O objetivo deste artigo é desenvolver uma reflexão acerca dos modelos de maternidade e família implícitos no documento oficial do Ministério da Saúde sobre o Programa Canguru. Também explora a forma como o Programa é aplicado numa maternidade do Nordeste, apresentado como assistência humanizada para o atendimento ao bebê prematuro e/ou de baixo peso. A perspectiva adotada para este estudo documental é a análise foucaultiana do discurso, que focaliza o papel da linguagem na conformação da vida social e psicológica dos atores sociais envolvidos. A análise mostra que existe um discurso prescritivo, universalista, de caráter impositivo, que posiciona as mulheres como objetos passivos de intervenção, através da idealização da maternidade saudável e da família nuclear típica da classe média.
Programa Canguru; prematuridade; maternidade; análise foucaultiana do discurso