Resumo
Objetivo:
As startups apresentam diferenças significativas em relação às organizações tradicionais. Elas têm muitos ativos intangíveis, são arriscadas e tendem a não gerar lucros em seus anos iniciais (Heirman & Clarysse, 2007; Weber & Zulehner, 2009). A escolha de financiamento das startups também seria diferente das empresas tradicionais? Nosso objetivo é analisar a estrutura de capital de startups em seus primeiros anos de vida com base nas teorias clássicas de tradeoff e pecking order.
Metodologia/abordagem:
Coletamos dados de 40 startups na cidade de Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil, por meio de um questionário sobre o perfil dos fundadores, características das empresas, desempenho financeiro e fontes de financiamento. Os dados coletados abrangeram o ano de fundação da empresa e os três anos subsequentes.
Resultados:
Os resultados indicaram que as startups analisadas se financiaram principalmente por meio de capital dos fundadores em todos os quatro anos analisados. Somente no terceiro ano elas passaram a utilizar os recursos gerados internamente, indicando uma adesão à pecking order. No entanto, a presença de investidores-anjo e recursos subsidiados contrastou com a ausência de dívida bancária. Em consonância com a teoria do tradeoff, a dívida bancária não era uma opção viável de financiamento nos primeiros anos dessas empresas por apresentarem baixa rentabilidade e alto risco.
Contribuições teóricas/metodológicas:
Oferecemos uma contribuição teórica analisando a adequação das teorias financeiras tradicionais ao contexto específico das startups.
Originalidade:
A literatura de finanças sobre startup é escassa e poucos estudos analisaram essas empresas sob a ótica das teorias de estrutura de capital.
Contribuições sociais / para gestão:
Fornecemos um panorama do financiamento de startups para apoiar seu planejamento financeiro no que tange à obtenção de recursos.
Palavras-chave:
Startup; Tradeoff; Pecking Order; Financiamento