Resumo:
Neste artigo exploramos a vivência de uma mulher engenheira durante um processo de pesquisa-ação em uma mina de carvão autogestionária em Criciúma (SC). Construímos um relato que não se refuta a evidenciar a reprodução de padrões hierarquizados de gênero, mas cujo foco é situar cenas concretas através das quais complexificamos as relações de poder de gênero - permeadas pela classe e raça - e damos visibilidade às atitudes opositivas performadas pelas mulheres. Esse trabalho é fruto de um diálogo entre a engenheira que esteve nas minas e uma engenheira pesquisadora das relações de gênero, cujos caminhos se cruzam na militância por uma engenharia contra-hegemônica. Inspiradas pelas epistemologias feministas, lançamos luz aqui sobre margens e estratégias de resistência pouco visibilizadas e que, no entanto, contribuem na luta cotidiana de desconstrução de relações de poder.
Palavras-chave:
Relato de vivência; mina de carvão; epistemologias feministas; consciência opositiva; engenharia engajada