RESUMO
Objetivo:
Comparar as consequências do consumo de substâncias psicoativas entre usuários de serviços de saúde mental no Brasil e em Portugal.
Método:
Estudo transversal, comparativo, de natureza quantitativa, realizado com 362 usuários de dois serviços especializados de tratamento nas cidades de São Paulo (n = 200) e Lisboa (n = 162). Dados coletados em 2019 por meio da aplicação da escala Consequências da Dependência de Substâncias. Realizou-se análise descritiva e regressões de mínimos quadrados ordinários e logística.
Resultados:
Todas as dimensões avaliadas pela escala foram mais graves para os usuários brasileiros, com diferença para o domínio físico e habilidades cognitivas (p < 0,01). Destaca-se maior probabilidade dos participantes brasileiros para consumir cocaína (p < 0,01) e ter psicose (p = 0,02) e dos portugueses ter hepatites (p < 0,01), transtorno de personalidade (p < 0,01), fazer uso de benzodiazepínicos (p < 0,01) e tabaco (p < 0,01) e receber suporte farmacológico (p < 0,01).
Conclusão:
Constatou-se que os usuários brasileiros apresentam consequências mais graves relacionadas ao consumo de substâncias e os portugueses, mais comorbidades e exposição a consumo de risco. Emerge que as respostas portuguesas minimizam a gravidade das consequências.
DESCRITORES
Transtornos Relacionados ao Uso de Substâncias; Estudo Comparativo; Brasil; Portugal; Análise de Consequências