Resumo:
Neste artigo, analisamos as eleições municipais de 2020 e as alterações no código eleitoral propostas em 2021, evidenciando progressos, retrocessos e empecilhos impostos às mulheres na política. Sob a hipótese de que os dados eleitorais do estado do Rio de Janeiro indicam um descompasso entre representação descritiva e substantiva de mulheres, utilizamos ferramentas metodológicas quantitativas e qualitativas para escrutiná-los. Buscamos lançar luz sobre as estruturas de opressões que mantêm as mulheres em situação subalterna no campo político, mobilizando o conceito de interseccionalidade para tanto. Assim, propomos uma leitura interseccional da representação de mulheres no Brasil, seguida pelo exame dos dados eleitorais de 2020 e, por fim, uma análise da disputa pelo ideal da mulher, exemplificada por meio das performances antagônicas de duas vereadoras eleitas no estado.
Palavras-chave:
eleições municipais; mulheres na política; representação