Resumo
O artigo discute as tensões que surgem no processo da migração e da imersão linguística, através de uma autoetnografia. A partir da experiência da autora, migrante latino-americana no Brasil, discute-se o quanto uma certa ideia de “domínio da língua” que rejeita certos sotaques e formas de expressividade, pode ser um instrumento de poder e espaço da colonialidade sobre sujeito migrante e sua identidade híbrida. Como a identidade migrante e sua “fala com sotaque” nos interpela? Qual o estranhamento que gera e por quê? São algumas das perguntas-incitações que orientam as reflexões.
Como parte da discussão analisa-se a necessidade de reivindicar a língua como um lugar diverso, que pode acolher ou (des)acolher, bem como propor novas formas de pensar e politizar a diversidade cultural, viabilizando uma ideia de interculturalidade. Estabelecendo-se como uma política cultural crítica aos modelos de Estado, Democracia e Nação que pretendem apagar a diversidade dos povos e nacionalidades.
Palavras chaves:
língua; colonialidade; migração; interculturalidade; autoetnografia