Resumos
O objetivo do estudo foi comparar equipamentos de impedância bioelétrica bipolar (IB2) (frequência: 50Hz) e octapolar (IB8) (frequência: 5, 50 e 500Hz) para a estimativa da massa livre de gordura (MLG) e da gordura relativa (G%), antes e após 16 semanas de intervenção, em adolescentes com sobrepeso e obesidade. A MLG e a G% foram medidas por meio da IB2 e da IB8, antes e após 16 semanas de intervenção multiprofissional focada na mudança de comportamento alimentar e atividade física. A MLG e a G% obtidas nas IBs foram comparadas pela ANOVA de medidas repetidas e correlacionadas através da Correlação de Pearson. Foram observadas diferenças (p<0,05) entre os equipamentos para a estimativa da MLG e G% apenas no momento pré intervenção nas meninas. Concluiu-se que as estimativas da MLG e da G% não foram estatisticamente diferentes pelos dois equipamentos (octapolar e bipolar), bem como a variação dessas duas variáveis.
Composição corporal; Adolescentes; Impedância elétrica
The aim of this study was to compare bipolar (BI2) (frequency: 50Hz) and octapolar (BI8) (frequency: 5, 50 e 500Hz) bioelectrical impedance analyzers to estimate fat-free mass (FFM) and relative body fat (BF%) before and after 16 weeks of intervention in overweight and obese adolescents. The FFM and BF% were measured by BI2 and BI8 before and after 16 weeks of multidisciplinary intervention focused on changing eating and exercise habits. FFM and BF% obtained in the IBs were compared by ANOVA for repeated measures and correlated by Pearson Correlation Coefficient. Differences (p<0.05) were observed between the analyzers for the estimation of FFM and BF% only in the pre intervention moment for the girls. We conclude that the estimations of FFM and BF% were not significantly different between the two BI (octapolar and bipolar), especially for the variation of these two variables.
Body composition; Adolescents; Electrical impedance
INTRODUÇÃO
O excesso de peso e a obesidade têm alcançado proporções epidêmicas em todo mundo. Dados recentes demonstram que 16,9% de crianças e adolescentes norte americanos estão classificados como obesos (OGDEN et al., 2012). No Brasil, já foram registradas taxas de aumento anual do sobrepeso e da obesidade em crianças e adolescentes, semelhantes às observadas nos Estados Unidos (WANG; MONTEIRO; POPKIN, 2002). A mais recente Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF 2008-2009) apontou prevalência de sobrepeso de 21,7% para os meninos e 19,4% para as meninas de 10 a 19 anos. Quanto à obesidade, os valores na mesma faixa etária foram de 5,9% e 4,0%, demonstrando aumento desses valores ao serem comparados com a última pesquisa realizada entre 2002 e 2003 (IBGE, 2010).
A obesidade infanto-juvenil está associada a diferentes fatores, como aumento do risco de doenças cardiovasculares ainda na fase escolar (FRIEDEMANN et al., 2012), diabetes tipo 2 (PINHAS-HAMIEL; ZEITLER, 2005) e menor qualidade de vida (ØSTBYE et al., 2010). Desse modo, programas de intervenção são fundamentais para o monitoramento das consequências da obesidade e controle da gordura corporal.
As medidas da massa livre de gordura (MLG) e da gordura relativa (G%) são importantes para o monitoramento de programas de intervenção focados na prevenção e controle da obesidade em crianças e adolescentes. Nesse contexto, dentre os métodos utilizados para a estimativa da MLG e da G%, é observado o uso rotineiro da impedância bioelétrica (IB), devido ao fácil manuseio do equipamento e por proporcionar agilidade na coleta de dados.
Diversas marcas de IB estão disponíveis comercialmente, variando quanto à frequência da corrente elétrica do equipamento (unifrequencial ou multifrequencial - 5, 50, 100 kHz, etc.), modelo, equações de predição presentes no software, tipo de eletrodos (tátil ou adesivo) e o número de eletrodos (bipolar, tetrapolar, octapolar). Por exemplo, os equipamentos bipolares de membros superiores tendem a considerar, principalmente, a gordura do tronco superior (BIGGS; CHA; HORCH, 2001), no entanto, a estimativa é para o corpo total. Os equipamentos octapolares, lançados mais recentemente no mercado, combinam quatro eletrodos nas mãos e quatro nos pés. Seu diferencial, em relação aos equipamentos bipolares, para estimativa da MLG e da G%, é a combinação de uma análise de impedância a partir de medidas segmentares da parte superior e inferior do corpo e de corpo inteiro (GIBSON et al., 2008).
Alguns fatores podem influenciar as estimativas da MLG e da G% pelo método da IB, entre eles, a etnia, a idade, a gordura corporal e o sexo (GIBSON et al., 2008). Além disso, é possível haver uma influência da tecnologia dos aparelhos (software, equações de predição utilizadas pelo fabricante e frequência da corrente elétrica introduzida no corpo pelo aparelho) (JAMBASSI FILHO; CYRINO; GURJÃO, 2010).
Alguns pesquisadores compararam as estimativas da MLG e da G% de diferentes aparelhos de IB. Para a comparação entre o modelo de IB bipolar Omron HBF-306BL e a IB tetrapolar Biodynamic 310, Jambassi Filho, Cyrino e Gurjão (2010) mediram 22 homens adultos (23,6 ± 2,9 anos) e verificaram uma boa concordância entre os equipamentos. Dittmar (2004) mediram 146 adultos saudáveis entre 18 e 84 anos a partir de três diferentes modelos de IB (tetrapolar BIA 2000-M, Bipolar Tanita TBF-538 e Bipolar Omron BF-302) e observaram que as estimativas da massa gorda não apresentaram diferenças significativas, independente do sexo. Entretanto, quando divididos pela faixa etária, a G% diferenciou-se entre os três aparelhos de IB analisados. Com um objetivo semelhante, Gibson et al. (2008) compararam a G% a partir de dois modelos de IB octapolar (modelo InBody 320 e 720), em 146 adultos de ambos os sexos e de diferentes etnias. Notaram que apenas nas mulheres a IB modelo 320 superestimou os valores da G% em relação ao modelo 720. Demura, Sato e Kitabayashi (2004) mediram a G% de 45 universitários a partir de três diferentes equipamentos de IB (tetrapolar Tanita TBF 101 unifrequencial, octapolar Tanita BC-118 unifrequencial e octapolar InBody 320 multifrequencial) e verificaram que a IB octapolar multifrequencial apresentou menores valores da G% quando comparada aos outros dois equipamentos.
Em pacientes obesos, o foco dos estudos que usaram diferentes modelos de IB para analisar a variação da composição corporal, antes e após um programa de perda de massa corporal, foi comparar esses equipamentos com outros métodos para estimar a G% (Absortometria de Raio-X de Dupla Energia e modelo de quatro compartimentos). Minderico et al. (2008) compararam dois modelos de IB (Bipolar Tanita TBF-310 e Bipolar Omron BF-300) com o modelo de quatro compartimentos em 48 mulheres com excesso de massa corporal e observaram que não houve diferenças na variação absoluta da MLG e da G% estimada pelos dois equipamentos de IB com a estimada pelo método padrão ouro (modelo de quatro compartimentos) antes e após 16 meses de intervenção multiprofissional focada em promover mudanças comportamentais para perda de massa corporal. Thomson et al. (2007) demonstraram que o modelo de IB tetrapolar unifrequencial Tanita 2000 e o modelo de IB tetrapolar ImpedMed SFB7 multifrequencial apresentaram valores semelhantes para a variação absoluta na G% de 24 mulheres com sobrepeso e obesidade medidos pela absortometria de raio-X de dupla energia antes e após 10 semanas de intervenção para perda de massa corporal.
Porém, em adolescentes obesos, até onde se tem conhecimento, não há estudos que tenham comparado as estimativas da MLG e da G% de diferentes aparelhos de IB. Em geral, os estudos focaram a comparação entre os equipamentos de IB e os outros métodos (EISENKOÈLBL; KARTASURYA; WIDHALM, 2001; LAZZER et al., 2008; RESENDE et al., 2011). Considera-se essa comparação importante, tendo em vista que a IB bipolar é uma alternativa de menor custo para a utilização prática comparada à IB octapolar. Desse modo, o objetivo do presente estudo foi comparar os equipamentos de IB bipolar e octapolar para a estimativa da MLG e da G%, antes e após 16 semanas de intervenção, em adolescentes com sobrepeso e obesidade.
MÉTODOS
Amostra
A amostra deste estudo faz parte de um projeto maior, denominado Programa Multiprofissional de Tratamento da Obesidade (PMTO), sendo este aprovado por um Comitê de Ética em Pesquisa (parecer nº 263/2009). Inicialmente, o PMTO foi divulgado na imprensa local, convidando adolescentes com excesso de massa corporal (sobrepeso e obesidade) com idade entre 10 e 18 anos. Foi agendada uma reunião com os interessados e seus responsáveis para maiores esclarecimentos dos objetivos, testes e medidas a serem realizadas no PMTO. Os critérios para a inclusão no estudo foram: apresentar disponibilidade para participar das intervenções nos horários e nos dias estipulados, apresentar sobrepeso ou obesidade conforme os pontos de corte para o Índice de Massa Corporal (IMC) por idade e sexo, residir em Maringá ou região metropolitana e apresentar frequência mínima no PMTO de 70%. Os pais e adolescentes que concordaram em participar assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Deste modo, a amostra final foi composta por 19 adolescentes, de ambos os sexos, com excesso de massa corporal, que participaram durante 16 semanas do PMTO. O PMTO é composto por profissionais das áreas de educação física, nutrição, psicologia e medicina (pediatria) que realizam um trabalho multiprofissional focado na mudança de hábitos alimentares e atividade física dos adolescentes. As intervenções ocorreram três vezes por semana (segundas, quartas e sextas-feiras) das 16h às 18h. Na primeira hora, foram realizadas intervenções em grupo com as áreas de psicologia, nutrição e educação física (uma para cada dia de intervenção). Na segunda hora, foram realizadas as intervenções práticas de educação física. Foram priorizados os exercícios para grupos musculares localizados, por exemplo, abdominais, flexões de braço, agachamentos e exercícios com medicine Ball (60-66% FCmáx.) (~20% do tempo de intervenção), caminhada/corrida (54-59/75-84% FCmáx.) (~30%) e o basquetebol (82- 89%FCmáx.) (~50%) (BIANCHINI et al., 2013).
Medidas antropométricas
Foram mensuradas a massa corporal (MC) e a estatura dos sujeitos para a caracterização da amostra. A MC foi medida por meio de uma balança da marca Welmy modelo W 300, com capacidade de até 300 kg e escala de 0,05 kg. A estatura foi medida a partir de um estadiômetro, acoplado à referida balança com capacidade de até 2 m e escala de 0,1 cm, seguindo os procedimentos recomendados por Lohman, Roche e Martorell (1988). A partir dessas duas medidas foi calculado o IMC (COLE et al., 2000).
Equipamentos de IB: medida da MLG e da G%
Para a medida da MLG e da G%, os adolescentes foram orientados a seguir as recomendações propostas por Heyward (2001): urinar cerca de 30min antes do procedimento; abster-se do consumo de álcool e bebidas cafeinadas ao longo das últimas 48h; evitar esforços físicos vigorosos ao longo das últimas 24h; por fim, não utilizar diuréticos ao longo dos últimos sete dias. Eles compareceram ao laboratório no período da manhã, após jejum de 12h para a realização dessas medidas. Foram orientados a retirar seus calçados e objetos metálicos que, porventura, estivessem portando. A primeira medida foi feita com o aparelho de IB octapolar (IB8) multifrequencial (Biospace, modelo 520 - InBody Body Composition Analysers, Coréia). Os participantes permaneceram em pé sobre o equipamento, com os pés e as mãos devidamente posicionados sobre os pólos táteis. A segunda medida foi feita com o aparelho de IB bipolar (IB2) com polos táteis (Omron, modelo HBF-306BL - Omron Healthcare Corporation, Japão), para a qual o participante permaneceu em pé, com os braços estendidos a frente segurando o equipamento, com as pernas afastadas. Foram utilizadas na análise as variáveis MLG e G%, sendo que a partir do valor da G% fornecido pelos equipamentos foi possível realizar o cálculo da MLG subtraindo a massa corporal da massa gorda absoluta. A partir das diferenças entre os momentos pré e pós intervenção, foram calculadas as variações relativas e absolutas da MLG e G% para os dois equipamentos de IB, permitindo a comparação entre eles.
Análise Estatística
O cálculo do tamanho da amostra foi feito com base em uma variação de -4,59% da G% e um desvio padrão de 6,45 após a intervenção, de acordo com um estudo piloto prévio realizado em nosso laboratório. Foi considerado um poder de 80% e um alfa de 0,05. Obteve-se assim, um número amostral de 31 adolescentes. A normalidade dos dados foi confirmada por meio do teste de Shapiro-Wilk, enquanto que a homogeneidade foi testada pelo teste de Levene. Foi aplicada a análise de variância (ANOVA) de medidas repetidas para a comparação entre os equipamentos de IB, sendo que a esfericidade foi testada pelo teste de Mauchlin e quando violada, foi aplicada a correção de Greenhouse-Geisser. Havendo diferenças, foi feito o teste de comparações múltiplas de Bonferroni. Também foi feito uso do Coeficiente de Correlação de Pearson (r) para a correlação entre os equipamentos. As correlações de Pearson foram classificadas de acordo com Hopkins et al. (2009), sendo trivial (<0,1), pequena (entre 0,1 e 0,29), moderada (entre 0,3 e 0,49), elevada (entre 0,5 e 0,69), muito elevada (entre 0,7 e 0,89) e quase perfeita (≥0,90). A análise de concordância entre os equipamentos foi feita com base no coeficiente de correlação intraclasse (efeito aleatório um fator) e nos limites de concordância de Bland-Altman. O nível de significância pré-estabelecido para as análises foi de p<0,05.
RESULTADOS
Dos 19 adolescentes, 11 (57,9%) são do sexo masculino. As características de ambos os sexos no início da intervenção foram as seguintes: idade= 13,0±1,7 anos; MC= 79,5±18,4 kg; estatura= 1,61±0,10 m; IMC= 30,4±4,8 kg/m². Após a intervenção, houve aumento da estatura (1,6±0,1 m; p<0,001) e redução do IMC (29,6±4,8 kg/m²; p=0,001), sem mudanças na MC (78,7±17,8 kg; p=0,248).
Na Tabela 1 estão apresentadas, por sexo, as comparações da MLG e da G% entre os equipamentos de IB, antes e após a intervenção. Para as meninas, foi observada diferença (p<0,05) entre os equipamentos no momento pré intervenção, sendo que a IB8 apresentou valores menores para a MLG e maiores para a G% comparada a IB2. Para os meninos não foram identificadas diferenças (p>0,05) entre os equipamentos em nenhum dos momentos. Quanto a análise pré e pós intervenção, os meninos aumentaram (p<0,05) a MLG e diminuíram a G% após as 16 semanas, conforme os valores estimados pelos dois equipamentos de IB. Para as meninas não foram verificadas mudanças (p>0,05) para a MLG e G% por nenhum equipamento.
Na Figura 1 estão as variações relativas e absolutas da MLG, entre os momentos pré e pós intervenção para os dois equipamentos de IB, por sexo. Para as meninas, a variação percentual da MLG foi de 1,2 ± 3,2 % para a IB2 e 4,3 ± 6,2 % para a IB8. Já a variação absoluta foi de 0,4 ± 1,7 kg e 1,7 ± 2,8 kg para a IB2 e IB8, respectivamente. Para os meninos, a variação percentual foi de 5,1 ± 3,6 % para a IB2 e 6,6 ± 3,2 % para a IB8, enquanto que a variação absoluta foi de 2,3 ± 1,4 kg e 3,1 ± 1,4 kg para a IB2 e IB8, respectivamente. Não foram observadas diferenças (p>0,05) nas comparações para a MLG.
Comparação entre os equipamentos de impedância bioelétrica bipolar (IB2) e octapolar (IB8) quanto à variação relativa (%) e absoluta (kg) da massa livre de gordura (MLG) pré e pós a intervenção, em ambos os sexosFonte: Os autores.
Na figura 2 estão as variações relativas e absolutas da G%, por sexo, pré e pós a intervenção, para os dois equipamentos de IB. Para as meninas, a variação percentual da G% foi de -5,0 ± 6,0 % para a IB2 e -8,7 ± 8,7 % para a IB8. Já a variação absoluta foi de -1,9 ± 2,0 kg e -3,5 ± 3,2 kg para a IB2 e IB8, respectivamente. Para os meninos, a variação percentual foi de -9,1 ± 6,0 % para a IB2 e -11,4 ± 5,4 % para a IB8, enquanto que a variação absoluta foi de -3,3 ± 2,3 kg e -4,2 ± 1,9 kg para a IB2 e IB8, respectivamente. Não foram observadas diferenças (p>0,05) nas comparações para a G%.
Comparação entre equipamentos de impedância bioelétrica bipolar (IB2) e octapolar (IB8) quanto à variação relativa (%) e absoluta (kg) da gordura relativa (G%) pré e pós a intervenção, em ambos os sexos. Fonte: Os autores.
Na tabela 3 estão os coeficientes de correlação entre os equipamentos de IB2 e IB8 para as variáveis MLG e G% no momento pré intervenção, pós intervenção e para as diferenças relativas e absolutas entre os dois momentos. As correlações entre os dois equipamentos nos momentos pré e pós intervenção foram quase perfeitas (≥0,9) para ambos os sexos, tanto para a MLG quanto para a G%. Em relação às correlações entre os dois equipamentos, quanto à variação absoluta e relativa da MLG e da G% nos dois momentos, observou-se coeficientes mais elevados para as meninas (0,863 ≤ r ≤ 0,917) em comparação aos meninos (0,567 ≤ r ≤ 0,704).
Na Tabela 4 estão as análises de concordância (correlação intraclasse e Bland-Altman) entre os dois equipamentos em relação à variação absoluta e relativa da G% e MLG.
DISCUSSÃO
Apesar de resultados com diferentes populações presentes na literatura, parece não haver estudos que tenham comparado a variação absoluta e relativa da MLG e da G% estimadas por diferentes equipamentos de IB, em adolescentes com sobrepeso e obesidade pré e pós 16 semanas de intervenção. Assim, o objetivo do presente estudo foi comparar equipamentos de IB bipolar e octapolar para estimativa da MLG e da G%, antes e após 16 semanas de um PMTO em adolescentes com sobrepeso e obesidade.
O principal achado foi que a IB2 e IB8 não apresentaram diferenças (p>0,05) para as variações relativas e absolutas da MLG e da G%, entre os momentos pré e pós intervenção em meninas e meninos. Resultados semelhantes foram observados para a comparação entre os equipamentos no momento pós intervenção, para ambos os sexos. No entanto, no momento pré intervenção, a IB2 apresentou maiores valores de MLG e menores de G% (p<0,05) para as meninas (Tabela 1). Foram também demonstradas elevadas correlações (r>0,57) entre os equipamentos para as estimativas de MLG e G%. A análise de concordância por meio do coeficiente de correlação intraclasse revelou elevados valores de correlação entre os equipamentos de IB para o momento pré intervenção (0,731 ≥ CCI ≤ 0,981), pós intervenção (0,857 ≥ CCI ≤ 0,981), variação absoluta pré e pós intervenção (0,652 ≥ CCI ≤ 0,823) e variação relativa pré e pós intervenção (0,767 ≥ CCI ≤ 0,871). A análise de Bland-Altman reforçou as diferenças observadas na ANOVA de medidas repetidas em que a mais elevada diferença média e limites de concordância foram observados para o momento pré intervenção no sexo feminino, enquanto que as menores diferenças médias e limites de concordância foram observados para a variação absoluta entre os dois equipamentos para ambos os sexos.
Após a intervenção, os meninos apresentaram melhoras na MLG e na G% (p<0,05), não sendo observado o mesmo nas meninas (tabela 1). Um fator que pode ter contribuído para esses resultados no sexo feminino são as características físicas e fisiológicas que mais se alteram durante o desenvolvimento puberal, esperando-se, assim, para elas um aumento na G% devido a esse processo. No entanto, nesse período o sexo masculino tende a apresentar um aumento acentuado da MLG (MALINA; BOUCHARD, 2002; DANIELS et al., 2005). No entanto, trata-se apenas de uma consideração, tendo em vista que o desenvolvimento puberal não foi avaliado no presente estudo.
Caranti et al. (2007) observaram que, após seis meses de uma intervenção semelhante à do presente estudo, a G% das meninas não sofreu alterações, ao contrário do que foi observado nos meninos, em que a G% diminuiu. No estudo de Lofrano-Prado et al. (2009), após seis meses da mesma intervenção, a gordura absoluta (kg) não apresentou mudanças significativas após seis meses de intervenção no sexo feminino, no entanto, reduziu para no sexo masculino. A MLG não apresentou alteração nas meninas e reduziu significativamente nos meninos. Porém, em outro estudo foi evidenciado que as meninas podem apresentar respostas positivas para a G% após a intervenção (BIANCHINI et al., 2013). Um fator que pode ter influenciado os resultados da presente análise é o tamanho amostral, tendo em vista que amostras pequenas podem gerar erro estatístico do tipo II, levando em consideração que o cálculo amostral do presente estudo sugeria 31 adolescentes para as análises.
Em adolescentes com excesso de massa corporal, não há estudos que compararam diferentes equipamentos de IB. Entretanto, pesquisas demonstraram que as IB tetrapolares (BodyStat 1500, BIA 2000-M, Human IM plus) subestimaram os valores de G% e massa gorda em comparação aos métodos de referência, como a absortometria de raio-X de dupla energia e a diluição em deutério (RESENDE et al., 2011; LAZZER et al., 2008; EISENKOÈLBL; KARTASURYA; WIDHALM, 2001), mas não há informações referentes aos equipamentos utilizados no presente estudo.
A ausência de diferenças entre os dois equipamentos para a maioria das comparações apresentadas na tabela 1 demonstram que os dois aparelhos (IB2 e IB8) geram valores similares de MLG e G%. Esses resultados sugerem que um equipamento de impedância bioelétrica de menor custo (equipamento bipolar) gera valores similares aos observados em um equipamento de custo mais elevado (equipamento octapolar), com exceção do que foi observado para as meninas no momento pré intervenção. Em equipamentos multifrequenciais, a obesidade pode influenciar de diferentes maneiras, por exemplo, reduzindo a reatância em frequências mais altas e aumentando o ângulo fase em frequências mais baixas (DITTMAR, 2003). Apesar de não termos avaliado esses parâmetros, eles podem ter contribuído para a diferença observada no momento pré intervenção para as meninas.
Os estudos que comparam diferentes equipamentos de IB são transversais, não foram feitos com adolescentes obesos, e não usaram os mesmos modelos utilizados no presente estudo. Jambassi Filho, Cyrino e Gurjão (2010) mediram a MLG e a G%, a partir de dois aparelhos de IB (IB bipolar OmronHBF-306BL e a IB tetrapolar Biodynamics 310), em 22 homens (23,6 ± 2,9 anos) e não encontraram diferenças (p>0,05) para a G% (10,9 ± 4,3 vs. 10,0 ± 4,2%; p = 0,09, tetrapolar e bipolar, respectivamente) e para a MLG (64,9 ± 5,2 vs. 65,5 ± 4,9kg; p = 0,09, tetrapolar e bipolar, respectivamente). Além disso, foram demonstradas elevadas correlações entre as IB para a G% (r= 0,859) e MLG (r= 0,948), de modo semelhante ao observado no presente estudo (tabela 3), em especial, para os meninos.
Gibson et al. (2008) compararam a G% a partir de dois modelos de IB octapolar (modelo InBody 320 e 720), em sujeitos com idade entre 18 e 82 anos, de ambos os sexos. Para os homens não foi observada diferença (p>0,05) para a G% estimada pelos dois equipamentos, entretanto, para as mulheres, os valores para a G% foram diferentes (p<0,05). Esses achados são semelhantes ao do presente estudo em relação aos sexos, em que os equipamentos geraram valores similares para o sexo masculino, mas não para o sexo feminino (tabela 1, em relação ao momento pré intervenção). Isso sugere que a faixa etária analisada poderia não ter influência sobre as diferenças entre os sexos. Entretanto, a comparação entre os resultados de Gibson et al. (2008) com o do presente estudo deve ser feita com cautela, tendo em vista que esses autores utilizaram uma amostra composta por indivíduos adultos, em sua maioria não-obesos.
Os resultados do presente estudo demonstraram que a IB8 multifrequencial (5 kHz, 50 kHz e 500 kHz) gerou resultados semelhantes a um equipamento bipolar unifrequencial (50 kHz). Por outro lado, Demura, Sato e Kitabayashi (2004) compararam a G% estimada por três equipamentos de IB (tetrapolar Tanita TBF 101 unifrequencial, octapolar TanitaBC-118 unifrequencial e octapolar InBody 320 multifrequencial) em 45 estudantes universitários (21 homens e 24 mulheres). Para os homens, a IB tetrapolar apresentou valores da G% maiores (p<0,05) do que a IB octapolar multifrequencial (16,0 ± 2,6% > 12,5 ± 2,5%). Porém, para as mulheres, as estimativas da G% foram menores (p<0,05) para a IB octapolar multifrequencial, comparada aos dois outros equipamentos (19,5 ± 4,0% < 22,7 ± 3,2% e 23,4 ± 4,3%). A diferença entre os equipamentos unifrequenciais e multifrequenciais está relacionada à capacidade de detectar a sensibilidade elétrica da água intracelular (BIOSPACE, 2006), entretanto, para a estimativa da MLG e da G% esse fator parece não ter afetado os resultados no presente estudo.
Especificamente em adolescentes obesos, a comparação entre a variação absoluta e relativa da MLG e da G% estimadas por diferentes equipamentos, ainda não foi estudada. Entretanto, essa análise foi feita para mulheres obesas com fins de comparar diferentes equipamentos de IB com técnicas consideradas padrão ouro (modelo de 4 compartimentos), demonstrando que a variação da MLG e da G% obtida pelos equipamentos de IB não foi diferente da variação obtida pela técnica de referência, após um período de intervenção para perda de massa corporal (MINDERICO et al., 2008; THOMSON et al., 2007). Essa comparação é importante para os programas de intervenção focados na perda de massa corporal, visto que a análise da MLG e da G% é fundamental dentro dessas intervenções para o controle da composição corporal. Diante disso, mais importante do que as diferenças entre a MLG e a G% que esses equipamentos fornecem, é a diferença entre a variação relativa e absoluta pré e pós um programa de intervenção, conforme demonstrado nas figuras 1 e 2.
Estudos demonstraram que diferentes modelos de IB octapolares multifrequenciais apresentaram estimativas de G% semelhantes às obtidas por métodos de referência (pesagem hidrostática) em estudantes universitários de ambos os sexos (DEMURA; SATO; KITABAYASHI, 2004). Entretanto, no estudo de Gibson et al. (2008), os equipamentos de IB octapolar (InBody modelos 320 e 720) subestimaram a G% de 73 mulheres. Nesse sentido, parece que a estimativa da G% e MLG em equipamentos octapolares multifrequenciais parece ser influenciada pela população do estudo.
A falta de um método de referência para as comparações com os aparelhos IB2 e IB8 pode ser considerada uma limitação, assim como o reduzido tamanho da amostra. A falta de controle do estágio de maturação sexual pode também ter tido alguma influência, tendo em vista que a adolescência é um período em que as meninas tendem a aumentar a G% e os meninos a MLG. Outro fator limitante é que os equipamentos apresentam diferentes frequências para a estimativa da MLG e da G%. Sabe-se que na obesidade, apesar de não termos mensurado esses parâmetros, se espera menor reatância e maior ângulo fase em frequências mais baixas, o que pode ter impacto na estimativa da MLG e da G% (DITTMAR, 2003). Por fim, mesmo sendo orientados sobre as recomendações prévias à mensuração, não se pode garantir que os adolescentes foram fiéis ao protocolo.
Apesar das limitações, o presente estudo demonstrou haver diferenças entre os equipamentos para o sexo feminino em ambas as variáveis no momento pré intervenção. Entretanto, considerando a variação relativa e absoluta da G% e MLG pré e pós intervenção, não foi verificada diferenças entre os equipamentos. Esses resultados têm importantes implicações práticas tendo em vista que equipamentos de IB são comuns em cenários de pesquisa e no campo aplicado do profissional de educação física para mensuração da composição corporal, devido a sua alta aplicabilidade e facilidade no manuseio e custo reduzido, comparado a métodos mais sofisticados. Outro ponto positivo é a análise da variação relativa e absoluta pré e pós um programa de intervenção que acaba sendo uma informação ainda mais importante do que os valores de baseline e pós intervenção isolados.
Considerando a importância do monitoramento da composição corporal em programas de tratamento da obesidade em adolescentes, o presente estudo, sugere-se que o equipamento de IB2, que é mais barato e requer menor tempo para a realização da medida, também pode ser utilizado em programas de tratamento da obesidade em adolescentes para o monitoramento da MLG e da G%, porém seu uso requer cautela para o sexo feminino.
CONCLUSÃO
A partir dos resultados encontrados conclui-se que, as estimativas da MLG e da G% foram similares pelos dois equipamentos de IB (octapolar e bipolar), bem como a variação dessas duas variáveis pré e pós 16 semanas de intervenção, com exceção do momento pré intervenção para as meninas. Esses resultados têm importantes implicações práticas, tendo em vista que a IB2, que apresenta menor custo e realiza a medida mais rapidamente, apresenta resultados semelhantes à IB8 no que diz respeito à variação absoluta e relativa pré e pós um programa de intervenção, podendo ser utilizada para o monitoramento da MLG e da G% em programas de tratamento da obesidade em adolescentes, porém, recomenda-se cautela para o sexo feminino.
REFERÊNCIAS
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Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
Apr-Jun 2014
Histórico
-
Recebido
05 Set 2013 -
Revisado
05 Dez 2013 -
Aceito
07 Jan 2014