Resumo
Durante as últimas duas décadas de crescente racismo antimigrante na Europa, a islamofobia provou ser a forma mais ressaltada, mais aguda e amplamente difundida de racismo. O artigo mostra como a islamofobia antimigrante é um fenômeno estrutural nas sociedades europeias, sendo que sua estrutura interna tem raízes sociais específicas e mecanismos de funcionamento. Tal conjunto articulado e interdependente de temas-chave, políticas, práticas, discursos e atores sociais visa inferiorizar e marginalizar os imigrantes muçulmanos, ao mesmo tempo em que legitima e reproduz as desigualdades sociais que afetam a maioria deles. O artigo examina as origens sociais da islamofobia antimigrante e os modos e mecanismos através dos quais ela naturaliza as desigualdades; concentra-se nos principais atores sociais envolvidos em sua produção, especificamente no papel de alguns sujeitos coletivos como organizações e movimentos antimuçulmanos, partidos de extrema-direita, autores de best-sellers e os meios de comunicação de massa.
Palavras-chave:
islamofobia; imigração muçulmana; desigualdades; racialização; Europa