Resumo:
Os discursos normativizantes que oprimem as mulheres lésbicas prescrevem como legítima a heterossexualidade como base de funcionamento da organização social. Para reforçar a heteronormatividade, a existência lésbica é mantida invisibilizada ou desqualificada como sexualidade volúvel. O objetivo deste estudo é analisar as sutilezas do relacionamento afetivo entre mulheres como insurgências frente a esse apagamento. Para tanto, parte-se da leitura do filme Retrato de uma Jovem em Chamas, com base nas teorias feministas de gênero. Tendo como método a etnografia de tela, as análises foram amparadas na descrição de diálogos/cenas extraídos/as da narrativa cinematográfica. Inspiradas na arte, as protagonistas criam soluções criativas para desatar os nós das amarras que as impedem de viverem plenamente a relação. A obra celebra a potência subversiva do amor entre mulheres, não apenas pelo vértice do vínculo amoroso, mas também de diferentes alianças e relações de cumplicidade e sororidade possíveis.
Palavras-chave:
lesbianidade; feminismo; heteronormatividade; etnografia de tela