaleza, Ceará, com programas semanais ao vivo e/ou gravados, disponibilizados no site da Web Rádio AJIR para posterior consulta pela internet.

Logo, a pesquisa apresentou o seguinte questionamento: Quais são os saberes e dizeres dos jovens de escolas públicas sobre o cyberbullying? Acredita-se que o programa “Em sintonia com a saúde (S@S)” é uma estratégia de cuidado educativo que oportuniza aos participantes dialogarem com outras pessoas sobre problemas relacionados à saúde nas escolas, de modo a se constituírem espaços integralizados, construtivos e democráticos.

OBJETIVOS

Compreender, a partir do universo vocabular dos(as) jovens escolares, os saberes e dizeres sobre o cyberbullying via Web Rádio AJIR.

MÉTODOS

Aspectos éticos

A pesquisa atendeu à Resolução 466/12, fazendo parte de uma pesquisa maior “Uso da web rádio na formação e no cuidado em saúde: experimentando estratégias de comunicação e educação em saúde com as juventudes”. Os(as) escolares assinaram o Termo de Assentimento Livre e Esclarecido e Termo de Assentimento Livre e Esclarecido, e os pais ou responsáveis legais o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UECE, garantidos o sigilo e o anonimato.

Referencial teórico-metodológico

O referencial teórico utilizado foi o Universo Vocabular, primeira fase do Círculo de Cultura de Paulo Freire(8), estruturado em: Descoberta do Universo Vocabular; Palavras Geradoras, Tematização e Problematização.

Da Descoberta do Universo Vocabular são extraídas Palavras Geradoras. Logo, o Universo Vocabular é a relação das palavras de uso corrente, entendida como representativa dos modos de vida dos grupos ou do território onde se trabalhará (estudo da realidade), permitindo o contato mais próximo com a linguagem, singularidades nas formas de falar do povo e experiências de vida no local(7-9). Já a Tematização é o processo pelo qual temas e palavras geradoras são codificados e decodificados, buscando-se o significado do vivido e do social, o que possibilita a ampliação do conhecimento e a compreensão das pessoas sobre a própria realidade, na perspectiva de intervir criticamente sobre ela. A Problematização representa um momento decisivo da proposta e busca superar a visão ingênua por uma perspectiva crítica, capaz de transformar o contexto vivido(8).

Freire realizou pesquisas de construção do conhecimento da realidade local com o objetivo de envolver-se com o trabalho de alfabetização nas comunidades. Foram, então, produzidas obras que fundamentaram e conceituaram os Círculos de Cultura. Essa primeira etapa pedagógica do método foi denominada por Freire como “levantamento do universo vocabular” (em Educação como Prática da Liberdade)(8).

Tipo de estudo

O estudo constituiu-se de uma investigação com abordagem qualitativa, do tipo exploratório-descritiva(10).

Cenário do estudo

A pesquisa foi realizada no ciberespaço da Web Rádio AJIR a partir do programa “Em sintonia com a saúde (S@S)” e no espaço real da escola estadual de educação profissional de Sobral, CE, em maio de 2018, por meio de uma discussão com escolares sobre cyberbullying. O programa é transmitido às quartas-feiras pelo canal digital web rádio, das 16h às 17h, ao vivo, no estúdio da UECE, Fortaleza/CE, para cinco cidades: Fortaleza, Juazeiro do Norte, Ubajara, São Benedito e Sobral.

A programação do canal digital é diversificada, apresentando conteúdos interativos para o público juvenil das escolas. Semanalmente, dialoga-se sobre temas voltados para a educação em saúde. Os momentos são facilitados pelos(as) bolsistas de enfermagem e alunos(as) do Programa de Pós-graduação em Cuidados Clínicos em Enfermagem e Saúde da UECE(1). As demandas do “Em sintonia com a saúde” são sugeridas pelos territórios escolares cadastrados no programa. A web rádio recebe as propostas, as avalia e seleciona, então estabelece a sua programação anual. Dela, participam convidados especialistas das diversas áreas da saúde e educação, que dialogam sobre sexualidade, gravidez na adolescência, cultura de paz, HIV/AIDS, infecções sexualmente transmissíveis (IST), violência, gênero, bullying, “cyberbullying”, entre outros.

A seleção atendeu aos seguintes critérios de inclusão: estudantes cadastrados no programa que participaram da temática cyberbullying. Ao todo, foram 35 jovens, estudantes do 1º ano científico, na faixa etária entre 14 e 15 anos, de uma escola de Sobral, CE; e também uma enfermeira especialistano assunto, convidada para entrevista. Destaca-se que a pesquisa foi realizada no território escolar em que a pesquisadora é articuladora pedagógica, tendo contato direto com estudantes. Logo, não foram computados dados de estudantes ouvintes de outras escolas e de outros municípios cadastrados no programa.

As atividades se iniciam com pergunta-âncora, apresentada pelo(a) locutor(a) do programa: “O que você entende por cyberbullying?”. Em seguida, nas interações dialógicas, são realizadas “perguntas-discurso” pelos escolares, em que são estimulados a enviar perguntas/comentários via web rádio. Essas perguntas se constituem de produções discursivas das juventudes na interação, as quais são utilizadas como fonte de material empírico (10).

A discussão foi medida pelo universo vocabular de escolares, que se repetem, mediante uma descoberta coletiva, vinda do mundo por meio da palavra. Assim, procede-se à tematização, proporcionando um envolvimento e estabelecimento de vínculo mais efetivo entre pesquisador(a) e juventude, além de favorecer a obtenção de resultados positivos a partir do uso da web rádio.

Durante o programa, há, no estúdio, uma equipe de quatro pessoas, para a produção do programa: 1) “locutor(a)”, com as funções de entrevistar o convidado e de mediar o programa; 2) cameraman, com a função de gravar com a câmera digital o programa; também é responsável pela transmissão ao vivo via webcam; 3) “mediador(a) de mídias virtuais”, cuja função é interagir e comunicar-se com o público, gerando mediação entre eles/elas e o entrevistado(a), ao apropriar-se dos comentários e perguntas de escolares, obtidos no sitee nas redes sociais; 4) circulante, com a função de auxiliar o funcionamento do programa e resolver pendências ou problemas que, porventura, venham a surgir durante a transmissão(11). Nos territórios escolares, professores e estudantes de enfermagem fazem parte da coordenação pedagógica e mediação, recebendo os(as) escolares para a interação no programa em sala de aula. Os(as) mediadores(as) de campo participam e articulam o projeto web rádio; são colaboradores nesse momento de interação comunicativa e facilitam o envio de perguntas e/ou comentários dos(as) jovens.

O processo interativo do público com o(a) convidado e locutor(a) acontece on-linepelo mural de recados do siteda emissorae/ou Facebook; WhatsApp. Por intermédio do(a) mediador(a) que recebe nessas infovias, perguntas e comentários individualizados das juventudes, que são repassados ao(a) locutor(a) e debatidos ao vivo com (a) enfermeiro(a) ou outros(as) profissionais de saúde convidados(as), especialistasna temática(1). Durante o programa, todos(as) assistem a transmissão no coletivo, via data show, com acesso às perguntas e discussões dos (as) colegas.

Na produção do programa são disparadas imagens no sitedo canal por meio da Web TV, possibilitando o contato visual permeado pela linguagem não verbal. Além disso, há a linguagem verbal: escrita, mediada pelos textos de interação da equipe de produção do programa com os internautas; oral, produzida pelos discursos do(a) locutor(a) e do(a) convidado(a)(11).

Coleta e organização dos dados

Os dados foram coletados das respostas e perguntas-discurso das juventudes, deixadas no mural de recados da web rádio, Facebook e WhatsApp da emissora. Todo material, que se traduz como construção textual compartilhada pela escrita, fala e construções estéticas, ou seja, hipertexto, é arquivado nos computadores pertencentes ao programa. Utilizaram-se os pseudônimos Jovem 1, Jovem 2... Jovem 35, assim como diário decampo in loco, a fim de descrever a mobilização, interação e universo vocabular em que os (as)escolares estão inseridos(as). Foram especificadas nas perguntas-discurso quais eram do mural de recados e das mídias sociais.

Após o lançamento da pergunta-âncora, iniciou-se o diálogo com a entrevistada, enfermeira especialistano tema. Durante esse diálogo, desenvolveu-se uma breve explanação de pontos-chave que se destacaram no universo vocabular da juventude, ao considerar as palavras geradoras desse universo: redes sociais (12 vezes); bullying (11); internet (8); cyberbullying (6); violência (3); fakes (2); e anonimato (2).

Análise dos dados

A primeira etapa da investigação dos “temas geradores”: essa investigação se dá por meio do diálogo via web rádio. O objeto fundamental é estudar a percepção e o núcleo de contradição dos indivíduos da área. Essas contradições não são mais que “situações-limite”. Esse conjunto de contradições ainda não é suficiente para a estruturação do conteúdo programático da ação educativa(8).

A fase seguinte da investigação começa quando os investigadores, a partir dos dados que colheram, chegam à apreensão de situações-limite. Em equipe, escolheram algumas dessas situações ou contradições para serem codificadas. Preparadas as codificações, os investigadores iniciam a terceira fase com a decodificação do material elaborado. Nesta, voltam à área para inaugurar os diálogos decodificadores. Feito isso, inicia-se a quarta fase, quando os investigadores, terminadas as decodificações nos círculos, dão começo ao estudo sistemático de seus achados. A princípio, os investigadores ouviram as gravações e as decodificações.

A descrição dos resultados contou com registros de falas na íntegra, ordenadas em narração e discussão, o que permitiu análise com base nos pressupostos do método Paulo Freire(7) e na Análise Temática(12). No Universo Vocabular(8), prevalece o sentido dialético em sua extensão. A etapa se entrelaça e se mistura para que o processo de ensino aprendizagem aconteça de maneira completa e significativa tanto para quem aprende quanto para quem ensina. A técnica de Análise Temática(12) consiste em descobrir os núcleos de sentido que compõem uma comunicação. Para uma análise de significados, a presença de determinados temas denota estruturas de relevância, valores de referência e modelos de comportamento presentes ou subjacentes no discurso.

RESULTADOS

A pesquisa destaca o lócusprivilegiado de comunicação-discussão embasada no diálogo e cuidado educativo de enfermagem fora das instituições de saúde, em outros espaços, como é o caso da escola; nas experiências dos atores-sujeitos em seus universos de palavras; na produção teórica da educação em saúde; e na escuta, a qual se orienta pelo desejo de cada um e cada uma aprenderem as falas do outro e da outra, problematizando-as e problematizando-se no que diz respeito ao cyberbullying.

Cyberbullying: leitura de mundo da juventude escolar

As atividades iniciaram com uma pergunta-âncora relacionada com o tema, realizada pelo locutor. E por meio dessa leitura de mundo, buscou-se mergulhar no universo das juventudes. As perguntas reveladas a seguir representam a população em questão, as quais direcionaram a discussão, sendo escolhidas as que potencializaram a otimização do diálogo.

Quadro 1
Respostas à pergunta-âncora durante o programa “Em sintonia com a saúde”, extraídas do Mural de recados, Facebook e WhatsApp, via Web Rádio AJIR, Sobral, Ceará, Brasil, 2018

Dessa maneira, após o lançamento da pergunta, teve início o diálogo conduzido por enfermeira especialista no tema; e, nessa fase, é feita uma breve explanação com alguns pontos-chaves sobre o assunto. Compreende-se que o(a) enfermeiro(a), ao educar na saúde, precisa transcender o sujeito, entender sua intimidade para, com isso, trabalhar as relações indispensáveis à efetivação do cuidado. É possível observar que a Web Rádio AJIR configura-se como forte potencializadora de um processo educativo, uma vez que a internet torna-se mecanismo de discussões, aumentando as curiosidades e troca de saberes.

O cyberbullying é umabrincadeira ou violência virtual?

A juventude participante do programa foi estimulada a enviar “perguntas-discurso”, permitindo aproximação entre profissional de saúde e educandos(as) numa relação mais informal, porém carregada de aprendizado, aproximação com a linguagem e cultura.

Dos(as) 35 escolares, 16 realizaram perguntas sobre o tema. É visto que grande parte apresenta insegurança e receio em realizar perguntas e comentários. Como a interação acontece em sala de aula, a maioria das perguntas são dúvidas de um coletivo: alguns colegas realizam perguntas individuais, e a discussão acontece para todos via mídia digital. Durante o diálogo alguns se apresentam eufóricos, outros com timidez ao fazerem as perguntas, gerando instabilidades comportamentais. Porém, a construção do vínculo entre participantes e a mediadora do programa na escola possibilitou a participação ativa desses sujeitos, com controle da situação.

A partir das perguntas, foi possível perceber um universo vocabular envolto de dúvidas em relação ao cyberbullying: ajudar, tratamento, agressor, agredido, causas, prevenção, leis, combater, problemas psicológicos e doença. A discussão é associada à criação de um espaço de diálogo, em que participantes têm dúvidas sobre as consequenciais do cyberbullying, problemas psicológicos e adoecimento das vítimas, visto nas falas a seguir:

O bullying pode deixar uma pessoa doente? Doente ao ponto de fazer tratamento? (Jovem 1, WhatsApp)

Embora haja muito conectados e informados sobre as consequências do cyberbullying, porque ainda é tão comum essa prática? (Jovem 04, Facebook)

Quais as consequências mais graves do cyberbullying para com suas vítimas? (Jovem 10, WhatsApp)

Quais problemas psicológicos podem surgir nas vítimas? (Jovem 12, Mural de recados)

O bullying pode deixar uma pessoa doente? Doente ao ponto de se internar, fazer tratamento e se matar? (Jovem 14, Facebook)

A convidada destacou que o cyberbullying causa transtornos na vida das vítimas, com sintomas físicos, psicológicos e de interação social, podendo ocasionar extremos de estresse, agressões, até mesmo o suicídio por parte da vítima. Ressaltou que os agressores têm alguns distúrbios nas relações sociais e psicológicas, tornando-se um sério problema de saúde pública.

As juventudes apresentaram questionamentos e provocações sobre como se prevenir e sobre as formas de tratamento para combater o cyberbullying, observadas nas perguntas-discurso.

Como trabalhar o cyberbullying na escola? (Jovem 3, Facebook)

De que maneira pode[sic] ser feitas práticas de prevenção do cyberbullying? (Jovem 5, WhatsApp)

Como podemos fazer para ajudar a pessoa que passou por isso? (Jovem 9, Mural de recados)

Quais são as práticas de prevenção contra agressão? (Jovem 11, WhatsApp)

Qual a melhor forma de combater essa prática? (Jovem 15, Mural de recados)

Quais medidas pessoas que sofrem cyberbullying podem tomar? (Jovem 16, Facebook)

Como as escolas podem ajudar os jovens a combater o cyberbullying, já que nas escolas é um lugar que pode influenciar a prática? (Jovem 7, WhatsApp)

A entrevistada enfatizou estratégias, como observar as conversas entre amigos(as), comportamentos diferentes, isolamento social, faltas excessivas, silêncio fora do comum, podendo contribuir na indicação de que o(a) jovem está sendo constrangido ou intimidado por colegas. Explanou que ações preventivas não devem ser pontuais ou concentradas em uma semana especial dedicada ao tema. Reforçou que, se estiverem conectados com o possível agredido(a) e agressor(a), não deixassem de repassar o caso para escola. O diálogo pode resolver grande parte dos conflitos. Enfatiza que há responsabilidade da escola nos casos que envolvem alunos(as): mesmo que os ataques virtuais tenham sido feitos fora desse espaço, é necessário repassar a problemática para professores e direção escolar.

Quanto ao aprendizado em grupo, escolares demonstraram desejo em aprender assuntos relacionados a estratégias que possam ajudar o(a) agredido(a) e agressor(a), às principais causas, assim como ao uso abusivo de fake news; também, mostraram interesse em saber se existem leis para combater esse tipo de violência.

Não foi criado nenhum mecanismo capaz de identificar os fakes que atacam as pessoas? (Jovem 2, WhatsApp)

Existe lei brasileira que caracterize o bullying? (Jovem 6, Facebook)

Quais as causas do opressor praticar esse cyberbullying? (Jovem 8, WhatsApp)

O que deve ser feito para ajudar os agredidos e os agressores? (Jovem 13, Facebook)

Foi mencionada a Lei Antibullying no Brasil, enfatizando que o ideal é evitar a punição dos agressores em outras instâncias que não a escola, privilegiando os mecanismos e instrumentos que promovam o diálogo, sensibilização, responsabilização e a mudança de comportamento. É possível compreender que os jovens veem na web rádio um meio para esclarecer dúvidas que, muitas vezes, passam despercebidas em seus cotidianos de vida. O momento resultou em uma melhor compreensão sobre como intervir em casos de cyberbullying. Nesse espaço, os estudantes também foram estimulados a desenvolver seu pensamento crítico, potencializando suas capacidades.

DISCUSSÃO

Círculo de Cultura é um espaço em que dialogicamente se ensina e se aprende; nele, não há espaços para transferência de conhecimentos, mas para a construção de um saber. As juventudes escolares têm muito a contribuir com o grupo sobre a problemática do cyberbullying, pois são disparadoras de discussão e poderão envolver todos(as) os(as) participantes nesses momentos de dialogicidade e enriquecimento mútuo(7). Nessa perspectiva, apresentam-se diversos tipos de violência, como intimidações e humilhações, entre jovens conectados à internet, os quais extrapolam o espaço da escola. Com 77% do total da população brasileira entre 10 e 17 anos navegando pela internet, ambientes virtuais se tornaram territórios de práticas já conhecidas desde os bastidores das aulas, como o bullying (13).

Entre mundo on-line e off-line, 27% das crianças e jovens de 9 a 17 anos afirmam já ter vivenciado situações em que alguém agiu de forma ofensiva ou que os chateou nos últimos 12 meses. Desses casos, 15% aconteceram na internet, ocorrendo o bullying virtual em forma de ameaças e propagação de calúnias. Dos meios eletrônicos utilizados, para a prática do cyberbullying, o celular é o mais comum. Em 2013, 75,2% da população brasileira e 76,7% dos jovens entre 15 e 17 anos tinham telefone móvel celular para uso pessoal, o que cria um cenário grande e propício a altas taxas de cyberbullying (14).

Pesquisas mostram que estudantes não falam para os pais e professores o que estão sofrendo, principalmente nos casos de cyberbullying; preferem contam para amigos(as). Redes de apoio entre pares são uma maneira de os estudantes se envolverem na solução e se sentirem acolhidos pelos colegas, que se identificam com as situações(3). A plateia pode ser omissa, coautora, colaboradora; mas, por outro lado, também pode vir a aprender a ser inibidora dessas ações. Os jovens precisam ser sensibilizados para se posicionarem diante do que não é legal e, por isso, não deve ser compartilhado. O cyberbullying pode atingir uma plateia imensa com compartilhamento; independentemente de onde tenha começado, a repercussão acontece dentro da escola, portanto deve ser enfrentada por ela, envolvendo toda a rede de relacionamentos: quem faz, quem recebe e quem presencia(13).

O anonimato garantido pela internet é responsável, na maioria das vezes, pela violência no espaço virtual, computadores, celulares, tablets, entre outros dispositivos. Aliado ao anonimato, o fato de aparelhos tecnológicos estarem cada vez mais cedo na mão de jovens contribui para essa transição. O cyberbullying é ainda permanente, uma vez que, ao serem jogadas na rede on-line, as informações lá permanecem por tempo indeterminado. Deve-se ressaltar que, quando o jovem assiste calado(a) ou rindo, é corresponsável pela ação, que se caracteriza por uma agressão entre pares e, necessariamente, por uma plateia(4).

Assim, o cyberbullying pode atingir uma repercussão bem maior do que a intimidação tradicional, visto que ocorre em um espaço virtual e em tempo real, em que a expressão livre é permitida, sem um controle social, e os dados expostos não podem ser facilmente retirados depois que caem na rede(5). Dado que a situação ocorre virtualmente, às vezes a quilômetros de distância entre o agressor(a) e a vítima, cria-se uma falsa sensação de impunidade ao agressor(a). É corriqueiro, no meio obscuro da internet, o uso de perfis fictícios pelos agressores para a obtenção de informações publicadas em redes sociais e busca de possíveis novas vítimas. Esse tipo de agressão deixa a vítima vulnerável e confusa sobre de onde partiu a ofensa, pois o ofensor(a) pode ser qualquer pessoa, de alguém conhecido a alguém que reside em outro continente(13).

No geral, quando se trata dos sintomas físicos decorrentes do cyberbullying, agressores e vítimas normalmente apresentam as mesmas manifestações, como: distúrbios no sono e de atenção, cefaleia, dores abdominais e náuseas. Além dos sintomas físicos, os ataques podem ocasionar o aparecimento e/ou aumento de alterações psíquicas preocupantes, como: sintomas de depressão, ansiedade, diminuição da capacidade empática e ideias suicidas por parte das vítimas. No entanto, os agressores tendem a apresentar um aumento nos níveis de agressividade fora do ambiente virtual, tornando-se mais propensos a violências diversas, ao consumo de drogas e à prática de crimes(14).

A maioria das vítimas apresenta as mesmas reações emocionais, entre elas o constrangimento e a raiva. Esta última se apresenta como resposta bastante comum. Nesse turbilhão de violência exacerbada e sentimentos aflorados, existem, ainda, pessoas que relatam não se importarem, transparecendo um processo de resiliência adaptativa, que minimiza os danos emocionais(15).

Mesmo com os alunos envolvidos na solução, o combate ao cyberbullying é um trabalho de toda a comunidade escolar. Capacitar docentes e outros membros da equipe para a implementação de atividades de prevenção e orientá-los para que busquem juntos a saída em casos problemáticos são ações essenciais. Essas situações pedem um protocolo de atuações que implica mudança de postura do(a) professor(a) na forma de ele introduzir o diálogo, no modo como ele mostra à vítima a possibilidade de se indignar, em como levar o autor dos atos a reparar o problema que causou e no tratamento dado aos meros expectadores. Ou seja, é necessária uma formação séria, para a comunidade escolar lidar com o problema(2).

A escola deve propor responsabilizações não com a intenção de apenas punir, mas no sentido de reparar o mal. As informações publicadas sobre as vítimas devem ser retiradas do ar e, em casos de calúnia, devem ser desmentidas, restaurando-se, assim, o respeito e os relacionamentos afetados. É possível também redirecionar as habilidades dos(as) jovens praticantes de cyberbullying para funções mais benéficas. O tema necessita ser tratado como foco de projeto institucional e intersetorial, com a construção de um programa permanente de combate ao cyberbullying que esteja no projeto político pedagógico da instituição. A questão é orientar os(as) alunos para fazerem um uso responsável das redes. Logo, cada escola deve elaborar seu projeto de acordo com suas características, o qual pode, também, ter a colaboração das juventudes(3-13).

É necessário estabelecer ações preventivas na escola e na saúde por meio da intersetorialidade, dado que o cyberbullying é um problema de saúde pública. Por isso, a enfermagem vem ocupando o espaço escolar mediante o cuidado educativo, uma vez que é preciso manter espaços democráticos, promover rodas de conversa e momentos para que os(as) alunos(as) possam participar das decisões, falar sobre problemas que enfrentam no cotidiano escolar e sobre como se sentem, tornando sua convivência mais sadia(15).

É visto que o(a) enfermeiro(a) está envolvido(a) em distintos contextos, entre eles, o ambiente escolar. Por se tratar de um profissional que está mais próximo do(a) usuário(a) na maior parte do tempo, é primordial que saiba identificar e atuar diante das práticas do cyberbullying,para que possa desenvolver atividades de prevenção e, também, atuar no tratamento dos estudantes que o praticam ou o sofrem(2). Para Freire(7), é preciso construir um conhecimento autêntico (que parta da realidade brasileira e que dê respostas aos problemas vividos pelo povo) e orgânico (em estreita relação com a realidade vivida, buscando transformá-la). Daí o papel do(a) enfermeiro(a) no cuidado educativo, em que a conscientização e o conhecimento construído por meio do processo educativo teria a função de motivar e impulsionar ações transformadoras em relação à temática.

É preciso amparar a vítima e dar suporte aos(às) profissionais de saúde do território da escola. Em casos extremos, em que a escola não consegue lidar com o problema, o indicado é repassar para a família, e, assim, tomar-se, de forma coletiva, as medidas cabíveis dentro do âmbito legal, com o auxílio de um advogado especializado em direito digital para verificar o melhor caminho para cada situação(6). Mesmo com todo o avanço dos meios de informação e tecnologia, existem dúvidas a respeito de crimes realizados virtualmente, os chamados “cybercrimes”, que nada mais são que os crimes praticados no mundo real de uma forma mais avançada, o que, muitas das vezes, dificulta a identificação do agressor/a. Esses crimes virtuais podem proceder de diversas condutas, podendo acontecer como uma injúria, uma discriminação, uma falsificação de informações bancárias ou, até, o acesso a documentos íntimos(3).

Quem comete qualquer tipo de crime na internetpode ser punido. O Marco Civil da internetprevê responsabilização dos agentes, de acordo com suas atitudes. A Lei nº 13.185/15, também conhecida como Lei Antibullyinginstitui o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (bullying) e caracteriza todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo (13-15). É preciso desmistificar a ideia de que não há consequências para as ações entre jovens. Muitas pessoas usam perfil falso e fazem ataques muito pesados, achando que estão protegidas pelo anonimato. No entanto, é possível identificar o IP do computador do autor. Identificado o responsável, a pessoa pode ser processada. No caso de menores de 18 anos, os pais e responsáveis legais são penalizados pelos seus atos(4).

A lei inclui bullying e cyberbullying e tem como objetivo dar assistência psicológica, social e jurídica tanto às vítimas quanto aos agressores, além de promover a empatia e a cidadania, capacitando docentes, equipes pedagógicas, pais e familiares para a implementação das ações de discussão, prevenção, orientação e solução do problema e para a disseminação de campanhas de educação, conscientização e informação. Contudo, é uma lei ainda bem pouco conhecida pela sociedade, principalmente pelas vítimas, as quais se sentem, por vezes, constrangidas em buscarem os meios legais para combaterem esse tipo de violência(14).

Nesse contexto, a web rádio é um recurso que se insere entre os novos arranjos para a implementação de ações que visem a promoção da saúde em uma dimensão mais dialógica, interativa e rica de novos saberes, mediante os entornos da vida cotidiana dos jovens na escola e na comunidade, superando o modelo tradicional e indo na direção da coprodução de saberes e autonomia dos jovens(11).

Limitações do estudo

O envolvimento da enfermagem no combate a esse tipo de violência ainda ocorre de maneira morosa e tímida. Embora ocorram ações educativas, ainda são pouco abrangentes no que se refere a esse assunto. Aponta-se para a necessidade de capacitações de enfermeiros(as) que possibilitem o conhecimento sobre o tema, criando, assim, medidas de identificação e combate a essa violência, tanto nas instituições de ensino como em comunidades outras, em que atuem.

Contribuições para a área da enfermagem, saúde ou política pública

O estudo contribui com argumentos para se problematizar a linha de atenção às juventudes escolares por meio do cuidado educativo de enfermagem, baseando-se na construção de ações de combate ao cyberbullying mediante a web rádio como articulação da rede social dos sujeitos. Amplia-se a compreensão sobre a problemática e aponta-se para uma necessária articulação da atenção à saúde com a integralidade do cuidado para o acolhimento e atendimento, na perspectiva intersetorial e interdisciplinar, a fim de uma maior resolutividade da problemática. Impõe-se refletir sobre o papel do(a) enfermeiro(a) no espaço da escola, contribuindo para a redução do cyberbullying e estabelecimento de uma atenção universal, integral e equitativa. Os serviços e a área de saúde podem, ainda, utilizar esse estudo em processos formativos para contrariar a cultura do cyberbullying institucionalizada contra jovens escolares.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A leitura de mundo possibilitou a decifração cada vez mais crítica de situações-limite, por meio do exercício dialógico entre escolares com respeito ao saber individual. A partir dessa experiência, realizaram-se construções positivas junto aos(às) envolvidos(as). Portanto, a interação entre jovens escolares trouxe contribuições sobre o cyberbullying, visto que as juventudes adotaram posturas reflexivas diante do problema de saúde pública. Nessa perspectiva, considera-se que a comunicação produzida foi de suma importância para sanar as dúvidas dos(as) estudantes sobre o tema e visou a disseminação de informação baseada nas reais necessidades apresentadas por eles.

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Editado por

  • EDITOR CHEFE: Antonio José de Almeida Filho
    EDITOR ASSOCIADO: Fátima Helena Espírito Santo

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    18 Maio 2020
  • Data do Fascículo
    2020

Histórico

  • Recebido
    12 Fev 2019
  • Aceito
    08 Set 2019
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