RESUMO
Objetivo:
Analisar as concepções acerca da covid-19 entre brasileiros que realizam migração pendular para trabalhar em garimpos clandestinos situados nas fronteiras entre Brasil, Guiana Francesa e Suriname.
Método:
Pesquisa qualitativa, em uma perspectiva analítica, alicerçada na Teoria das Representações Sociais. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas, áudiogravadas com 10 brasileiros que vivenciam a rotina de trabalho em garimpos clandestinos na fronteira entre Brasil, Guiana Francesa e Suriname.
Resultados:
Foram designadas duas categorias analíticas: “A doença da alteridade”; e “Dimensão do acesso à saúde”.
Conclusão:
A gravidade da doença foi atribuída ao outro ou a um órgão do corpo humano, e não ao indivíduo como um todo. O acesso aos serviços de saúde instituiu-se em questões de iniquidade, violência e práticas ilegais. O caráter de população transitória, que realiza migração pendular e de trabalho informal e clandestino, demonstra vulnerabilidade à covid-19 e menor propensão a receber cuidados.
DESCRITORES
Saúde na Fronteira; Áreas de Fronteira; Pesquisa Qualitativa; Mineração; Infecções por Coronavírus