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O fazer da enfermeira no sistema local de saúde: individual ou coletivo?

The nurse's doing in health local system: individual or collective?

Resumos

Este ensaio consiste em uma reflexão teórica acerca do fazer da enfermeira no Sistema Local de Saúde (SILOS), permitindo compreender (ainda que provisoriamente) se o espaço que vem sendo ocupado pela mesma, na "porta de entrada" dos serviços de saúde, tem possibilitado uma construção ideológica de sua ação social, enquanto sujeito coletivo ou individual. Assim, procuramos nos pautar teoricamente no pensamento de Testa (1995) e apontamos o SILOS, enquanto um espaço social de transformação do Sistema de Saúde. Discutimos também, as relações vivenciadas no cotidiano da organização institucional, tentando entender o processo de produção de sujeitos sociais, focalizando a enfermeira nesta construção.

Sistema local de saúde; Ator individual e coletivo; Práticas de saúde


This survey consists of a theoretical reflection on the nurse's doing-abouts in the Local Health System (SILOS), allowing the understanding (though temporary) wheter the space she occupies at the "entrance door" of the health services has allowed the ideologic construction of her social action, as an individual or collective subject. Thus, we have sought theoretical guidance in the thoughts of Testa (1995) and pointed the SILOS as a social space of the Health System transformation. We have also discussed the relations experienced in the daily life of the institutional organization, trying to understand the production process of social subjects, focusing the nurse and this construction.

Local health system; Individual and collective actor; Health practices


ARTIGOS

O fazer da enfermeira no sistema local de saúde: individual ou coletivo?

The nurse's doing in health local system: individual or collective?

Marluce Maria Araújo Assis

Enfermeira, docente da Universidade Estadual de Feira de Santana - Ba, Doutoranda do Programa Interunidades da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo

RESUMO

Este ensaio consiste em uma reflexão teórica acerca do fazer da enfermeira no Sistema Local de Saúde (SILOS), permitindo compreender (ainda que provisoriamente) se o espaço que vem sendo ocupado pela mesma, na "porta de entrada" dos serviços de saúde, tem possibilitado uma construção ideológica de sua ação social, enquanto sujeito coletivo ou individual. Assim, procuramos nos pautar teoricamente no pensamento deTesta (1995) e apontamos o SILOS, enquanto um espaço social de transformação do Sistema de Saúde. Discutimos também, as relações vivenciadas no cotidiano da organização institucional, tentando entender o processo de produção de sujeitos sociais, focalizando a enfermeira nesta construção.

Unitermos: Sistema local de saúde - Ator individual e coletivo - Práticas de saúde.

ABSTRACT

This survey consists of a theoretical reflection on the nurse's doing-abouts in the Local Health System (SILOS), allowing the understanding (though temporary) wheter the space she occupies at the "entrance door" of the health services has allowed the ideologic construction of her social action, as an individual or collective subject. Thus, we have sought theoretical guidance in the thoughts ofTesta (1995) and pointed the SILOS as a social space of the Health System transformation. We have also discussed the relations experienced in the daily life of the institutional organization, trying to understand the production process of social subjects, focusing the nurse and this construction.

Keywords: Local health system - Individual and collective actor - Health practices.

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1 Entendido como um processo social de mudanças das práticas sanitárias, diferente da chamada concepção "topográfica-burocrática". Conforme enfatiza MENDES (1994:159), ao colocar uma série de problemas e desafios teóricos práticos na operacionalização de Distritos Sanitários: "a necessidade de se desenvolverem experiências que apontem os problemas metodológicos e organizativos do processo e que, ao serem objeto de reflexão e sistematização teórica, permitam que se avance com proposições práticas em uma espiral contínua de açãoreflexão-ação".

2 Como ciência e como recurso técnico que tem a dimensão prática como mediadora principal, entre si e as condições gerais da sociedade, que coloca os esforços na transformação das condições de vida de grupos de populações e na modificação de sua condição geral de saúde.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    16 Dez 2014
  • Data do Fascículo
    Set 1996
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