RESUMO
O artigo analisa a distribuição de renda brasileira, com o objetivo de identificar em que medida políticas econômicas, desempenho macroeconômico e mudanças na estrutura da força de trabalho estão relacionadas à desigualdade. Há evidências de aumentos de longo prazo na desigualdade, especialmente entre 1960 e 1970. As tendências de longo prazo não parecem ser afetadas pelo desempenho econômico, embora a estagnação da década de 1980 tenha levado a perdas absolutas de renda para todos os indivíduos, exceto aqueles no percentil superior. O comportamento de curto prazo, por outro lado, parece ter sido influenciado pelo desempenho econômico: há evidências de que o crescimento melhora a equidade, enquanto a alta inflação tem o efeito oposto. Uma análise de decomposição destaca a importância da educação na explicação da desigualdade, mas aponta para mudanças na estrutura da força de trabalho como o principal fator na contabilização de mudanças na desigualdade desde meados da década de 1970.
PALAVRAS-CHAVE:
Distribuição de renda; desigualdade; salários