Resumo:
Neste artigo propomos rever mais uma vez a ligação entre as mulheres e os psicotrópicos com base em três estudos de pesquisa qualitativa realizados no Uruguai de 2013 a 2019 que abordaram a prescrição e o consumo de benzodiazepínicos e de drogas psicotrópicas antidepressivas em Montevidéu. Tentaremos responder o que faz com que as mulheres sejam identificadas como pacientes típicas nos serviços de saúde e por que as mulheres dirigem ali suas experiências de dor psíquica e assumem os tratamentos psicofarmacológicos propostos. Os resultados aqui apresentados mostram como, apesar da visibilidade deste problema, os papéis, as expectativas relacionadas ao gênero e as circunstâncias socioeconômicas adversas levam a que a naturalização do uso de drogas psicotrópicas pelas mulheres persista.
Palavras-chave:
psicofármacos; mulheres; feminismo; Uruguai