Resumo:
No presente trabalho, nos dedicamos a analisar, a partir do tecnofeminismo de Donna Haraway, sua leitura crítica da construção do projeto moderno de ciência, fundado na separação entre natureza e cultura. Para entendê-la, analisaremos três textos escritos entre as décadas de 1980 e 1990: “O Manifesto Ciborgue”, “Saberes Localizados” e Modest Witness. Seu conceito de ciborgue e identidades fraturadas, e sua crítica à construção da figura do cientista como sujeito de “lugar nenhum” e, por isso, único capaz de dar testemunho válido e fiável, exploram a impossibilidade de um sistema que tende à implosão. Se não há objetividade científica que não esteja implicada em uma localização, o cientista ou a “testemunha modesta” é corporificada e seu olhar, como o de todo e qualquer, bem como sua produção, é sempre parcial.
Palavras-chave:
natureza-cultura; ciborgue; objetividade; saberes localizados; testemunha modesta