Este artigo é fruto de uma pesquisa de abordagem microssociológica realizada com mulheres de camadas populares que frequentam cursos noturnos em uma universidade pública. Trata da experiência de mulheres que, a despeito de já levarem uma dupla jornada de trabalho diária como mães, donas de casa e profissionais, resolvem dar prosseguimento aos estudos e cursar a universidade, passando a vivenciar uma tríplice jornada de trabalho diária. Além de colocar em evidência algumas das estratégias de sobrevivência e longevidade escolar empreendidas por essas mulheres no interior do espaço universitário, aponta também como se deu a conciliação (ou não) entre as obrigações domésticas, trabalhistas e escolares. Ao mesmo tempo que se percebem como mulheres-vítimas, também se impõem como mulheres-sujeitos. São conscientes de suas limitações, mas se negam a desistir de seus sonhos.
mulheres; camadas populares; ensino superior; tríplice jornada de trabalho