Nos 30 anos da pandemia da Aids no Brasil, reconhece-se o fenômeno da interiorização do vírus HIV como um desafio ao cuidado e às politicas de saúde atuais. Neste sentido, objetivou-se conhecer práticas sexuais e as representações sociais que residentes de cidades rurais têm acerca da doença. Participaram 789 pessoas, homens e mulheres, entre 18 e 90 anos de idade, residentes em 41 cidades com menos de 11.000 habitantes no estado da Paraíba/Brasil. Os dados foram coletados por um meio de um questionário e o teste de associação livre de palavras. Os resultados mostraram baixa preocupação com doença, percepção de invulnerabilidade à contaminação pelo HIV e o não uso do preservativo nas relações sexuais, sendo a confiança no parceiro o principal motivo relacionado. Também mostraram perdurar representações de natureza pejorativa e estereotipada, revelando que ainda perduram, no meio rural, crenças e representações referentes ao início da epidemia. A partir de tais achados, é possível apontar deficiências em termos de cuidados oferecidos pelos serviços de saúde nestas localidades, o que pode resultar em maiores vulnerabilidades dessa população ao adoecimento, havendo assim a necessidade da intensificação de campanhas de informação e intervenção.
Vulnerabilidade em Saúde; População Rural; Síndrome de Imunodeficiência Adquirida