Resumo:
No artigo, analisamos o uso das mídias digitais por Linn da Quebrada, artista dissidente em termos de gênero, sexualidade, raça e classe social. Linn se identifica enquanto bixa, preta, ora travesti, ora transexual e “da quebrada”, tendo conquistado certa visibilidade midiática a partir da publicação de produções audiovisuais no YouTube. A abordagem metodológica consistiu em etnografia digital por perambulação, na qual percorremos os fluxos de relações constituídas pela artista a partir do uso do YouTube, nos anos de 2016 e 2017, visando refletir sobre os engajamentos performativos que ela adotou em plataformas digitais. Também demonstramos como a emergência da artista se dá a partir da problematização das normas de gênero e sexualidade, em momento de acirramento do debate político sobre essas mesmas no país e da consolidação de uma configuração midiática altamente segmentada em uma sociedade digital.
Palavras-chave:
Linn da Quebrada; engajamentos performativos; mídias digitais; gênero; sexualidade